sexta-feira, 30 de abril de 2010
UBATUBA 2004 : Encerramento do 1º Festival Gastronômico e Cultural de Ubatuba
litoral virtual-Segunda-feira, 30 de agosto de 2004 - Nº 1108
Com saldo positivo, o 1º Festival Gastronômico e Cultural de Ubatuba teve seu encerramento ontem, na Fundart, com apresentação do "Quarteto da Camerata Zajdenbaun", composta pelos músicos Denis Pinheiro (violino 1), Rodrigo Braga (violino 2), Jader da Cruz (viola) e Renata Cristina (violoncelo). A apresentação contou com obras de compositores como Haendel, Vivaldi, Mozart, Villa Lobos, entre outros. Contou ainda com uma breve apresentação de malabarismo, e show dos sombras.
O último final de semana do festival foi bem movimentado, contando com as oficinas gastronômicas realizadas na Unitau. O destaque ficou por conta da oficina do restaurante Peixe com Banana (manhã), onde seu proprietário, Ademir Perez, deu uma verdadeira aula do cotidiano caiçara. Perez apresentou os vários ingredientes utilizados pelos antigos caiçaras em seu dia-a-dia: peixe seco, farinha de mandioca, coco brejaúva, banana verde, mamão, pinga (uma garrafa da saudosa "Ubatubana", lacrada!), palmito e garapa. Enquanto preparava os pratos principais (carne seca com mamão e peixe seco com banana verde), os participantes puderam saborear um café feito com garapa de cana, pois segundo Perez, o açúcar era raro aqui na região. Sem sobra de dúvida, uma das mais interessantes e divertidas oficinas deste festival.
A tarde foi a vez do restaurante Giorgio apresentar o prato "Peixe na Telha", muito apreciado pelos presentes.
No domingo pela manhã a atração foi à corrida de garçons na Avenida Iperoig, vencida
A classificação foi a seguinte:
Feminino:
1° Vanda Ferreira Galvão, 40 Anos
Pizzaria Bucaneiros
2° Juliana Marques Ferreira,23 Anos
Window`s Café
3° Valquiria Moreira,18 Anos
Window`s Café
Masculino:
1° Nilson Guilherme Brandão de Carvalho, 22 Anos
Picanha na Tábua
2° Luiz Carlos Souza Silva, 35 Anos
Restaurante e Pizzaria Perequim
3° Lugar: Jonas De Moraes, 20 Anos
Restaurante Giorgio
Especiais:
Mais Engraçado: Valquiria Moreira – 18 anos
Mais Idoso: Sueli Lopes Neves – 47 anos
Patrocínio: Visa - Apoio: Sec. de Esporte – Prefeitura Municipal de Ubatuba, Comtur – Companhia Municipal de Turismo, Sesc São José dos Campos – Representante: Olímpo, Supermercado Paulista e Litoral Virtual.
Restaurante Peixe com Banana
Av. Guarani, 255 - Centro
Em frente ao Aeroporto
UBATUBA 2009 : Homenagem ACIU - Artistas plásticos Bigode, Jacó e Da Motta
Da Motta (de pé) Bigode (à esq.) Jacó (à dir.)
Por Celso Teixeira Leite-------Da Motta: fusão da escultura com a pintura......“Saúde e paz” são as primeiras palavras ao cumprimentar amigos e conhecidos. Transmite uma tranqüilidade de quem já esteve em muitos lugares desta vida e, aos 75 anos, diz que estas são duas palavras fortes que resumem tudo o que o homem precisa. José Vicente Doria da Motta Macedo, casado com Izabel e pai de Sergio, Antonio Augusto, Lavinia, Daniel, Maria Lucia e Paulo, com 20 netos e 14 bisnetos é um artista plástico que conseguiu fundir a vocação de escultor com a de pintor resultando em obras de arte que ganharam projeção internacional. De sua oficina no Perequê-Açu, freqüentada por rolinhas que não se intimidam com a presença de estranhos e permanecem ciscando, são produzidas pinturas no entalhe encomendadas por clientes de todo o Brasil e do exterior.
Chegou em Ubatuba em 1967, teve uma convivência muito estreita com a escritora Idalina Graça, de quem foi hóspede, sua mãe espiritual e avó de seus filhos. “Provocou em mim uma evolução mental permitindo o encontro comigo mesmo”, diz
Freqüentou curso com Collete Pujol, pintora de grande prestígio premiada pela Associação Paulista de Belas Artes e recebeu convite do prefeito Ciccilo Matarazzo para montar o museu pedagógico de Ubatuba. Define-se como um neo-acadêmico, mais folclorista do que religioso. As estátuas de santos estão espalhadas pelas igrejas da Ilha Anchieta (Bom Jesus), São Francisco (Ipiranguinha), São Pedro Pescador (Matriz), Santa Isabel (Ubatumirim). Sua produção é eclética e não tem idéia do número de entalhes e esculturas que já entregou, pois atende encomendas que vão desde paisagens simples da vida caiçara até santos chineses. Marca presença em Ubatuba há mais de 43 anos com sua arte exportada para Rússia, Alemanha, Itália, Canadá, Estados Unidos e Argentina, além de muitas regiões do Brasil. Defende a manutenção da nossa história e a preservação das origens na roça e não só do centro da cidade. Sua avaliação do mundo:
“Nasci católico, freqüentei umbanda e cultos evangélicos, agora sou um terráqueo. Aprendi a conhecer o ser humano, resume Da Motta.
Jacob: a arte de mil maneiras
A dificuldade para conversar é grande, daí seu desespero. Imita instrumentos, lembra dobrados e outro gêneros, além de batidas na mesa para se comunicar, mas não desiste de contar sua história. A doença cobrou seu preço. Jacob, 75 anos, mais conhecido pela sua obra como artesão é na verdade um fanático por música desde a infância. “ Sou um misto de escultor, músico e poeta”, diz.
Morador do Perequê-Açu desde que chegou em Ubatuba na década de 60 , tem 4 filhos ( Luiz, José, Denise e Cláudio), 8 netos e 2 bisnetos, tornou-se um artista da terra ao registrar costumes locais, o índio e o caiçara . Defensor ardoroso da natureza utilizou a madeira e suas formas, cores e desenhos para compor uma figura real ou abstrata. Tem um carinho especial pela figura de “ A caiçara”, uma escultura que se olhada de lado é uma mulher e de outro um homem . O preto velho e o cachimbo, um robô de um metro de altura, o cachorro bassê de maçaneta e o pernilongo fazem parte de uma segunda fase da produção marcada pelo aproveitamento de sucata. Algumas das peças ainda estão em seu poder, mas a maioria acha-se exposta em residências dos Estados Unidos, Portugal, Japão ou Itália. A falta de reconhecimento pelo seu artesanato nos últimos anos levou Jacó a optar pela marcenaria pois não concordava em fazer qualquer coisa só para sobreviver.
Natural de Embu das Artes, aos 8 anos já expunha na Praça da República e ajudava o pai na mercearia com o aproveitamento das tábuas das caixas de madeira para consertar móveis. Daí surgiram os pedidos para andores e esplendores do Divino e para mobiliar casas inteiras. Sua paixão pela música o acompanha desde cedo e foi passada para os filhos. Recentemente deu uma flauta japonesa para um dos netos.” Fiz parte da Banda de Embu e toquei sob a regência do maestro Antenor Carlos Vaz “, afirma com orgulho.
Sua vida de cigano fez com que morasse em Gonçalves, MG e Campos de Jordão e expor sua arte em Santos, Guaratinguetá e Taubaté, para finalmente, se fixar em Ubatuba. Foi um dos defensores do autêntico artesanato caiçara participando da montagem da Feira de Arte e Artesanato, montada em 1971 na Praça Nóbrega mais tarde transferida para a Praia do Cruzeiro e da criação da Casa do Artista, na avenida Iperoig, que despertou muita polêmica com os comerciantes locais.
João Teixeira Leite, pintor primitivista, lembra do episódio do Boi Natureza que desfilou no carnaval de 1983: “ Jacob pegou na praia um tronco de madeira parecido com um boi, adaptou um tonel que encheu de vinho, colocou as rodinhas e entrou na avenida para alegria dos foliões que tinham bebida de graça. E ainda teve a marchinha para animar a festa”, diz .
O armazém de secos e molhados do Jacob na av. Padre Manoel da Nóbrega, no Perequê-Açu, além de servir a famosa caninha “Ubatubana” produzida pelos Irmãos Chieus, era a oficina onde o visitante podia também conhecer o mais legítimo e criativo artesanato caiçara.
Bigode: o humilde e sua arte fantástica
Suas mãos não permitem mais esculpir e colocar na madeira a idéia que vai à cabeça. O glaucoma e o reumatismo não deixam, mas o cérebro continua ativo e a passar instruções aos filhos de como lidar com a madeira, a escolha, o corte, a conservação e o instrumento de trabalho. Só não consegue repassar seu dom divino: a arteEm uma casa humilde, no Perequê-Açu, mora Antonio Theodoro da Silva, mais conhecido como mestre Bigode, com sua Joana com quem teve 20 filhos, dos quais 14 vivos, 43 netos e um bisneto. O burburinho na casa é permanente e na hora do almoço o cheiro forte de sardinha frita invade o ambiente. Um cenário tipicamente caiçara.
Aos 76 anos, o artesão Bigode é uma das referências mais fortes de Ubatuba com milhares de trabalhos que vão de uma minúscula figa ou de São Francisco, do tamanho de um palito de fósforo, até a estátua da Igreja da Imaculada Conceição, no Perequê-Açu, com mais de 1,70 m. Teve bronquite aos 13 anos que foi curada pulando 9 ondas, se enrolando na areia quente da praia para depois cair na água fria do mar novamente. Receita dos antigos que deu certo, diz Bigode. A doença o impediu de freqüentar a escola e, até hoje, não sabe ler nem escrever. Despertou cedo para a arte do entalhe e os pedaços de guairana, urucana, caixeta e cedro viravam bodoques, piões, revolveres,máscaras de carnaval e, mais tarde com a bronca do pai, mudou para canoas , santos e rabecas ajudando no sustento da família.Durante 20 anos participou da Corrida de São Silvestre chegando em 34º lugar em 1972 competindo pelo E.C.Itaguá. Era presença obrigatória nas corridas da cidade. O ambiente católico de sua formação foi responsável pela maioria dos trabalhos. Cita com orgulho a escultura do rosto de Jesus Cristo exposta no Vaticano e os 4 santos na Igreja do Pilar, em Taubaté ( São José, Santo Antonio, São Francisco e São Jorge). Alguns dos filhos trabalham com a parte do acabamento de suas obras ou fabricação de móveis rústicos.Seu realismo fantástico ganha de histórias de pescador e divertem. São situações absurdas inventadas na hora, na certa uma prática herdada do tempo das assombrações. Fala da bicicleta grávida que comprou no Rui e pariu duas bicicletinhas; a briga com o lobisomem quando foi obrigado a segura-lo pelas duas orelhas; do mosquito da dengue com 1 m de altura encontrado no Itamambuca e do caso do revólver de ouro que jogou no mar e foi engolido por uma garoupa, até hoje procurada pelos pescadores da barra.O trabalho de Bigode como escultor é uma das principais referências da história do nosso artesanato e motivo de orgulho da comunidade caiçara.
(Fonte: ACIU)
UBATUBA 1562 : PADRES SÃO REFÉNS EM IPEROIG
(do livro "Aconteceu no Velho São Paulo, de
Raimundo de Menezes, Coleção Saraiva, 1954)
Bem ásperos foram os primeiros tempos de São Paulo de Piratininga. Os Jesuítas sofreram os maiores sobressaltos. Viviam a todo momento receosos de mais um ataque dos índios. As notícias eram alarmantíssimas. Somente a fé e o ideal da catequese ainda os animava. Do contrário... Isto por aqui era de amargar! Uma vez (estávamos a 10 de julho de 1562), o povoado amanheceu em pé de guerra. Logo de madrugada, gritos lancinantes encheram os céus, ecoando, de quebrada em quebrada. Não houve quem não estremecesse de susto. Todos previram o que iria acontecer. Era mais um assalto dos temíveis tamoios, desta vez comandados por Jagoanharo, o valoroso chefe guerreiro. Entraram de surpresa, atacando antes do nascer do sol, numa investida brutal e violenta, colhendo portugueses e mamelucos, quando, despreocupadamente, dormiam. E foi uma carnificina medonha. O troar das inúbias [trombetas] de guerra tornava mais alucinante o ambiente da luta. Os tacapes vibravam tumultuosamente, derrubando gente a torto e a direito. As flechas navalhavam os ares, e um ulular febril brotava do choque terrível.
Os jesuítas, assim que se viram assediados, cercados por todos os lados, quase entregues à sanha dos silvícolas irados, trataram de pedir socorro ao seu amigo, o cacique Tibiriçá, ali pertinho, morando com sua gente, numa choupana humilde, exatamente onde hoje fica o largo de São Bento. Tibiriçá veio correndo com seus guerreiros. A escaramuça foi das que não se descreve. Colheu-os quando tentavam forçar a porta da igrejinha, onde estavam homiziadas as mulheres. (...) O primeiro que caiu, mortalmente ferido, foi o próprio Jagoanharo. E aquilo foi água na fervura. Os outros índios, vendo o chefe agonizando, desandaram a fugir. E a debandada generalizou-se. Não ficou nenhum para contar a história... Apenas os prisioneiros, e os prisioneiros eram numerosos. Quanto a estes, Tibiriçá, selvagem como os vencidos, embora já domesticado, portou-se como manda a lei da selva: julgou-os sumariamente. Trucidou-os, um por um. Aquilo não podia agradar, como não agradou. Do embate tremendo entre tamoios e guerreiros de Piratininga, naquele famoso dia 10 de julho, além da morte de Jagoanharo, resultaram ferimentos graves no chefe Tibiriçá. A notícia da derrota dos invasores correu mundo. Correu de taba em taba.
Confederação dos Tamoio
O que, porém, mais irritou os vencidos, foi o trucidamento sumário dos prisioneiros. Aquilo os tornou mais rancorosos ainda. Juraram vingança. Seria uma vingança que passaria para a história. Insuflados pelos franceses no Rio de Janeiro, que chegaram até a armá-los, os indíginas trataram de reunir-se numa confederação, que ficou conhecida como a Confederação dos Tamoios. Chefiavam-nos os velhos maiorais da tribo: Coaquira e Pindobuçu, valentes como nenhum outro, auxiliados por Aimbiré e Cunhambebe. Veio índio de todos os lados, de toda a parte. O intuito era um só: arrasar não só São Paulo de Piratininga, como também São Vicente e Santos. Não deixar pedra sobre pedra.
Conseguiram arregimentar mais de cem mil homens, muito bem armados, armados até os dentes, dispostos a tudo, ao que desse e viesse. Seria uma guerra de que se falaria para todo o sempre... E começaram as escaramuças, aqui e ali. Numa delas, o ferocíssimo Aimbiré caiu prisioneiro nas mãos dos lusitanos. Como era perigosíssimo, qual novo Sansão, acorrentaram-no fortemente e atiraram-no no porão de uma sumaca [barco de duas velas]. Pois bem, enrodilhado nos ferros, enroscado solidamente, ainda assim, rebentando as cadeias, logrou desvencilhar-se em meio da viagem e jogar-se ao mar. Na fuga espetacular, saiu nadando como um doido. E, nadando como um doido, foi ter à praia e percorreu taba por taba, núcleo por núcleo, espalhando a revolta, pregando a rebelião, disseminando a insurreição.
Tão bravio quando Aimbiré era seu companheiro Cunhambebe. Em Cunhambebe, o ódio pelos portugueses ainda era bem maior. Um ódio de morte! (...) Se aqueles cem mil indíginas ferocíssimos, com sede de vingança, doidos por uma vindita, alcançassem contra o indefeso povoado de São Paulo de Piratininga, não sobraria coisa alguma... E era preciso evitar aquilo, custasse o que custasse. Foi quando os padres Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, assustados e impressionados com o rumo que iam seguindo as coisas, tomaram uma deliberação muito séria, que iria resultar num dos mais significativos serviços prestados ao Brasil. Resolveram intervir. Mas, intervir, como? Apaziguar os ânimos. Entrar em entendimentos com os chefes das tribos. Era, todavia, perigosíssima a missão. Iriam arriscar a vida, expor-se a mil ameaças. Mas aqueles padres tinham a fibra de heróis.
A viagem à toca da fera
Nóbrega e Anchieta partiram de São Vicente, numa manhã histórica, a 18 de abril de 1563. Não houve quem não arreceasse do destino dos dois audazes jesuítas. Foi um espanto geral. Aquela conversa com o morubixabas tamoios não daria grande resultado, era o que todos pensavam. Propôs-se a conduzí-los, num dos barcos, o fidalgo aventureiro Francisco Adorno, natural de Gênova, e que aqui, em terras brasileiras, ficara rico da noite para o dia, à custa do tráfico de índios. Uma das maiores fortunas da época. Viajaram durante vários dias. Passaram por Bertioga, pela ilha de São Sebastião e, a 5 de maio de 1563, aportaram a Iperoig [Ubatuba]. Ali estava localizada a aldeia do chefe Coaquira. A princípio, foram recebidos agressivamente. Várias canoas, cheias de índios, armados de arco e flechas, cercaram-nos. Queriam liquidá-los. A situação era das mais graves, das que não se descrevem.
Foi quando Anchieta, com aquela calma que o caracterizava, começou a falar-lhes na sua língua. Falou-lhes longamente. Uma fala suave, doce, piedosa... Dirigiu-se, de preferência, aos maiorais Coaquira e Pindobuçu. Eles ouviram religiosamente. Começou a desanuviar-se o ambiente, como por encanto. Era mais um milagre do abaré, cuja fama correra mundo. Dali a pouco, Coaquira e Pindobuçu trocavam com Anchieta e Nóbrega o cachimbo da paz. Quase a metade da missão estava cumprida. Faltava convencer os demais chefes. Partiram, imediatamente, emissários, a fim de convidá-los para uma reunião. Aquilo durou dias, dias longos, que pareciam não terminar nunca mais. Todas as manhãs, os padres diziam missa num altar improvisado na praia, pregavam aos silvícolas, cativavam-lhes a confiança. E um mês já tinha rolado. E nada.
A mão que estanca o tacape
Um dia, porém, aconteceu um fato desconcertante, que veio quebrar a monotonia daquela pasmaceira. Quando menos se esperava, eis que apareceu, na fímbria do horizonte, uma canoa. E dentro da canoa, veio vindo, fogoso, o jovem Paranaguaçu, filho de Pindobuçu, que andava ausente, sem saber de nada. Paranaguaçu era um guapo rapaz, bonito, vistoso, forte como um touro, temido de todos pelas suas estroinices. Tinha um ódio de morte dos portugueses e dos padres. Toda aldeia se movimentou para recebê-los. Ele, de longe, avistou os jesuítas na praia, e ficou enfezado. Armou o seu arco e a primeira flecha cortou os espaços, vindo sibilar aos pés de Nóbrega, sem atingi-lo. Logo, outra zumbiu no ar, vindo morrer bem pertinho de Anchieta. Os tamoios gritavam atemorizados: fujam, abarés, fujam, depressa!
Mas os padres mantinham-se firmes, sem nada recear. Em dado momento, porém, Paranaguaçu avançou, resoluto, na direção deles, empunhando a clava, ameaçadoramente. Os dois jesuítas não tiveram outro jeito senão sair em disparada, praia afora, tropeçando aqui, caindo acolá, equilibrando-se como podiam, numa corrida incrível. Careciam atingir, o quanto antes, a cabana do velho chefe Pindobuçu, que ficava atrás do alto do monte. Faltava, ainda, um bom trecho. Atravessaram, com açodo, o riacho. Ficaram totalmente molhados. Galgaram vertiginosamente o morro, ouriçado de matos espinhosos e, finalmente, refugiaram-se sob a proteção da casa do pai do brutal guerreiro. Pindobuçu andava fora, porém. Logo mais, chegava no seu encalço o temível perseguidor. Encontrou os padres ajoelhados, rezando. Alçou o tacape e, quando ia vibrá-lo, eis que Anchieta ergueu seus olhos, azuis como o mar. Era uma súplica terna e suave... Foi quanto bastou. A mão de Paranaguaçu caiu e a fúria do índio murchou. Depois, ele contava o que acontecera:
- "Eu vinha a fazer isto e aquilo, mas quando entrei a ver os padres e lhes falei, caiu-me o coração e fiquei todo mudado e fraco; eu não os matei, que vinha tão furioso, já nenhum os há de matar, ainda que todos os que vierem, hão de vir com o mesmo propósito e vontade." Era mais um milagre de Anchieta. Vencera pela bondade.
Nasce um poema
Nóbrega percebeu que as pazes com os índios dependiam de mais algumas demarches. Necessitava dar um pulo até São Vicente, a fim de acertar alguns pormenores. Os belicosos selvagens concordaram. Concordaram, porém, com uma condição. Precisavam que alguém ficasse como garantia. Foi quando Anchieta se propôs a permanecer como refém. Iria enfrentar não pequenos riscos, sozinho, no meio daquela indiada desenfreada, na solidão da selva inóspita. Mas não se intimidou. Contava com o auxílio da Virgem. Ela lhe daria forças. E ficou. E começou a luta. Uma luta diferente, tremenda. A luta da carne. Ele mesmo nos conta:
- "Tem grande honra [os índios], quando vão alguns cristãos a suas casas, dar-lhes suas filhas e irmãs para que fiquem por seus genros e cunhados. Quiseram-nos fazer a mesma honra, oferecendo-nos suas filhas e repetindo-o muitas vezes. Mas como lhes déssemos a entender que não somente aquilo que era ofensa a Deus, aborrecia-nos, mas ainda que nem éramos casados, nem tínhamos mulheres, ficaram espantados, assim eles como elas, como éramos tão sofridos e continentes, e tinham-nos maior crédito e reverência." E mostrava-lhes os cilícios [cintos com pregos, para auto-tortura] com que se torturava e falava-lhes nos jejuns a que se entregava.
Enquanto isso, corria em Piratininga a notícia de que os índios haviam devorado os dois corajosos jesuítas. Os trabalhos do armistício, entretanto, prosseguiam lentamente, discutidos por Nóbrega com os maiorais dos Tamoios. E Anchieta, para encher o tempo e fugir às tentações, lembrou-se de compor, como um voto à Virgem, um poema em seu louvor. Mas como escrevê-lo? Não tinha nem papel nem pena. Recorreu ao seu bordão. E passou a rascunhá-lo na areia das praias, todas as manhãs. À noite, repetia, de cor, os versos, para gravá-los melhor, limava-os, corrigia-os, estilizava-os.
"Foi depoimento comum dos índios - informa-nos Simão de Vasconcelos [contemporâneo e biógrafo de Anchieta] - que viram, por vezes, nesta praia, uma avezinha graciosamente pintada, a qual, com um brando vôo, andava como fazendo festa, enquanto José ia compondo e escrevendo, e lhe saltava, brincando, ora nos ombros, ora na cabeça, ou para mostrar a José o cuidado que o céu tinha deles, ou para mostrar aos índios o como haviam de respeitá-lo. E assim compôs ele, de memória, cada dia um pouco, o poema imortal "De Beata Virgine Dei Matre Maria", o tão decantado "Poema da Virgem", constituído em 4.172 versos, que perfazem o total de 2.086 dísticos [frases].
Finalmente, só em setembro, Anchieta lograva ser posto em liberdade. O armistício fora assentado. Concordaram os portugueses com as propostas dos índios, graças aos esforços dos dois valentes jesuítas. E voltou a reinar a paz nas terras de Piratininga. Anchieta, no verdor dos seus 29 anos, retornava ao Colégio de São Paulo, após quantos dissabores. Seu embarque foi um triunfo. Os tamoios choravam com saudade do bom padre-mestre. Vencera-os pela fé e pela bondade. É que a fé e a bondade removem montanhas... Tinham, assim, os dois padres, realizado uma das maiores obras em favor da São Paulo que nascia...
FONTE :
http://www.pitoresco.com/historia/rocha02b.htm
LENDAS UBATUBENSES : A LENDA DA MÃE DO OURO
Escrito por Eli Ane Oliveira
28 Agosto 2009
Houve um tempo em nossa cidade que as únicas luzes que “alumiavam” a nossa gente a noite era a da lua ou a do lampião a querosene. Contava meu avô que na Barra da Lagoa do Itaguá existia um mistério, a cada sete anos o rio recebia uma força desconhecida e mudava seu curso natural.
Há muitos anos atrás aonde hoje é a ponte, havia um córrego apenas, que desembocava no mar, de onde vinha esse córrego ninguém sabia ao certo, quem sabe lá de cima da serra.
Nessa época numa casinha de sapê e chão batido, morava Chico Cido, velho pescador da Vila Yperoig que sempre estava a pescar no rio.
Em uma tarde ele fisgou com seu anzol alguma coisa pesada, puxando para a margem do rio um cesto de junco cheio de ouro.
Chico Cido levou com cuidado para sua humilde casa aquele importante achado e foi logo avisando sua família que nas gerações seguintes, todos daquele sangue teriam a obrigação de cuidar de uma criança abandonada.
Mas toda pessoa beneficiada com aquele achado, não gozaria completamente dessa felicidade, pois essa herança pertencia ao rio, presente do “Gênio dos Quatro Ventos”, que profetiza assim: Se algum dia esse presente for pescado por um homem a “ Mãe do Ouro” que vive no grotão da serra viria em busca do que lhe era de direito.
E é por isso que a cada sete anos o rio muda seu curso natural. E dizem que é a ‘Mãe do Ouro” em busca da cesta de junco cheio de ouro, achada por Chico Cido velho pescador da Vila de Yperoig.
Matéria Publicada na Ubatuba em Revista Semanal #09 -
28 Agosto 2009
Houve um tempo em nossa cidade que as únicas luzes que “alumiavam” a nossa gente a noite era a da lua ou a do lampião a querosene. Contava meu avô que na Barra da Lagoa do Itaguá existia um mistério, a cada sete anos o rio recebia uma força desconhecida e mudava seu curso natural.
Há muitos anos atrás aonde hoje é a ponte, havia um córrego apenas, que desembocava no mar, de onde vinha esse córrego ninguém sabia ao certo, quem sabe lá de cima da serra.
Nessa época numa casinha de sapê e chão batido, morava Chico Cido, velho pescador da Vila Yperoig que sempre estava a pescar no rio.
Em uma tarde ele fisgou com seu anzol alguma coisa pesada, puxando para a margem do rio um cesto de junco cheio de ouro.
Chico Cido levou com cuidado para sua humilde casa aquele importante achado e foi logo avisando sua família que nas gerações seguintes, todos daquele sangue teriam a obrigação de cuidar de uma criança abandonada.
Mas toda pessoa beneficiada com aquele achado, não gozaria completamente dessa felicidade, pois essa herança pertencia ao rio, presente do “Gênio dos Quatro Ventos”, que profetiza assim: Se algum dia esse presente for pescado por um homem a “ Mãe do Ouro” que vive no grotão da serra viria em busca do que lhe era de direito.
E é por isso que a cada sete anos o rio muda seu curso natural. E dizem que é a ‘Mãe do Ouro” em busca da cesta de junco cheio de ouro, achada por Chico Cido velho pescador da Vila de Yperoig.
Matéria Publicada na Ubatuba em Revista Semanal #09 -
UFOs em Ubatuba?
Completa neste mês dois anos de um importante incidente envolvendo relatos de avistamento de Ufos na região de Ubatuba, onde mais 11 tripulantes do veleiro Montecristo avistaram um suporto OVNI por 2 dias seguidos em 27/10 e em 28/10, durante a Regata Santos-Rio 2007. Segundo o relato de Mário Barros: “O primeiro avistamento ocorreu por volta das 19:20 hs e estávamos na altura do litoral de Bertioga/São Sebastião rumando para Ilhabela, o objeto amarelo/alaranjado de formato lenticular (de redondo para oval) estava estático no ar e desaparecia e aparecia seguidamente, parecendo pulsar ou piscar no céu, até desaparecer e não voltar mais. Consegui capturar alguns segundos em vídeo deste avistamento. O segundo avistamento ocorreu por volta das 19:40 hs e estávamos cerca de 20 milhas fora da costa, na altura de Ubatuba/Paraty.
O objeto também era de cor amarela/alaranjada e de formato lenticular e apareceu no horizonte a Leste da embarcação seguindo direção Norte/Nordeste em velocidade moderada (mais rápido que um avião) em ângulo de mais ou menos 10-15 graus em relação ao horizonte e desacelerava e acelerava constantemente chegando quase a uma parada total, efetuou algumas subidas e descidas curtas e rápidas, quase como se fosse uma “vibração” e momentos antes de desaparecer emitiu um intenso “flash” de luz amarelo opaco, semelhante a luz de sódio, causando espanto e euforia em todos da tripulação, em seguida desapareceu totalmente para aparecer novamente alguns minutos depois em outra posição bem mais a esquerda da posição original, foi quando consegui capturar apenas alguns segundos em vídeo”. Foi utilizada uma câmera Sony HDR-HC7, que foi colocada no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=car-XetQMNM). Eu, Paulo Aníbal G. Mesquita, estou avaliando o vídeo da regata, é um caso interessante. Inclusive me chegou agora em “mãos” uma foto digital tirada recentemente por uma testemunha, uma moça de 30 anos que supostamente fotografou um “objeto” com uma intensa luz branca na rodovia Rio-Santos na altura de Ubatuba por volta das 22 hs, seguindo sentido Parati.
Mas não é de hoje que Ubatuba tem relatos de “discos voadores”, há 52 anos atrás, em setembro do ano de 1957 inúmeros banhistas avistaram um estranho objeto semelhante ao formato clássico de “disco voador” se aproximar da Praia das Toninhas, segundo relatos, o tal objeto estava em alta velocidade e quando estava prestes a se chocar contra a água, deu uma brusca guinada para cima. Este foi o momento que explodiu em chamas e originou vários fragmentos que caíram sobre o mar, inclusive na praia próximo aos banhistas.
Escrito por Paulo Aníbal G. Mesquita Ufólogo e Biólogo www.exo-x.com.br
02 Outubro 2009
FONTE : http://www.ubatubaemrevista.com.br/
terça-feira, 27 de abril de 2010
2009 - A NOVA CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIO
Texto de Claudionor Quirino dos Santos publicado no site www.ubaweb.com , em 13/04/2009
Quem se ligou no movimento caiçara ocorrido no bairro de Picinguaba, no domingo dia 22/03/09, onde houve um encontro de autoridades ambientais e representantes de comunidades caiçaras, mais gente do Sertão do Ubatumirim, não pode vislumbrar apenas um fato isolado.
Num cenário maravilhoso, com fundo de cortina azul que é o céu aberto do cobiçado litoral norte paulista, discutiu-se a questão da limitação ao direito de pesca, cultivo e artesanato, interesse da comunidade caiçara, e o conflito da política de gestão e manejo do Parque Estadual da Serra do Mar.
Para quem enxerga além da Cortina Azul, faz muitas indagações. A principal é: Por que comunidades européias, de um Velho Mundo já pelado de árvores e, por isso mesmo, com pouca água potável, voltaram os olhos para a Mata Atlântica e a Mata Amazônica?
Por que pequenas e grandes organizações não governamentais, estão interessadas em locais como Ubatuba, pérola incrustada no litoral da Mata Atlântica?
Por que essas ONGs ambientais se instalaram mais aqui no Brasil?
Por que alguns países da Europa instituíram incentivos fiscais para o empresário estrangeiro que comprar áreas ambientais no Brasil?
Por que o Governo não investiga corretamente o número tão grande de transações imobiliárias de estrangeiros que compram áreas de preservação ambiental na Mata Atlântica e na Mata Amazônica?
E por que funções primárias de governo foram delegadas a essas ONGs, dirigidas por estrangeiros que organizam e criam normas que são impostas por autoridades públicas para vigorar em todo o território nacional?
Por que a implantação de um Parque Estadual haveria de criar tantos conflitos de interesse com a tradicional comunidade caiçara?
A Serra do Mar não deveria ser a menina dos olhos do Serra do Planalto?
Será que pessoas nativas não deveriam ser consideradas, nas políticas ambientais, como principal elemento do chamado ecossistema?
É preciso enxergar além das cortinas azuis e imaginar o espetáculo que se descortinará, antes que seja tarde.
É preciso olhar a comunidade caiçara e seu sítio de sobrevivência, calcado na pesca, no artesanato e no cultivo agrícola, mantido por tradição mais que centenária, como gente que é verdadeiramente dona da terra e que faz parte do processo econômico e social do Município.
Antes de mais nada, foram os caiçaras, sucessores de tribos nativas, e alguns latifundiários poetas que preservaram a Mata Atlântica e os recursos hidrominerais no Município.
É preciso descortinar o espetáculo e ver comunidades brancas européias em luta com o nativo pela posse de terra onde não existe mais ouro e madeira de lei, mas existe vasta extensão de mata mantida pela cultura caiçara e um precioso minério que é a água potável, abundante e de excelente qualidade, que valerá, em menos de trinta anos, mais do que os minérios da época colonial e que, sabidamente, provocará guerra de nações carentes desse minério.
A ciência já descobriu que o mar tem um papel mais importante que a mata na questão do aquecimento global e que não adianta só preservar ou plantar árvores sem controlar a poluição das águas e do ar gerados por gases de fábricas, carros e eletrodomésticos.
De que adianta plantar árvores se outras são devastadas para atender interesses econômicos isolados, em grande parte da classe política dominante, ou se são colocados nas ruas milhares de carros poluentes por dia?
Por isso que as comunidades nativas, de norte a sul, já se defendem das autoridades que estão intermediando a invasão de suas posses e de seus interesses, repelindo ações de comunidades estrangeiras.
É uma nova Confederação dos Tamoios. É como a união confederada, em tempos remotos, de nações dos tupinambás e tupiniquins, unidos em guerra, sob a alcunha de tamoios, para impedir a invasão dos brancos europeus, na época colonial que, na verdade, só visavam interesses econômicos.
Lembro que no governo do Prefeito Matarazzo, na década de 1960, foi estabelecido planejamento para a sobrevivência caiçara, com estímulo ao artesanato como fonte econômica, e divisão do território municipal em zona urbana, de expansão urbana e zona rural, de produção hortigranjeira, incluindo a pesca artesanal. O clima de Ubatuba é propício para essas atividades.
A indústria sem chaminé, como é chamado o turismo, seria enfocada no fomento e aprimoramento de infra-estruturas para melhoria dos produtos turísticos, incluindo obras básicas, como luz, água e esgotos e vias de acesso.
Não se sabe o que ocorreu de lá pra cá. Mas uma coisa é visível: O Município perdeu sua autonomia administrativa e política de organizar e usar o solo urbano, através de leis próprias, inclusive ambientais, como preceituado no artigo 30, inc. VIII da Constituição Federal.
O que quero dizer é que a União tem suas áreas de preservação no Município bem definidas pela Constituição. O Estado não, porque áreas de preservação ambiental só podem ser declaradas por lei (art. 20, II, C.F.)
O Parque Estadual da Serra do Mar foi criado por decreto, ato inadequado para a instituição de um Parque Estadual em terras pertencentes a terceiros. Vale dizer que, legalmente, o Parque Estadual da Serra do Mar inexiste.
O decreto seria ato válido somente quanto à declaração de utilidade pública ou interesse social, mas só a lei poderia autorizar as indenizações e desapropriações cabíveis.
Da forma como foi criado o Parque e as gestões e manejos decorrentes de ato não autorizado por lei, a política de imposições desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos, os processos com vistas a direitos públicos inexistentes, como os das chamadas terras devolutas, dão ao Estado de São Paulo a pecha de Estado intervencionista e grileiro.
Não poderia o Estado intervir no Município com decretos, resoluções etc., cumprindo o desejo de ONGs que vem gerando conflito na comunidade caiçara, limitando o sagrado direito de plantar e pescar, para o sustento familiar.
O Estado, face a autonomia municipal, tem limites até para criar leis, no que toca a uso e ocupação do solo e de águas territoriais, muito menos decretos e outros atos institucionais que não se prestam a esse fim.
O direito de organizar o solo urbano e, em parte, o espaço aéreo, é do Município. Nisso a autonomia municipal, por ser direito constitucional, está acima da hierarquia das leis, porque a Constituição é lei maior.
Quanto ao mar territorial, também parece que é direito do Município, pois, se se estende a partir do solo urbano nas plataformas marinhas, é solo acrescido, por isso que é chamado de mar territorial.
Essa é a tese que certamente prevalecerá quanto ao direito maior de legislar sobre solo urbano, mar territorial e meio ambiente, para que a Constituição não seja letra morta no que diz respeito a autonomia do Município. O Município é como o elefante, não sabe a força que tem.
Parece também que as leis federais são indelegáveis no que toca ao direito de ação pelo Estado, o que significa haver limites para certas cláusulas de convênios.
Com todo o respeito que possam merecer as ONGS, vamos limitar suas ações ao respeito ao direito constitucional da autonomia municipal, e principalmente ao direito de sobrevivência dos sítios caiçaras que é a base de sobrevivência das comunidades nativas.
Que o Parque Estadual da Serra do Mar não sirva de avalanche para soterrar a tradição e os costumes caiçaras e que a política estrangeira, principalmente européia, não venha com muita sede ao pote, pois sabemos que a maior preocupação dessa política é a falta d’água potável, que já preocupa o mundo, principalmente Ásia e Europa, e que aqui tem de sobejo.
Ao frigir dos ovos, quando se restabelecer a ordem jurídica dos mencionados atos, ou seja quando as leis de uso e ocupação do solo municipal e de meio ambiente, obedecer os princípios da lei maior, o Município falará mais alto e as comunidades nativas não precisarão sofrer tanto constrangimento para o exercício de seus direitos.
Nota do Editor: Claudionor Quirino dos Santos é Bel. em Ciências Sociais e Advogado.
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=25367
Quem se ligou no movimento caiçara ocorrido no bairro de Picinguaba, no domingo dia 22/03/09, onde houve um encontro de autoridades ambientais e representantes de comunidades caiçaras, mais gente do Sertão do Ubatumirim, não pode vislumbrar apenas um fato isolado.
Num cenário maravilhoso, com fundo de cortina azul que é o céu aberto do cobiçado litoral norte paulista, discutiu-se a questão da limitação ao direito de pesca, cultivo e artesanato, interesse da comunidade caiçara, e o conflito da política de gestão e manejo do Parque Estadual da Serra do Mar.
Para quem enxerga além da Cortina Azul, faz muitas indagações. A principal é: Por que comunidades européias, de um Velho Mundo já pelado de árvores e, por isso mesmo, com pouca água potável, voltaram os olhos para a Mata Atlântica e a Mata Amazônica?
Por que pequenas e grandes organizações não governamentais, estão interessadas em locais como Ubatuba, pérola incrustada no litoral da Mata Atlântica?
Por que essas ONGs ambientais se instalaram mais aqui no Brasil?
Por que alguns países da Europa instituíram incentivos fiscais para o empresário estrangeiro que comprar áreas ambientais no Brasil?
Por que o Governo não investiga corretamente o número tão grande de transações imobiliárias de estrangeiros que compram áreas de preservação ambiental na Mata Atlântica e na Mata Amazônica?
E por que funções primárias de governo foram delegadas a essas ONGs, dirigidas por estrangeiros que organizam e criam normas que são impostas por autoridades públicas para vigorar em todo o território nacional?
Por que a implantação de um Parque Estadual haveria de criar tantos conflitos de interesse com a tradicional comunidade caiçara?
A Serra do Mar não deveria ser a menina dos olhos do Serra do Planalto?
Será que pessoas nativas não deveriam ser consideradas, nas políticas ambientais, como principal elemento do chamado ecossistema?
É preciso enxergar além das cortinas azuis e imaginar o espetáculo que se descortinará, antes que seja tarde.
É preciso olhar a comunidade caiçara e seu sítio de sobrevivência, calcado na pesca, no artesanato e no cultivo agrícola, mantido por tradição mais que centenária, como gente que é verdadeiramente dona da terra e que faz parte do processo econômico e social do Município.
Antes de mais nada, foram os caiçaras, sucessores de tribos nativas, e alguns latifundiários poetas que preservaram a Mata Atlântica e os recursos hidrominerais no Município.
É preciso descortinar o espetáculo e ver comunidades brancas européias em luta com o nativo pela posse de terra onde não existe mais ouro e madeira de lei, mas existe vasta extensão de mata mantida pela cultura caiçara e um precioso minério que é a água potável, abundante e de excelente qualidade, que valerá, em menos de trinta anos, mais do que os minérios da época colonial e que, sabidamente, provocará guerra de nações carentes desse minério.
A ciência já descobriu que o mar tem um papel mais importante que a mata na questão do aquecimento global e que não adianta só preservar ou plantar árvores sem controlar a poluição das águas e do ar gerados por gases de fábricas, carros e eletrodomésticos.
De que adianta plantar árvores se outras são devastadas para atender interesses econômicos isolados, em grande parte da classe política dominante, ou se são colocados nas ruas milhares de carros poluentes por dia?
Por isso que as comunidades nativas, de norte a sul, já se defendem das autoridades que estão intermediando a invasão de suas posses e de seus interesses, repelindo ações de comunidades estrangeiras.
É uma nova Confederação dos Tamoios. É como a união confederada, em tempos remotos, de nações dos tupinambás e tupiniquins, unidos em guerra, sob a alcunha de tamoios, para impedir a invasão dos brancos europeus, na época colonial que, na verdade, só visavam interesses econômicos.
Lembro que no governo do Prefeito Matarazzo, na década de 1960, foi estabelecido planejamento para a sobrevivência caiçara, com estímulo ao artesanato como fonte econômica, e divisão do território municipal em zona urbana, de expansão urbana e zona rural, de produção hortigranjeira, incluindo a pesca artesanal. O clima de Ubatuba é propício para essas atividades.
A indústria sem chaminé, como é chamado o turismo, seria enfocada no fomento e aprimoramento de infra-estruturas para melhoria dos produtos turísticos, incluindo obras básicas, como luz, água e esgotos e vias de acesso.
Não se sabe o que ocorreu de lá pra cá. Mas uma coisa é visível: O Município perdeu sua autonomia administrativa e política de organizar e usar o solo urbano, através de leis próprias, inclusive ambientais, como preceituado no artigo 30, inc. VIII da Constituição Federal.
O que quero dizer é que a União tem suas áreas de preservação no Município bem definidas pela Constituição. O Estado não, porque áreas de preservação ambiental só podem ser declaradas por lei (art. 20, II, C.F.)
O Parque Estadual da Serra do Mar foi criado por decreto, ato inadequado para a instituição de um Parque Estadual em terras pertencentes a terceiros. Vale dizer que, legalmente, o Parque Estadual da Serra do Mar inexiste.
O decreto seria ato válido somente quanto à declaração de utilidade pública ou interesse social, mas só a lei poderia autorizar as indenizações e desapropriações cabíveis.
Da forma como foi criado o Parque e as gestões e manejos decorrentes de ato não autorizado por lei, a política de imposições desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos, os processos com vistas a direitos públicos inexistentes, como os das chamadas terras devolutas, dão ao Estado de São Paulo a pecha de Estado intervencionista e grileiro.
Não poderia o Estado intervir no Município com decretos, resoluções etc., cumprindo o desejo de ONGs que vem gerando conflito na comunidade caiçara, limitando o sagrado direito de plantar e pescar, para o sustento familiar.
O Estado, face a autonomia municipal, tem limites até para criar leis, no que toca a uso e ocupação do solo e de águas territoriais, muito menos decretos e outros atos institucionais que não se prestam a esse fim.
O direito de organizar o solo urbano e, em parte, o espaço aéreo, é do Município. Nisso a autonomia municipal, por ser direito constitucional, está acima da hierarquia das leis, porque a Constituição é lei maior.
Quanto ao mar territorial, também parece que é direito do Município, pois, se se estende a partir do solo urbano nas plataformas marinhas, é solo acrescido, por isso que é chamado de mar territorial.
Essa é a tese que certamente prevalecerá quanto ao direito maior de legislar sobre solo urbano, mar territorial e meio ambiente, para que a Constituição não seja letra morta no que diz respeito a autonomia do Município. O Município é como o elefante, não sabe a força que tem.
Parece também que as leis federais são indelegáveis no que toca ao direito de ação pelo Estado, o que significa haver limites para certas cláusulas de convênios.
Com todo o respeito que possam merecer as ONGS, vamos limitar suas ações ao respeito ao direito constitucional da autonomia municipal, e principalmente ao direito de sobrevivência dos sítios caiçaras que é a base de sobrevivência das comunidades nativas.
Que o Parque Estadual da Serra do Mar não sirva de avalanche para soterrar a tradição e os costumes caiçaras e que a política estrangeira, principalmente européia, não venha com muita sede ao pote, pois sabemos que a maior preocupação dessa política é a falta d’água potável, que já preocupa o mundo, principalmente Ásia e Europa, e que aqui tem de sobejo.
Ao frigir dos ovos, quando se restabelecer a ordem jurídica dos mencionados atos, ou seja quando as leis de uso e ocupação do solo municipal e de meio ambiente, obedecer os princípios da lei maior, o Município falará mais alto e as comunidades nativas não precisarão sofrer tanto constrangimento para o exercício de seus direitos.
Nota do Editor: Claudionor Quirino dos Santos é Bel. em Ciências Sociais e Advogado.
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=25367
FALA CAIÇARA JULINHO MENDES ..... A barra que era Seca e o Sumidouro que sumiu
Muitas de nossas praias, por serem separadas pela desembocadura de um rio (barra), transformaram-se em duas, é o caso do Itaguá e Iperoig, Perequê-Açú e Barra Seca e Maranduba e Lagoinha. Três praias que se transformaram em seis. Isso se deve a vilarejos que também se formaram pela divisão da terra através dos rios. Itaguá e Centro foram divididos pelo rio Lagoa, Perequê-Açú e Barra Seca pelo rio Indaiá. Em muitas praias existentes no litoral brasileiro, principalmente no sul e nordeste do país, em função de suas enormes extensões, essas praias dividem-se em duas, três, e várias partes, constituindo não apenas bairros, mas até grandes cidades, extremadas nessas desembocaduras de rios que as limitam.
A história e levantamentos geológicos mostram que o mar atingia o pé da serra. No canto norte da praia de Ubatumirim, a aproximadamente trezentos metros da praia, existem, na encosta do morro, pedras com vestígio de cracas, mariscos e ostras, que viviam em função do mar que ali batia. Hoje, em função do efeito estufa (aquecimento global) o homem vem acelerando o ciclo natural de milhões de ano da abrangência do mar em lugares mais altos. Na praia da Barra Seca é notório o avanço do mar nesses últimos dez anos; casas, caminhos e diversas espécies de árvores já foram engolidos pelo mar, e pela rapidez que vem avançando, não precisa ser profeta para dizer que a geração dos cinqüentões verá o mar atingir a rodovia BR-101, naquele trecho.
Será que podemos mudar o nome da praia, de Barra Seca para Barra Molhada? Pelo menos, em função da natureza, há um motivo compreensivo, mas eu nunca aceitaria tal mudança, mesmo que a barra fisicamente passe a ser molhada, ficará a lembrança da Barra Seca.
Já o bairro que se chamava Sumidouro, passou a se chamar Nova Ubatuba. Motivo? Eu não sei, não concordei, achei desnecessário e sem motivo óbvio. Sumidouro era um nome que teve razão de ser; a história comprova fatos, tornou-se lenda, virou tradição e orgulho dos mais antigos que ali viveram e vivem. Sumidouro é letra e música contida no CD (SMD) – “O auto do boi de conchas”, do grupo O Guaruçá – folclórico e alegórico de Ubatuba. (Quem quiser ouvir, acesse o site: www.oguaruca.com, ou adquira o CD, nas bancas de revista da praça 13 de Maio.)
Sumidouro, lugar onde sumia coisas! O último que dali sumiu, depois de eleito, foi o prefeito. Ironia do destino...
FONTE DE PESQUISA :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=30334
FALA CAIÇARA ....20 ANOS DE FUNDART - Texto de Nenê Veloso 100% Ubatubense
20 anos de Fundart - 1
1987 - 2007
A Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e outros, vira e mexe, falam em resgatar a identidade da cultura e folclore dos caiçaras de Ubatuba. Mas 20 anos se passaram e o município continua sob uma ditadura cultural imposta pelos mandatários da Fundart que, incapacitados em resgatar a cultura caiçara e a história de Ubatuba, então se agarraram no pau da Bandeira da Folia do Divino, em seu Filhinho e na dona Idalina do Amaral Graça. Foram 20 anos e até hoje continuam batendo na mesma tecla, enquanto a história do cotidiano da cidade vai para o ralo. Não podemos nos esquecer quando os caiçaras foram massacrados pela primeira vez, juntamente com a sua agricultura e pesca de sobrevivência, pelos ambientalistas fajutos que para cá vieram com a implantação do Parque Estadual da Serra do Mar em 1977 e que perdura até os dias hoje, portanto duas vezes massacrados. Os caiçaras tronco, aqui do Centro, quase todos já morreram e, os que estão vivos negam-se a falar envergonhados e constrangidos de tanta mentira relatada pelos já conhecidos pára-quedistas e, mais um punhado de pseudocaiçaras que, alguns, nasceram ontem.
O prefeito Eduardo César afirma que a Caiçarada é uma festa que tem o objetivo de manter as tradições e a beleza da cultura popular. ”Ubatuba é uma cidade com belas e antigas manifestações culturais. Ao recebermos culturas de outras regiões estamos valorizando as raízes do povo brasileiro. Idalina Graça, representante de o nosso primeiro fazer literário, é autora da seguinte frase: Povo que não tem memória não tem nada para contar.” A Fundart foi criada exatamente para resgatar a memória, se não o fez durante 20 anos, se encaixa no raciocínio da frase de Dona Idalina: Então, feche as portas ou contrate alguém com capacidade para fazê-lo.
Resgatar uma cultura se começa pela educação, então vamos começar pelo “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que é um dos primeiros do Brasil e o primeiro de Ubatuba, e se orgulha do seu patrono, do 1º professor e diretor do corpo docente, juntamente com os mestres de fundação. Seu Filhinho e Dona Idalina, é obvio que eles também fazem parte da história do cotidiano da cidade, mas não reúnem méritos suficientes para tantas honrarias e homenagens; estão muito aquém do que alguns gostariam.
Veja a prova disso: há três meses, mais ou menos, me procurou uma aluna da 8ª série do “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva”, para ajudá-la a falar sobre o Projeto “Vida Caiçara”. Sugeri, à primeira vista, que a aluna fosse até a Fundart, tendo em vista o que tinham publicado nos semanários da cidade e que vários livros foram lançados sobre este assunto, em parceria com a Fundart. Chegando lá ela nada encontrou e a pessoa que a atendeu tratou rapidamente de despachá-la para a Biblioteca Municipal, que também não tinha nenhum livro sobre o assunto a ser consultado. Mas tinha um, para vender! Há uns 3 anos isso também aconteceu comigo. Concluindo: a aluna teve que virar lobisomem, correndo sete praias, de casa em casa, em busca da migalha de caiçaras que sobraram, para conseguir as informações necessárias, para o término de seu trabalho.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=19249
1987 - 2007
A Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e outros, vira e mexe, falam em resgatar a identidade da cultura e folclore dos caiçaras de Ubatuba. Mas 20 anos se passaram e o município continua sob uma ditadura cultural imposta pelos mandatários da Fundart que, incapacitados em resgatar a cultura caiçara e a história de Ubatuba, então se agarraram no pau da Bandeira da Folia do Divino, em seu Filhinho e na dona Idalina do Amaral Graça. Foram 20 anos e até hoje continuam batendo na mesma tecla, enquanto a história do cotidiano da cidade vai para o ralo. Não podemos nos esquecer quando os caiçaras foram massacrados pela primeira vez, juntamente com a sua agricultura e pesca de sobrevivência, pelos ambientalistas fajutos que para cá vieram com a implantação do Parque Estadual da Serra do Mar em 1977 e que perdura até os dias hoje, portanto duas vezes massacrados. Os caiçaras tronco, aqui do Centro, quase todos já morreram e, os que estão vivos negam-se a falar envergonhados e constrangidos de tanta mentira relatada pelos já conhecidos pára-quedistas e, mais um punhado de pseudocaiçaras que, alguns, nasceram ontem.
O prefeito Eduardo César afirma que a Caiçarada é uma festa que tem o objetivo de manter as tradições e a beleza da cultura popular. ”Ubatuba é uma cidade com belas e antigas manifestações culturais. Ao recebermos culturas de outras regiões estamos valorizando as raízes do povo brasileiro. Idalina Graça, representante de o nosso primeiro fazer literário, é autora da seguinte frase: Povo que não tem memória não tem nada para contar.” A Fundart foi criada exatamente para resgatar a memória, se não o fez durante 20 anos, se encaixa no raciocínio da frase de Dona Idalina: Então, feche as portas ou contrate alguém com capacidade para fazê-lo.
Resgatar uma cultura se começa pela educação, então vamos começar pelo “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que é um dos primeiros do Brasil e o primeiro de Ubatuba, e se orgulha do seu patrono, do 1º professor e diretor do corpo docente, juntamente com os mestres de fundação. Seu Filhinho e Dona Idalina, é obvio que eles também fazem parte da história do cotidiano da cidade, mas não reúnem méritos suficientes para tantas honrarias e homenagens; estão muito aquém do que alguns gostariam.
Veja a prova disso: há três meses, mais ou menos, me procurou uma aluna da 8ª série do “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva”, para ajudá-la a falar sobre o Projeto “Vida Caiçara”. Sugeri, à primeira vista, que a aluna fosse até a Fundart, tendo em vista o que tinham publicado nos semanários da cidade e que vários livros foram lançados sobre este assunto, em parceria com a Fundart. Chegando lá ela nada encontrou e a pessoa que a atendeu tratou rapidamente de despachá-la para a Biblioteca Municipal, que também não tinha nenhum livro sobre o assunto a ser consultado. Mas tinha um, para vender! Há uns 3 anos isso também aconteceu comigo. Concluindo: a aluna teve que virar lobisomem, correndo sete praias, de casa em casa, em busca da migalha de caiçaras que sobraram, para conseguir as informações necessárias, para o término de seu trabalho.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=19249
FALA CAIÇARA NENÊ VELOSO ....Escola Dr. Esteves da Silva , um pouco sobre sua história
Uma professora da 5ª série do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva pediu aos alunos que falassem sobre Washington de Oliveira (Seu Filhinho). Ora! O que tem a ver um comerciante, dono de farmácia, com a escola? Não tinha nenhum vínculo, a não ser quando foi aluno, como eu, meus avós, pais, irmãos, meus filhos e hoje meus netos e todos os demais ubatubanos. Pela pesquisa solicitada, eu acho que esta professora não sabe nem o que ela está fazendo lá.
O correto seria que pedisse aos seus alunos um trabalho de pesquisa sobre a fundação da Escola em que estudam, para que todos saibam quem é o patrono e sua biografia, o primeiro diretor, os professores e funcionários de fundação, e os demais mestres do passado pós-fundação, que continuam ignorados dentro da própria escola. Ou ainda, trabalhos sobre os vultos de nossa história: Anchieta, Nóbrega, Professor Thomaz Galhardo, Gastão Madeira (o precursor da aviação), Condessa de Vimieiro, Dona Maria Alves, Jordão Homem da Costa, Dr. Félix Guisard Filho e centenas de outros homens que fizeram Ubatuba.
Conforme consta na Ata da Instalação, em 18/07/1896, foi constituído o primeiro corpo docente do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, pelos seguintes professores: Diretor: PROFº LUIZ MARIANO BUENO - Professores: FRANCISCO LOURENÇO DOS SANTOS, FRANCISCO DE PAULA CORTEZ E BENEDITO JUVENAL DE ESCOBAR E AQUINO (os sucessores residem na cidade) - Pessoal Administrativo: Porteiro – JOSÉ JOAQUIM DA GRAÇA, Servente – BENEDITO FRANCISCO DE PAULA.
A professora ADELAIDE MARIA GOMES GODOY, por volta do ano de 2005, foi transferida da cidade de Pindamonhangaba para ocupar o cargo de Diretora do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva em Ubatuba. Aqui chegando, o seu primeiro ato foi dar início ao resgate histórico da escola, convidando os ex-alunos a comparecerem na escola, para relatar fatos pitorescos e fotos do tempo em que freqüentaram a escola. Muitos alunos compareceram atendendo o pedido da Diretora. Eu contribuí com a foto do primeiro diretor, da sua residência, certidão de óbito e outras informações. O arquivo histórico foi montado e ficou exposto em uma das salas da escola, por várias semanas. Mas quando tudo estava engrenando, a diretora foi transferida, e tudo foi desativado. Esta é a verdadeira Ubatuba, quando tudo está indo bem, vem à força do mal. Então, vamos contratá-la para a presidência da Fundart ou para titular da Secretaria Municipal de Educação. Tenho a certeza, que tudo iria funcionar como um fuso. Sistema esse, que os políticos e os “holerites” de plantão odeiam.
De curva de rio, Ubatuba foi promovida a CANTO. Na curva do rio todo tipo de entulho fica encalhado, mas quando vêm as águas de março, o rio transborda e a fúria das águas limpa tudo. Já o canto, junta todas as sujeiras. Você varre e ainda fica. Vem o vento, forma um rodamoinho e não consegue limpar, e ainda espalha o que sobrou por todos os cantos. Eu digo isso porque outro dia eu ia passando em frente à escola Tancredo Neves quando um aluno bradou um palavrão no recinto da escola, precisamente no pavimento superior, que estremeceu até a rua. Eu respondi no mesmo tom: – Seu boca de esgoto! - Será que este palavrão já se encontra no site “Think.com”? O aluno foi exemplarmente punido ou condecorado? O Relatório Anual da Oracle Fundation cita projeto de Ubatuba como exemplo. Taí...
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
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VAMOS FALAR UM POUCO MAIS SOBRE O " CASARÃO DO PORTO"
O que os milhares de turistas que circulam por Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, não sabem é que a cidade não se resume a belas praias, ilhas maravilhosas e um pouco do que ainda resta da exuberante Mata Atlântica. Além das belezas naturais, que não são poucas, Ubatuba guarda um pedaço significativo da História do Brasil, e existe um lugar para ser visitado que transpira um passado de prosperidade e glória de uma cidade que já abrigou o porto mais importante do país.
O Sobradão do Porto, atualmente sede da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – FUNDART, é o único casarão colonial que restou dos áureos tempos do café na segunda metade do século XIX em Ubatuba. Aberto à visitação, oferece espaço para exposições de arte, artesanato, fotografia, além de oficinas culturais, cursos e concursos que incentivam a produção artística, o resgate e valorização da cultura caiçara e suas tradições. Além das atividades da Fundação, o prédio por si só já vale uma visita, pois em suas paredes e janelas estão registradas passagens singulares do nosso passado.
O Sobradão do Porto foi erguido por um rico comerciante, o fazendeiro plantador de café e armador português Manoel Baltasar da Cunha Fortes, em 1846, época em que Ubatuba representava o mais importante corredor de escoamento das riquezas produzidas no Vale do Paraíba, mais precisamente café, algodão, fumo e cana-de-açúcar.O imponente sobrado foi erguido nas proximidades do porto, naquela época localizado na Prainha _ hoje conhecida como Prainha dos Matarazzo_com vista para o Rio Grande e a Praia do Cruzeiro. Foi o primeiro prédio de Ubatuba a ter três pavimentos, sendo último andar menor centralizado na fachada, estilo bastante difundido no Brasil, de Belém até o Rio, na primeira metade do século XIX. As paredes de alvenaria européia (tijolo e pedra) alternada com a técnica brasileira da taipa de pilão lembram uma versão litorânea da arquitetura urbana dos países europeus da época. No andar térreo funcionava um entreposto comercial e os pavimentos superiores serviam de moradia para a família de Baltasar. Na construção, foram usadas vigas mestras, gradis das varandas e portais de pedra provenientes de Portugal e as pinturas decorativas nas paredes são todas de artistas franceses. Com a decadência econômica de Ubatuba, iniciada com a construção das Ferrovias São Paulo Railway e a D. Pedro II, que praticamente relegaram ao abandono a antiga estrada imperial da Serra do Mar e o porto de Ubatuba, muitos casarões da elite local foram abandonados. Com o tempo, praticamente todos ruíram ou foram demolidos, com exceção do Sobradão do Porto, que em 1926 passou a abrigar o Hotel Budapest. Em 1934, foi vendido à Cia. Taubaté Industrial, de propriedade de Félix Guisard, e usado como casa de veraneio. Em 1959, o imóvel foi tombado pelo IPHAN e em 1975 pelo CONDEPHAAT. Em 1981, o Sobradão foi desapropriado pela prefeitura e somente em 1987 tornou-se sede da FUNDART. Dos grandes casarões construídos para a elite ubatubana, apenas o Sobradão do Porto ainda existe, porém pouco conservado.No andar térreo funciona um espaço adaptado para exposições e oficinas culturais e no segundo andar, em meio às pinturas e janelas originais (ou o que ainda resta delas), a administração. O terceiro pavimento está interditado dadas as condições precárias. A fachada do prédio está pintada, mas seu interior, especialmente os andar superiores, merece uma restauração urgente (ao menos uma limpeza) ... quem sabe quando os brasileiros realmente se interessarem pelo seu rico patrimônio. Pudera o Sobradão do Porto ganhar uma cuidadosa restauração e virar um museu ... por enquanto, ainda que o local pouco desperte a atenção dos turistas mais apressados, a agenda da Fundação é farta e há atividades tanto para os moradores locais como para os visitantes da cidade. A programação do mês é disponibilizada no site da entidade : www.fundart.com.brQuando visitar Ubatuba, dê uma passada no Sobradão do Porto. Praça Anchieta, 38, Centro (próximo à ponte do Rio Grande, que leva ao Mercado Municipal de Peixes).
Tel. (12) 3833-7000 e 3833-7001.
FONTE :
www.lugaresdomundo.com/sobradoubat_0904.htm
A primeira rádio de Ubatuba – “Rádio Iperoig – AM”
A Rádio Iperoig foi a primeira emissora de rádio de Ubatuba e segundo informações do senhor Clementino Soares, cidadão ubatubense, cooperador e locutor nos primeiros anos da rádio Iperoig, o surgimento da rádio se deu por volta do ano de 1957. O senhor Antonio Topedini Pagâno, engenheiro eletrônico e também funcionário da VASP (Viação Aérea São Paulo) recebeu a autorização para a implantação da rádio no Litoral Norte – Ubatuba e Caraguatatuba – o Sistema de Radiofônica em A.M.. O próprio senhor Topedini foi quem montou os dois transmissores e outros aparelhos para as rádios na oficina da própria VASP e na mesma época são inauguradas as Estações de Rádio-difusão: Iperoig de Ubatuba e a Oceânica de Caraguatatuba.
A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a sua torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1.540 KHZ e tinha apenas 75 wats de potência. Tinha um alcance que percorria mais ou menos um raio de 50 km, percorrendo bairros, mas com dificuldades de atingir sua transmissão a região sul do município, mas e a região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução foi José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para o Clementino Soares, colaborador destas informações. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos proporcionados pela rádio. Logo, o estúdio da rádio foi transferido para um novo endereço, à Rua Cel. Domiciano, centro, onde hoje funciona o Cartório Eleitoral e de Pequenas Causas, cartórios forenses do município.
Outras pessoas passaram pela rádio Iperoig, como outros gerentes que vieram depois de Antonio Marques do Vale Filho. Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, foram todos locutores que emprestaram as suas vozes a está precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.
A variedades de programas eram muitos, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, o“Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantava músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã até às 23 horas.
O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.
Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba se finalizou no ramo das comunicações por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, o senhor José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, pelo que se lembra, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações o senhor Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba foi dirigida pelo senhor Alfredo Breneizer, depois, substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai, hoje, do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão, o senhor Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 (um Ato Institucional do governo federal da época), o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado pelos senhores: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). Em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem de forma oficial com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações quando em sua presença em Ubatuba, na inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia e desejo da concessão da rádio, no qual se saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul no ano de 1981 .
Texto do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca - editado em 2005
A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a sua torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1.540 KHZ e tinha apenas 75 wats de potência. Tinha um alcance que percorria mais ou menos um raio de 50 km, percorrendo bairros, mas com dificuldades de atingir sua transmissão a região sul do município, mas e a região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução foi José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para o Clementino Soares, colaborador destas informações. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos proporcionados pela rádio. Logo, o estúdio da rádio foi transferido para um novo endereço, à Rua Cel. Domiciano, centro, onde hoje funciona o Cartório Eleitoral e de Pequenas Causas, cartórios forenses do município.
Outras pessoas passaram pela rádio Iperoig, como outros gerentes que vieram depois de Antonio Marques do Vale Filho. Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, foram todos locutores que emprestaram as suas vozes a está precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.
A variedades de programas eram muitos, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, o“Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantava músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã até às 23 horas.
O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.
Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba se finalizou no ramo das comunicações por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, o senhor José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, pelo que se lembra, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações o senhor Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba foi dirigida pelo senhor Alfredo Breneizer, depois, substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai, hoje, do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão, o senhor Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 (um Ato Institucional do governo federal da época), o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado pelos senhores: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). Em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem de forma oficial com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações quando em sua presença em Ubatuba, na inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia e desejo da concessão da rádio, no qual se saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul no ano de 1981 .
Texto do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca - editado em 2005
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Autor do livro ”Ilha Anchieta” é convidado a expor na Bienal do Livro 2010
O escritor Samuel Messias e esposa Mara Cristina
O idealizador do projeto “Trilha e História Cultural da Ilha Anchieta”, escritor Samuel Messias de Oliveira, conhecido como ‘Tenente Samuel’ foi convidado a expor seus livros na 21ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.
O convite foi confirmado nesta sexta, dia 9, para que o escritor receba seus leitores e autografe o livro de sua autoria “Ilha Anchieta, rebelião, Fatos e Lendas”, retratando a grande rebelião de presos na Ilha Anchieta, em Ubatuba, o que ocasiou muitas mortes no dia 20 de junho de 1952
A Bienal Internacional do Livro de São Paulo é um grande momento cultural paulista e brasileiro, ocasião em que as principais editoras, livrarias e distribuidoras realizam seus lançamentos.
Samuel, militar reformado teve enfim, o seu reconhecimento, não só pelas obras publicadas, mas também pela capacidade de reunir familiares das pessoas que nasceram na ilha ou que são descendentes dos policiais que trabalhavam na época da grande rebelião.
O estande da Editora Mentes Raras, onde o escritor Samuel Messias de Oliveira estará autografando seus livros é o Espaço Alberico Rodrigues ficará localizado na Rua O, estande 41. A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2010 acontece entre os dias 12 a 22 de Agosto de 2010.
O escritor terá o dia 13 de agosto.
FONTE :
http://www.pindavale.com.br/blog/?p=581
REBELIÃO DA ILHA ANCHIETA " O trauma de um sobrevivente "
Sargento Chagas, relembra a rebelião de 1952
“É o tempo passou. Eu era moço numa época em que a ilha ainda era um paraíso; passei dias de sufoco nesse lugar que julgava ser o melhor lugar para se morar e que se transformou em um filme de terror em poucas horas. Com a graça de Deus, me livrei de três tentativas de morte. A primeira foi quando umas oito e pouco da manha, um tiro de fuzil foi disparado sobre a minha direção e não acertou, o medo somava em saber que muitas famílias estavam assustadas. A adrenalina aumentava, quando pela segunda vez, um prisioneiro colocou o fuzil em minhas costas e ordenou que levasse até a casa do tenente Edvaldo Silva, chegando em frente, eu o implorava para que ele se rendesse ou se não muitos inocentes iriam morrer… até que ele saiu e se entregou, e os presos nos colocaram em uma cela, onde imaginamos que ficaríamos até que o socorro chegasse. Mas no meio do caminho um outro preso do qual não recordo o nome, colocou a arma em meu ouvido direito. Imaginei “vou morrer agora”, pois doía muito minha cabeça, ordenava que eu tirasse a farda, porque ele não conseguiria fugir com aqueles trajes. Fiquei só de cueca dentro da cela até que me arrumaram uma calça. Esses momentos de pânico estão guardado aqui dentro como se fosse um filme, que lembro sempre ou um disco que não muda de faixa nunca, mas o que realmente fiquei aterrorizado, foi quando depois de livre, meus companheiros de serviço estavam mortos e alinhados na frente da administração.”
Quem conta essa história é o senhor José Salomão das Chagas, sargento reformado da polícia militar. Sendo um dos monitores sobreviventes da Ilha Anchieta.
FONTE > http://rumosjc47.blog.terra.com.br/
POR QUE SE CHAMA ILHA ANCHIETA
Placa recepciona os turistas na entrada da Ilha
Antes de ser palco para a rebelião em 1952, a Ilha Anchieta já teve como elenco outros habitantes como as tribos de índios tamoios, tupinambás, além de europeus, entre eles, Portugueses, Holandeses, Franceses, búlgaros, que ajudaram a escrever a história desse lugar.
Muita coisa aconteceu com a chegada dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que acabaram fazendo um acordo com o Cacique Cunhambebe, pois os indígenas se armaram e partiram para o ataque contra os portugueses, para que desocupassem suas terras. O apelo de Anchieta, que pedia paz para os índios e outros habitantes, ficou conhecido como o primeiro tratado de paz das americas como “A paz do Iperoig”, que é comemorado em Ubatuba todos os anos até hoje.
Na época o lugar era conhecido como Tapira (Lugar Calmo) ou Pô-Quâ, que aos poucos foi se desenvolvendo com a chegada de outras etnias, tornando-se um povoado com construções como a capela, a escola e o cemitério onde enterravam seus entes queridos. Alguns anos se passaram e Tapira ganhou uma nova designação: “Freguesia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos”. Em meados de 1900, quando termina a construção do presídio, desapropriando milhares de famílias caiçaras, a colônia penal não levou duas décadas e foi desativada, transferido os presos para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (CCTT). “Ilha dos Porcos” como ficou conhecida, teve o presídio reativado abrigando presos políticos, e menores infratores, como foi o caso do Jovem chamado Antonio Francisco Alves “Escoteiro” que foi enviado para ilha, porque era porteiro em casas de bingo em São Paulo, avisando quando a polícia se aproximava para revistar o local. Nesta época, além dos presos políticos passaram a viver soldados, civis e seus familiares. O nome do presídio foi mudado para presídio político da “Ilha Anchieta” em homenagem ao jesuíta, fato que se deu em 19 de março de 1934.
FONTE :
http://rumosjc47.blog.terra.com.br/
quinta-feira, 22 de abril de 2010
PREFEITOS DE UBATUBA - 1908 A 2005
Na administração da Prefeitura Municipal, foram muitos os governos e de diferentes pensamentos com relação ao destino da antiga vila, agora cidade e comarca de Ubatuba. Como já citamos, o primeiro prefeito a governar Ubatuba fora Ernesto Gomes de Oliveira, pai de Washington de Oliveira, entre os anos de 1908 a 1913. Outros nomes como José Fileto da Rocha, Manoel Bernardo de Amorim, Benedito Felipe Fernandes, João Xavier Teixeira, logo substituído por Aristides Bonifácio Garcia. Estes foram os primeiros homens que até 1930 tiveram a oportunidade de tentar mudar os primeiros rumos da cidade quando ela ainda engatinhava numa divisão administrativa e como autonomia municipal. Destacamos já nos anos 30 a administração de Washington de Oliveira – seu Filhinho (1936 a 1938 e nove meses em 1952). Outros governos municipais dos últimos 50 anos de Ubatuba foram: José Alberto dos Santos (1956 a 1959), .... (1960 a 1963,) Francisco Matarazzo Subrinho (1964 a 1969), Celso Teixeira Leite (1970 a 1973), Basílio de Moraes Cavalheiro Filho (1973 a 1976) José Nélio de Carvalho (1977 a 1980 e 1989 a 1992), Benedito Rodrigues Pereira Filho (1981 a 1982), Pedro Paulo Teixeira Pinto (1983 a 1988), Paulo Ramos de Oliveira (1991 a 1994 e 2001 a 2004), Luiz Euclides Vigneron (1997 a 2000) e o atual Eduardo de Souza César (2005).
Entre os anos de 1964 a 1969, um nome em destaque no cenário brasileiro, principalmente no cenário paulista, que nunca havia participado da vida política, viria a ser um personagem importante na história de Ubatuba. Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido nacionalmente como Cicillo Matarazzo, empresário das Indústrias Matarazzo. O homem escolhido pelas forças políticas da época elegeu-se pelo Partido Social Progressista (PSP), em uma tentativa de tirar a esquecida Ubatuba da estagnação que se encontrava.
Seu período de governo ficou conhecido como “40 anos em 4 anos”, pois fez muito pela cidade e para que ela também se tornasse ainda mais conhecida no Brasil e até no exterior. Por ser um homem muito viajado já sabia do potencial da futura economia mundial, o Turismo. Sendo assim, tratou logo de colocar Ubatuba no caminho do desenvolvimento deste potencial, sabendo ele que a cidade com suas belezas naturais e seus atrativos turísticos seria logo alavancada ao sucesso e novamente, ao progresso.
Sua colaboração para isso seria dando as condições necessárias a este desenvolvimento, descentralizando as decisões. Conseguiu o primeiro asfalto da estrada que liga Ubatuba a São Luiz do Paraitinga; abriu a estrada Rio Escuro ao Monte Valério; ampliou o aeroporto Gastão Madeira; fez a primeira rede de esgoto no centro da cidade; construiu o belo coreto da Praça da Matriz; tratou logo de dar fim aos borrachudos trazendo os carros de fumacê para combatê-los. Ainda, pensando na população ubatubense, modernizou a burocracia para melhor atendê-los, ganhando a Prefeitura uma nova estrutura, sendo a primeira sede própria (hoje, atual Biblioteca Municipal); o código tributário e de obras foram implantados; também regularizou a lei do funcionalismo público; deu incentivos à educação municipal; e hoje o conhecido estádio municipal que leva o seu nome, no Perequê Açu, foi ele que deu início em suas obras.
Cicillo Matarazzo era apaixonado pela cidade de Ubatuba, veio aqui encontrar o sossego que só os ares e belezas da cidade poderia lhe proporcionar. Em um trecho de uma carta enviada ao então vereador e a quem considerava grande amigo Washington de Oliveira, o "Seu Filhinho", escrita no dia 09 de junho de 1964, Francisco Matarazzo Sobrinho dizia: “ ...Como o amigo sabe, aceitei o cargo de Prefeito Municipal apenas por amor a Ubatuba, terra onde pretendo, se Deus quiser, ver passar a minha velhice...”. Tanto que, quando estava em Ubatuba, sua residência era no Morro da Prainha, hoje chamada de praia do Matarazzo por este motivo.
Como em toda história da política, seja ela de nível nacional, até municipal, não poderia ser diferente em Ubatuba, e isso a longa história política da cidade muitas vezes se repetiu e continua se repetindo. Sendo assim, Matarazzo teve suas crises políticas passando por dois processos administrativos e conflitos dentro da Câmara Municipal, tendo assim alguns desafetos e desentendimentos de compatibilidade de idéias. Aqui, mostramos mais um trecho de sua carta citada acima, num desabafo ao amigo Filhinho: “...não obstante algumas divergências com a Câmara Municipal, divergências das quais penso que a responsabilidade cabe mais a mim do que à Câmara. Espero, daqui por diante, conhecendo melhor o pensamento dos senhores vereadores, fazer com que eles também compreendam melhor os meus objetivos, para que as divergências desapareçam e surja um esforço conjunto que venha a beneficiar ainda mais o povo ubatubense.”.
Mas, Francisco Matarazzo Sobrinho saiu-se dos dois processo de cassação (Impeachment) sem nada dever, mantendo-o à frente da Prefeitura. Em 1967, atendendo ao seu pedido de afastamento do executivo por dois meses alegando desgaste político, não deixando de buscar recursos a Ubatuba enquanto estava fora, o Presidente da Câmara, Fiovo Fredianni, assegurou com grande êxito durante os dois meses do afastamento de Matarazzo. Voltando à frente do comando no executivo, e terminando por vez os desentendimentos com o Legislativo, Cicillo Matarazo volta com novo fôlego, trazendo mais progresso a cidade de Ubatuba. Em mais um trecho de sua carta, fica bem claro o interesse que Matarazzo tinha e ver Ubatuba progredir principalmente como um grande potencial turístico que é: “...de organizar e manter dinâmico um plano diretor que oriente e discipline o crescimento harmônico da cidade; de criar condições para o aproveitamento racional e saudável das nossas belíssimas praias, fazendo de Ubatuba o centro turístico que o Estado de São Paulo ainda não possui...”. Foram mais estradas municipais abertas, trazendo mais força ainda ao investimento para o desenvolvimento do turismo.
Ao término de seu mandato, cumprindo o desafio de governar Ubatuba, volta a São Paulo, cidade onde se fez crescer como grande administrador de várias empresas e também, ajudou a dar novos ares, principalmente a artes, fundando o Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1946 e a Bienal de São Paulo, que a presidiu até a sua morte em 1977.
(Fontes: Jornal de Bolso - Ano 2 - nº 12 - Junho de 1998 - Comunicação Versátil - http://www.ubaweb.com/ubatuba/personagens/index.php)
MATÉRIA EXTRAIDA DO LIVRO
Ubatuba, espaço, memoria e cultura"
Editado em 2005
Por Juan Drouguett e Jorge Otavio Fonseca
Entre os anos de 1964 a 1969, um nome em destaque no cenário brasileiro, principalmente no cenário paulista, que nunca havia participado da vida política, viria a ser um personagem importante na história de Ubatuba. Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido nacionalmente como Cicillo Matarazzo, empresário das Indústrias Matarazzo. O homem escolhido pelas forças políticas da época elegeu-se pelo Partido Social Progressista (PSP), em uma tentativa de tirar a esquecida Ubatuba da estagnação que se encontrava.
Seu período de governo ficou conhecido como “40 anos em 4 anos”, pois fez muito pela cidade e para que ela também se tornasse ainda mais conhecida no Brasil e até no exterior. Por ser um homem muito viajado já sabia do potencial da futura economia mundial, o Turismo. Sendo assim, tratou logo de colocar Ubatuba no caminho do desenvolvimento deste potencial, sabendo ele que a cidade com suas belezas naturais e seus atrativos turísticos seria logo alavancada ao sucesso e novamente, ao progresso.
Sua colaboração para isso seria dando as condições necessárias a este desenvolvimento, descentralizando as decisões. Conseguiu o primeiro asfalto da estrada que liga Ubatuba a São Luiz do Paraitinga; abriu a estrada Rio Escuro ao Monte Valério; ampliou o aeroporto Gastão Madeira; fez a primeira rede de esgoto no centro da cidade; construiu o belo coreto da Praça da Matriz; tratou logo de dar fim aos borrachudos trazendo os carros de fumacê para combatê-los. Ainda, pensando na população ubatubense, modernizou a burocracia para melhor atendê-los, ganhando a Prefeitura uma nova estrutura, sendo a primeira sede própria (hoje, atual Biblioteca Municipal); o código tributário e de obras foram implantados; também regularizou a lei do funcionalismo público; deu incentivos à educação municipal; e hoje o conhecido estádio municipal que leva o seu nome, no Perequê Açu, foi ele que deu início em suas obras.
Cicillo Matarazzo era apaixonado pela cidade de Ubatuba, veio aqui encontrar o sossego que só os ares e belezas da cidade poderia lhe proporcionar. Em um trecho de uma carta enviada ao então vereador e a quem considerava grande amigo Washington de Oliveira, o "Seu Filhinho", escrita no dia 09 de junho de 1964, Francisco Matarazzo Sobrinho dizia: “ ...Como o amigo sabe, aceitei o cargo de Prefeito Municipal apenas por amor a Ubatuba, terra onde pretendo, se Deus quiser, ver passar a minha velhice...”. Tanto que, quando estava em Ubatuba, sua residência era no Morro da Prainha, hoje chamada de praia do Matarazzo por este motivo.
Como em toda história da política, seja ela de nível nacional, até municipal, não poderia ser diferente em Ubatuba, e isso a longa história política da cidade muitas vezes se repetiu e continua se repetindo. Sendo assim, Matarazzo teve suas crises políticas passando por dois processos administrativos e conflitos dentro da Câmara Municipal, tendo assim alguns desafetos e desentendimentos de compatibilidade de idéias. Aqui, mostramos mais um trecho de sua carta citada acima, num desabafo ao amigo Filhinho: “...não obstante algumas divergências com a Câmara Municipal, divergências das quais penso que a responsabilidade cabe mais a mim do que à Câmara. Espero, daqui por diante, conhecendo melhor o pensamento dos senhores vereadores, fazer com que eles também compreendam melhor os meus objetivos, para que as divergências desapareçam e surja um esforço conjunto que venha a beneficiar ainda mais o povo ubatubense.”.
Mas, Francisco Matarazzo Sobrinho saiu-se dos dois processo de cassação (Impeachment) sem nada dever, mantendo-o à frente da Prefeitura. Em 1967, atendendo ao seu pedido de afastamento do executivo por dois meses alegando desgaste político, não deixando de buscar recursos a Ubatuba enquanto estava fora, o Presidente da Câmara, Fiovo Fredianni, assegurou com grande êxito durante os dois meses do afastamento de Matarazzo. Voltando à frente do comando no executivo, e terminando por vez os desentendimentos com o Legislativo, Cicillo Matarazo volta com novo fôlego, trazendo mais progresso a cidade de Ubatuba. Em mais um trecho de sua carta, fica bem claro o interesse que Matarazzo tinha e ver Ubatuba progredir principalmente como um grande potencial turístico que é: “...de organizar e manter dinâmico um plano diretor que oriente e discipline o crescimento harmônico da cidade; de criar condições para o aproveitamento racional e saudável das nossas belíssimas praias, fazendo de Ubatuba o centro turístico que o Estado de São Paulo ainda não possui...”. Foram mais estradas municipais abertas, trazendo mais força ainda ao investimento para o desenvolvimento do turismo.
Ao término de seu mandato, cumprindo o desafio de governar Ubatuba, volta a São Paulo, cidade onde se fez crescer como grande administrador de várias empresas e também, ajudou a dar novos ares, principalmente a artes, fundando o Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1946 e a Bienal de São Paulo, que a presidiu até a sua morte em 1977.
(Fontes: Jornal de Bolso - Ano 2 - nº 12 - Junho de 1998 - Comunicação Versátil - http://www.ubaweb.com/ubatuba/personagens/index.php)
MATÉRIA EXTRAIDA DO LIVRO
Ubatuba, espaço, memoria e cultura"
Editado em 2005
Por Juan Drouguett e Jorge Otavio Fonseca
VAMOS CONHECER UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DO AEROPORTO " GASTÃO MADEIRA " DE UBATUBA
De acordo com informações do Jornal “Opinião”, uma recente modernização e ampliação do aeroporto Gastão Madeira foi iniciada no ano de 2004 e já foram muitas modificações realizadas. A pistas que tinha 940 metros, passará a ser de 1200 metros reforçando a sua pavimentação da pista e a do pátio, com sinalização na horizontal e na vertical em toda sua extensão. Com isso, dará condições ideais para receber um número maior de passageiros e a tripulação e ainda para estes, um novo terminal para a sua recepção no embarque e desembarque dos mesmos. Um eliporto iluminado e com farol rotativo também faz parte das novas instalações. Uma construção da seção contra incêndio foi um dos importantes melhoramentos que é na verdade um pré-requisito na operação nas empresas de fretamento e ou com linhas regulares de vôos. Hoje em dia já são mais de cinco mil operações durante o ano, entre poucos e decolagens, e isso poderá aumentar de acordo com as modernizações realizadas neste aeroporto.
Atualmente, o aeroporto “Gastão Madeira”, é uma alternativa para o turismo local e a sua modernização na recepção de passageiros foi um salto pensando nesta alternativa. De acordo com informações do o Jornal Opinião, Maio/2005, páginas 3 e 8, além da recepção no turismo, outros serviços se encontram neste local, como a Escola de Pilotagem, a BS Panorâmica, a Localiza, um Banco 24 horas, a Visual Propaganda Aérea e a Associação Brasileira de Ultra-Leve – ABUL. Além dos vôos para o visitante apreciar de cima a maravilhosa paisagem da cidade através de pequenos monomotores e helicópteros, outros eventos costumam serem realizadas anualmente. A exemplo disso, ainda de acordo com o Opinião, são os saltos de pára-quedistas num evento que proporcionam aos mais corajosos, a experimentar a emoção de saltos duplos. É um verdadeiro show em céu aberto com o seu azul colorindo-o dando mais vida aos dias ensolarados, como foi neste ano de 2003 no feriado de Corpus Christi, de 26 a 29 de Maio. O Centro de Pára-quedismo Azul do Vento, juntamente com a Cia. Radical Sports – Adventures e a Secretaria de Turismo da cidade, numa confraternização entre muitos pará-quedistas, proporcionaram este grande evento pensando logo em transformar os céus de Ubatuba numa parada obrigatória para campeonatos. Assim, Ricardo Petenná, do Azul do Vento, trará para Ubatuba este campeonato denominado de “Circuito Chevrolet Montana de Pára-quedismo”. Este é um campeonato que faz parte do circuito brasileiro, de grande importância no cenário nacional, trazendo profissionais de todo o Brasil, em várias modalidades de saltos, com data de realização em 2 e 3 de Julho.
A denominação dada ao campo de aviação de nome “Gastão Madeira” foi uma homenagem prestada a um filho da terra, nascido aos 20 de Junho de 1869, filho de Joaquim José Lázaro Madeira e Maria Angélica de Galhardo Madeira. Gastão Galhardo Madeira, saiu de Ubatuba aos dois anos de idade, morando em algumas cidades da região como em São Luiz do Paraitinga, mudando-se depois par Guaratinguetá, Caçapava, fixando finalmente residência na capital de São Paulo aos 12 anos de idade. Lá, estudou, demonstrando interesse pelo vôo das aves, observando-as por muitas e muitas horas a fim de entender e aprender suas leis e assim poder usá-las num possível vôo humano.
Passou a infância em São Luiz do Paraitinga, Guaratinguetá, Caçapava e São Paulo. Aos doze anos de idade já se dedicava às pesquisas científicas sobre as quais há referências no jornal “Província de São Paulo”.
Em 1892 publica no “Correio Paulistano”, um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos concluindo as suas investigações sobre “o princípio do vôo dos pássaros”.
Foi reconhecido como o pioneiro da aviação mundial e em 1927 o seu nome figura ao lado de Bartolomeu de Gusmão e de Santos Dumont.
Embora tantas vezes injustiçado, Gastão Madeira deixou registrado nos anais da história, uma obra que fala por si.
Voltando ao contexto sobre a nova tendência econômica, o desenvolvimento definitivo do turismo em Ubatuba, havia a necessidade de melhoramentos nos meios de acesso. As estradas sempre foram os acesos mais comuns e mais utilizados pelos visitantes e turistas. Hoje, o fenômeno do turismo explora de todos os recursos possíveis para oferecer ao turista, condições excelentes de transportes, com segurança e garantias. Sem dúvida nenhuma, a via aérea proporcionou ao mundo a facilidade, deixando tudo mais perto e de fácil acesso. Ubatuba, atualmente, garante aos visitantes a facilidade destes acessos, sejam eles terrestres pelas rodovias, sejam as marítimas, sejam as aéreas. Mas, ainda assim, o que trás o maior fluxo de movimento à cidade são as rodovias. Quando na abertura e inauguração da Rodovia Oswaldo Cruz, Ubatuba a Taubaté, nos anos 30, iniciava ali, naquela década, o início de um desenvolvimento econômico que viria décadas depois a fortalecer e se firmar de vez como a principal forma da cidade desenvolver seu potencial natural para a exploração do turismo.
FONTE : Livro " Ubatuba, espaço, memoria e cultura' - ed. 2005 - Por Juan Drouguett e Jorge Otavio Fonseca
Atualmente, o aeroporto “Gastão Madeira”, é uma alternativa para o turismo local e a sua modernização na recepção de passageiros foi um salto pensando nesta alternativa. De acordo com informações do o Jornal Opinião, Maio/2005, páginas 3 e 8, além da recepção no turismo, outros serviços se encontram neste local, como a Escola de Pilotagem, a BS Panorâmica, a Localiza, um Banco 24 horas, a Visual Propaganda Aérea e a Associação Brasileira de Ultra-Leve – ABUL. Além dos vôos para o visitante apreciar de cima a maravilhosa paisagem da cidade através de pequenos monomotores e helicópteros, outros eventos costumam serem realizadas anualmente. A exemplo disso, ainda de acordo com o Opinião, são os saltos de pára-quedistas num evento que proporcionam aos mais corajosos, a experimentar a emoção de saltos duplos. É um verdadeiro show em céu aberto com o seu azul colorindo-o dando mais vida aos dias ensolarados, como foi neste ano de 2003 no feriado de Corpus Christi, de 26 a 29 de Maio. O Centro de Pára-quedismo Azul do Vento, juntamente com a Cia. Radical Sports – Adventures e a Secretaria de Turismo da cidade, numa confraternização entre muitos pará-quedistas, proporcionaram este grande evento pensando logo em transformar os céus de Ubatuba numa parada obrigatória para campeonatos. Assim, Ricardo Petenná, do Azul do Vento, trará para Ubatuba este campeonato denominado de “Circuito Chevrolet Montana de Pára-quedismo”. Este é um campeonato que faz parte do circuito brasileiro, de grande importância no cenário nacional, trazendo profissionais de todo o Brasil, em várias modalidades de saltos, com data de realização em 2 e 3 de Julho.
A denominação dada ao campo de aviação de nome “Gastão Madeira” foi uma homenagem prestada a um filho da terra, nascido aos 20 de Junho de 1869, filho de Joaquim José Lázaro Madeira e Maria Angélica de Galhardo Madeira. Gastão Galhardo Madeira, saiu de Ubatuba aos dois anos de idade, morando em algumas cidades da região como em São Luiz do Paraitinga, mudando-se depois par Guaratinguetá, Caçapava, fixando finalmente residência na capital de São Paulo aos 12 anos de idade. Lá, estudou, demonstrando interesse pelo vôo das aves, observando-as por muitas e muitas horas a fim de entender e aprender suas leis e assim poder usá-las num possível vôo humano.
Passou a infância em São Luiz do Paraitinga, Guaratinguetá, Caçapava e São Paulo. Aos doze anos de idade já se dedicava às pesquisas científicas sobre as quais há referências no jornal “Província de São Paulo”.
Em 1892 publica no “Correio Paulistano”, um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos concluindo as suas investigações sobre “o princípio do vôo dos pássaros”.
Foi reconhecido como o pioneiro da aviação mundial e em 1927 o seu nome figura ao lado de Bartolomeu de Gusmão e de Santos Dumont.
Embora tantas vezes injustiçado, Gastão Madeira deixou registrado nos anais da história, uma obra que fala por si.
Voltando ao contexto sobre a nova tendência econômica, o desenvolvimento definitivo do turismo em Ubatuba, havia a necessidade de melhoramentos nos meios de acesso. As estradas sempre foram os acesos mais comuns e mais utilizados pelos visitantes e turistas. Hoje, o fenômeno do turismo explora de todos os recursos possíveis para oferecer ao turista, condições excelentes de transportes, com segurança e garantias. Sem dúvida nenhuma, a via aérea proporcionou ao mundo a facilidade, deixando tudo mais perto e de fácil acesso. Ubatuba, atualmente, garante aos visitantes a facilidade destes acessos, sejam eles terrestres pelas rodovias, sejam as marítimas, sejam as aéreas. Mas, ainda assim, o que trás o maior fluxo de movimento à cidade são as rodovias. Quando na abertura e inauguração da Rodovia Oswaldo Cruz, Ubatuba a Taubaté, nos anos 30, iniciava ali, naquela década, o início de um desenvolvimento econômico que viria décadas depois a fortalecer e se firmar de vez como a principal forma da cidade desenvolver seu potencial natural para a exploração do turismo.
FONTE : Livro " Ubatuba, espaço, memoria e cultura' - ed. 2005 - Por Juan Drouguett e Jorge Otavio Fonseca
ALGUMAS PERSONALIDADES DE UBATUBA...
HOMAZ GALHARDO
Comendador Thomaz Paulo do Bom Sucesso Galhardo, da Ordem de Ubatuba no dia 29/12/1855. Destacou-se sobretudo como educador; autor de vários livros didáticos, uma de suas obras, “Monografia da letra A”, foi logo citada por Rui Barbosa em sua crítica à redação do Código Civil.
Elaborou o regulamento do Ginásio do Estado e da Escola Politécnica, recebendo os maiores elogios da Secretaria da Educação. Tio de Gastão Madeira, Thomaz galhardo foi um homem de vanguarda.
Faleceu em 30/6/1904, aos 49 anos de idade.
CEL.ERNESTO DE OLIVEIRA
Ernesto Gomes de Oliveira era um homem de origem humilde, filho de modesto carpinteiro, reconhecidamente inteligente e esforçado. Autodidata, alcançou apreciável cultura para melhorar situar-se no meio acanhada e pobre em que vivia, na decadente Ubatuba. Dedicando-se a várias atividades, ainda jovem, quase criança, foi trabalhar no cartório do único tabelião da comarca. Anos mais tarde prestou concurso perante o Tribunal de Justiça do Estado e habilitou-se ao exercício.
Era casado com Maria Hilário do Prado, era irmão do Deolindo de Oliveira Santos e pai do Washington de Oliveira.
SALVADOR CORREIA
Salvador Correia de Sá e Benevides nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1594. Sobrinho-bisneto de Mem de Sá, filho de Martim de Sá e neto de Salvador Correia de Sá.
Foi vulto de grande projeção na história do Brasil colonial.
Entrou para o serviço militar em I612 (aos 18 anos), distinguindo-se brilhantemente nas armas. Em 1624, com 200 homens (em 2 naus e 4 canoas) foi enviado por seu pai à Bahia a fim de expulsar os holandeses.
Foi mediador entre os índios e os colonizadores paulistas, encerrando grave conflito existente na Capitania de São Vicente.
Deteve o Governo do Rio de Janeiro por três vezes (no séc. XVIII); ordenou a Jordão Homem da Costa a fundação de Ubatuba em 1637.
CEL.DOMICIANO
Coronel Luis Domiciano da Conceição nasceu em Ubatuba, por volta de 1880. Desde de criança revelou-se generoso e trabalhador, destacando-se entre os seus companheiros de infância.
Farmacêutico e professor, dedicou-se ao magistério público (foi um dos diretores do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva). Chefe político, trabalhou sem poupar esforços e sacrifícios em prol de Ubatuba.
Já aposentado, doente submetera-se uma delicada cirurgia em 19l6, manteve sua modesta farmácia quase que exclusivamente destinada aos pobres. Merecidamente homenageado por sua cidade.
JORDÃO HOMEM DA COSTA
Foi um dos colonizadores desta parte do litoral. Descendente de nobre estirpe portuguesa natural da Ilha Terceira. Chegou ao Brasil no início do século XVII, quando Governador Salvador Correia de Sá e Benevides, a mando deste, transportou-se com sua família para estes sítios.
Foi o fundador de Ubatuba em 28 de outubro de 1637.
D. JOÃO III
Com a morte de D. Manuel em I521, (rei de Portugal), o infante D. João, seu filho, torna-se rei com o nome D.João III. Em 1525 casa-se com a infanta espanhola Dona Catarina, irmã do imperador Carlos V.
Foi ele que instituiu as capitanias, fundou o primeiro Governo Geral e elaborou 41 artigos, que seria “a primeira Constituição Brasileira”.
D. João morre aos 55 anos, deixando o trono de Portugal nas mãos de seu neto D. Sebastião, uma criança de dois anos e que só assumiria o poder em l568 (aos 14 anos).
GASTÃO MADEIRA
Dr. Gastão Galhardo Madeira, cientista, inventor, pioneiro e precursor da aeronavegação nasceu em Ubatuba em 20/06/1869, filho de Maria Angélica de Galhardo Madeira (irmã de Thomaz Galhardo) e Dr. Joaquim Lázaro Madeira.
Passou a infância em São Luiz do Paraitinga, Guaratinguetá, Caçapava e São Paulo. Aos doze anos de idade já se dedicava às pesquisas científicas sobre as quais há referências no jornal “Província de São Paulo”.
Em 1892 publica no “Correio Paulistano”, um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos concluindo as suas investigações sobre “o princípio do vôo dos pássaros”.
Foi reconhecido como o pioneiro da aviação mundial e em 1927 o seu nome figura ao lado de Bartolomeu de Gusmão e de Santos Dumont.
Embora tantas vezes injustiçado, Gastão Madeira deixou registrado nos anais da história, uma obra que fala por si.
FÉLIX GUISARD FILHO
Nasceu em Raiz da Serra (RJ),filho de Jeanne Rosan Guisard, francesa, que chegou ao Brasil aos três anos de idade, e de Félix Guisard,industrial, o maior acionista e presidente da Companhia Taubaté-Industrial, prefeito e grande benemérito da cidade. Desde jovem Félix Guisard Filho dedicou-se a Taubaté, sua terra adotiva, dando-lhe força de trabalho, inteligência e cultura.
Era formado em medicina, onde defendeu brilhante tese; ingressou no Corpo Médico do Hospital Santa Izabel e foi diretor e provedor em sucessão ao seu pai, Dr. Félix Guisard.
Foi também fazendeiro, industrial e jornalista onde publicou o valioso estudo biográfico”Dom José da Silva”.
Deixou numerosa descendência (que se multiplica) e um exemplo de vida laboriosa, dignificante, criativa e íntegra.
BALTASAR FORTES
Veio de Portugal, pobre, analfabeto e humilde. Em Ubatuba tornou-se proprietário de tropas, comissário de café e de sal e armador de navios. Por seu intermédio era canalizado todo comércio de entrada e saída do Sul de Minas Gerais e do norte de São Paulo. Baltasar Fortes foi antes de tudo e de todos, um autêntico pioneiro. Chefe de respeitável e honrada família, construiu a sua residência, o conhecido “Sobradão do Porto” (Fundart) em 1846.
DONA MARIA ALVES
D. Maria Alves era senhora de terras aqui, das quais doou uma légua em quadra a Jordão H.da Costa, para que esse fundasse a Vila de Ubatuba, o que foi feito no mesmo local onde outrora existiu a lendária aldeia de Iperoig.
CONDESSA DE VIMIEIRO
Condessa de Vimieiro era uma das donatárias da Capitania de São Vicente que doou vasta extensão de terras à Dona Maria Alves, que compõem hoje o território do Município de Ubatuba.
LEOVIGILDO DIAS VIEIRA
Leovigildo Dias Vieira era donatário de terras no bairro do Itaguá. Conhecido como Seo Vivi, possuía muitos empregados que trabalhavam em seu alambique que era localizado perto do Rio Acaraú.
FONTE : Livro " Ubatuba , espaço, memória e cultura " - Ed. 2005 , por Jorge Otavio Fnseca e Juan Drouguet
Comendador Thomaz Paulo do Bom Sucesso Galhardo, da Ordem de Ubatuba no dia 29/12/1855. Destacou-se sobretudo como educador; autor de vários livros didáticos, uma de suas obras, “Monografia da letra A”, foi logo citada por Rui Barbosa em sua crítica à redação do Código Civil.
Elaborou o regulamento do Ginásio do Estado e da Escola Politécnica, recebendo os maiores elogios da Secretaria da Educação. Tio de Gastão Madeira, Thomaz galhardo foi um homem de vanguarda.
Faleceu em 30/6/1904, aos 49 anos de idade.
CEL.ERNESTO DE OLIVEIRA
Ernesto Gomes de Oliveira era um homem de origem humilde, filho de modesto carpinteiro, reconhecidamente inteligente e esforçado. Autodidata, alcançou apreciável cultura para melhorar situar-se no meio acanhada e pobre em que vivia, na decadente Ubatuba. Dedicando-se a várias atividades, ainda jovem, quase criança, foi trabalhar no cartório do único tabelião da comarca. Anos mais tarde prestou concurso perante o Tribunal de Justiça do Estado e habilitou-se ao exercício.
Era casado com Maria Hilário do Prado, era irmão do Deolindo de Oliveira Santos e pai do Washington de Oliveira.
SALVADOR CORREIA
Salvador Correia de Sá e Benevides nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1594. Sobrinho-bisneto de Mem de Sá, filho de Martim de Sá e neto de Salvador Correia de Sá.
Foi vulto de grande projeção na história do Brasil colonial.
Entrou para o serviço militar em I612 (aos 18 anos), distinguindo-se brilhantemente nas armas. Em 1624, com 200 homens (em 2 naus e 4 canoas) foi enviado por seu pai à Bahia a fim de expulsar os holandeses.
Foi mediador entre os índios e os colonizadores paulistas, encerrando grave conflito existente na Capitania de São Vicente.
Deteve o Governo do Rio de Janeiro por três vezes (no séc. XVIII); ordenou a Jordão Homem da Costa a fundação de Ubatuba em 1637.
CEL.DOMICIANO
Coronel Luis Domiciano da Conceição nasceu em Ubatuba, por volta de 1880. Desde de criança revelou-se generoso e trabalhador, destacando-se entre os seus companheiros de infância.
Farmacêutico e professor, dedicou-se ao magistério público (foi um dos diretores do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva). Chefe político, trabalhou sem poupar esforços e sacrifícios em prol de Ubatuba.
Já aposentado, doente submetera-se uma delicada cirurgia em 19l6, manteve sua modesta farmácia quase que exclusivamente destinada aos pobres. Merecidamente homenageado por sua cidade.
JORDÃO HOMEM DA COSTA
Foi um dos colonizadores desta parte do litoral. Descendente de nobre estirpe portuguesa natural da Ilha Terceira. Chegou ao Brasil no início do século XVII, quando Governador Salvador Correia de Sá e Benevides, a mando deste, transportou-se com sua família para estes sítios.
Foi o fundador de Ubatuba em 28 de outubro de 1637.
D. JOÃO III
Com a morte de D. Manuel em I521, (rei de Portugal), o infante D. João, seu filho, torna-se rei com o nome D.João III. Em 1525 casa-se com a infanta espanhola Dona Catarina, irmã do imperador Carlos V.
Foi ele que instituiu as capitanias, fundou o primeiro Governo Geral e elaborou 41 artigos, que seria “a primeira Constituição Brasileira”.
D. João morre aos 55 anos, deixando o trono de Portugal nas mãos de seu neto D. Sebastião, uma criança de dois anos e que só assumiria o poder em l568 (aos 14 anos).
GASTÃO MADEIRA
Dr. Gastão Galhardo Madeira, cientista, inventor, pioneiro e precursor da aeronavegação nasceu em Ubatuba em 20/06/1869, filho de Maria Angélica de Galhardo Madeira (irmã de Thomaz Galhardo) e Dr. Joaquim Lázaro Madeira.
Passou a infância em São Luiz do Paraitinga, Guaratinguetá, Caçapava e São Paulo. Aos doze anos de idade já se dedicava às pesquisas científicas sobre as quais há referências no jornal “Província de São Paulo”.
Em 1892 publica no “Correio Paulistano”, um estudo completo e fartamente ilustrado de seus trabalhos concluindo as suas investigações sobre “o princípio do vôo dos pássaros”.
Foi reconhecido como o pioneiro da aviação mundial e em 1927 o seu nome figura ao lado de Bartolomeu de Gusmão e de Santos Dumont.
Embora tantas vezes injustiçado, Gastão Madeira deixou registrado nos anais da história, uma obra que fala por si.
FÉLIX GUISARD FILHO
Nasceu em Raiz da Serra (RJ),filho de Jeanne Rosan Guisard, francesa, que chegou ao Brasil aos três anos de idade, e de Félix Guisard,industrial, o maior acionista e presidente da Companhia Taubaté-Industrial, prefeito e grande benemérito da cidade. Desde jovem Félix Guisard Filho dedicou-se a Taubaté, sua terra adotiva, dando-lhe força de trabalho, inteligência e cultura.
Era formado em medicina, onde defendeu brilhante tese; ingressou no Corpo Médico do Hospital Santa Izabel e foi diretor e provedor em sucessão ao seu pai, Dr. Félix Guisard.
Foi também fazendeiro, industrial e jornalista onde publicou o valioso estudo biográfico”Dom José da Silva”.
Deixou numerosa descendência (que se multiplica) e um exemplo de vida laboriosa, dignificante, criativa e íntegra.
BALTASAR FORTES
Veio de Portugal, pobre, analfabeto e humilde. Em Ubatuba tornou-se proprietário de tropas, comissário de café e de sal e armador de navios. Por seu intermédio era canalizado todo comércio de entrada e saída do Sul de Minas Gerais e do norte de São Paulo. Baltasar Fortes foi antes de tudo e de todos, um autêntico pioneiro. Chefe de respeitável e honrada família, construiu a sua residência, o conhecido “Sobradão do Porto” (Fundart) em 1846.
DONA MARIA ALVES
D. Maria Alves era senhora de terras aqui, das quais doou uma légua em quadra a Jordão H.da Costa, para que esse fundasse a Vila de Ubatuba, o que foi feito no mesmo local onde outrora existiu a lendária aldeia de Iperoig.
CONDESSA DE VIMIEIRO
Condessa de Vimieiro era uma das donatárias da Capitania de São Vicente que doou vasta extensão de terras à Dona Maria Alves, que compõem hoje o território do Município de Ubatuba.
LEOVIGILDO DIAS VIEIRA
Leovigildo Dias Vieira era donatário de terras no bairro do Itaguá. Conhecido como Seo Vivi, possuía muitos empregados que trabalhavam em seu alambique que era localizado perto do Rio Acaraú.
FONTE : Livro " Ubatuba , espaço, memória e cultura " - Ed. 2005 , por Jorge Otavio Fnseca e Juan Drouguet
GRANITO VERDE UBATUBA
As jazidas do Granito Verde Ubatuba, localizam-se no município de Ubatuba (folhas topográfica Ubatuba e Picinguada, escala 1:50.000). Os matacões, que alcançam em média 300 a 400 metros cúbicos de volume, ocorrem enterrados e semi-enterrados. São blocos de forma predominantemente tabular de arestas arredondadas e que apresentam superfície rugosa e muito ondulada. A rocha é equigranular, grosseira, de cor verde-escura, tanto quando in natura, como quando polida. Em algumas porções da rocha são observadas concentrações de minerais amarelos, formando mosaicos.
http://acd.ufrj.br/multimin/mmro/granitos/verdeubatuba.html
A descoberta do granito Verde-Ubatuba
Em meados de 61/62, vir para Ubatuba era uma questão de status. As praias mais bem freqüentadas eram as do Perequê-Açu e Iperoig ou Cruzeiro. Com a expansão da cidade e o crescimento da população, algumas fazendas começaram a virar loteamentos, como foi o caso da Praia das Toninhas, que era de dois proprietários: uma parte pertencia a Luiz Silva e a outra metade, a Mário Manzetti, contratou a empresa de terraplanagem “Terra Cera”, pertencente ao paulista José Vicente Cera para fazer a abertura da estrada e lotear o local. Com a necessidade de aterrar algumas partes das terras com cascalho, Vicente viu-se na obrigação de comunicar o contratante. Este, por sua vez, revelou que suas terras iriam até o final do morro, onde grande parte da estrutura era puramente rochosa. Assim foi aberta uma estrada íngreme até o local, onde apenas tratores eram capazes de chegar. Lá, foi encontrado um granito, do qual José Vicente enviou um pedaço ao IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) para estudos para verificar se realmente o material era apropriado para ser utilizado como cascalho. Para surpresa de todos, o IPT retornou dizendo que não haveria nenhum problema em utilizá-lo como cascalho, porém isso seria um desperdício, pois tratava-se do granito verde, antes encontrado somente na África.
Assim esta foi a primeira pedreira do granito, que ,com o passar dos tempos, foi expandindo-se por toda Ubatuba. Já em meados de 72, esta descoberta foi de extrema importância pois o granito tornou-se economicamente um dos grandes poderes do município, que entrou no comércio internacional, realizando importação e exportação, através do Porto de Santos, pois o produto era encontrado apenas em Ubatuba e na África.
Alguns anos depois, por uma casualidade do destino, caiu uma peça deste granito cortado de um caminhão, atrapalhando o translado de automóveis e de pessoas. A pedra foi retirada pela da Maçonaria, que nela registrou seu símbolo e tornou-a monumento, colocado bem no centro da rotatória que interliga o aeroporto à av. Iperoig. Retirado recentemente do local para reurbanização, ficou sem destino definido.
http://www2.uol.com.br/jornalasemana/edicao178/sub4.htm
Matéria extraida do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura ", de Juan Druguett e Jorge Otavio Fonseca -Ed. em 2005
http://acd.ufrj.br/multimin/mmro/granitos/verdeubatuba.html
A descoberta do granito Verde-Ubatuba
Em meados de 61/62, vir para Ubatuba era uma questão de status. As praias mais bem freqüentadas eram as do Perequê-Açu e Iperoig ou Cruzeiro. Com a expansão da cidade e o crescimento da população, algumas fazendas começaram a virar loteamentos, como foi o caso da Praia das Toninhas, que era de dois proprietários: uma parte pertencia a Luiz Silva e a outra metade, a Mário Manzetti, contratou a empresa de terraplanagem “Terra Cera”, pertencente ao paulista José Vicente Cera para fazer a abertura da estrada e lotear o local. Com a necessidade de aterrar algumas partes das terras com cascalho, Vicente viu-se na obrigação de comunicar o contratante. Este, por sua vez, revelou que suas terras iriam até o final do morro, onde grande parte da estrutura era puramente rochosa. Assim foi aberta uma estrada íngreme até o local, onde apenas tratores eram capazes de chegar. Lá, foi encontrado um granito, do qual José Vicente enviou um pedaço ao IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) para estudos para verificar se realmente o material era apropriado para ser utilizado como cascalho. Para surpresa de todos, o IPT retornou dizendo que não haveria nenhum problema em utilizá-lo como cascalho, porém isso seria um desperdício, pois tratava-se do granito verde, antes encontrado somente na África.
Assim esta foi a primeira pedreira do granito, que ,com o passar dos tempos, foi expandindo-se por toda Ubatuba. Já em meados de 72, esta descoberta foi de extrema importância pois o granito tornou-se economicamente um dos grandes poderes do município, que entrou no comércio internacional, realizando importação e exportação, através do Porto de Santos, pois o produto era encontrado apenas em Ubatuba e na África.
Alguns anos depois, por uma casualidade do destino, caiu uma peça deste granito cortado de um caminhão, atrapalhando o translado de automóveis e de pessoas. A pedra foi retirada pela da Maçonaria, que nela registrou seu símbolo e tornou-a monumento, colocado bem no centro da rotatória que interliga o aeroporto à av. Iperoig. Retirado recentemente do local para reurbanização, ficou sem destino definido.
http://www2.uol.com.br/jornalasemana/edicao178/sub4.htm
Matéria extraida do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura ", de Juan Druguett e Jorge Otavio Fonseca -Ed. em 2005
segunda-feira, 19 de abril de 2010
HISTORIA DA RODOVIA UBATUBA - TAUBATÉ
Nas décadas finais do século passado, Ubatuba era frequentada por navios de longo curso. Em seu ancoradouro, uma floresta de mastros: bergantins, fragatas e brigues. Eles traziam mercadorias do velho mundo e levavam o café o o açúcar. O transporte até o plantalto se fazia por estradas revestidas de lajes (pavimentação feita por índios e escravos).
A época do término da ligação ferroviária entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Brasil possuia apenas dois portos aparelhados para a exportação de seus produtos e ao Porto de Santos convergia quase toda produção do Vale do Paraíba, ligado na época pela nova ferrovia “São Paulo Railway”. Esvaziou-se, assim a função do porto de Ubatuba.
Há de se imaginar que tão rica e próspera região do Vale do Paraíba, ansiava por ter sua própria ligação ferroviária com o litoral, encurtando distâncias, diminuindo preços e fretes, facilitando toda a intrincada rede de distribuição da podrução agrícola.
A chamada “Estrada de Ferro Norte de São Paulo” começou a ser construída em 28 de setembro de 1890 em Ubatuba. A Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba parece que iria se tornar uma indiscutivel realidade. O apogeu da projetada estrada ocorre em 1892. No projeto incluia-se um ramal para os municípios de Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga e possível prolongamento para Minas Gerais. O prazo para a construção das obras terminaria em 31 de dezembro de 1893 mas, através do Decreto n° 1.510, de 10 de agosto do mesmo ano, prorroga-se este prazo até 31 de dezembro de 1895.
Com a anterior prorrogação do prazo para o início dos trabalhos de contrução para 31 de dezembro de 1891, automaticamente deveria ter-se dado a prorrogação da data de conclusão para dai a mais dois anos (31 de dezembro de 1895), sendo dispensavel o Decreto n° 1.510.
Corria o ano de 1893 e a Companhia enfrentava sérias dificuldades econômicas. Por falta de pagamento, em junho e julho de 1893, dissolveu-se o pessoal técnico da empreiteira responsável pelas obras. Até o fnal do ano de 1893 (prazo anteriormente fixado pelo Governo para o término da contrução das obras), ainda continuavam trabalhando alguns sub-empreiteiros, quando recebem ordens para suspender os trabalhos. A partir daquela data, nunca mais as obras teriam prosseguimento.
A ferrovia em contrução Taubaté-Ubatuba era uma iniciativa totalmente privada. Pertencia aos empresários Francisco Ribeiro de Moura Escobar e Vitorino Marcondes Varela ambos de Taubaté. Para essa obra foi constituido o Banco Popular de Taubaté, com dinheiro dos fazendeiros e comerciantes a região e empréstimos conseguidos em bancos americanos e alemães.
O projeto era ambicioso. A ferrovia teria 152 km, passando por Natividade da Serra e descendo a Serra do Mar pela pedra do Corcovado. Seriam contruídos 42 túneis e diversos viadutos e obras de arte. Em Ubatuba haveria uma alfandega. Tanto o banco como o porto pertenciam à ferrovia. A festa de fixação da primeira estaca foi realizada em 1890, em Ubatuba. O rítimo da construção era intenso. Na época em que a obra foi paralisada, 84 km já estavam quase prontos, inclusive as pontes. Um trem que levava material para os operários já chegava às estações de Boracéia, Registro e Fortaleza, todas no município de Taubaté. O engenheiro-chefe das obras era o inglês Horace Boardman Cox.
Quando, porém, segundo uma carta de seus proprietários, “tudo ia bem” e a situação das obras era de “absoluta regularidade” e já haviam sidos gastos 5 mil contos de réis, o governo, pelo Decreto 1.721, de 8 de junho de 1894, determinou a suspenção das obras.
O trauma causado pela cassação da concessão foi grande. Desespero dos fazendeiros da região, centenas de operários desempregados e a declaração de falência do Banco Popular de Taubaté. O motivo que levou o governo a determinar o fim das obras nunca foi bem esclarecido. Os moradores, segundo jornais da época, falavam em pressão dos proprietários da São Paulo Railway, que temiam que a reativação do porto de Ubatuba prejudicasse seus negócios.
Nem os insistentes pedidos dos proprietários da ferrovia, oferecendo outras garantias financeiras, levaram o governo da época a voltar atras. Somente em 1917, o presidente Venceslau Bras assinou outro decreto reconhecendo a importância da obra e concedendo o “previlégio para construção, uso e gozo” da ferrovia.
Mas o quadro econômico da região havia mudado. O café estava quase extinto e muitos dos municípios produtores haviam se tranformado em “cidades mortas”. Em 1931 outro decreto federal considerava a concessão sem efeito.
Da velha ferrovia restam poucos sinais. Os trilhos foram arrancados e das estações só restam ruinas, como a do bairro do Registo. Em Natividade da Serra, aos arredores do Bairro Alto ficaram algumas cabeças de pontes e sulcos cravados nos morros ainda bem visíveis para quem percorre aquela região.
Outra Versão
Pequena Historia da Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba
Nas décadas finais do século passado, Ubatuba era frequentada por navios de longo curso. Em seu ancoradouro, uma floresta de mastros: bergantins, fragatas e brigues. Eles traziam mercadorias do velho mundo e levavam o café o o açúcar. O transporte até o plantalto se fazia por estradas revestidas de lajes (pavimentação feita por índios e escravos).
A época do término da ligação ferroviária entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Brasil possuia apenas dois portos aparelhados para a exportação de seus produtos e ao Porto de Santos convergia quase toda produção do Vale do Paraíba, ligado na época pela nova ferrovia “São Paulo Railway”. Esvaziou-se, assim a função do porto de Ubatuba.
Há de se imaginar que tão rica e próspera região do Vale do Paraíba, ansiava por ter sua própria ligação ferroviária com o litoral, encurtando distâncias, diminuindo preços e fretes, facilitando toda a intrincada rede de distribuição da podrução agrícola.
A primeira tentativa
Em 1874, surgia a primeira tentativa de contrução de uma linha férrea que ligaria Guaratinguetá ao litoral. A concessão foi dada a Charles Bernard e Sebastião Gomes da Silva Belfort, pelo governo da Província. Não tendo sido dadas as garantias de juros pelo Governo da Província para o capital que se empregaria na obra, a companhia não conseguiu se organizar e a contrução não foi iniciada. Alegava o Governo a intransponibilidade da Serra do Mar.
Após isto, Cox, engenheiro inglês, realizou estudos de campo na serra, provando que era possível, no ponto chamado Taquaruçu, transpor a barreira natural. Por esta época, o Encilhamento* estava prestes a atingir o seu auge. Havia uma verdadeira febre de incorporaçoes de companhias, dada a entrada de dinheiro estrangeiro, quando o capital das sociedades anonimas passa de 800 mil contos de réis para 3 milhoes. Em seguida uma intensa crise financeira se manifesta a este periodo fazendo com que Cox e companheiros, por prudencia, vendessem os estudos realizados, desistindo da contrução. Este fato deu inicio à formação da Companhia de Estradas de Ferro Norte de São Paulo.
A Segunda Tentativa
Com os estudos de Cox agora em mãos de Francisco Moura Escobar e Vitoriano Eugenio Marcondes Varrela, o Governo concede a garantia de juros pela Lei n° 3.397 de 24 de novembro de 1888 a diversas estradas de ferro, entre elas a de Taubaté-Ubatuba, sendo de 30 anos o prazo maximo de concessão. Estavamos ainda no Império.
Em 5 de janeiro de 1889, pelo Decreto n° 332, de 12 de abril de 1890, agora ja no Governo Provisorio da Republica com Deodoro, os estudos definitivos sao aprovados e se prorroga até 31 de dezembro de 1891 os prazos para contrução que, pelo contrato inicial, terminaram em 5 de julho de 1890, respectivamente. Em 28 de setembro de 1890 são iniciados em Ubatuba os trabalhos de contrução. A Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba parece que iria se tornar uma indiscutivel realidade. O apogeu da projetada estrada ocorre em 1892. No projeto incluia-se um ramal para Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga e possivel prolongamento para Minas Gerais. O prazo para a construção das obras terminaria em 31 de dezembro de 1893 mas, através do Decreto n° 1.510, de 10 de agosto do mesmo ano, prorroga-se este prazo até 31 de dezembro de 1895.
Com a anterior prorrogação do prazo para o inicio dos trabalhos de contrução para 31 de dezembro de 1891, automaticamente deveria ter-se dado a prorrogação da data de conclusão para dai a mais dois anos (31 de dezembro de 1895), sendo dispensavel o Decreto n° 1.510.
Corria o ano de 1893 e a Companhia enfrentava sérias dificuldades economicas. Por falta de pagamento, em junho e julho de 1893, dissolveu-se o pessoal técnico da empreiteira responsavel pelas obras. Até o fnal do ano de 1893 (prazo anteriormente fixado pelo Governo para o término da contrução das obras), ainda continuavam trabalhando alguns sub-empreiteiros, quando recebem ordens para suspender os trabalhos. A partir daquela data, nunca mais as obras teriam prosseguimento.
A situação politica da época
O Governo Provisorio de Deodoro enfrentava diversas dificuldades. Primeiro, as que são consequentes da transformação do Congresso Constituinte em Nacional, dividido em Senado e Camara dos Deputados. Cresce a oposição ao governo. Irritado, Deodoro dissolve o Congresso. Contra isso, irrompe no Rio, em novembro de 1891, a Revolta da Esquadra. Deodoro renuncia e seu vice, Floriano Peixoto, assume, declarando sem efeito a dissolução do Congresso. Substitui, de forma ilegal, os governos estaduais que haviam apoiado a dissolução. Ocorrem varios disturbios nas unidades federativas, formando-se forte oposição ao novo governo. Como consequencia, inicia-se um longo periodo de intranquilidade.
Sublevam-se as Fortalezas de Santa Cruz e Lajes à entrada da barra do Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, em consequencias da instabilidade politica no estado, em fevereiro de 1893, rompe a Revolução Federalista. Uma nova revolta da armada tem inicio em setembro de 1893, na tentativa de restaurar o “império” da Constituição. O Rio sofre tentativas de bombardeio. Ha resistencia por parte do governo, impedindo o desembarque de marinheiros e combatendo os navio revoltosos.
Com a adesão a esquadra de revoltosos, do Rio Grande do Sul, estes invadem Santa Catarina instalando ai um governo revolucionario. Saldanha da Gama, entao diretor da Escola Naval, adere a movimento. Em janeiro de 1894, o Parana é invadido pelos federalistas, vindo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Curitiba organiza-se outro governo revulucinario visando a invasão de São Paulo.
Durante a Revolta da Armada, o Porto de Santos foi bombardeado por navios insurretos, capitaneados pelo cruzados “Republica”, desembarcando tropas em São Sebastião.
A Sentença de Morte da Taubaté-Ubatuba
O momento historico da Nação inspirava cuidados. Havia, por parte do governo, preocupaçoes sérias para se resolver e uma nova ferrovia ligando mais um porto maritimo às rotas ferroviarias de então, poderia se contituir em fator de utilização, por parte dos revoltosos, para transporte de material bélico e tropas para uma revolução monarquista, segundo se suspeitava na época. O proprio Banco Popular de Taubaté constituido para a construção, com capial totalmente nacional e que financiava o empreendimento, tornou-se em breve suspeito ao governo de Floriano. Apontaram-no como ninho de conspiradores.
Assim, em 2 de junho de 1894 é dada a sentença de morte da Companhia Estrada de Ferro Norte de São Paulo, declarando caducos o previlégio, a garantia de juros e mais favores concedidos para a construção, uso e gozo da estrada de ferro Taubaté-Ubatuba.
Ao final de 1893, estavam terminados 84 km do traçado, prontos para receber a via permanente. Também havia sido construido a casa de maquinas em Taubaté. Das dez estaçoes que inegravam o projeto, duas estavam ja construidas e uma terceira em contrução (Boracéia, Registro e Fortaleza).
A Terceira Tentativa
Em seu “Memorial” de 1913/1914, Franciso de Moura Escobar, cessionário de todo o patrimonio da extinta Companhia Estrada de Ferro São Paulo e Minas, que tornou-se proprietário da concessão da via férra Taubaté-Ubatuba, pede ao Poder Publico que revalide o contrato firmado em 24 de novembro de 1888 e que havia sido aprovado por decreto, em 1889. Em novo decret, agora em janeiro de 1917, é concedido o previlégio.
Aos 15 de dezembro de 1922, pelo Decreto n° 15.879, é declarada a caducidade do contrato, visto que a Companhia não apresentou os estudos e não deu inicio aos trabalhos de contrução, nem contribuiu para despesas de fiscalização. Assim, declara-se definitivamente encerrada a questão da contrução da via férrea que ligaria Taubaté ao Litoral Norte.
Este foi o final de um grande projeto qeu custou rios de dinheiro e de suor, nos tempos da pá e da picareta e ficou infelizmente largado nas matas da Serra do Mar (jornalista Barros Ferreira).
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* O Encilhamento ocorreu durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891). O Ministro da Fazenda Rui Barbosa, na tentativa de estimular a industrialização do Brasil, adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos pelas emissões monetárias.
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Fontes: Jornal “Nos” de 15/05/1971; Judas Tadeu de Campos.
Vale Paraibano de 08/09/1979; Carlos Borges Schimidt, A Projetada Ferrovia entre o Vale do Paraiba e o Mar.
Pesquisas realizadas com a colaborção da Biblioteca do Museo “Paulo Camilher Florençano”, por Reinel Bento Munhoz Albano.
Arquivo histórico da Proferssora e pesquisadora Leninha Ribeiro
A época do término da ligação ferroviária entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Brasil possuia apenas dois portos aparelhados para a exportação de seus produtos e ao Porto de Santos convergia quase toda produção do Vale do Paraíba, ligado na época pela nova ferrovia “São Paulo Railway”. Esvaziou-se, assim a função do porto de Ubatuba.
Há de se imaginar que tão rica e próspera região do Vale do Paraíba, ansiava por ter sua própria ligação ferroviária com o litoral, encurtando distâncias, diminuindo preços e fretes, facilitando toda a intrincada rede de distribuição da podrução agrícola.
A chamada “Estrada de Ferro Norte de São Paulo” começou a ser construída em 28 de setembro de 1890 em Ubatuba. A Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba parece que iria se tornar uma indiscutivel realidade. O apogeu da projetada estrada ocorre em 1892. No projeto incluia-se um ramal para os municípios de Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga e possível prolongamento para Minas Gerais. O prazo para a construção das obras terminaria em 31 de dezembro de 1893 mas, através do Decreto n° 1.510, de 10 de agosto do mesmo ano, prorroga-se este prazo até 31 de dezembro de 1895.
Com a anterior prorrogação do prazo para o início dos trabalhos de contrução para 31 de dezembro de 1891, automaticamente deveria ter-se dado a prorrogação da data de conclusão para dai a mais dois anos (31 de dezembro de 1895), sendo dispensavel o Decreto n° 1.510.
Corria o ano de 1893 e a Companhia enfrentava sérias dificuldades econômicas. Por falta de pagamento, em junho e julho de 1893, dissolveu-se o pessoal técnico da empreiteira responsável pelas obras. Até o fnal do ano de 1893 (prazo anteriormente fixado pelo Governo para o término da contrução das obras), ainda continuavam trabalhando alguns sub-empreiteiros, quando recebem ordens para suspender os trabalhos. A partir daquela data, nunca mais as obras teriam prosseguimento.
A ferrovia em contrução Taubaté-Ubatuba era uma iniciativa totalmente privada. Pertencia aos empresários Francisco Ribeiro de Moura Escobar e Vitorino Marcondes Varela ambos de Taubaté. Para essa obra foi constituido o Banco Popular de Taubaté, com dinheiro dos fazendeiros e comerciantes a região e empréstimos conseguidos em bancos americanos e alemães.
O projeto era ambicioso. A ferrovia teria 152 km, passando por Natividade da Serra e descendo a Serra do Mar pela pedra do Corcovado. Seriam contruídos 42 túneis e diversos viadutos e obras de arte. Em Ubatuba haveria uma alfandega. Tanto o banco como o porto pertenciam à ferrovia. A festa de fixação da primeira estaca foi realizada em 1890, em Ubatuba. O rítimo da construção era intenso. Na época em que a obra foi paralisada, 84 km já estavam quase prontos, inclusive as pontes. Um trem que levava material para os operários já chegava às estações de Boracéia, Registro e Fortaleza, todas no município de Taubaté. O engenheiro-chefe das obras era o inglês Horace Boardman Cox.
Quando, porém, segundo uma carta de seus proprietários, “tudo ia bem” e a situação das obras era de “absoluta regularidade” e já haviam sidos gastos 5 mil contos de réis, o governo, pelo Decreto 1.721, de 8 de junho de 1894, determinou a suspenção das obras.
O trauma causado pela cassação da concessão foi grande. Desespero dos fazendeiros da região, centenas de operários desempregados e a declaração de falência do Banco Popular de Taubaté. O motivo que levou o governo a determinar o fim das obras nunca foi bem esclarecido. Os moradores, segundo jornais da época, falavam em pressão dos proprietários da São Paulo Railway, que temiam que a reativação do porto de Ubatuba prejudicasse seus negócios.
Nem os insistentes pedidos dos proprietários da ferrovia, oferecendo outras garantias financeiras, levaram o governo da época a voltar atras. Somente em 1917, o presidente Venceslau Bras assinou outro decreto reconhecendo a importância da obra e concedendo o “previlégio para construção, uso e gozo” da ferrovia.
Mas o quadro econômico da região havia mudado. O café estava quase extinto e muitos dos municípios produtores haviam se tranformado em “cidades mortas”. Em 1931 outro decreto federal considerava a concessão sem efeito.
Da velha ferrovia restam poucos sinais. Os trilhos foram arrancados e das estações só restam ruinas, como a do bairro do Registo. Em Natividade da Serra, aos arredores do Bairro Alto ficaram algumas cabeças de pontes e sulcos cravados nos morros ainda bem visíveis para quem percorre aquela região.
Outra Versão
Pequena Historia da Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba
Nas décadas finais do século passado, Ubatuba era frequentada por navios de longo curso. Em seu ancoradouro, uma floresta de mastros: bergantins, fragatas e brigues. Eles traziam mercadorias do velho mundo e levavam o café o o açúcar. O transporte até o plantalto se fazia por estradas revestidas de lajes (pavimentação feita por índios e escravos).
A época do término da ligação ferroviária entre São Paulo e Rio de Janeiro, o Brasil possuia apenas dois portos aparelhados para a exportação de seus produtos e ao Porto de Santos convergia quase toda produção do Vale do Paraíba, ligado na época pela nova ferrovia “São Paulo Railway”. Esvaziou-se, assim a função do porto de Ubatuba.
Há de se imaginar que tão rica e próspera região do Vale do Paraíba, ansiava por ter sua própria ligação ferroviária com o litoral, encurtando distâncias, diminuindo preços e fretes, facilitando toda a intrincada rede de distribuição da podrução agrícola.
A primeira tentativa
Em 1874, surgia a primeira tentativa de contrução de uma linha férrea que ligaria Guaratinguetá ao litoral. A concessão foi dada a Charles Bernard e Sebastião Gomes da Silva Belfort, pelo governo da Província. Não tendo sido dadas as garantias de juros pelo Governo da Província para o capital que se empregaria na obra, a companhia não conseguiu se organizar e a contrução não foi iniciada. Alegava o Governo a intransponibilidade da Serra do Mar.
Após isto, Cox, engenheiro inglês, realizou estudos de campo na serra, provando que era possível, no ponto chamado Taquaruçu, transpor a barreira natural. Por esta época, o Encilhamento* estava prestes a atingir o seu auge. Havia uma verdadeira febre de incorporaçoes de companhias, dada a entrada de dinheiro estrangeiro, quando o capital das sociedades anonimas passa de 800 mil contos de réis para 3 milhoes. Em seguida uma intensa crise financeira se manifesta a este periodo fazendo com que Cox e companheiros, por prudencia, vendessem os estudos realizados, desistindo da contrução. Este fato deu inicio à formação da Companhia de Estradas de Ferro Norte de São Paulo.
A Segunda Tentativa
Com os estudos de Cox agora em mãos de Francisco Moura Escobar e Vitoriano Eugenio Marcondes Varrela, o Governo concede a garantia de juros pela Lei n° 3.397 de 24 de novembro de 1888 a diversas estradas de ferro, entre elas a de Taubaté-Ubatuba, sendo de 30 anos o prazo maximo de concessão. Estavamos ainda no Império.
Em 5 de janeiro de 1889, pelo Decreto n° 332, de 12 de abril de 1890, agora ja no Governo Provisorio da Republica com Deodoro, os estudos definitivos sao aprovados e se prorroga até 31 de dezembro de 1891 os prazos para contrução que, pelo contrato inicial, terminaram em 5 de julho de 1890, respectivamente. Em 28 de setembro de 1890 são iniciados em Ubatuba os trabalhos de contrução. A Estrada de Ferro Taubaté-Ubatuba parece que iria se tornar uma indiscutivel realidade. O apogeu da projetada estrada ocorre em 1892. No projeto incluia-se um ramal para Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga e possivel prolongamento para Minas Gerais. O prazo para a construção das obras terminaria em 31 de dezembro de 1893 mas, através do Decreto n° 1.510, de 10 de agosto do mesmo ano, prorroga-se este prazo até 31 de dezembro de 1895.
Com a anterior prorrogação do prazo para o inicio dos trabalhos de contrução para 31 de dezembro de 1891, automaticamente deveria ter-se dado a prorrogação da data de conclusão para dai a mais dois anos (31 de dezembro de 1895), sendo dispensavel o Decreto n° 1.510.
Corria o ano de 1893 e a Companhia enfrentava sérias dificuldades economicas. Por falta de pagamento, em junho e julho de 1893, dissolveu-se o pessoal técnico da empreiteira responsavel pelas obras. Até o fnal do ano de 1893 (prazo anteriormente fixado pelo Governo para o término da contrução das obras), ainda continuavam trabalhando alguns sub-empreiteiros, quando recebem ordens para suspender os trabalhos. A partir daquela data, nunca mais as obras teriam prosseguimento.
A situação politica da época
O Governo Provisorio de Deodoro enfrentava diversas dificuldades. Primeiro, as que são consequentes da transformação do Congresso Constituinte em Nacional, dividido em Senado e Camara dos Deputados. Cresce a oposição ao governo. Irritado, Deodoro dissolve o Congresso. Contra isso, irrompe no Rio, em novembro de 1891, a Revolta da Esquadra. Deodoro renuncia e seu vice, Floriano Peixoto, assume, declarando sem efeito a dissolução do Congresso. Substitui, de forma ilegal, os governos estaduais que haviam apoiado a dissolução. Ocorrem varios disturbios nas unidades federativas, formando-se forte oposição ao novo governo. Como consequencia, inicia-se um longo periodo de intranquilidade.
Sublevam-se as Fortalezas de Santa Cruz e Lajes à entrada da barra do Rio de Janeiro. No Rio Grande do Sul, em consequencias da instabilidade politica no estado, em fevereiro de 1893, rompe a Revolução Federalista. Uma nova revolta da armada tem inicio em setembro de 1893, na tentativa de restaurar o “império” da Constituição. O Rio sofre tentativas de bombardeio. Ha resistencia por parte do governo, impedindo o desembarque de marinheiros e combatendo os navio revoltosos.
Com a adesão a esquadra de revoltosos, do Rio Grande do Sul, estes invadem Santa Catarina instalando ai um governo revolucionario. Saldanha da Gama, entao diretor da Escola Naval, adere a movimento. Em janeiro de 1894, o Parana é invadido pelos federalistas, vindo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em Curitiba organiza-se outro governo revulucinario visando a invasão de São Paulo.
Durante a Revolta da Armada, o Porto de Santos foi bombardeado por navios insurretos, capitaneados pelo cruzados “Republica”, desembarcando tropas em São Sebastião.
A Sentença de Morte da Taubaté-Ubatuba
O momento historico da Nação inspirava cuidados. Havia, por parte do governo, preocupaçoes sérias para se resolver e uma nova ferrovia ligando mais um porto maritimo às rotas ferroviarias de então, poderia se contituir em fator de utilização, por parte dos revoltosos, para transporte de material bélico e tropas para uma revolução monarquista, segundo se suspeitava na época. O proprio Banco Popular de Taubaté constituido para a construção, com capial totalmente nacional e que financiava o empreendimento, tornou-se em breve suspeito ao governo de Floriano. Apontaram-no como ninho de conspiradores.
Assim, em 2 de junho de 1894 é dada a sentença de morte da Companhia Estrada de Ferro Norte de São Paulo, declarando caducos o previlégio, a garantia de juros e mais favores concedidos para a construção, uso e gozo da estrada de ferro Taubaté-Ubatuba.
Ao final de 1893, estavam terminados 84 km do traçado, prontos para receber a via permanente. Também havia sido construido a casa de maquinas em Taubaté. Das dez estaçoes que inegravam o projeto, duas estavam ja construidas e uma terceira em contrução (Boracéia, Registro e Fortaleza).
A Terceira Tentativa
Em seu “Memorial” de 1913/1914, Franciso de Moura Escobar, cessionário de todo o patrimonio da extinta Companhia Estrada de Ferro São Paulo e Minas, que tornou-se proprietário da concessão da via férra Taubaté-Ubatuba, pede ao Poder Publico que revalide o contrato firmado em 24 de novembro de 1888 e que havia sido aprovado por decreto, em 1889. Em novo decret, agora em janeiro de 1917, é concedido o previlégio.
Aos 15 de dezembro de 1922, pelo Decreto n° 15.879, é declarada a caducidade do contrato, visto que a Companhia não apresentou os estudos e não deu inicio aos trabalhos de contrução, nem contribuiu para despesas de fiscalização. Assim, declara-se definitivamente encerrada a questão da contrução da via férrea que ligaria Taubaté ao Litoral Norte.
Este foi o final de um grande projeto qeu custou rios de dinheiro e de suor, nos tempos da pá e da picareta e ficou infelizmente largado nas matas da Serra do Mar (jornalista Barros Ferreira).
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* O Encilhamento ocorreu durante o governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891). O Ministro da Fazenda Rui Barbosa, na tentativa de estimular a industrialização do Brasil, adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais garantidos pelas emissões monetárias.
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Fontes: Jornal “Nos” de 15/05/1971; Judas Tadeu de Campos.
Vale Paraibano de 08/09/1979; Carlos Borges Schimidt, A Projetada Ferrovia entre o Vale do Paraiba e o Mar.
Pesquisas realizadas com a colaborção da Biblioteca do Museo “Paulo Camilher Florençano”, por Reinel Bento Munhoz Albano.
Arquivo histórico da Proferssora e pesquisadora Leninha Ribeiro
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