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CAPITULO II
Início da luta
Depois
de instalados, fiz, com meticuloso cuidado, uma investigação pelos
arredores de minha casinha. Como era simpática! Pequenina e branca, de
janelas azuis, espiava a medo para o mar! Algumas árvores frutíferas
completavam o encanto do meu novo lar. Dias depois. Albino abriu uma
pequena venda. Ali se reuniam, quando não iam à pesca à noite, os
caiçaras, bebendo um trago ou jogando truco; discutiam o tema de todos
os dias: — o tempo, o peixe, o vento e, algumas vezes, política, o que
me divertia muito. Era a Praia da Enseada, naquele tempo, isolada da
cidade, mas, plena de beleza poética. Possuía umas vinte habitações ao
todo, de construção pobre, mas, em compensação, ricas de luz e harmonia.
Eram os seus habitantes gente simples de costumes sadios e precisos em
suas ações. Em breve me fiz amiga de todos êles e, para facilitar a
vida, troquei meus trajes femininos por outros, masculinos. Agora sim! —
pensei — ia trabalhar, e, com o tempo, também possuiria minhas redes!
Foi essa a época mais feliz da minha vida. Da manhã à noite eu lidava
com peixes, aprendendo na convivência do homem litorâneo, usufruindo a
vida e bem alicerçada na Fé.