segunda-feira, 23 de setembro de 2013

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ZÉ CAPÃO 100% UBATUBENSE

 
 
O símbolo dos pescadores foi descaracterizado por inteiro
 
 
  A foto de Zé Capão tirada por Carlos Borges Schmidt e a estátua.
Nome de batismo: JOSÉ VIEIRA MENDES, mais conhecido pelo apelido de Zé Capão ou Zéca Pão, nativo, olhos miúdos e azuis, de estatura mediana, de físico entroncado. Residia a rua Professor Thomaz Galhardo nº 136, ao lado da Santa Casa, onde sempre morou. Nasceu nesta cidade de Ubatuba, em 19 de março de 1912, e faleceu em 04 março de 1974. Zé Capão era funcionário público municipal, lotado no cargo de coveiro, exímio pescador e carnavalesco por natureza. Era pândego, e muito falante entre os companheiros da pesca e turistas.
Os turistas rapidamente ficavam maravilhados com suas histórias e explanações sobre táticas de pesca. Zé Capão não sabia nadar. Por esse motivo não se arriscava em pescaria embarcada. Nunca entrou em uma canoa. Também não pescava na costeira pulando pedras, devido sua miopia acentuada. Das 4 horas da madrugada até as 9 horas da manhã, ficava puxando rede de arrasto artesanal (arrastão de praia), era camarada dos donos de rancho de pesca. Se a pescaria fosse farta, saia vendendo em um carrinho de mão pelas ruas da cidade.



QUILOMBO DA CAÇANDOCA - PARTE 1

O QUILOMBO DA CAÇANDOCA (I)


          Há coisa de um ano, o cronista Francisco Ruiz, passando uns dias de verão em Ubatuba, fez questão de conhecer um espaço que recebia muita badalação: o Quilombo da Caçandoca. É muito interessante o seu texto; deverá provocar boas reflexões aos mais sensatos. Afinal, são observações de uma área no espaço da cultura caiçara, com reflexos de uma mentalidade que se distancia do ser caiçara trabalhador, preservador da natureza e do espírito comunitário. É triste ver pobres degradando e querendo fazer o mesmo papel dos exploradores, muitas vezes por ganância, ingenuidade ou por ausência de uma reflexão em torno da identidade cultural. São poucos  que remam contra a maré. Pior ainda é saber que grande parte desses pobres se alimenta da cultura do assistencialismo, de esperar as cestas básicas do governo e por aí afora.