quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FALA CAIÇARA JOSÉ RONALDO..... " TÁ RUSSO"...


                Por um tempo fomos vizinhos, no Perequê-mirim, isso no início da década de 1970, do russo Viktor Kornílov, um tranquilo velhinho que deixou a sua terra logo após a Revolução Russa (1917).
                O seo Vito adorava pescar. A sua casa mais parecia uma ilustração de conto de fadas, com uma cerca viva maravilhosa. Ah! A sua edícula servia como oficina, de onde saíam engenhosidades fantásticas! Ele tinha uma embarcação (bote) tratada com tanto carinho que até dava para comparar a um membro da família. Desconfio que existe até hoje, preservada em algum lugar a servir de base para histórias aos seus descendentes.

1920.........ORIGEM DO GRUPO ESCOLAR DA MARANDUBA...

Bem vestido o primeiro professor do Grupo Escolar da Maranduba, Ary Bocuhy, posa em frente a escola em abril de 1941

Bem vestido o primeiro professor do Grupo Escolar da Maranduba, Ary Bocuhy, posa em frente a escola em abril de 1941



“O galo cantava às quatro da manhã, as cinco nossas mães nos acordavam, os pais iam pra roça ou pro mar, o café de cana já estava no bule em cima do fogão a lenha, a cumbuca de piché/baticuí (pó de milho extraído através da torragem de grãos em panela de barro ou ferro, socados em pilão, por vezes misturados com açúcar mascavo ou cristal, por vezes com sal, utilizados ainda para bolos e outros pratos) acompanhava o peixe seco ao lado da caneca de argate. Colocávamos a calça meio amarela, meio cáqui, camisa branca, descalço e lá íamos pela trilha, em duas horas de caminhada chegávamos à escola”, fala Sebastião Pedro de Oliveira, 85, aluno do primeiro grupo escolar da região. 

GRANDES UBATUBENSES...Nativa Fernandes de Faria: a merendeira carinhosa





Nativa Fernandes de Faria


Nascida em 12 de setembro de 1926, Dona Nativa veio de Natividade da Serra para estas bandas e aqui se fixou. Sua primeira casa foi na casa que era do Cirino Antunes pelos lados do Botujuru (grotão), próximo a casa João Apolinário (casado com a Balbina, mãe da Odete do Zezinho Balio), João Antunes, José Antunes (casada com a Rosalia Cesário - irmã de Manoel Cesário) e depois a porteira que dava de frente a rodovia. Era o final do bananal, onde também tiravam palha para artesanato. Quando veio para a região estava grávida do último filho. O parto foi realizado pela comadre Tiana Luiza. A família recém - chegada foi recebida de braços abertos pela comunidade.

ESPECIAL " UBATUBA, ESPAÇO,MEMÓRIA E CULTURA - PARTE 46






2. OS TUPINAMBÁ, TRAÇOS DA FORÇA E DA RESISTÊNCIA DE UMA RAÇA.

A melhor imagem que se tem do Tupinambá é a de José de Anchieta, vindo em missão ao Brasil, no ano de 1553, pela Companhia de Jesus. Anchieta nos oferece uma noção primordial da língua de tronco tupi, dos tipos humanos e dos costumes destes aborígines que habitavam as praias e as selvas do nascente Brasil.

Diante dele estava o Tupinambá, silvícola. Feliz na sombra de seu labirinto - a flora, nos elos de seu cativeiro – a fauna. Canibal da era neolítica, em pleno delírio cromático, em um país de fogo e de sangue. O índio trazia o sexo apenas velado pela tanga, penas amarelas, grinaldas ao cocoruto, manilhas de outras, policromadas, nos pulsos e tornozelos, ramaes de búzios ao pescoço, tembetas de osso, de âmbar ou de quartzo na beiçola, pingentes nas orelhas, adornos de barro cosido na face esburacada.  Abaixo dos joelhos, como franjas pendiam as tapacurás vermelhantes e por todo o corpo depilado, sinuosamente, ondeavam lavores negros ou rubros, feitos a tinta de genipapo ou de urucu. Outras vezes, sob a plumagem dos cocares, prendia às nacas uma roda de penas cinzentas, longas penas de ema.