Pedro Carpinetti
Guaruça 02/09/2008 - 10h38
Falta uma política cultural para Ubatuba
Saudações sonoras!
Acompanho desde 1990 a cultura em Ubatuba e sabe o que melhorou? Nada! Pelo contrário, de lá pra cá muita coisa piorou! Pra dizer a verdade nua e crua, Ubatuba nunca, eu disse NUNCA, adotou uma política cultural de verdade no município. Talvez porque os prefeitos que por aqui passaram estivessem mais preocupados com o turismo. Mas, eles apenas se esqueceram de que cultura gera turismo! Quer exemplos? O Festival de Inverno de Campos do Jordão gira em torna da música, o Festival de Literatura de Paraty em torno da literatura, e, aqui do lado, em Caraguá, vimos a cidade atrair milhares de turistas com seu Festival de Verão, com apresentações de vários artistas renomados da música brasileira.
Viram?!
sexta-feira, 7 de junho de 2013
O CAIÇARA CONTA...PESCADOR EM APUROS
Entre todos os pescadores da Almada, Maneco é um dos que mais pratica pesca artesanal. Acompanhado de seu filho Douglas, saem quase todos os dias em busca de peixes na baia da Almada e Ubatumirim.
Quando não esta no mar, passa parte do dia cuidando e fazendo novas redes de pesca no seu rancho de frente para o mar. Por ali passam moradores que param para um bate papo despreocupado. Não preciso dizer que ele sabe de tudo que se passa na praia.
Foi numa conversa a beira mar que ele descobriu que uma menina do bairro vizinho vinha todas as noites namorar um rapaz da Almada, e comentou com os amigos que logo se encarregaram de espalhar pelo bairro.
Quando não esta no mar, passa parte do dia cuidando e fazendo novas redes de pesca no seu rancho de frente para o mar. Por ali passam moradores que param para um bate papo despreocupado. Não preciso dizer que ele sabe de tudo que se passa na praia.
Foi numa conversa a beira mar que ele descobriu que uma menina do bairro vizinho vinha todas as noites namorar um rapaz da Almada, e comentou com os amigos que logo se encarregaram de espalhar pelo bairro.
UM SALTO PARA O " GUARUÇA"
Mais uma vez atravessamos a fronteira de nossa região. Desta, fomos para o sudoeste do Estado de São Paulo - alto-médio Tietê -, exatamente na Estância Turística de Salto, à aproximadamente 400 quilômetros de Ubatuba.
A princípio levamos o nome de Ubatuba, depois levamos a cultura caiçara com o nosso folclore, nossa música, nossa história sobre as coisas do mar; coisas que encantaram o povo saltense, numa festa promovida pela Secretaria da Cultura e Turismo: o III Festival do Folclore da cidade de Salto. Temos que parabenizar os realizadores desse grande evento pela organização, dedicação, beleza... que foi o festival. Sem dúvida alguma um exemplo de dedicação na manutenção e lembrança da cultura e do folclore regional brasileiro.
Diversos grupos, tanto locais como de outros lugares, contribuíram para a grandiosidade do III Festival do Folclore, numa praça colorida, festiva e de gente feliz. E a turma d’O Guaruçá esteve lá contando, cantando e encenando “A lenda do boi de conchas”. Nossa apresentação foi aplaudida de pé e já recebemos convite para uma nova apresentação no evento do próximo ano.
Quaremos aqui agradecer todo carinho, respeito, recepção, apoio e valorização que a Secretaria da Cultura e Turismo da cidade de Salto, proporcionou aos componentes do grupo “O Guaruçá - Folclórico Alegórico de Ubatuba”. Obrigado!
A princípio levamos o nome de Ubatuba, depois levamos a cultura caiçara com o nosso folclore, nossa música, nossa história sobre as coisas do mar; coisas que encantaram o povo saltense, numa festa promovida pela Secretaria da Cultura e Turismo: o III Festival do Folclore da cidade de Salto. Temos que parabenizar os realizadores desse grande evento pela organização, dedicação, beleza... que foi o festival. Sem dúvida alguma um exemplo de dedicação na manutenção e lembrança da cultura e do folclore regional brasileiro.
Diversos grupos, tanto locais como de outros lugares, contribuíram para a grandiosidade do III Festival do Folclore, numa praça colorida, festiva e de gente feliz. E a turma d’O Guaruçá esteve lá contando, cantando e encenando “A lenda do boi de conchas”. Nossa apresentação foi aplaudida de pé e já recebemos convite para uma nova apresentação no evento do próximo ano.
Quaremos aqui agradecer todo carinho, respeito, recepção, apoio e valorização que a Secretaria da Cultura e Turismo da cidade de Salto, proporcionou aos componentes do grupo “O Guaruçá - Folclórico Alegórico de Ubatuba”. Obrigado!
CUNHAMBEBE / Lenda ? Maldição ? Verdade ?
Quem nunca pisou em Ubatuba ou esteve aqui por alguns dias e não ouviu mediante qualquer coisa errada na cidade ou acontecimento ruim alguém citar a seguinte frase :----- Ahhhh isso é a maldição de Cunhambebe !A falada maldição de Cunhambebe é fato conhecido por toda cidade.Mas, para entender e preciso conhecer a história ida nos ano de 1500 e nada melhor ler parte da narrativa de Renato Nunes um arquiteto e pesquisador da vida indígena em Ubatuba que em 21/11/2001 publicou a história resumida de fácil entendimento da maldição de Cunhambebe no jornal "O Guarujá."Ele conta..."Logo após a descoberta do Brasil em 1500, os portugueses tiveram que dominar e garantir a posse das terras contra vários reinos europeus que naquele tempo se expandiam descobrindo novas terras ou simplesmente tomando a terra dos outros à força, fazendo depois acordos com a coroa para acomodar a convivência entre eles na Europa. Nessa época, na posse, no domínio e nos acordos valia a lei do mais forte.
A Folia do Divino em Ubatuba
Trazida de Portugal pela Rainha Isabel, nos fins do século XVII, a Festa do Divino Espírito Santo ou Festa de Pentecostes, é uma das mais antigas tradições profano-religiosas do Brasil. Pela atuação de vários fatores adversos, a Folia do Divino, em Ubatuba, não sai mais, ainda permanecendo viva na cidade vizinha de Paraty no Estado do Rio de Janeiro.
A Enseada era um bairro habitado exclusivamente por famílias de pescadores. As casas, de pau-a-pique, chão de barro batido, cobertas de sapé. Luz de lamparina, água de cachoeira carregada em pote para uso doméstico. Sobre tarimba de bambu, esteira de taboa completava a cama.Na pesca, a atividade principal dos homens. As mulheres davam conta da roça.Peixe, mandioca e banana eram a base da alimentação, enquanto danças como o Xiba, São Gonçalo, entre outras manifestações típicas, sustentavam as necessidades de entretenimento.A ausência acentuada do pároco era remediada pelo humilde e dedicado capelão que reunia a comunidade para rezar na capela de Santa Rita.Boitatá, saci-pererê, corpo-seco, mula-sem-cabeça, assombração, faziam parte do imaginário coletivo e podiam castigar criança desobediente e mesmo adultos.Mau olhado e quebranto eram afastados pela competência das benzedeiras.
A Enseada era um bairro habitado exclusivamente por famílias de pescadores. As casas, de pau-a-pique, chão de barro batido, cobertas de sapé. Luz de lamparina, água de cachoeira carregada em pote para uso doméstico. Sobre tarimba de bambu, esteira de taboa completava a cama.Na pesca, a atividade principal dos homens. As mulheres davam conta da roça.Peixe, mandioca e banana eram a base da alimentação, enquanto danças como o Xiba, São Gonçalo, entre outras manifestações típicas, sustentavam as necessidades de entretenimento.A ausência acentuada do pároco era remediada pelo humilde e dedicado capelão que reunia a comunidade para rezar na capela de Santa Rita.Boitatá, saci-pererê, corpo-seco, mula-sem-cabeça, assombração, faziam parte do imaginário coletivo e podiam castigar criança desobediente e mesmo adultos.Mau olhado e quebranto eram afastados pela competência das benzedeiras.
CAIÇARA EM APUROS
Entre todos os pescadores da Almada, Maneco é um dos que mais pratica pesca artesanal. Acompanhado de seu filho Douglas, saem quase todos os dias em busca de peixes na baia da Almada e Ubatumirim.
Quando não esta no mar, passa parte do dia cuidando e fazendo novas redes de pesca no seu rancho de frente para o mar. Por ali passam moradores que param para um bate papo despreocupado. Não preciso dizer que ele sabe de tudo que se passa na praia.
Foi numa conversa a beira mar que ele descobriu que uma menina do bairro vizinho vinha todas as noites namorar um rapaz da Almada, e comentou com os amigos que logo se encarregaram de espalhar pelo bairro.
ESPECIAL LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " - PARTE 91
A intervenção do historiador que escolhe o documento, extraindo-o do conjunto de dados do passado, preferindo-o a outros, atribuindo-lhe um valor de testemunho que, pelo menos em parte, depende de sua própria posição na sociedade da sua época e da sua organização mental, insere-se numa situação inicial que é ainda menos “neutra” do que sua intervenção. O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que a produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuo a viver, talvez esquecido, durante as quais continuo a ser manipulado, ainda que pelo silêncio (...) Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. No limite não existe um documento – verdade.
(Le
Goff, 1994:547)
O tema da fonte histórica se alarga
para além dos limites do texto tradicional. Segundo Le Goff, exige a elaboração
de uma nova visão, capaz de transferir esse documento – monumento do campo da
memória para o campo da ciência, neste caso, das ciências da comunicação.
ESTE MENINO VIVE DIZENDO HERESIA
Mestre Dito Fernandes também representa a religiosidade popular |
Neste final de semana acontece a festa no Sertão do Puruba, na Comunidade Católica que tem Dito Fernandes, dona Mocinha, Pedro Brandão e tanta gente de raiz caiçara. Espero que muita gente possa desfrutar das atividades, especialmente da Congada que só ali tem. Por isso reaproveito um texto antigo (mas nem tanto!) para permitir reflexões acerca da cultura popular, da criatividade dos pobres no cultivo da esperança.
Assinar:
Postagens (Atom)