Por Renato Teixeira
Fui criança em Ubatuba, nosanos cinqüenta. A cidade iado Aeroporto Gastão Madeira,um ubatubano que desenvolveu a bússola aérea, e que a meninada conhecia apenas como “Campo de Aviação”, até as duas pontes sobre o Rio Grande (ao lado da famosa “rampa” onde se comercializava o pescado e se comia o magnífico cuscuz do Gaiato) e o cais dos barquinhos de pesca que saíam em revoadas marítimas todas as manhãs, com seus motores a diesel pipocando sobre as ondas, em direção ao alto mar.
A cidade da minha infância era transparente como um vidro; todos se conheciam e “se sabiam” pois a comunidade urbana e rural somadas, não passava de cinco mil pessoas. Se alguém morria, a noticia corria rápido, numa espécie de internet boca a boca. Digo mais, se alguém desse um grito no meio da noite, toda a cidade acordaria em pânico.