quinta-feira, 26 de março de 2009

UBATUBA UM POUCO DE HISTÓRIA ......

Antigo Bebedouro na Praça Nobrega

 terra tamoia, da corruptela primeiros da terra, hospedava os filhos da aldeia de Yperoig (bacias de tubarões). Assim os livros da história do Brasil registram os acontecimentos na terra de Yperoig mas não explicam que esta, posteriormente, veio a denominar-se Ubatuba. Contam os documentos históricos que os primeiros europeus que tiveram contato intimamente com os indígenas foram Hans Staden e depois os jesuítas Anchieta e Nóbrega. Por volta de 1600, a aldeia de Iperoig despertou os interesses sócio-econômicos dos europeus. E somente em 1637, em 28 de outubro, ela foi elevada à categoria de Vila, sendo desde então conhecida como Ubatuba. Já em 26 de fevereiro 1731, por questões de interesses políticos deixou de pertencer a jurisdição do Rio de Janeiro, passando a pertencer definitivamente ao estado de São Paulo. Em 1789, com o funcionamento do Porto para exportação de café, cana-de-açúcar, fumo e outras especiarias, Ubatuba teve a maior renda ‘per capita’ do país. 
Hoje nossas lembranças em registros documentados podem ser reconstituídas em nossas memórias através de alguns monumentos fundamentados como, por exemplo o Sobradão do Porto, edificado em 1846, grande marco deste tempo economicamente glorioso. Mas foi somente em 1855, através da Lei nº 5, de 13 de março, que a Vila foi elevada à categoria de cidade. 
Quem acompanhou toda esta transição de Vila para cidade foi o prédio da Igreja Matriz, cuja construção teve o início em 1790 e foi concluída apenas em 1885, mesmo assim sem suas torres, erguidas muito depois. 
Entre inúmeros fatos vividos pela jovem Ubatuba em seus 365 anos, podemos citar a inauguração do novo sistema de água, em 20 de maio de 1896, que teve como marco um chafariz em praça pública que vertia vinho do porto da melhor qualidade... Vivências que os nossos olhos não tiveram a oportunidade de apreciar... Como, por exemplo, a pomposa comemoração do Instituto de História e Geografia do Estado de São Paulo ao terceiro centenário de Ubatuba marcado pelo Obelisco na praça Matriz, ou o dia em que chegou ao município a estátua de Nossa Senhora da Paz de Yperoig, doada pelo Papa no quarto centenário da Paz de Yperoig, colocada no local onde fora a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Sem contar as famosas bebidas que nosso paladar não teve o prazer de deliciar mas que acompanharam nossa história durante séculos como, por exemplo, a famosa Pinga Ubatubana, dos irmãos Chieus; a Pinga Iperoig, do senhor Toledo Pizza e a Pinga Jacaré do sr. Leovigildo Dias Vieira. 
Podemos observar também que nossa Ubatuba já teve tempos muito mais socialmente estruturados dos que os dias de hoje mesmo sem os privilégios do mundo globalizado como, por exemplo, os meios de transporte que dispunham de linhas: Marítimas de Santos a Ubatuba administradas por duas agências, a linha ferroviária de São Paulo até Taubaté, de onde seguia-se para Ubatuba de ônibus e a linha área diária de Rio/São Paulo com balizamento noturno pela Agência Valpar e posteriormente Vasp; provas natatórias internacionais, Copa de Caça Submarina, Torneio de Pesca de Lançamento, etc.. 
Podíamos estudar nossa história e aprender com ela, não cometendo os mesmos erros e usar os bons exemplos de administradores de nosso passado como, por exemplo, Ciccilio Matarazzo que deixou para o município projetos significantes engavetados não usados por questões puramente políticas. Ele construiu prédios de linha modernas projetados por um dos arquitetos edificadores de Brasília, Oswaldo Bratke como o prédio da prefeitura, hoje utilizado pela Biblioteca Municipal, em troca apenas de sua amizade e hospedagem inteiramente paga, sem nenhum custo adicional. 
A terra que já foi reconhecida como primeira no país e exterior em seu aspecto social, cultural, artístico, político, econômico, esportivo e até mesmo esotérico, parece ter sido esquecida e pouco valorizada pelos próprios munícipes, que preferem apenas se lamentar e culpar o prefeito da atualidade ou o pobre do Cu-nhambebe por sua maldição. Mas 365 anos de rica história e grandes conquistas ninguém apaga assim... Parece que somos uma moça de inusitada beleza mas que sofre de depressão e se acha a pior das espécies. Na verdade para resgatar seu glamour precisamos apenas de “água, sabão e boa vontade de todos!” deixando de lado as mesquinharias e olhar com bons olhos a terra que tudo tem e que é dona de uma beleza ímpar, sendo assim necessário apenas acabar com o mau hábito de reclamar e valorizar a terra que escolhemos para viver, e digo, com tanto que temos não precisamos de dinheiro para seduzir os visitantes, apenas de permitir nos envolver de corpo e alma, restando-nos agradecer a terra de Yperoig que abriga seus filhos e recebe de braços abertos os que nela estão. E com os olhos para o futuro comemorar seus poucos 365 anos de história, cabendo a nós continuá-la, boa ou ruim...


FONTE : Arquivo Jornal A Semana Ubatuba-SP

EDSON SILVA : Fatos e Fotos que contam nossa história

Possivelmente, senão existisse o caiçara Edson da Silva, 66, parte de nossa história encontrar-se-ia muito mais fragmentada. Graças ao seu instinto curioso em relação a história local, desde os seus dez anos de idade despertado pelo seu pai, o então vereador Antonio Atanazio da Silva, em 1937, que unido a outros quatro vereadores da época formaram a comissão, a qual decidiu as diretrizes da grandiosa comemoração do terceiro centenário de Ubatuba, data da qual as ruas e praças passaram a chamar-se por nomes de pessoas que contribuíram para história do Brasil e que tiveram alguma influência direta ou indireta no município, fatos que envaideciam e estimulavam o menino Edson a sempre querer saber mais. 
Seu pai recebia documentos valiosos e com fotos que registravam e ajudavam a reconstituir a nossa história, assim foi envolvendo-se e começou a anotar tudo, a reproduzir fotos e guardar documentos. Quando os professores, por muitas vezes falavam algo errado, ele logo contestava e dizia: “Não é isto que está escrito nos registros do Instituto Histórico”. Segundo ele, os professores nem sempre gostavam deste procedimento. A sua curiosidade foi tanta que chegou a estudar a História da História. Naturalmente quando você começa a ver um assunto ele o conduz para tantos outros. Assim, Edson navegou por muitos livros que contaram-lhe os segredos desde a Idade Média até nossa contemporaneidade. Por volta de 48, ele teve que mudar-se para Taubaté para estudar, fazer o ginásio. Assim empacotou todo seu rico arquivo e deixou-o guardado por muitos anos. Depois foi estudar na cidade de Santos, onde concluiu o Científico (antes tinha o Clássico, Cientifico e o Normal), mas sempre que podia ia recolhendo material. Em Santos, casou-se com Mª Nisora Inforsato da Silva, 66, com quem vive há 40 anos e tem as belas filhas Mª Beatriz, 38, e Ana Cristina, 34, e é avô coruja de duas netinhas, uma ainda pequena e a outro que está para chegar em breve a este mundo. Em Santos, trabalhou como conferente na Alfândega, quando, em 67, pediu licença e voltou para Ubatuba para brigar pelas terras do seu pai, a área que hoje pertence ao aeroporto. Infelizmente só conseguiu um “triste” reembolso do Governo do Estado, que justificou-o com a crise econômica em que todos enfrentavam em tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial. Com as filhas ainda pequeninas, ele e sua esposa resolveram efetivar-se em Ubatuba. Começou a trabalhar com aluguéis de casas, profissão que exerce até os dias de hoje. Foi então que deu continuidade ao seu hoby de estudar a história através de fotos e registros. Por muito tempo ele mesmo as reproduzia em seu laboratório particular, hoje prefere mandar fazer na capital. Em seu arquivo pessoal ele tem aproximadamente 400 fotos de fatos inéditos de nossa história, como comemorações de monumentos, o primeiro carro a visitar a cidade, inúmeros prédios em suas várias mudanças como, por exemplo, a igreja Matriz, enfim, seus inúmeros livros e recortes. Hoje Edson é convidado para realizar palestras nas escolas e faculdades, as quais está sempre disposto a fazer gratuitamente. Basta apenas dar o tema desejado. Por exemplo, na faculdade da Unitau já abordou diversos assuntos sobre o “Desenvolvimento da Hotelaria do Município”.
Ele conta e mostra as fotos de alguns prédios como, por exemplo, o Hotel e Restaurante Budapest, hoje prédio da Fundart; o hotel Tinoco, localizado onde hoje é o Hotel São Charbel. Segundo ele, o primeiro hotel pertenceu a Armando Bom, no prédio em frente ao Largo da Matriz, onde foi nosso último cinema, hoje abandonado, que posteriormente pertenceu a Idalina Graça. 
Conversar com Edson Silva é mesmo uma viagem no tempo e são tantas as informações que poderíamos escrever livros e mais livros com fotos e documentos. Durante dez anos, ele foi correspondente do jornal “O Estado”, onde ele enviava textos contando um pouco destes registros. 
Este semanário também usou muitas vezes suas informações documentadas e depoimento verbal: a história da Matriz, dos Três Brasões que a cidade teve, etc. Suas fotos estão sempre em exposições. As primeiras foram no Banco do Brasil; inaugurou com elas a Biblioteca Municipal e a Fundart. Sempre que as escolas solicitam, ele logo trata de prepará-las para mais uma viajem no tempo. 
Edson sente-se honrado de poder ajudar aos novos a entender o processo de nossa história, pois, quando iniciou sua rica coleção, fazia-a por prazer, nunca havia imaginado a importância que teria em um futuro próximo para todo um município, e que assim também estaria fazendo parte da importância da construção da história da mesma. Ele diz que seus livros e fotos são para ser consultados, pois na gaveta eles não têm nenhuma serventia. Quem quiser entrar em contato é só ligar para (12)3832-1275 ou visitá-lo em seu escritório na rua Liberdade, 410 - centro.


fonte : Arquivo do Jornal A Semana Ubatuba-SP

PRIMEIROS ITALIANOS EM UBATUBA...

Primeiros Italianos - Em 1874, uma certa Clementina Tavernari, de Concórdia de Modena, regressou do Brasil Imperial, onde era conhecida como Adelina Malavazi, com a incumbência de recrutar cinqüenta famílias de lavradores do norte da Itália. A intenção era fundar, na então província de Santa Catarina, um núcleo colonial que seria denominado Maria Tereza Cristina em homenagem a Sua Majestade a imperatriz, de origem italiana e casada com D. Pedro II. Trata-se do primeiro experimento de colonização italiana no país.
Enrico Secchi o professor que auxiliou como secretário Clementina Tavernari no recrutamento das famílias, acompanhando-as durante a viagem e permanecendo no Brasil, descreve sua chegada ao Rio de Janeiro e outras aventuras, entre elas:
"... na volta ao Rio de Janeiro, Enrico Secchi foi convidado a entender-se com Joaquim Ferreira da Veiga, servidor público e proprietário de uma grande fazenda chamada Picinguaba, no município de Ubatuba, ao norte da então província de São Paulo. Conseguiu a permissão oficial para retirar da hospedaria dos imigrantes cerca de 30 famílias há pouco chegadas da Itália, provenientes de Mántova, e também o transporte para a localidade. Um contrato foi feito com o proprietário, liquidando seus outros negócios e afazeres, dirigiu-se à Ubatuba, saiu recomendado pelo Cônsul Italiano em São Paulo: "deve-se ao sobredito Enrico Secchi um elogio por ter mostrado o máximo zelo em seu encargo..."
A viagem a Ubatuba, em 1887, foi a bordo do "piróscafo" Sepitiba, passando pelos portos de Mangaratiba, Angra dos Reis e Paraty. Na chegada, foram recebidos pelo capitão Assunção que retornara do Paraguai, pelo senhor Veiga pai, Carlo Usiglio e grande número de pescadores residentes no local. Os colonos receberam lotes para trabalhar no plano e na montanha. Os dias, semanas, transcorreram na máxima calma, o trabalho se desenvolvia bem nas lavouras começadas.
Eis que uma forte maré inundou a parte plana e as águas entraram nas casas, somente por milagre foi possível salvar a vida de todos. Houve grande pânico e um desânimo tal que boa parte abandonou o local rumo a São Paulo, outros voltaram ao Rio de Janeiro e dali foram despachados pelo Governo Imperial ao núcleo colonial Rodrigo Silva, perto de Barbacena, em Minas Gerais.
Os que ficaram em Ubatuba cultivaram cana cuja colheita perdeu-se por não estarem prontos os alambiques prometidos, o pessoal desanimou. Enrico, a mulher e duas filhas tiveram uma saída de Ubatuba muito sofrida, obrigados a atravessar a pé a Serra do Mar para alcançar o Porto Paraty e daí embarcar num pequeno "piróscafo" para o Rio de Janeiro."

fonte : WWW.REFUGIOAMBIENTAL.COM

ANTIGA PRAÇA NOBREGA


Na foto, onde hoje é a loja CASAS BAHIA, tinhamos há muitos anos atrás o BANCO NOVO MUNDO, depois funcionou alí o BANCO ECONOMICO , depois o BANCO BILBAO E VISCAYA e ai virou uma LOJA DAS CASAS BAHIA. Confira  do lado esquerdo , a rua Maria Alves, hoje Calçadão Maria Alves, assim era UBATUBA ...