Em 1993, na Escola Aurelina (Estufa- Ubatuba), a diretora Maria Josefina Giglio conversava com um jovem, recém chegado de Minas Gerais. O nome dele era João. Morava e trabalhava em obra, na Praia da Lagoinha. Clemente, um caiçara do Sapê era o seu patrão. Ele explicava que ainda não tinha dezoito anos, mas viera parar em nossa cidade em busca de trabalho e querendo continuar os estudos, pois no seu lugar de origem não havia possibilidades de ir além do quarto ano primário. Sendo assim, não tinha ninguém para assinar a sua matrícula escolar. A diretora ficou emocionada por mais alguns aspectos do relato daquele jovem, pensou poucos segundos e ela mesma foi até a secretaria e se tornou a responsável pelo novo aluno. Mais tarde o João me confessou: “A dona Josefina foi como uma mãe para mim”.