sexta-feira, 8 de abril de 2011

No meio de gente que comia gente ...




DO  AUTOR DESTE BLOG : A matéria  abaixo mostra uma passagem com Hans Staden, durante sua estada , como prisioneiro na Aldeia de Ubatuba (Angra dos Reis), ele relata o momento de um ritual Tupinambá, o ato de puro e  sagrado canibalismo...


.....Alguns dias depois, quiseram comer um prisioneiro numa aldeia chamada Ticoaripe, a cerca de seis milhas de Ubatuba. Da minha própria aldeia acorreram vários e me levaram junto. Fomos num barco. O escravo que queriam comer pertencia à tribo dos Maracajás.
Como é costume deles quando querem comer um homem, preparam uma bebida de raízes que chamam de cauim. Somente depois da festa da bebida é que o matam.
Quando finalmente o momento chegou, fui na noite anterior ao festim falar com o escravo e disse-lhe: "Então você está preparado para morrer". Ele riu e respondeu: "Sim, estou com todo o equipamento, apenas a muçurana não é bastante longa. Em casa temos melhores". Eles chamam de muçurana uma corda de algodão algo mais espessa que um dedo, com a qual os prisioneiros são amarrados, e sua corda era cerca de seis braças curta demais. Ele fala como se estivesse indo a uma quermesse.

MINI SERIE : A VERDADEIRA HISTORIA DE HANS STADEN E UBATUBA - 5 ª PARTE

Hans Staden pediu encarecidamente a seus camaradas algumas mercadorias para negociar a sua estabilidade entre os nativos que em seguida foram a buscá-las no navio. Quando percebeu que iam proibi-lo de continuar conversando com os portugueses, avisou-os de um possível ataque no mês de agosto em Bertioga. Os portugueses disseram que também os selvagens, Tupiniquim, iriam atacá-los. O alemão lamentou ainda não ser, desta vez, libertado e pediu a Deus que o ajudasse a sair deste conflito de interesses no qual ele se tinha transformado em um astuto mediador.

MINI SÉRIE : A VERDADEIRA HISTORIA DE HANS STADEM E UBATUBA - 1 ª PARTE



Imagem de arquivo - Blog Ubatubense 
Já o texto abaixo foi extraido do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA "



Hans Staden

Hans Staden , um viajante vindo ao Brasil em tempos da conquista, nos oferece a imagem Tupinambá enriquecida de anedotas, que marcaram sua aventura em terras brasilis. A contribuição deste alemão é significativa, pois o motivo de sua viagem está circunscrito no seu espírito de explorador e navegador, e não às empresas missionárias dos capuchinhos franceses ou dos jesuítas da companhia de Jesus.

Desta forma a primeira viagem de Hans Staden ao Brasil é relatada em: Hans Staden – Primeiros registros escritos e ilustrados sobre o Brasil e seus habitantes (1999).

ESPECIAL UBATUBA , ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA - 27 ª PARTE

OLA GALERA, FIQUEI DE  PUBLICAR NO ÚLTIMO DIA 02/04, MAIS UMA PARTE DESTE ESPECIAL...NÃO DEU...DESCULPAS TÁ...SEGUE AGORA  A 27 ª PARTE....

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As cabaças imitavam o rosto humano, objeto que os pajés levavam consigo, com o intuito de representar a configuração material desses espíritos. A cabaça seria uma espécie de máscara enquanto mistério da alma humana, pelos menos assim aparece no contexto da civilização na maioria das tribos que reconhecem a força mediadora deste objeto como um mistério de transação. Os feiticeiros entravam nas choças escuras portando estas cabaças desenhadas com traços humanos, o “pay” – pajé começava então a falar mudando de voz para ganhar as oferendas oferecidas aos espíritos. O espírito contido nas cabaças era consultado antes de qualquer combate, ornamentadas com penas e reverenciadas com sacrifícios por parte do pajé.