terça-feira, 24 de dezembro de 2013

ESPECIAL DO LIVRO UBATUBA , ESPAÇO , MEMORIA E CULTURA - PARTE 108

Corrida de Canoas Caiçaras -Praia da Enseada  em Ubatuba- Inagem 
apenas ilustrativa - não faz parte do livro


O primeiro passo neste processo de aculturação em Ubatuba, foi entender o espírito caiçara[1]. Claudia de Oliveira, que se auto-reconhece como caiçara, nos oferece um belíssimo depoimento do que é ser caiçara, atrelado à forma simbólica de representação do mundo.

Eu, caiçara... uma mistura de gente de toda gente! Cheiros, formas e cores... diferentes! Ingleses, bugres, alemães, portugueses e tantos outros que por aqui passaram; sem contar o sangue que corre nas veias, herança tupinambá. Este povo que guerreou até o fim, lutando pela terra da qual eram donos por direito, pois ‘eram os primeiros’ (os denominados tamoio). Da fusão das etnias surgiram os caiçaras, moradores à beira-mar, os também conhecidos como barriga-verde (devido ao fato de alimentar-se do peixe cozido com a banana verde).

Nós também somos um povo guerreiro que luta pela sobrevivência de nossa infinita e rica cultura, que percorre os mares e ilhas, alojasse nos mangues, brinca nas ondas do mar, caminha pela sombra do chapéu de sol, canta suas tristezas, conta em verso suas alegrias, trilha pelas colinas, banha-se nas cachoeiras...