20 anos de Fundart - 1
1987 - 2007
A Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e outros, vira e mexe, falam em resgatar a identidade da cultura e folclore dos caiçaras de Ubatuba. Mas 20 anos se passaram e o município continua sob uma ditadura cultural imposta pelos mandatários da Fundart que, incapacitados em resgatar a cultura caiçara e a história de Ubatuba, então se agarraram no pau da Bandeira da Folia do Divino, em seu Filhinho e na dona Idalina do Amaral Graça. Foram 20 anos e até hoje continuam batendo na mesma tecla, enquanto a história do cotidiano da cidade vai para o ralo. Não podemos nos esquecer quando os caiçaras foram massacrados pela primeira vez, juntamente com a sua agricultura e pesca de sobrevivência, pelos ambientalistas fajutos que para cá vieram com a implantação do Parque Estadual da Serra do Mar em 1977 e que perdura até os dias hoje, portanto duas vezes massacrados. Os caiçaras tronco, aqui do Centro, quase todos já morreram e, os que estão vivos negam-se a falar envergonhados e constrangidos de tanta mentira relatada pelos já conhecidos pára-quedistas e, mais um punhado de pseudocaiçaras que, alguns, nasceram ontem.
O prefeito Eduardo César afirma que a Caiçarada é uma festa que tem o objetivo de manter as tradições e a beleza da cultura popular. ”Ubatuba é uma cidade com belas e antigas manifestações culturais. Ao recebermos culturas de outras regiões estamos valorizando as raízes do povo brasileiro. Idalina Graça, representante de o nosso primeiro fazer literário, é autora da seguinte frase: Povo que não tem memória não tem nada para contar.” A Fundart foi criada exatamente para resgatar a memória, se não o fez durante 20 anos, se encaixa no raciocínio da frase de Dona Idalina: Então, feche as portas ou contrate alguém com capacidade para fazê-lo.
Resgatar uma cultura se começa pela educação, então vamos começar pelo “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que é um dos primeiros do Brasil e o primeiro de Ubatuba, e se orgulha do seu patrono, do 1º professor e diretor do corpo docente, juntamente com os mestres de fundação. Seu Filhinho e Dona Idalina, é obvio que eles também fazem parte da história do cotidiano da cidade, mas não reúnem méritos suficientes para tantas honrarias e homenagens; estão muito aquém do que alguns gostariam.
Veja a prova disso: há três meses, mais ou menos, me procurou uma aluna da 8ª série do “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva”, para ajudá-la a falar sobre o Projeto “Vida Caiçara”. Sugeri, à primeira vista, que a aluna fosse até a Fundart, tendo em vista o que tinham publicado nos semanários da cidade e que vários livros foram lançados sobre este assunto, em parceria com a Fundart. Chegando lá ela nada encontrou e a pessoa que a atendeu tratou rapidamente de despachá-la para a Biblioteca Municipal, que também não tinha nenhum livro sobre o assunto a ser consultado. Mas tinha um, para vender! Há uns 3 anos isso também aconteceu comigo. Concluindo: a aluna teve que virar lobisomem, correndo sete praias, de casa em casa, em busca da migalha de caiçaras que sobraram, para conseguir as informações necessárias, para o término de seu trabalho.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=19249
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