domingo, 18 de julho de 2021

LOBISOMEM

 

Vó Eugênia era moradora da Praia da Fortaleza. Mulher simples, atenciosa, não era de inventar nem de mentir.
Um dia perguntei a ela se já tinha visto Lobisomem ou se conhecia alguém que já tinha visto, e ela respondeu que numa madrugada ela mesma viu. Já estava deitava há tempo quando escutou latidos fortes vindo do meio do bananal. Levantou-se e olhou pela fresta da porta para ver o que atormentava os cães e vislumbrou um cachorro preto e peludo, enorme, diferente de todos os que havia por ali, sendo cercado pelos cães da vizinhança, que estavam furiosos. Ele parecia estar muito cansado, ela até podia escutá-lo arfando alto. Minha avó se arrepiou, paralisada de medo.

BILHETE DE MONTEIRO LOBATO

 


Eu sou de uma geração de livros infantis e de quase nenhum televisor;  de ter aulas até nos dias de sábado na mais recôndita das salas de aulas esparsas por nossas praias e sertões. Me recordo bem de que, nas aulas que antecediam nossos domingos, o tempo era dedicado à leitura e produção de ilustrações a partir do que foi lido. Mesmo que fossem poucos  os livros, havia o básico de nossas autoras e autores nacionais.