terça-feira, 5 de julho de 2016

LOBISOMEM EM UBATUBA...........


Vó Eugênia era moradora da Praia da Fortaleza. Mulher simples, atenciosa, não era de inventar nem de mentir.
Um dia perguntei a ela se já tinha visto Lobisomem ou se conhecia alguém que já tinha visto, e ela respondeu que numa madrugada ela mesma viu. Já estava deitava há tempo quando escutou latidos fortes vindo do meio do bananal. Levantou-se e olhou pela fresta da porta para ver o que atormentava os cães e vislumbrou um cachorro preto e peludo, enorme, diferente de todos os que havia por ali, sendo cercado pelos cães da vizinhança, que estavam furiosos. Ele parecia estar muito cansado, ela até podia escutá-lo arfando alto. Minha avó se arrepiou, paralisada de medo.

Colhendo na praia................

Praia da Justa- 1993

                Muitos aspectos da cultura caiçara merecem ser relembrados, mesmo que seja quase inimaginável de se repetirem. Um exemplo que agora me vem à lembrança é o “ritual” do sapinhaoá, um  molusco outrora largamente utilizado na culinária. Hoje, com nossas praias e águas sujas, quem tem coragem de coletar sapinhaoá para comer?


PICARÉ PRIMEIRO..................

PICARÉ, O PRIMEIRO

Às margens do Rio Maranduba (Arquivo Clayton Oliveira)

               Minha mãe, nascida na Praia da Fortaleza, ainda bem jovem foi trabalhar no Hotel Picaré, na boca da barra da Maranduba, perto da casa do Chico Romão. Meu pai, natural da Caçandoca, andava por ali querendo namorar alguém. As moças que trabalhavam no Picaré eram atraentes. Assim papai e mamãe se encontraram e nós viemos ao mundo. Agora eles se foram e nós continuamos a história.

A SALGA............

A SALGA

Olha o rio Acaraú aí gente! (Arquivo Igawa)

 O Sr. Igawa nunca morou em Ubatuba. Quando estava na cidade, ficava hospedado no Hotel Ubá, que se localizava, creio eu, no começo da rua Tomás Galhardo. No terreno adquirido, local da futura salga, ainda estava amontoados alguns trilhos da ferrovia prevista para o final do século XIX, provando que aquela cabeceira de ponte, a mesma que sustenta o tráfego até hoje, é a original (projetada para receber os trilhos, no final do período imperial).
           No auge da pesca, entre 1977 e 1980, a empresa contratava em torno de cinquenta funcionários, sendo a maioria composta por mulheres.





CORAGEM EMPREENDEDORA do sr. igawa


Trabalhadores em plena produção (Arquivo Igawa)

         Acompanhando o relato das atividades do Sr. Igawa, enxergamos um dinamismo para superar as crises que aparecem no nosso contexto, sobretudo na década de 1980. É uma grande aposta que ele faz no potencial de pescados em Ubatuba! Coragem mesmo!