Vó Eugênia era moradora da Praia da Fortaleza. Mulher simples, atenciosa, não era de inventar nem de mentir.
Um dia perguntei a ela se já tinha visto Lobisomem ou se conhecia alguém que já tinha visto, e ela respondeu que numa madrugada ela mesma viu. Já estava deitava há tempo quando escutou latidos fortes vindo do meio do bananal. Levantou-se e olhou pela fresta da porta para ver o que atormentava os cães e vislumbrou um cachorro preto e peludo, enorme, diferente de todos os que havia por ali, sendo cercado pelos cães da vizinhança, que estavam furiosos. Ele parecia estar muito cansado, ela até podia escutá-lo arfando alto. Minha avó se arrepiou, paralisada de medo.