Júlio: O senhor podia contar a história da caranha pra nós?
M.H.: Eu tava facheando mesmo, no rio. Eu co’Arfredo Mariano. Aí eu gritei pro Arfredo: “Oh, Arfredo, uma enorme caranha! Porque todo dia nóis achava pedaço de tainha cortada na preia, né? Era ela que comia. E no rio nóis também achava pedaço, mas nóis não sabia o que era. Quando chegô um dia eu trava com nove tainha na canoa, no Perequê-açu, no rio Indaiá, na boca da barra, no começo do rio. Aí eu gritei: “Arfredo, que nobre caranha! É a tar que anda comendo a tainha aqui!”.