sexta-feira, 15 de março de 2024
15 de Março , o Dia do Caiçara
História do Dia do Caiçara
O Dia do Caiçara foi celebrado pela primeira vez em 2008, quando o governo brasileiro reconheceu oficialmente a importância das comunidades caiçaras para o patrimônio cultural do país. O dia é comemorado anualmente em 15 de março e serve como um lembrete do papel vital que essas comunidades desempenham na preservação da cultura costeira única do Brasil.
A Importância das Comunidades Caiçara
As comunidades caiçaras são parte essencial do patrimônio cultural do Brasil, pois preservaram suas tradições e modo de vida por gerações. Essas comunidades estão localizadas em áreas remotas ao longo da costa do Brasil e desenvolveram seus próprios dialetos, estilos musicais e de dança distintos, bem como tradições culinárias únicas. Muitas comunidades caiçaras dependem da pesca e da agricultura para sua subsistência, e desenvolveram práticas sustentáveis que lhes permitiram prosperar em harmonia com seu meio ambiente.
Celebrando o Dia do Caiçara
O Dia do Caiçara é celebrado em muitas das comunidades litorâneas de todo o Brasil, com desfiles, festas e outros eventos culturais. As celebrações costumam contar com apresentações de música e dança tradicionais, além de exibições de artesanato caiçara e culinária. O dia é uma oportunidade para os brasileiros aprenderem mais sobre a cultura caiçara e apreciarem as contribuições únicas que essas comunidades fizeram para a rica tapeçaria cultural do Brasil.
Preservando a Cultura Caiçara
Enquanto o Dia do Caiçara serve como uma celebração da cultura caiçara, é também um lembrete dos desafios que essas comunidades enfrentam na preservação de seu modo de vida. À medida que o litoral do Brasil se torna cada vez mais desenvolvido, muitas comunidades caiçaras correm o risco de perder suas terras e recursos tradicionais. Esforços estão em andamento para apoiar essas comunidades e promover práticas de desenvolvimento sustentável que lhes permitam continuar seu modo de vida enquanto protegem seu meio ambiente.
Parabéns a todos os caiçaras do nosso Litoral Norte!
Fundart promove a revitalização da canoa Maria Comprida
A canoa foi construída na década de 70 e representa um ícone da cultura local
A Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, a Fundart, iniciou nesta quinta-feira, dia 14, a pintura de um ícone da cultura caiçara – a canoa Maria Comprida.
Construída a partir de um tronco só na década de 70, pelo senhor Agrício, do Sertão do Ubatumirim, com mais de nove metros, a canoa faz parte da história da cidade, já participou da travessia entre Ubatuba e Santos, esteve presente em tantas corridas tradicionais e também carregou a tocha Olímpica em 2016.
Além do processo de pintura, a canoa já passou por revitalização para substituição de algumas madeiras condenadas. “No ano passado, a Fundação promoveu a revitalização dessa canoa com o mestre canoeiro Neco, quando todo um trabalho para eliminação de cupins foi realizado. E agora já estamos na etapa da pintura. Por ser grande e ter um valor histórico, todo esse serviço demanda muito cuidado”, explicou Rodrigo dos Reis, Chefe de Manutenção.
Em breve, a Maria Comprida poderá ser apreciada por todos no Teatro Municipal, no dia 27 de março, às 19h, durante a apresentação do documentário “Canoa Caiçara, da tradição ao esporte”.
PENSANDO ENTRE TIJOLOS
Domingos da Sete Fontes - Arquivo Memória |
Eu estava na obra até agorinha mesmo assentando tijolos. A colher de pedreiro, o prumo e o nível são importantes instrumentos nessa etapa. De repente me deparo contemplando o nível. É de ferro, pesado, grande. Bem antigo. Nunca tinha visto um igual até aquela data, há alguns anos, quando o recebi de presente da amiga Mirtes Harumi Honda. “Pertenceu ao meu querido pai. Acho que estava com ele desde os primórdios, quando chegou do Japão. Agora é seu”. Outros muitos presentes (molinete, martelo etc.) aceitei com muito carinho naquele dia, quando a estimada Mirtes estava se mudando de casa.
A história do Sr. Honda eu guardei apenas em partes. Soube que era um exímio calígrafo, função muito respeitada na sua terra natal. No Brasil se tornou comerciante. Tive o prazer de apreciar seus fragmentos de textos, suas mensagens que ocupavam espaços em sua residência, no centro da cidade de Ubatuba. Admirei suas esculturas, escutei suas aventuras e aprendi muito das suas paixões. Devotado à família, juntamente com a esposa (Dona Hamako), educou magistralmente seus rebentos. Em Ubatuba, pescou muito pelas costeiras sempre acompanhado pela fiel companheira, cuja honra eu tive em transcrever as memórias, sob o título O caderno de Hamako. Agora, olhando esse instrumento, imaginei o Velho Honda ali, fazendo comentários, segurando aquela peça, dizendo dos trabalhos que realizou, se sentindo feliz por eu tê-la recebido. Talvez até dizendo que eu herdei traços de sua personalidade que acompanham seus instrumentos. Eu acredito nisto e creio que faz parte da mística caiçara. É assim que vamos conhecendo o mundo. Já escreveu o filósofo Nietzsche: “O homem conhece o mundo à medida que se conhece: a sua profundidade desvela-se-lhe à medida que se espanta de si próprio e de sua complexidade”. Portando, olhar, admirar, imaginar os momentos que alguém viveu ao utilizar ferramentas, máquinas etc., me leva a contemplar a grandiosidade da humanidade, de acreditar que grande parte dela sustenta profundas esperanças capazes de reorientar nossas vidas e de garantir a vida dos demais seres que compartilham deste planeta.