sexta-feira, 21 de novembro de 2008

ACONTECEU VIROU HISTÓRIA....UBAWEB ,completou 10 anos e segue fazendo história em Ubatuba e Região...




Foi no dia 27 de outubro de 1997 que disponibilizei, na Internet, acesso ao pretensioso "Espaço Alternativo do Litoral Norte Paulista" através do endereço virtual "http://ubaweb.br-hs.com", mas só com o fechamento do provedor de dados, em 05 de maio de 1998, adquiri o domínio "www.ubaweb.com".

De sua "inauguração" até agora o portal UbaWeb passou por várias transformações, sendo que a mais significativa ocorreu em 2004 quando o sistema escrito em ASP foi substituído por outro, totalmente novo, na linguagem PHP. O atual formato, desenvolvido em minhas horas de lazer, consumiu um ano e meio de trabalho. A versão PHP foi disponibilizada, juntamente com O Guaruçá, no dia 08 de março de 2004. Aproveitei e transformei uma revista eletrônica com atualização mensal (UbaWeb) em uma com publicação diária (O Guaruçá). Desconhecia a encrenca em que estava me metendo!

De qualquer maneira O Guaruçá, parte integrante do "UbaWeb - O Portal de Ubatuba", já acumula 1329 edições (não deixou de ser publicado um só dia) e eu, em razão de minhas constatações nos "De olho em Ubatuba", carrego vários processos formulados por politiqueiros e seus cupinchas. Acredito que "nunca antes", nessas terras de Coaquira, um particular foi tão processado pelos seus escritos.

Os colaboradores do portal UbaWeb são a causa principal do sucesso que gozamos. A certeza de poder usufruir um "espaço alternativo" às mídias controladas pelos detentores do "pudê" faz com que, cada vez mais, internautas se tornem assíduos usuários do portal.

A imagem acima, de Luciano Cancellier, mostra que o guaruçá se posta altivo perante as adversidades. É através dela que parabenizo e agradeço a todos, colaboradores e internautas, por esses 10 (dez) anos que passamos juntos.


Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.

Caçandoca: Um 'refúgio' especial

bela praia de Ubatuba, no Litoral Norte, abriga uma das mais de 35 comunidades quilombolas do Estado de São Paulo.
Bruna Vieira


Ubatuba - Quilombo é o local de refúgio dos escravos negros brasileiros no período colonial. Eles representaram uma das mais importantes formas de resistência à escravidão. Buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura que deixaram na África. Embrenhados nas matas virgens, as comunidades se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se à economia de subsistência.
O Quilombo da Caçandoca em Ubatuba foi reconhecido, em laudo antropológico em 2000. Porém, a história dessa comunidade remete ao ano de 1858, quando o português José Antunes de Sá comprou a Fazenda Caçandoca.
A fazenda abrigava uma casa-sede e um engenho, sendo dividida em três núcleos administrativos. Cada filho de José Antunes de Sá: Isídio, Marcolino e Simphonio administrava um núcleo. Eles tiveram vários filhos "bastardos" com as mulheres negras que trabalhavam nas terras, além dos legítimos, frutos de casamento com mulheres brancas.
A fazenda produzia café e aguardente de cana-de-açúcar. Foi desmembrada em 1881, data do primeiro inventário do local. Filhos e netos legítimos do proprietário da fazenda herdaram parte das terras, mas nem todos permaneceram nelas. Os que permaneceram, ficaram na condição de posseiros, com autorização para administrar seu próprio trabalho.
Os filhos bastardos e os ex-escravos deram origem às 32 famílias que hoje formam o Quilombo da Caçandoca, com cerca de mil remanescentes. As famílias compartilham uma área de reserva florestal, administram hortas caseiras e até pouco tempo atrás faziam o manejo do palmito 'jussara'.
As casas das famílias não têm luz elétrica nem água encanada. São feitas de pau-a-pique, de tábuas cobertas com calhetão ou de alvenaria. A comunidade sobrevive da pesca, marisco e agricultura familiar, voltada para o autoconsumo. Outra parte das quilombolas faz serviços domésticos em casas de veraneio nas praias vizinhas como Pulso, Caçandoquinha, Bairro Alto, Saco da Raposa, São Lourenço, Saco do Morcego, Saco da Banana e Simão.
Até meados da década de 1990, havia na comunidade duas escolas municipais de Ensino Básico. Elas foram fechadas sob a alegação de que o número de alunos era insuficiente. As poucas crianças que freqüentam escola precisam caminhar até a praia do Pulso e seguem com um ônibus até o bairro da Maranduba. Ainda hoje, a reabertura das escolas é reivindicada pela comunidade.
Outros problemas na comunidade tiveram início na década de 1970 com a construção da rodovia BR-101, que interliga a cidade de Santos à capital do Rio de Janeiro. Quilombos foram expulsos da terra. Hoje, os 890 hectares do território quilombola na Caçandoca, estão sendo disputados por uma imobiliária.
As cerca de 50 famílias do Quilombo de Camburi, também em Ubatuba, enfrentam as mesmas pressões para deixar as terras. Eles ocupam há aproximadamente 150 anos, uma área localizada na divisa com a cidade de Paraty.

Preservação da cultura quilombola
"Os quilombolas defendem o território e os costumes de seus ancestrais", revelou Antonio dos Santos, presidente da Associação dos Remanescentes da Comunidade do Quilombo da Caçandoca.
Os costumes religiosos no quilombo da Caçandoca estão sendo resgatados com a participação da comunidade na procissão marítima da Festa do Divino. Outras festas comemoradas são de São Benedito (santo negro), São João, Santo Antônio e São Pedro (padroeiro dos pescadores)."Até os anos 60, tinha festa o ano todo na comunidade. Começava com a cantoria de reis no natal, passando pelo primeiro dia do ano e no dia 7 de janeiro, iniciava a folia do Divino. Este período era sagrado. Os quilombolas deixavam de fazer mutirão – trabalhar junto numa mesma roça – para homenagear os santos. A reza durava nove noites e na última acontecia a festa com as danças que iam até o dia clarear", afirmou Antônio. As danças eram o bate pé, ciranda, moçambique e dança do chapéu. "Tinha fogueira, doce de mamão e abóbora e mandioca assada".
Algumas mulheres da Caçandoca fazem artesanato para vender na cidade. São colchas e panos de enfeite feitos com retalhos, a palha da banana se transforma em balaios e descansos de panela, as cortinas são enfeitadas com conchas e a bolsa é produzida com 'anel' de latinha. A arte é ensinada de mãe para filha.
A maioria das casas da comunidade, feitas de parede de taipa e cobertura de sapê, tem cama de bambu e colchão de tábua. Os utensílios domésticos são de barro e ferro. O pilão ainda serve para amassar o café. "A linha de pesca era tirada do tucum do coco e as cordas grossas para puxar a rede eram de cipó. Só precisávamos comprar querosene e sal para sobreviver", descreveu Antônio que recebia confirmação da esposa Gabriela dos Santos.
O primeiro projeto coletivo da comunidade, uma horta comunitária, está em andamento. "O mais importante é este sentimento de coletividade. Estamos resgatando o modelo de produção de 'meia', no qual o quilombo dono da roça convocava os demais para trabalhar em sua terra por determinado tempo. Na colheita, metade da produção ficava com o proprietário da terra e a outra metade, era distribuída pelos trabalhadores que manejaram a terra. Sozinho, um quilombo não pode nada", confirmou Antônio dos Santos.
Os quilombolas fizeram curso de capacitação para produção e comercialização de mel e polpa do palmito jussara. O Incra (Instituto Nacional de Colonização da Reforma Agrária) patenteou os dois produtos.

Quilombo no Brasil
O Brasil chegou a ter centenas de quilombos no período colonial. A maioria não sobreviveu aos ataques dos senhores das fazendas. O quilombo mais famoso foi o dos Palmares, que reuniu em terras alagoanas, mais de 50 mil escravos fugidos, em pleno século XVII.
O líder negro Zumbi, chefe indiscutível do Quilombo dos Palmares, após anos de combate, foi morto em 20 de novembro de 1695. Seu nome entrou para a galeria dos heróis 300 anos depois, quando, em 1995, a data de sua morte foi adotada como o Dia da Consciência Negra.
Atualmente, há mais de 2.200 comunidades remanescentes de quilombos no país. No Estado de São Paulo existe mais de 35, a maioria na região do Vale do Ribeira. A formação desses quilombos não se deu somente pelas fugas de escravos que ocuparam terras livres e isoladas, mas também por heranças, doações, recebimentos de terras como pagamento de serviços prestados, simples permanência nas terras ou compra das mesmas.
A questão quilombola entrou na agenda das políticas públicas com a Constituição Federal de 1988. O Artigo 68 defende "aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida à propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os respectivos títulos".
Foi neste período que a comunidade do litoral norte paulista se organizou e formou a Associação dos Remanescentes do Quilombo da Caçandoca, visando participar do processo de reconhecimento e titulação de suas terras, tarefa realizada pelo Itesp.

Curiosidades
A palavra 'quilombo' tem origem africana, da língua banto (kilombo) e significa acampamento, fortaleza de difícil acesso, onde negros que resistiam à escravidão conviviam com brancos pobres e indígenas. O banto teve origem em países africanos como Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique.
A palavra 'Caçandoca', apesar de ser relacionado à casa devido ao sufixo "oca" (casa em tupi-guarani), significa "gabão de mato" numa referência ao país do centro-oeste africano Gabão.
O que define um quilombo é o movimento de transição da condição de escravo para a de camponês livre. Suas duas principais características não foram o isolamento e a fuga e sim a resistência e a autonomia.

Serviço

A Associação dos Remanescentes da Comunidade do Quilombo da Caçandoca está localizada na estrada Benedita Luiza dos Santos, 1474, Caçandoca. Contatos com o presidente Antonio dos Santos ou sua esposa Gabriela pelo telefone (12) 3848 1669.

MAIS UM POUCO DA HISTORIA DE UBATUBA....




Há duas definições sobre a origem do nome derivado em tupi Ybtyba ou Ybatiba. Em ambas concorda-se que "tuba" poderia significar muitas; "uba"entretanto poderia se referir a canoas ou a caniços, de um tipo de taquara comum na região.


Os donos da terra e a Paz de Iperoig.
Os primeiros habitantes do litoral norte de São Paulo onde se encontra Ubatuba, que pertencia na época da colonização à Capitania de São Vicente, doada por D. João III a Martim Afonso de Souza, foram os índios tupinambás. Juntamente com os tupiniquins (situados ao sul) e os guaianazes (habitantes do planalto) formavam a nação Tamoia, em tupi "os donos da terra". O nomadismo fazia parte da cultura indigena e entre os grupos havia relações cordiais e convivência pacífica. A chegada do europeu no século XVI e a tentativa de escravização dos indígenas gerou conflito entre eles, provocados pelos invasores.
O primeiro europeu a chegar em Ubatuba foi o aventureiro alemão Hans Staden, que servira como artilheiro no forte de Bertioga e ao ser aprisionado pelos tupinambás permaneceu cativo em Ubatuba por vários meses. Após o seu resgate por um navio francês, Staden retornou ao seu país e relatou a sua experiência no livro "Duas viagens ao Brasil".
Instigados pelos franceses, os tamoios confederados sob a liçenca de chefe Cunhambebe, em confronto com os portugueses, punham em risco os incipientes núcleos de colonização de São Paulo e São Vicente, o que levou os Jesuitas manoel de Nóbrega e José de Anchieta a visitar a aldeia de Ipregoig em missão pacificadora.
Anchieta permaneceu como refém dos índios em Ubatuba enquanto Nóbrega negociava em São Paulo o armistício, periodo em que escreveu na areia da praia so 5.732 versos de seu poema a Virgem. A Paz de Iperoig foi selada em 14 de setembro de 1563 e à expulsão dos franceses segui-se a fundação da cidade do Rio de Janeiro.

O povoamento.

De 1600 a 1750 a presença da população branca é pequena e a agricultura de subsistência predomina; o trecho entre Santos e o Rio de Janeiro é intencionalmente ocupado por iniciativa do governo para garantir aposse da região. A cultura caiçara resulta do cruzamento da cultura indígena com a dos colonizadores inicialmente; os povoados surgem em fundo de baía, sendo as ilhas mais ocupadas que o continente. Nos inícios do século XVII Iperoig despertou a atenção do governador do Rio de Janeiro , que enviara Jordão Homem de Costa para fundar com sua família e agregados um núcleo, onde se ergueu uma capela dedicada à Santa Cruz do Salvador. A antiga aldeia de Iperoig foi elevada à categoria de Vila em 28 de outubro de 1637, sob o nome de Vila Nova da Exaltação da Santa Cruz de Salvador de Ubatuba.

O ciclo da cana e o ouro de Minas.


Na segunda metade do século XVII, a exploração do ouro em Minas gerais vai mudando a história do Sudeste. Cada espaço geográfico se especializa para atender ao consumo de Minas; ao sudeste litorâneo caberia produzir aaguardente e o açucar, gerando também outros cultivos de apoio. Nesse período existiram em Ubatuba 19 fazendas-engenhos, produzia-se também anil e fumo para serem trocados por escravos na África. A produção de pesca é intensa(em parte voltada para o mercado mineiro), sobretudo a taínha no inverno e a população chega a 2.000 pessoas, excluídos os negros escravos. De Minas vinha o ouro trazido por tropeiros para embarque em seu porto e a ele chegavam as mercadorias européias que atendiam ao luxo dos senhores coloniais de São Paulo e Minas Gerais.

O ciclo do café e a prosperidade.


Em 1787 o presidente da Província de São Paulo decreta que todas as mercadorias da capitania deveriam ser embarcadas por Santos(Édito de lorena), medida que ocasionou a decadência da economia da cana e do porto de Ubatuba. A situação só iria melhorar com a abertura dos portos em 1808 e o comércio ganharia novo impulso com o cultivo do café no município e no Vale do Paraíba, que tornou-se economicamente próspero na segunda metade do século. Ubatuba passa aser o porto exporatdor da região cafeeira, chegando a receber anualmente cerca de 600 navios transatlânticos. Pela "rota do café" entraram nesse perído áureo mais de 70 mil escravos.
A Vila de Ubatuba passa em 1855 à categoria de cidade. O urbanismo alcança o município, são criados o cemitério, novas igrejas, um teatro, água encanada, mecador municipal e residências para abrigar a elite local. Ubatuba constava entre os municípios de maior renda da província, tendorecebido através de seu porto a primeira máquina de tecelagem do Estado, destinada a Taubaté. Nela circulavam viajantes, negociantes, tropeiros e aventureiros, companhias de teatro e ópera; havia festas e bailes nos solares e o Ateneu Ubatubense dispunha de biblioteca de mais de 5000 volumes doada pelo Imperador D. Pedro II.
O cultivo do café traz modificações profundas na paisagem física e urbana de Ubatuba: as áreas planas crescem de valor e são devastadas ; a demanda por construções mais complexas (embarcações, casas e mobiliário, carros de boi) vai ocasionando o fim da madeira de lei e aumenta a população negra. Em 1836 a população negra supera a branca e ocorrem revoltas nas fazendas de café, que chegaram a ter cerca de 12.000 escravos. A partir de 1870, antecipando-se ã deflagração da guerra franco-prussiana, dezenas de famílias nobres francesas instalaram-se em Ubatuba, comprando grandes extensões de terras e organizando fazendas onde se cultivou o café, fumo, cana-de-açucar, frutas tropicais e especiarias. também montaram olarias e mansões senhoriais.

O fim da "rota do café".
Com a marcha do café para o Oeste do estado de São Paulo e a construção de ligações ferroviárias entre São Paulo e Rio de Janeiro e São Paulo e Santos, a antiga estrada da "rota do café"que ligava o sul de Minas ao porto de Ubatuba perdeu importância. As famílias de posses migraram e as terras perderam o valor, permanecendo as populações pobres. Tentativas foram feitas para refrear a decadência da cidade e de seu porto, com a construção não-concluída de uma estrada de ferro ligando Ubatuba a Taubaté.

O ressurgimento econômico com o turismo.

Somente a partir de 1933 ocorreu um certo ressurgimento econômico no município liugado ao turismo, com a abertura de estrada de rodagem entre Ubatuba e São Luiz do Paraitinga. O avanço turístico aumentou ao abrir-se a estrada ligando caraguatatuba a Ubatuba em 1954 e na década de 70 com a construção da rodovia Rio-Santos (Br101), criando novas perspectivas ecônomicas para o município com o desenvolvimento da nova atividade.

FONTE : www.ubatubacity.com.br

A CHEGADA DO PROGRESSO NA ALMADA

A CHEGADA DO PROGRESSO
Praia da Almada - anos 70


A estrada só chegou a Almada no final dos anos setenta. Antes disso, para chegar á cidade usava-se barcos, canoa a vela ou pela trilha. A abertura da estrada foi um acontecimento. Não só crianças, mas adultos também iam de encontro ás maquinas que devastavam a vegetação abrindo caminho para o progresso.
Lembro até hoje do barulho ininterrupto da maquina de esteira e do cheiro da terra retirada do morro. O que mais gostávamos era ver as pedras rolarem morro abaixo, devastando a vegetação, indo parar no mar.
A abertura foi num ritmo acelerado, todos na praia estavam encantados com a rapidez das maquinas, primeiro vinha á esteira e depois a plaina, uma maquina que alisava a estrada. Tinha uma que abria buracos para colocar bueiros, e nós apelidamos de ‘pernilongo’.
Ao chegar mais ou menos quinhentos metros da praia o serviço empacou. Um morador não permitia que as máquinas entrassem em suas terras. Ficando parado por mais de três meses. Uma tristeza para nós crianças que ficamos sem a companhia diária do aparelho barulhento e para os moradores que sonhavam com carros e ônibus na praia.
Graças a um acordo entre prefeitura e o proprietário, finalmente a estrada chegou e com ela tudo que vem junto com o progresso.
Postado por Fernando Florindo .
Blog : www.fernandodaalmada.blogspot.com