Em 1936 aconteceu a implantação precária do posto de saúde de Ubatuba
Em março de 1936 foi instalado precariamente o Posto de Saúde de Ubatuba, em uma sala do prédio da Santa Casa, na rua Conceição nº 135, sendo o provedor daquela época o Sr. Ernesto Gomes de Oliveira, pai do Seu Filhinho. O governador SALES, enviou para cá, o médico Dr. João Carlos Miranda, para assumir o comando do Posto de Saúde e o prefeito José Fernandes contratou o ubatubano da gema e do Centro Sr. João Costa Ferreira, na função de servente do Posto. É claro que não se podia chamar isso de Posto de Saúde era apenas um médico e um servente, dentro de uma saleta da Santa Casa. Com a instalação do Posto de Saúde e a nomeação do comerciante José Fernandes a prefeito de Ubatuba, Seu Filhinho se declara contra o governador de São Paulo, Dr. Armando de Sales Oliveira (PC Paulista). E, em julho de 1936, o farmacêutico Washington de Oliveira (Seu Filhinho), apoiado pelo PRP do presidente Vargas, em uma eleição indireta, foi conduzido a prefeito de Ubatuba pelo PRP “Partido Republicano Paulista”, desbancando o prefeito José Fernandes, e o próprio governador Armando Sales.
Seu Filhinho relatou no seu livro “A Farmácia do Filhinho”, na página nº 108, que foi um pleito ferrenho, acirrado, mas o meu grupo venceu galhardamente, elegendo cinco dos sete vereadores de que se comporia a Câmara. E disse mais - Que o PC local não se conformou com a derrota e, exigiu do governo paulista a vinda de um médico, decidido a “quebrar a crista do boticário vitorioso”. Na política vale tudo, mas o médico João Carlos Miranda, já estava na cidade desde fevereiro, portanto 4 meses antes de o Seu Filhinho ser conduzido a prefeito, tomando posse em 18 de julho de 1936. O partido PRP do farmacêutico Seu Filhinho era oposição ao PC, Partido Constitucionalista, do prefeito “derrotado” José Fernandes.
Os ubatubanos da gema e do Centro daquela época contam diferente: - Que esse pleito não foi só ferrenho e acirrado, como relatou o Seu Filhinho; mas também foi tumultuado, o pau quebrou feio, a urna foi jogada pela janela da Câmara e, depois foi lançada ao mar. Até um candidato ficou dependurado pelo paletó na dobradiça da janela da Câmara Municipal. Seu Filhinho tomou posse em 18 de julho do mesmo ano e, em apenas 25 dias de governo, o seu primeiro ato foi a aprovação de uma lei autorizando um subsídio ao prefeito, no valor de três contos e seiscentos mil réis anuais (era uma graninha considerável). Veja foto da lei, é de próprio punho do Seu Filhinho, isso em um ano e meio de governo, imaginem se ele ficasse quatro anos no poder. Enquanto isso, o povo vivia na miséria, não tinha dinheiro para comprar remédio na farmácia do prefeito, o jeito era se contentar com as milagrosas doses homeopáticas do Tio Juquinha. Eram gratuitas, pagava quem podia.