Texto de Claudionor Quirino dos Santos publicado no site www.ubaweb.com , em 13/04/2009
Quem se ligou no movimento caiçara ocorrido no bairro de Picinguaba, no domingo dia 22/03/09, onde houve um encontro de autoridades ambientais e representantes de comunidades caiçaras, mais gente do Sertão do Ubatumirim, não pode vislumbrar apenas um fato isolado.
Num cenário maravilhoso, com fundo de cortina azul que é o céu aberto do cobiçado litoral norte paulista, discutiu-se a questão da limitação ao direito de pesca, cultivo e artesanato, interesse da comunidade caiçara, e o conflito da política de gestão e manejo do Parque Estadual da Serra do Mar.
Para quem enxerga além da Cortina Azul, faz muitas indagações. A principal é: Por que comunidades européias, de um Velho Mundo já pelado de árvores e, por isso mesmo, com pouca água potável, voltaram os olhos para a Mata Atlântica e a Mata Amazônica?
Por que pequenas e grandes organizações não governamentais, estão interessadas em locais como Ubatuba, pérola incrustada no litoral da Mata Atlântica?
Por que essas ONGs ambientais se instalaram mais aqui no Brasil?
Por que alguns países da Europa instituíram incentivos fiscais para o empresário estrangeiro que comprar áreas ambientais no Brasil?
Por que o Governo não investiga corretamente o número tão grande de transações imobiliárias de estrangeiros que compram áreas de preservação ambiental na Mata Atlântica e na Mata Amazônica?
E por que funções primárias de governo foram delegadas a essas ONGs, dirigidas por estrangeiros que organizam e criam normas que são impostas por autoridades públicas para vigorar em todo o território nacional?
Por que a implantação de um Parque Estadual haveria de criar tantos conflitos de interesse com a tradicional comunidade caiçara?
A Serra do Mar não deveria ser a menina dos olhos do Serra do Planalto?
Será que pessoas nativas não deveriam ser consideradas, nas políticas ambientais, como principal elemento do chamado ecossistema?
É preciso enxergar além das cortinas azuis e imaginar o espetáculo que se descortinará, antes que seja tarde.
É preciso olhar a comunidade caiçara e seu sítio de sobrevivência, calcado na pesca, no artesanato e no cultivo agrícola, mantido por tradição mais que centenária, como gente que é verdadeiramente dona da terra e que faz parte do processo econômico e social do Município.
Antes de mais nada, foram os caiçaras, sucessores de tribos nativas, e alguns latifundiários poetas que preservaram a Mata Atlântica e os recursos hidrominerais no Município.
É preciso descortinar o espetáculo e ver comunidades brancas européias em luta com o nativo pela posse de terra onde não existe mais ouro e madeira de lei, mas existe vasta extensão de mata mantida pela cultura caiçara e um precioso minério que é a água potável, abundante e de excelente qualidade, que valerá, em menos de trinta anos, mais do que os minérios da época colonial e que, sabidamente, provocará guerra de nações carentes desse minério.
A ciência já descobriu que o mar tem um papel mais importante que a mata na questão do aquecimento global e que não adianta só preservar ou plantar árvores sem controlar a poluição das águas e do ar gerados por gases de fábricas, carros e eletrodomésticos.
De que adianta plantar árvores se outras são devastadas para atender interesses econômicos isolados, em grande parte da classe política dominante, ou se são colocados nas ruas milhares de carros poluentes por dia?
Por isso que as comunidades nativas, de norte a sul, já se defendem das autoridades que estão intermediando a invasão de suas posses e de seus interesses, repelindo ações de comunidades estrangeiras.
É uma nova Confederação dos Tamoios. É como a união confederada, em tempos remotos, de nações dos tupinambás e tupiniquins, unidos em guerra, sob a alcunha de tamoios, para impedir a invasão dos brancos europeus, na época colonial que, na verdade, só visavam interesses econômicos.
Lembro que no governo do Prefeito Matarazzo, na década de 1960, foi estabelecido planejamento para a sobrevivência caiçara, com estímulo ao artesanato como fonte econômica, e divisão do território municipal em zona urbana, de expansão urbana e zona rural, de produção hortigranjeira, incluindo a pesca artesanal. O clima de Ubatuba é propício para essas atividades.
A indústria sem chaminé, como é chamado o turismo, seria enfocada no fomento e aprimoramento de infra-estruturas para melhoria dos produtos turísticos, incluindo obras básicas, como luz, água e esgotos e vias de acesso.
Não se sabe o que ocorreu de lá pra cá. Mas uma coisa é visível: O Município perdeu sua autonomia administrativa e política de organizar e usar o solo urbano, através de leis próprias, inclusive ambientais, como preceituado no artigo 30, inc. VIII da Constituição Federal.
O que quero dizer é que a União tem suas áreas de preservação no Município bem definidas pela Constituição. O Estado não, porque áreas de preservação ambiental só podem ser declaradas por lei (art. 20, II, C.F.)
O Parque Estadual da Serra do Mar foi criado por decreto, ato inadequado para a instituição de um Parque Estadual em terras pertencentes a terceiros. Vale dizer que, legalmente, o Parque Estadual da Serra do Mar inexiste.
O decreto seria ato válido somente quanto à declaração de utilidade pública ou interesse social, mas só a lei poderia autorizar as indenizações e desapropriações cabíveis.
Da forma como foi criado o Parque e as gestões e manejos decorrentes de ato não autorizado por lei, a política de imposições desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos, os processos com vistas a direitos públicos inexistentes, como os das chamadas terras devolutas, dão ao Estado de São Paulo a pecha de Estado intervencionista e grileiro.
Não poderia o Estado intervir no Município com decretos, resoluções etc., cumprindo o desejo de ONGs que vem gerando conflito na comunidade caiçara, limitando o sagrado direito de plantar e pescar, para o sustento familiar.
O Estado, face a autonomia municipal, tem limites até para criar leis, no que toca a uso e ocupação do solo e de águas territoriais, muito menos decretos e outros atos institucionais que não se prestam a esse fim.
O direito de organizar o solo urbano e, em parte, o espaço aéreo, é do Município. Nisso a autonomia municipal, por ser direito constitucional, está acima da hierarquia das leis, porque a Constituição é lei maior.
Quanto ao mar territorial, também parece que é direito do Município, pois, se se estende a partir do solo urbano nas plataformas marinhas, é solo acrescido, por isso que é chamado de mar territorial.
Essa é a tese que certamente prevalecerá quanto ao direito maior de legislar sobre solo urbano, mar territorial e meio ambiente, para que a Constituição não seja letra morta no que diz respeito a autonomia do Município. O Município é como o elefante, não sabe a força que tem.
Parece também que as leis federais são indelegáveis no que toca ao direito de ação pelo Estado, o que significa haver limites para certas cláusulas de convênios.
Com todo o respeito que possam merecer as ONGS, vamos limitar suas ações ao respeito ao direito constitucional da autonomia municipal, e principalmente ao direito de sobrevivência dos sítios caiçaras que é a base de sobrevivência das comunidades nativas.
Que o Parque Estadual da Serra do Mar não sirva de avalanche para soterrar a tradição e os costumes caiçaras e que a política estrangeira, principalmente européia, não venha com muita sede ao pote, pois sabemos que a maior preocupação dessa política é a falta d’água potável, que já preocupa o mundo, principalmente Ásia e Europa, e que aqui tem de sobejo.
Ao frigir dos ovos, quando se restabelecer a ordem jurídica dos mencionados atos, ou seja quando as leis de uso e ocupação do solo municipal e de meio ambiente, obedecer os princípios da lei maior, o Município falará mais alto e as comunidades nativas não precisarão sofrer tanto constrangimento para o exercício de seus direitos.
Nota do Editor: Claudionor Quirino dos Santos é Bel. em Ciências Sociais e Advogado.
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=25367
terça-feira, 27 de abril de 2010
FALA CAIÇARA JULINHO MENDES ..... A barra que era Seca e o Sumidouro que sumiu
Muitas de nossas praias, por serem separadas pela desembocadura de um rio (barra), transformaram-se em duas, é o caso do Itaguá e Iperoig, Perequê-Açú e Barra Seca e Maranduba e Lagoinha. Três praias que se transformaram em seis. Isso se deve a vilarejos que também se formaram pela divisão da terra através dos rios. Itaguá e Centro foram divididos pelo rio Lagoa, Perequê-Açú e Barra Seca pelo rio Indaiá. Em muitas praias existentes no litoral brasileiro, principalmente no sul e nordeste do país, em função de suas enormes extensões, essas praias dividem-se em duas, três, e várias partes, constituindo não apenas bairros, mas até grandes cidades, extremadas nessas desembocaduras de rios que as limitam.
A história e levantamentos geológicos mostram que o mar atingia o pé da serra. No canto norte da praia de Ubatumirim, a aproximadamente trezentos metros da praia, existem, na encosta do morro, pedras com vestígio de cracas, mariscos e ostras, que viviam em função do mar que ali batia. Hoje, em função do efeito estufa (aquecimento global) o homem vem acelerando o ciclo natural de milhões de ano da abrangência do mar em lugares mais altos. Na praia da Barra Seca é notório o avanço do mar nesses últimos dez anos; casas, caminhos e diversas espécies de árvores já foram engolidos pelo mar, e pela rapidez que vem avançando, não precisa ser profeta para dizer que a geração dos cinqüentões verá o mar atingir a rodovia BR-101, naquele trecho.
Será que podemos mudar o nome da praia, de Barra Seca para Barra Molhada? Pelo menos, em função da natureza, há um motivo compreensivo, mas eu nunca aceitaria tal mudança, mesmo que a barra fisicamente passe a ser molhada, ficará a lembrança da Barra Seca.
Já o bairro que se chamava Sumidouro, passou a se chamar Nova Ubatuba. Motivo? Eu não sei, não concordei, achei desnecessário e sem motivo óbvio. Sumidouro era um nome que teve razão de ser; a história comprova fatos, tornou-se lenda, virou tradição e orgulho dos mais antigos que ali viveram e vivem. Sumidouro é letra e música contida no CD (SMD) – “O auto do boi de conchas”, do grupo O Guaruçá – folclórico e alegórico de Ubatuba. (Quem quiser ouvir, acesse o site: www.oguaruca.com, ou adquira o CD, nas bancas de revista da praça 13 de Maio.)
Sumidouro, lugar onde sumia coisas! O último que dali sumiu, depois de eleito, foi o prefeito. Ironia do destino...
FONTE DE PESQUISA :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=30334
FALA CAIÇARA ....20 ANOS DE FUNDART - Texto de Nenê Veloso 100% Ubatubense
20 anos de Fundart - 1
1987 - 2007
A Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e outros, vira e mexe, falam em resgatar a identidade da cultura e folclore dos caiçaras de Ubatuba. Mas 20 anos se passaram e o município continua sob uma ditadura cultural imposta pelos mandatários da Fundart que, incapacitados em resgatar a cultura caiçara e a história de Ubatuba, então se agarraram no pau da Bandeira da Folia do Divino, em seu Filhinho e na dona Idalina do Amaral Graça. Foram 20 anos e até hoje continuam batendo na mesma tecla, enquanto a história do cotidiano da cidade vai para o ralo. Não podemos nos esquecer quando os caiçaras foram massacrados pela primeira vez, juntamente com a sua agricultura e pesca de sobrevivência, pelos ambientalistas fajutos que para cá vieram com a implantação do Parque Estadual da Serra do Mar em 1977 e que perdura até os dias hoje, portanto duas vezes massacrados. Os caiçaras tronco, aqui do Centro, quase todos já morreram e, os que estão vivos negam-se a falar envergonhados e constrangidos de tanta mentira relatada pelos já conhecidos pára-quedistas e, mais um punhado de pseudocaiçaras que, alguns, nasceram ontem.
O prefeito Eduardo César afirma que a Caiçarada é uma festa que tem o objetivo de manter as tradições e a beleza da cultura popular. ”Ubatuba é uma cidade com belas e antigas manifestações culturais. Ao recebermos culturas de outras regiões estamos valorizando as raízes do povo brasileiro. Idalina Graça, representante de o nosso primeiro fazer literário, é autora da seguinte frase: Povo que não tem memória não tem nada para contar.” A Fundart foi criada exatamente para resgatar a memória, se não o fez durante 20 anos, se encaixa no raciocínio da frase de Dona Idalina: Então, feche as portas ou contrate alguém com capacidade para fazê-lo.
Resgatar uma cultura se começa pela educação, então vamos começar pelo “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que é um dos primeiros do Brasil e o primeiro de Ubatuba, e se orgulha do seu patrono, do 1º professor e diretor do corpo docente, juntamente com os mestres de fundação. Seu Filhinho e Dona Idalina, é obvio que eles também fazem parte da história do cotidiano da cidade, mas não reúnem méritos suficientes para tantas honrarias e homenagens; estão muito aquém do que alguns gostariam.
Veja a prova disso: há três meses, mais ou menos, me procurou uma aluna da 8ª série do “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva”, para ajudá-la a falar sobre o Projeto “Vida Caiçara”. Sugeri, à primeira vista, que a aluna fosse até a Fundart, tendo em vista o que tinham publicado nos semanários da cidade e que vários livros foram lançados sobre este assunto, em parceria com a Fundart. Chegando lá ela nada encontrou e a pessoa que a atendeu tratou rapidamente de despachá-la para a Biblioteca Municipal, que também não tinha nenhum livro sobre o assunto a ser consultado. Mas tinha um, para vender! Há uns 3 anos isso também aconteceu comigo. Concluindo: a aluna teve que virar lobisomem, correndo sete praias, de casa em casa, em busca da migalha de caiçaras que sobraram, para conseguir as informações necessárias, para o término de seu trabalho.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
FONTE :
http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=19249
1987 - 2007
A Fundart (Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba) e outros, vira e mexe, falam em resgatar a identidade da cultura e folclore dos caiçaras de Ubatuba. Mas 20 anos se passaram e o município continua sob uma ditadura cultural imposta pelos mandatários da Fundart que, incapacitados em resgatar a cultura caiçara e a história de Ubatuba, então se agarraram no pau da Bandeira da Folia do Divino, em seu Filhinho e na dona Idalina do Amaral Graça. Foram 20 anos e até hoje continuam batendo na mesma tecla, enquanto a história do cotidiano da cidade vai para o ralo. Não podemos nos esquecer quando os caiçaras foram massacrados pela primeira vez, juntamente com a sua agricultura e pesca de sobrevivência, pelos ambientalistas fajutos que para cá vieram com a implantação do Parque Estadual da Serra do Mar em 1977 e que perdura até os dias hoje, portanto duas vezes massacrados. Os caiçaras tronco, aqui do Centro, quase todos já morreram e, os que estão vivos negam-se a falar envergonhados e constrangidos de tanta mentira relatada pelos já conhecidos pára-quedistas e, mais um punhado de pseudocaiçaras que, alguns, nasceram ontem.
O prefeito Eduardo César afirma que a Caiçarada é uma festa que tem o objetivo de manter as tradições e a beleza da cultura popular. ”Ubatuba é uma cidade com belas e antigas manifestações culturais. Ao recebermos culturas de outras regiões estamos valorizando as raízes do povo brasileiro. Idalina Graça, representante de o nosso primeiro fazer literário, é autora da seguinte frase: Povo que não tem memória não tem nada para contar.” A Fundart foi criada exatamente para resgatar a memória, se não o fez durante 20 anos, se encaixa no raciocínio da frase de Dona Idalina: Então, feche as portas ou contrate alguém com capacidade para fazê-lo.
Resgatar uma cultura se começa pela educação, então vamos começar pelo “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva” que é um dos primeiros do Brasil e o primeiro de Ubatuba, e se orgulha do seu patrono, do 1º professor e diretor do corpo docente, juntamente com os mestres de fundação. Seu Filhinho e Dona Idalina, é obvio que eles também fazem parte da história do cotidiano da cidade, mas não reúnem méritos suficientes para tantas honrarias e homenagens; estão muito aquém do que alguns gostariam.
Veja a prova disso: há três meses, mais ou menos, me procurou uma aluna da 8ª série do “Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva”, para ajudá-la a falar sobre o Projeto “Vida Caiçara”. Sugeri, à primeira vista, que a aluna fosse até a Fundart, tendo em vista o que tinham publicado nos semanários da cidade e que vários livros foram lançados sobre este assunto, em parceria com a Fundart. Chegando lá ela nada encontrou e a pessoa que a atendeu tratou rapidamente de despachá-la para a Biblioteca Municipal, que também não tinha nenhum livro sobre o assunto a ser consultado. Mas tinha um, para vender! Há uns 3 anos isso também aconteceu comigo. Concluindo: a aluna teve que virar lobisomem, correndo sete praias, de casa em casa, em busca da migalha de caiçaras que sobraram, para conseguir as informações necessárias, para o término de seu trabalho.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
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http://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=19249
FALA CAIÇARA NENÊ VELOSO ....Escola Dr. Esteves da Silva , um pouco sobre sua história
Uma professora da 5ª série do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva pediu aos alunos que falassem sobre Washington de Oliveira (Seu Filhinho). Ora! O que tem a ver um comerciante, dono de farmácia, com a escola? Não tinha nenhum vínculo, a não ser quando foi aluno, como eu, meus avós, pais, irmãos, meus filhos e hoje meus netos e todos os demais ubatubanos. Pela pesquisa solicitada, eu acho que esta professora não sabe nem o que ela está fazendo lá.
O correto seria que pedisse aos seus alunos um trabalho de pesquisa sobre a fundação da Escola em que estudam, para que todos saibam quem é o patrono e sua biografia, o primeiro diretor, os professores e funcionários de fundação, e os demais mestres do passado pós-fundação, que continuam ignorados dentro da própria escola. Ou ainda, trabalhos sobre os vultos de nossa história: Anchieta, Nóbrega, Professor Thomaz Galhardo, Gastão Madeira (o precursor da aviação), Condessa de Vimieiro, Dona Maria Alves, Jordão Homem da Costa, Dr. Félix Guisard Filho e centenas de outros homens que fizeram Ubatuba.
Conforme consta na Ata da Instalação, em 18/07/1896, foi constituído o primeiro corpo docente do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, pelos seguintes professores: Diretor: PROFº LUIZ MARIANO BUENO - Professores: FRANCISCO LOURENÇO DOS SANTOS, FRANCISCO DE PAULA CORTEZ E BENEDITO JUVENAL DE ESCOBAR E AQUINO (os sucessores residem na cidade) - Pessoal Administrativo: Porteiro – JOSÉ JOAQUIM DA GRAÇA, Servente – BENEDITO FRANCISCO DE PAULA.
A professora ADELAIDE MARIA GOMES GODOY, por volta do ano de 2005, foi transferida da cidade de Pindamonhangaba para ocupar o cargo de Diretora do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva em Ubatuba. Aqui chegando, o seu primeiro ato foi dar início ao resgate histórico da escola, convidando os ex-alunos a comparecerem na escola, para relatar fatos pitorescos e fotos do tempo em que freqüentaram a escola. Muitos alunos compareceram atendendo o pedido da Diretora. Eu contribuí com a foto do primeiro diretor, da sua residência, certidão de óbito e outras informações. O arquivo histórico foi montado e ficou exposto em uma das salas da escola, por várias semanas. Mas quando tudo estava engrenando, a diretora foi transferida, e tudo foi desativado. Esta é a verdadeira Ubatuba, quando tudo está indo bem, vem à força do mal. Então, vamos contratá-la para a presidência da Fundart ou para titular da Secretaria Municipal de Educação. Tenho a certeza, que tudo iria funcionar como um fuso. Sistema esse, que os políticos e os “holerites” de plantão odeiam.
De curva de rio, Ubatuba foi promovida a CANTO. Na curva do rio todo tipo de entulho fica encalhado, mas quando vêm as águas de março, o rio transborda e a fúria das águas limpa tudo. Já o canto, junta todas as sujeiras. Você varre e ainda fica. Vem o vento, forma um rodamoinho e não consegue limpar, e ainda espalha o que sobrou por todos os cantos. Eu digo isso porque outro dia eu ia passando em frente à escola Tancredo Neves quando um aluno bradou um palavrão no recinto da escola, precisamente no pavimento superior, que estremeceu até a rua. Eu respondi no mesmo tom: – Seu boca de esgoto! - Será que este palavrão já se encontra no site “Think.com”? O aluno foi exemplarmente punido ou condecorado? O Relatório Anual da Oracle Fundation cita projeto de Ubatuba como exemplo. Taí...
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com
FONTE :
http://www.ubaweb.com/
VAMOS FALAR UM POUCO MAIS SOBRE O " CASARÃO DO PORTO"
O que os milhares de turistas que circulam por Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo, não sabem é que a cidade não se resume a belas praias, ilhas maravilhosas e um pouco do que ainda resta da exuberante Mata Atlântica. Além das belezas naturais, que não são poucas, Ubatuba guarda um pedaço significativo da História do Brasil, e existe um lugar para ser visitado que transpira um passado de prosperidade e glória de uma cidade que já abrigou o porto mais importante do país.
O Sobradão do Porto, atualmente sede da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – FUNDART, é o único casarão colonial que restou dos áureos tempos do café na segunda metade do século XIX em Ubatuba. Aberto à visitação, oferece espaço para exposições de arte, artesanato, fotografia, além de oficinas culturais, cursos e concursos que incentivam a produção artística, o resgate e valorização da cultura caiçara e suas tradições. Além das atividades da Fundação, o prédio por si só já vale uma visita, pois em suas paredes e janelas estão registradas passagens singulares do nosso passado.
O Sobradão do Porto foi erguido por um rico comerciante, o fazendeiro plantador de café e armador português Manoel Baltasar da Cunha Fortes, em 1846, época em que Ubatuba representava o mais importante corredor de escoamento das riquezas produzidas no Vale do Paraíba, mais precisamente café, algodão, fumo e cana-de-açúcar.O imponente sobrado foi erguido nas proximidades do porto, naquela época localizado na Prainha _ hoje conhecida como Prainha dos Matarazzo_com vista para o Rio Grande e a Praia do Cruzeiro. Foi o primeiro prédio de Ubatuba a ter três pavimentos, sendo último andar menor centralizado na fachada, estilo bastante difundido no Brasil, de Belém até o Rio, na primeira metade do século XIX. As paredes de alvenaria européia (tijolo e pedra) alternada com a técnica brasileira da taipa de pilão lembram uma versão litorânea da arquitetura urbana dos países europeus da época. No andar térreo funcionava um entreposto comercial e os pavimentos superiores serviam de moradia para a família de Baltasar. Na construção, foram usadas vigas mestras, gradis das varandas e portais de pedra provenientes de Portugal e as pinturas decorativas nas paredes são todas de artistas franceses. Com a decadência econômica de Ubatuba, iniciada com a construção das Ferrovias São Paulo Railway e a D. Pedro II, que praticamente relegaram ao abandono a antiga estrada imperial da Serra do Mar e o porto de Ubatuba, muitos casarões da elite local foram abandonados. Com o tempo, praticamente todos ruíram ou foram demolidos, com exceção do Sobradão do Porto, que em 1926 passou a abrigar o Hotel Budapest. Em 1934, foi vendido à Cia. Taubaté Industrial, de propriedade de Félix Guisard, e usado como casa de veraneio. Em 1959, o imóvel foi tombado pelo IPHAN e em 1975 pelo CONDEPHAAT. Em 1981, o Sobradão foi desapropriado pela prefeitura e somente em 1987 tornou-se sede da FUNDART. Dos grandes casarões construídos para a elite ubatubana, apenas o Sobradão do Porto ainda existe, porém pouco conservado.No andar térreo funciona um espaço adaptado para exposições e oficinas culturais e no segundo andar, em meio às pinturas e janelas originais (ou o que ainda resta delas), a administração. O terceiro pavimento está interditado dadas as condições precárias. A fachada do prédio está pintada, mas seu interior, especialmente os andar superiores, merece uma restauração urgente (ao menos uma limpeza) ... quem sabe quando os brasileiros realmente se interessarem pelo seu rico patrimônio. Pudera o Sobradão do Porto ganhar uma cuidadosa restauração e virar um museu ... por enquanto, ainda que o local pouco desperte a atenção dos turistas mais apressados, a agenda da Fundação é farta e há atividades tanto para os moradores locais como para os visitantes da cidade. A programação do mês é disponibilizada no site da entidade : www.fundart.com.brQuando visitar Ubatuba, dê uma passada no Sobradão do Porto. Praça Anchieta, 38, Centro (próximo à ponte do Rio Grande, que leva ao Mercado Municipal de Peixes).
Tel. (12) 3833-7000 e 3833-7001.
FONTE :
www.lugaresdomundo.com/sobradoubat_0904.htm
A primeira rádio de Ubatuba – “Rádio Iperoig – AM”
A Rádio Iperoig foi a primeira emissora de rádio de Ubatuba e segundo informações do senhor Clementino Soares, cidadão ubatubense, cooperador e locutor nos primeiros anos da rádio Iperoig, o surgimento da rádio se deu por volta do ano de 1957. O senhor Antonio Topedini Pagâno, engenheiro eletrônico e também funcionário da VASP (Viação Aérea São Paulo) recebeu a autorização para a implantação da rádio no Litoral Norte – Ubatuba e Caraguatatuba – o Sistema de Radiofônica em A.M.. O próprio senhor Topedini foi quem montou os dois transmissores e outros aparelhos para as rádios na oficina da própria VASP e na mesma época são inauguradas as Estações de Rádio-difusão: Iperoig de Ubatuba e a Oceânica de Caraguatatuba.
A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a sua torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1.540 KHZ e tinha apenas 75 wats de potência. Tinha um alcance que percorria mais ou menos um raio de 50 km, percorrendo bairros, mas com dificuldades de atingir sua transmissão a região sul do município, mas e a região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução foi José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para o Clementino Soares, colaborador destas informações. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos proporcionados pela rádio. Logo, o estúdio da rádio foi transferido para um novo endereço, à Rua Cel. Domiciano, centro, onde hoje funciona o Cartório Eleitoral e de Pequenas Causas, cartórios forenses do município.
Outras pessoas passaram pela rádio Iperoig, como outros gerentes que vieram depois de Antonio Marques do Vale Filho. Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, foram todos locutores que emprestaram as suas vozes a está precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.
A variedades de programas eram muitos, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, o“Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantava músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã até às 23 horas.
O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.
Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba se finalizou no ramo das comunicações por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, o senhor José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, pelo que se lembra, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações o senhor Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba foi dirigida pelo senhor Alfredo Breneizer, depois, substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai, hoje, do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão, o senhor Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 (um Ato Institucional do governo federal da época), o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado pelos senhores: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). Em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem de forma oficial com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações quando em sua presença em Ubatuba, na inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia e desejo da concessão da rádio, no qual se saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul no ano de 1981 .
Texto do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca - editado em 2005
A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a sua torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1.540 KHZ e tinha apenas 75 wats de potência. Tinha um alcance que percorria mais ou menos um raio de 50 km, percorrendo bairros, mas com dificuldades de atingir sua transmissão a região sul do município, mas e a região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução foi José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para o Clementino Soares, colaborador destas informações. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos proporcionados pela rádio. Logo, o estúdio da rádio foi transferido para um novo endereço, à Rua Cel. Domiciano, centro, onde hoje funciona o Cartório Eleitoral e de Pequenas Causas, cartórios forenses do município.
Outras pessoas passaram pela rádio Iperoig, como outros gerentes que vieram depois de Antonio Marques do Vale Filho. Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, foram todos locutores que emprestaram as suas vozes a está precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.
A variedades de programas eram muitos, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, o“Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantava músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã até às 23 horas.
O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.
Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba se finalizou no ramo das comunicações por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, o senhor José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, pelo que se lembra, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações o senhor Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba foi dirigida pelo senhor Alfredo Breneizer, depois, substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai, hoje, do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão, o senhor Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 (um Ato Institucional do governo federal da época), o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado pelos senhores: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). Em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem de forma oficial com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações quando em sua presença em Ubatuba, na inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia e desejo da concessão da rádio, no qual se saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul no ano de 1981 .
Texto do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca - editado em 2005
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