sábado, 12 de agosto de 2023

Peregrinação da Folia do Divino Espírito Santo de Ubatuba

 

UBATUBA EM DIA DE FESTA 1919

 


E o povo  caiçara se reune  na  esquina da Rua Conceição ( antiga rua do Telegrafo) com a rua Salvador Correia  para mais um dia de festa - Ano 1919

A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIO

 

Confederação dos Tamoios

A Confederação dos Tamoios foi a reunião dos chefes índios da região do Litoral Norte paulista e sul fluminense que ocorreu entre 1554 e 1567. O principal motivo da Confederação dos Tamoios , que reuniu diversos caciques, foi a revolta ante a ação violenta dos portugueses contra os índios Tupinambás, causando mortes e escravidão. Na língua dos Tupinambá “Tamuya” quer dizer “o avô, o mais velho, o mais antigo”.

Por isso essa Confederação de chefes chamou-se Confederação dos Tamuya, que os portugueses transformaram em Confederação dos Tamoios. Cunhambebe foi eleito chefe e junto com Pindobuçú, Koakira, Araraí e Aimberê resolveu fazer guerras aos portugueses. O problema entre Tupinambás e Portugueses tem início com o casamento de João Ramalho, português e braço direito de Brás Cubas, governador da Capitania de São Vicente, com a filha de Tibiriçá, chefe dos índios Guaianazes. Desse casamento nasceu uma aliança entre brancos e Guaianazes contra as outras nações indígenas.

Quando a nação Tupinambá foi atacada, o chefe da aldeia de Angra dos Reis, Cunhambebe, investiu contra as propriedades portuguesas. Enquanto isso, Brás Cubas continuava a escravizar índios e aprisionou um chefe Tupinambá, Kairuçu, e seu filho Aimberê. Kairuçu morreu dos maus tratos recebidos e Aimberê conseguiu organizar uma fuga em massa das propriedades de Brás Cubas.

Livre do cativeiro, Aimberê encontrou-se com Pindobuçu, da aldeia Tupinambá do Rio de Janeiro, Cunhambebe, da aldeia de Angra dos Reis, Koakira, da aldeia de Ubatuba e Agaraí, chefe dos Guainases, e ainda com os índios Goitacases e Aimorés. Assim, em ataque aos portugueses, foi formada a Confederação dos Tamoios, chefiada por Cunhambebe.

Nessa ocasião chegaram os franceses ao Rio de Janeiro. Villegaignon, o chefe francês, aliou-se aos Tupinambás para garantir sua permanência no Rio de Janeiro e ofereceu armas a Cunhambebe para lutar contra os portugueses. Outra nação indígena, Termiminó, aliou-se aos portugueses contra os Tupinambás e os franceses, acirrando as disputas. Um surto de doenças, contraído pelo contato com o branco, dizimou centenas de índios, entre eles Cunhambebe. Aimberê foi escolhido o novo chefe e a luta continuou. Aimberê procurou o apoio de Tibiriçá e, juntos, combinaram lutar contra os portugueses num prazo de três luas. Acirrou-se assim a luta entre os Tupinambás e seus aliados contra os portugueses.” Fonte: Funart.

Portanto “tamoio” não se trata de um etnônimo. Os portugueses não encontraram facilidade para colonizar. Por muitas décadas, a única resistência organizada contra a invasão ibérica foi a Confederação dos Tamoios que com apenas 160 canoas (algumas com 13 metros e 30 tripulantes), segundo relatos dos jesuítas, muitas batalhas foram  ganhas. Os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta, em 1563 conseguiram selar uma trégua, na qual os portugueses foram obrigados a libertar todos os indígenas escravizados, chamada a Paz de Iperoig (antigo nome de Ubatuba). Foi nessa época que Anchieta escreveu na praia de Iperoig muitos de seus 4.172 versos do famoso ” Poema à Virgem”. Mas os interesses portugueses eram transformar mesmo os índios em escravos. Esta era uma empreitada dificílima, o que levou os lusos, por meio do escambo, a importar escravos africanos.

FONTE : https://www.cidadeecultura.com/historia-de-ubatuba/