Ao voltarem para a aldeia de Ubatuba, chovia muito
e a viagem se prolongou por três dias. No caminho, enquanto os selvagens devoravam
a carne assada do escravo, Hans Staden observava com atenção um jovem que
devorava um osso da perna O alemão pediu –lhe que o jogasse fora, pois não
havia mais carne, e o jovem respondeu irado que era o costume deles comer com
deleite carne humana. Depois que chegaram da demorada viagem, um dos dois
senhores de Hans Staden, o Alkindar, perguntou-lhe se havia visto como tratam seus
inimigos, este respondeu indignado que sim. Alkindar odiava Hans Staden, mas nada podia fazer contra
ele, pois o havia dado ao Ipiru-guaçu respeitando uma das mais velhas tradições
Tupinambá. Mesmo assim o alemão vivia sob
a ameaça deste selvagem.
O cativo alemão
, sempre amparado pela Providência divina, segundo suas próprias palavras,
atendeu a este mesmo selvagem que o ameaçava quando precisou de sua ajuda para
se curar de fortes dores nos olhos. Novamente, Hans prometeu ajudá-lo, com
condição que este parasse de ameaçá-lo. O Alkindar acatou seu pedido e alguns dias depois estava
curado. Isso fortaleceu ainda mais a idéia dos selvagens a respeito da relação
do alemão com seu Deus que intervinha todo o tempo a seu favor.