domingo, 23 de março de 2014

Chás caseiros ainda presentes na formação da cultura litorânea





Na época em que minha mãe era pequena, a farmácia era muito longe de onde morávamos e tinha de ir a pé. Mas como resolver ou aliviar algumas dores físicas e até psicológicas? Todas as mulheres recebiam conhecimentos específicos sobre nossa cultura, costumes, dizeres e fazeres.

A nossa humilde farmácia estava sempre na soleira da porta da cozinha e arredores. O bom é saber que as coisas (receitas) realmente funcionavam. Você que nos lê agora já deve ter experimentado alguma destas receitas, que além da lembrança, nos remete a uma infância saudável e gostosa. Lembro-me que minha mãe era craque em chá caseiro. Dizia ela que chá de erva curava tudo. Quando estávamos com dor de barriga ela buscava umas folhas de Erva Cidreira e Hortelã, secava e punha na caneca, fervia a água e deixava em cima do chá socado, um santo remédio. 


João Rosa, patriarca do Sertão da Quina

Gente da nossa história:
João Rosa
João Manoel dos Santos - "João Rosa"
(1902 - 1999)
Nascido em 07 de setembro de 1902 em meio as casas de pau-a-pique, roças e rios, o caiçara João Manoel dos Santos, carinhosamente conhecido como João Rosa, é considerado patriarca do Sertão da Quina. De família de agricultores, caçadores, pescadores e artesãos, seu pai, Manoel Gaspar dos Santos, a mãe, Rosa Félix de Jesus foram um dos colonizadores da região por volta de 1850.

João Rosa foi um homem alto, de pele e olhos claros, de musculatura forte, de passos firmes e determinados. Embora de aparência bruta por conta do modo de vida da época, por dentro havia um coração e um amor maior que seu peito. João sabia da sua tarefa na comunidade. Ficou viúvo por três vezes e destes matrimônios teve doze filhos, 43 netos, 72 bisnetos e 11 tataranetos.

Segundo Benedito Manoel dos Santos, 80, João Rosa tinha o costume de marcar cada um novo membro da família para não perder as contas. Existe um vídeo de um de seus últimos aniversários aonde é possível ver grande parte da família reunida, falta agora escolher um dos filhos para que esta tradição possa continuar.

João Rosa teve uma contribuição importante na formação da cultura, da educação, da construção do patrimônio imaterial e material, da amizade, da camaradagem e da formação histórica e religiosa desta localidade. 




“Capitão do Mato” - Lenda antiga renasce na horta de moradora

Capitão do Mato

Lenda antiga renasce na antiga horta de uma moradora




A Moradora A.M.S., 34, do Sertão da Quina, levou um susto na manhã do último dia 20 quando foi buscar tempero na horta que tem no quintal. Ela se deparou com duas “peças” que se elevaram próximo aos pés de cebola verde na leira do meio. O objeto estranho subiu da terra como se brotasse como algo que estava enterrado há tempos. Os parentes logo se deslocaram até a casa da moradora para tentar descobrir do que se tratava. Muitos especularam terem achado os pés do “Capitão do Mato”, lenda antiga que assustava os moradores de toda a região.











 

ESPECIAL do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA - parte 112


Na foto o editor desse  blog e seu pai Jorge Fonseca(in memoriam) -Entrevistado nesse capitulo do livro.



Sequência do  Especial  do Livro " Ubatuba, espaço, memória  e cultura",  Trata-se de um documentário sobre Ubatuba,  escrito por Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca, editado em 2005 

O entrevistado disse que antigamente passava fome em Ubatuba quem queria, eram muitos peixes, uma variedade como tainha, robalo, carapeva e havia muito peixe tanto no mar como nos rios. Conta também que na praia do Itaguá havia cercos que chegavam a amontoar tantos peixes que ao final da distribuição se enterravam as sobras. Em época de tainhas, elas chegavam à baia do Itaguá em grandes cardumes, eram cercadas pelas canoas dos senhores Antonio Vieira, Alfredo Vieira, Benedito Junior e os Liberatos. Eram grandes redes, puxadas até a praia. Uma grande quantidade de enormes tainhas, que ao final eram repartidas entre eles e distribuídas à comunidade. Jorge Fonseca sente que hoje a coisa é bem diferente daqueles tempos de fartura. Diz que hoje os peixes são mirrados e a quantidade que vem nos arrastões da praia do Itaguá, mal alcançam para uma família de poucas pessoas.


ESPECIAL do livro " Ubatuba, onde a lua nasce mais bonita"....Parte 24




Seguimos apresentando em partes  um resumo do Livro do autor Justo Arouca sobre Ubatuba, sob o Título " Ubatuba onde a lua nasce mais bonita"  - Crônica de Reconstrução.............

No último domingo de maio

          Ao cogitar a natatória como um acontecimento que tivesse algum significado, a Diretoria do Grêmio teve a preocupação de criar o efeito  motivador ao turismo. É sabido que nesse tempo a cidade recebia apenas os chamados " banhistas" nas férias escolares de julho  e dezembro, mesmo assim , grande parte vinha do Vale do Paraiba e, especialmente da cidade de Taubaté. Fora essas épocas, a cidade não era frequentada  senão por uns poucos  visitantes  que não chegavam a movimentar o comercio ou os hotéis existentes , que eram poucos. Portanto, era uma necessidade criar-se eventos que pudessem produzir atração e difundir a cidade cheia de encantos naturais.