sábado, 13 de julho de 2024

FESTA DO DIVINO EM UBATUBA

 



Já não se festeja mais o Divino como antigamente... Naquele tempo, quando terminava uma festa, o novo festeiro, ou melhor o novo Imperador providenciava logo as corridas da folia. Folia, eram duas bandeiras, mais um bando precatório composto de Mordomo, chefe e recebedor das espórtulas (gorjetas) - Mestre, repentista que cantava e ritmava seus cânticos repicando o tambor :um rabequista, dois violeiros e um tiple. Estes eram os foliões. Duas Folias partiam simultaneamente para os extremos do município: uma para o Camburi, ao Norte, outra para o Tabatinga ao Sul. De lá vinham para a cidade em lenta peregrinação, cantando de casa em casa. Para a hospedagem no bairro - apesar de gratuita - havia séria disputa e a honraria cabia ao mais generoso na espórtula ou ao mais influente junto ao imperador.

Depois desta peregrinação, de bairro em bairro, a FOLIA chegava à cidade e após breve repouso partia para a segunda corrida que era manobrada de modo a aqui chegar em vésperas da Festa, para a qual extenso programa já estava organizado.



Nove dias antes, ao amanhecer, a Folia percorria as ruas da cidade, acompanhada pela Banda Musical: eram as Alvoradas. A noite, novena solene com benção do Santíssimo Sacramento e depois de nova caminhada pela cidade, leilão de prendas em coreto armado no Largo da Matriz. No dia da Festa, domingo, pela manhã, Procissão das Esmolas. O Imperador levando a Coroa, o círio, à guisa da báculo e seleto cortejo, percorria as ruas, com senhoritas angariando donativos. As onze horas, Missa solene, cantada a três ou quatro vozes, acompanhadas no coro pela Banda Musical. Na missa, o Imperador tinha lugar destacado junto ao Altar-Mór, cercado por alguns cavalheiros que representavam a Corte. Finda a Missa, o Imperador, a Corte e o celebrante, dirigiam-se ao Império, no coreto anilado frente a Igreja, onde havia benção dos pães e doces, que havia em abundância, para serem distribuídos aos "promesseiros".

Os "promesseiros" compareciam levando uma vela, uma peça de vestuário, ou qualquer objeto fruto de sua promessa, mas sempre segurando-o envolto num lenço. Recebidos pelos atendentes do Império, estes devolviam no lenço, pão e doces. Findo o Império, farta distribuição de comes e bebes na Casa da Festa, para em seguida novo cortejo levar alimentos aos presos da cadeia (quando havia) e aos doentes da Santa Casa.

A tarde, na praça hilariantes demonstrações, como pau de sebo, corridas em sacos, porco ensebado e outras mais. As 17 horas, imponente procissão com inúmeros andores, nunca menos de oito e presença das Irmandades do Santíssimo Sacramento, Apóstolos da Oração, Pia União das Filhas de Maria e outras. A procissão voltando á Igreja, verificava-se indisfarçável inquietação: ia-se proceder a eleição do novo Imperador para o ano seguinte.

Doze nomes eram depositados em uma urna e em outra onze cédulas em branco e uma com a inscrição: "Imperador". Em suspenso os nomes eram anunciados um a um, até que surgia a cédula: "Imperador"!

O contemplado, envaidecido apressava-se por chegar em casa receber o Imperador destronado, que com povo e a Banda Musical ia levar-lhe a coroa do Divino Espírito Santo. A noite, finalizando a Festa, havia variada demonstração de fogos de artificio, onde ressaía a habilidade do maestro e o pirotécnico Benedito Xavier Teixeira. Devemos acrescentar que não havendo outros entretenimentos na cidade e nos bairros, a Festa do Divino era o acontecimento máximo e a população se preparava nas compras, nas reservas, nas confecções de vestuários e tudo mais quanto pudesse manifestar ostentação nos dias festivos.

FONTE
Washington de Oliveira (Seu Filhinho)
UBAWEB.COM

Juvenil do Brasília de 2002, campeão da categoria.

 


Em pé, da esquerda para direita; Prof André Paulo, Ney Martins ( in memorian), Baby, Jessé, Buteta, Didi, Rafael Marques, Antônio Carlos, Negão, Bazu, Otoniel e Digão.
Agachados, da esquerda para direita; Eric, Carlinhos, Almiro, Ceará, Miller, Gustavo Quirino, Neizinho e Rafael Rangel.
Vitor Rangel, que não jogou essa partida.

FONTE > Gol de Letra Web TV
via facebook

SALVE O DIVINO ESPIRITO SANTO

 


E depois de visitar as casas, capelas, de passar de praia em praia a Folia do Divino Espírito Santo , chega a cidade mais precisamente na igreja matriz em plena missa de abertura da 158 festa do Divino.
É emocionante ver e tocar a Bandeira adornada de flores , laços de fita com uma pombinha representando o Divino (terceira pessoa da Santíssima Trindade) sentir o respeito das pessoas, a passagem da Bandeira.
É de tempos muito antigos a festa e só o fazemos agora em julho devido a que os pescadores estavam ocupados com a pesca da tainha ( quando se tinha tainha ) nós meses anteriores.
Mas em julho todos podiam participar e a igreja enfeitada de vermelho recebe e festeja o Divino com missas solene ,e muita alegria ,mais de uma semana de festa em nossa cidade.
Aprendi ,acompanho a Folia desde menina pela ruas da cidade ,mais tarde vim a aprender a letra e música de Folia com uma moradora do Lar Vicentino há mais de cinquenta anos atrás e hoje ainda me emociono com o Império ,a troca de festeiros me sinto há mais de um século atrás.
Desejo que essa tradição religiosa não se perca na desordem do progresso de nossos dias .Desejo que ela permaneça e nos remeta há um tempo em que havia mais união e partilha. Desejo que os sete dons do Espírito Santo permaneça por muito tempo entre nós, principalmente o Temor a Deus.
" Aí ,o Divino vem chegando , aí a Bandeira vem Ele..aiaiai."
Salve o Divino Espírito Santo!!!

Ana Maria Fernandes
via facebook