terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Uma igreja para negros. Você sabia?
Na atual praça Nossa Senhora da Paz, no final da avenida Iperoig, onde fica a estátua doada pelo papa João XXIII em 1963, existiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, freqüentada apenas por negros. Construída durante o século XVI,era um espaço reservado para escravos uma vez que estavam proibidos de assistir cultos religiosos em companhia dos brancos em outras igrejas. Esta situação somente foi alterada com a abolição da escravatura no Brasil. Ao longo da história, a praça recebeu os nomes de Rosário, Marechal Deodoro e Bandeira.
Em 1913 , o padre Paschoal Reale à frente do projeto de restauração da atual Igreja Matriz autorizou o aproveitamento do material da Igreja do Rosário mesmo porque já não era viável a reforma desta última pois estava em ruínas. É dessa época a remoção do altar mor para a matriz onde está até hoje.
Desde os séculos XV e XVI os negros já se congregavam nas irmandades da Nossa Senhora do Rosário em Portugal. Inicialmente, a devoção à santa era realizada somente pelos brancos e se tornou popular com a famosa batalha de Lepanto em 1571 em que a vitória dos cristãos sobre os mouros foi atribuída à proteção da virgem. A adoração dos negros a essa santa é cheia de histórias e lendas. Conta-se que em um local da costa africana a imagem da Nossa Senhora do Rosário teria aparecido nas águas do mar. Os homens brancos ficaram impressionados e fizeram homenagens para vê-la sair das águas, mas não tiveram sucesso. Foi quando então pediram ajuda aos negros, que ao tocarem e dançarem, comoveram a santa que veio para praia. Outra lenda conta que um negro cativo, ao vagar seu olhar para as águas do mar e triste com sua condição de escravo, começou a rezar em louvor a santa e teve suas lágrimas transformadas em sementes que serviram para confeccionar rosários da Nossa Senhora.
20 de novembro, Dia da Consciência Negra, é uma data especial para Ubatuba . Temos uma forte referência para a data - a Igreja Nossa Senhora do Rosário-, que concentra a cultura e a fé de uma raça e que, portanto, merece ser analisada e valorizada na grandeza de sua importância histórica.
Texto: Celso Teixeira Leite (jornalista)
Fonte : www.acidadeubatuba.com.br
Jornal A Cidade festeja 23 anos de existência e luta
Com muito orgulho anunciamos que neste sábado, 15, o jornal A Cidade comemora 23 anos de serviços prestados à população de Ubatuba e região.
Estamos festejando desde já, pois nestes últimos anos, sempre cumprimos o nosso objetivo de ver a cada semana a edição nas bancas espalhadas por este município.
Apesar do esforço de nossa equipe, que a cada década vem se transformando, reforçada por novos integrantes, desde quando iniciou-se este semanário, no dia 15/11/1985, com a edição nº 0, nunca mediu esforços para fazer deste Jornal o melhor e mais completo meio de comunicação de Ubatuba. Falhas podem existir, pois nada e nem ninguém é perfeito, mas buscamos sempre a cada fechamento, a melhor maneira, a perfeição, porque entendemos que por este caminho estaremos crescendo a cada dia. Na profissão de jornalismo sempre estamos aprendendo, principalmente, com leitor, que é o nosso homem - pauta de todas as semanas.
Ele reage às matérias, às compreende, a codifica dentro de seu universo cultural. O interessante deste meio quente de comunicação é exatamente o resultado final, o feedback.
Não somos melhor que ninguém, o trabalho é realizado com humildade, aprendendo jornalismo mais e mais e muito mais a cada edição, no fechamento dela.
Dedicamos, nada mais, nada menos, cada edição ao saudoso jornalista Gilberto Bosco Ferreti, que fez surgir o Jornal A Cidade. Todos os fatos, bons ou ruins, a partir daquele ano, começavam a se transformar em história, a marcar uma época que ficaria impressa para sempre, para toda vida.
Ferreti nos ensinou a buscar a notícia, o fato, a fazer e refazer o lead, a desenvolver textos com simplicidade, harmonia e, principalmente, humildade, que segundo o mestre Gilberto, era o carro chefe de uma redação.
O fechamento da edição fica mais inspirador nas madrugadas, de repente, às vezes, durante ao amanhecer, na pequena sala 1 da Praça Nóbrega, não é sacrifício para quem abraça uma profissão tão gratificante, não financeiramente, mas pela paixão de tê-la escolhido e contribuir com uma sociedade mais justa, de uma melhor qualidade de vida para a população, de cultura e de lazer.
A notícia vem ao nosso encontro, pode chegar de dia, à noite ou no decorrer da madrugada, as fontes caminham pela calada da noite, algumas sem sentido, outras chegam a nos arrepiar por sua veracidade.
Nossos leitores merecem toda a nossa atenção, pois é somente por eles que nos dedicamos até esquecermos que também existem horas de descanso. Sabemos que mesmo trabalhando para conquistar uma vida mais digna para os cidadãos desta cidade, não significa alcançar todos os objetivos com sucesso, mas nossa tentativa é válida e certamente não se perderá no tempo. Mantemos a esperança em um futuro melhor, por isso estamos aqui.
Mas, com certeza, o jornal A Cidade não se traduz apenas na nossa equipe, mas sim e principalmente, em nossos colaboradores, nossos patrocinadores e, dentre todos, destacamos justamente você leitor, porque sem eles e sem você não estaríamos comemorando estes 23 anos de existência. Salve a todos os jornalistas, escritores, diagramadores, editores, radialistas, focas, aspirantes a escola de jornalismo, todos merecem o nosso respeito. Estamos satisfeitos por este trabalho e por isso parabenizamos todos aqueles que nos ajudaram e ajudam a fazer deste semanário um instrumento da verdade, da democracia e da cidadania em Ubatuba.
Parabenizamos o Jornal A Cidade, não por nós, mas por sua marca, que já está registrada em Ubatuba. Aos leitores, colaboradores e anunciantes nosso muito obrigado. Se nós estamos comemorando 23, anos de existência devemos isso a vocês, que sempre acreditaram em nosso trabalho dedicado.
Fonte : www.acidadeubatuba.com.br