quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A IMPORTÂNCIA DO NOMES DAS RUAS DE UBATUBA.....Rua Iperoig (Avenida)

A  importância do nome das ruas de Ubatuba

No terceiro centenário de Ubatuba, em 28 de outubro de 1.937, o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo organizou e sugeriu um grande evento para a nossa cidade, com certeza, o maior já ocorrido na historia de Ubatuba. Dentre as sugestões, várias ruas do centro da cidade receberiam nomes de pessoas ilustres ligadas direta ou indiretamente a nossa história. Vamos continuar informando nosso leitor da importância e significado do nome de cada rua. O texto a seguir é copia fiel da publicação do Instituto Histórico de 1.937.Iperoig O nome lendário coube à praia branca outrora palmilhada por Anchieta e hoje separa a casario adusto das marolas sinuosas da mansa enseada. O alvo areal que se vai perder no encontro do Itaguá tinha que perdurar Iperoig, o Iperoig do inacino santo e batizar a placa afixada no velho edifício da Câmara Municipal, sentinela de civilização que olha para o mar como a dizer que ela, conselho do povo, é a expressão da obra sublime de Anchieta. Consagrou a lendária Iperoig, o universitário Antonio Silvio da Cunha Bueno, dizendo, ao descerrar a placa: “Senhores, levantai a fronte e lede esta placa: - Rua Iperoig! Iperoig significa, principalmente para vós, ubatubanos, uma parcela do passado; para nós, a salvação da incipiente nacionalidade brasileira!Na praia deste nome, que é esta que vemos, certa vez reuniu-se um punhado de homens: - os tamoios. Foi desta praia, ainda, que reboou o primeiro brado de liberdade daqueles que, exasperados pelos portugueses e diminuídos na sua autonomia, resolveram, como homens livres que eram, exigir respeito e paradeiro ás constantes perseguições que sofriam. E, eis que na doçura da tarde um brado áspero ecoou.Era o grito de guerra que partia, célere, para, dentro em pouco, ao bando primitivo unir-se a totalidade dos índios da região. Estava, portanto, delineada a Confederação dos Tamoios, que tantos e tão árduos trabalhos exigiria dos pacificadores: - padre Manuel da Nóbrega e padre José de Anchieta.Ameaçada, por 5.000 índios a capitania de São Vicente viu chegada a hora prematura do seu desaparecimento e, não fosse a iniciativa enérgica e ao mesmo tempo suave dos jesuítas, talvez o núcleo de homens civilizados para sempre desaparecessem!Durante cinco longos meses, José foi retido pelos índios, até a elaboração definitiva da paz. Afastado a civilização, tendo constantemente pela carne da mulher tapuia, Anchieta, para salvar-se, promete á Nossa Senhora a composição de um poema com o seu nome. “E na lendária Iperoig, sob o murmúrio das vagas marinhas, traçava Anchieta na areia os versos que dia a dia compunha. E uma avezinha, rezam as lendas, poisava-lhe nos hombros como que para inspira-lo, e, talvez, como um delicado sinal do agrado de sua Mãe do céo”. Precisa ser apagada de nossa memória, mesmo das escolas, a triste impressão de que os índios brasileiros eram ferozes e des-humanos. Si refletirmos um pouco, imediatamente ocorrem-nos os tristes factos que dizem terem acompanhado a formação do Brasil...Os portugueses que aqui aportaram pela primeira vez, trouxeram no bojo de suas náos elementos perniciosos, entre os quais degredados, homens que foram afastados da sociedade por neles predominar o instinto de perversão que os impedia de viverem impunemente entre seus semelhantes.É evidente, também, que entre os maus vieram bons, que muito contribuíram para a grandeza do nosso querido Brasil. Em contato com os nossos indígenas e conhecedores dos seus costumes primitivos, resolveram, exploradores ávidos de riquezas, escravizar nossos selvicolas. Talvez supondo que haviam aportado a algum recanto da infeliz África, veiu-lhes a idéia de fazer fortuna com o trabalho alheio. Mãos á obra!! Espezinham os índios, exploram-nos, furtam suas mulheres, escravizam seus filhos, violentam suas filhas, iludem-nos na sua boa fé. Numa palavra: - os equiparam aos animais. Como não esperar-se uma represália, muitas represálias, de um povo sufocado pelo julgo estrangeiro de maneira tão brutal? Assim, as violências a que foram obrigados os nossos índios, não devem ser motivo de lamento e nem capazes de envergonharem a raça nova de hoje, mas, um incentivo para que sejamos cada vez mais fortes e coesos dentro da paz e da lei. O Paulista é um homem livre desde o berço e pela liberdade sempre lutou. Levantemos, pois, com a liberdade, o nosso São Paulo aos muitos elevados cumes de uma civilização digna da nossa gente e dos antepassados que honram nossa raça e o nosso sangue”.


FONTE : www2.uol.com.br/jornalasemana/index194.htm

GRANDES UBATUBENSES... Ricardo Nunes Pereira (Artesao)

Personagens que marcam épocas

Ao som da sabedoria caiçara“O único rabequeiro de toda região é de Ubatuba. Autodidata, o caiçara da praia de Ubatumirim aprendeu apenas no olhar a confeccionar as mais belas rabecas que os olhos já viram. O instrumento de um tronco só já está começando a ser valorizado como objeto de arte pela população que pouco tem contato com as danças tradicionais como a Folia de Reis. E isto só é possível porque existe as mãos... do sr. Ricardo Nunes Pereira” Ricardo Nunes Pereira, 69, é filho das terras de Ubatumirim, região norte de Ubatuba. Toda sua família sempre foi daquela localidade: seu bisavô Cabral foi o primeiro proprietário de todas aquelas terras. Com o passar do tempo, as coisas mudaram e hoje a dificuldade econômica reina no lugar. Sua mãe, falecida há dois anos com seus 105 anos, nunca conheceu outro bairro ou praia. Seo Ricardo tem com Dª Francelina Maria Pereira nove filhos e este é um dos principais motivos que tem que trabalhar, e para seu sustento ele já fez e faz um pouco de tudo, pesca, limpa roça, vende ostras na praia de Enseada e Almada, faz artesanato de madeira e taquara e dá aula (recentemente) do oficio que mais se orgulha e traz experiência de toda uma vida: a arte de fazer rabecas. Este instrumento é uma espécie de violino de som fanhoso. A diferença do mesmo para o instrumento industrializado é que não tem nenhuma durabilidade e o som não é tão perfeito. Seo Ricardo escolhe carinhosamente a madeira que sua experiência lhe permite e afirma que as melhores são a guairana e o cedro e as esculpe cuidadosamente, trabalhando primeiramente sua forma exterior e depois interior. Sua rabeca tem uma durabilidade infinita, ele as afina e pronto: já está pronta para o próximo rabequeiro, o admirador do instrumento. Uma rabeca para ficar pronta se for dedicar-se quase todo o tempo neste oficio demora cerca de trinta dias. Seo Ricardo diz que aprendeu apenas olhando a Folia na roça. “Quando o violinista ia andando, saía de uma casa e entrava na outra, eu vinha olhando na rabeca dele. Aí, ele ia embora e eu entrava no bosque, cortava uma madeira e fazia uma. Com dez anos de idade eu já comecei a fazer rabeca; ninguém ensinou, eu olhava o violinista da folia e recortava a madeira e fazia”, diz ele. Suas rabecas já foram até para o exterior (França e Portugal) adquiridas como obras de arte. Ele é o único rabequeiro que se tem notícias e agora está ensinando a arte para as crianças da fundação “O Menino e o Mar” e adultos na Fundart. Ele diz que quando é convidado a estar nas danças folclóricas como a Xiba, São Gonçalo e Folia de Reis sempre participa tocando uma de suas rabecas, mas tocar não é seu forte. Para conhecer seo Ricardo e sua arte ou encomendar um dos seus artesanatos, pode procurá-lo na rua Altídia, 230 - Jd Carolina, ou em uma das duas Fundações, nas quais ele dá aula.
Hino de Ubatuba, há controvérsias
Em 28 de outubro de 1.937, comemorava-se o Terceiro Centenário de Ubatuba. Esta data tão especial foi comemorada com toda pompa merecida, recebendo atenção especial por parte de autoridades de todo o estado. Para a solenidade, foi criado e cantado pela primeira vez em público pelas crianças das escolas, escoteiros e pessoas do povo o “Hino de Ubatuba”, letra do Dr. Antônio Paulino de Almeida e música do maestro E. Bourdot, cuja letra é: até mesmo em LP compacto; com a facilidade da musicalidade todos a cantavam. Com o passar dos anos, as pessoas esqueceram-se do verdadeiro hino da cidade e passou a considerar a marchinha como tal. Assim, a Fundart e a Secretaria de Educação estão promovendo a gravação em vídeo e CD da música “Ubatuba Sim”, convidando o maestro Valdeci dos Santos e o professor de canto Marco Antônio Câmara para discutirem os detalhes da gravação, que deverá ocorrer no próximo dia 24 de agosto, nas dependências da Fundação. O secretário de Educação, Corsino Aliste Mezquita, diz tratar-se de um projeto que valoriza a tradição e garante um material de divulgação nas escolas e na comunidade em geral.
Hino de UbatubaINum poema, que é um canto de glóriae em que a Fé Anchieta exaltou,Ubatuba! no bronze da Históriao teu nome gravado ficou.IIPoema de luz, que é Teu pendor,O’ Santa Cruz do SalvadorIIISob o canto das aves marinhasque passavam voando no ar,foi trançado as estrofes, em linhas,ao soluço das vagas do mar.IVE sofrendo entre impávida gente de uma tríbu guerreira e audaz,poude um dia, feliz e contente, desfraldar a bandeira da Paz.V Salve, salve, Ubatuba, querida,Ubatuba de paz e de amor,sentinela gentil protegidapelos braços da Cruz do Senhor.(extraído do livro: Chronica do Semestre - Terceiro Centenário de Ubatuba - editado pelo Instituto Histórico e Geographico de S.Paulo)Ubatuba, simUbatuba sim, sim, sim.Ela tem lindas praias, de areias douradas.Ubatuba sim, sim, sim.Viver no Perequê, no Itaguá, na EnseadaUbatuba sim, sim, sim.Horizontes de mar ede montes sem fim.Seu céu estreladoDe azul anilado,suas matas, seus rios,seu povo abençoado.Eu amo Ubatubaassim como ela é,sozinha, isolada, só com sua fé.Enquanto ela aguarda o progresso que vemQue fique guardado Com de tudo que tem.

FONTE : www.ubaweb.com

GRANDES PERSONAGENS NA HISTÓRIA DE UBATUBA

Filho do desembargador Baltasar da Nóbrega, estudou humanidades no Porto e frequentou como bolseiro régio as faculdades de Cânones de Salamanca e Coimbra, onde obteve o grau de bacharel em 1541. Entrou na Companhia de Jesus, já sacerdote, em 1544, tendo efectuado missões pastorais na Beira e no Minho.
A pedido de D. João III, integrando a armada de Tomé de Sousa, chefiou o primeiro grupo de inacianos destinados ao Brasil, onde chegou em 1549.
Defendeu a liberdade dos índios; favoreceu os aldeamentos, em estreita colaboração com o governador; cultivou a música como auxiliar da evangelização; promoveu o ensino primário através das escolas de ler e escrever e fundou pessoalmente os colégios de Salvador, de Pernambuco, de São Paulo, origem da futura cidade, e do Rio de Janeiro, onde exerceu o cargo de reitor. Ajudou a expulsar os estrangeiros da baía da Guanabara, serviu na intermediação entre Tupinambás e portuqueses no espisódio da PAZ DE IPEROIG, contribuindo para o robustecimento do poder central e para a unificação política do território.
O seu pensamento encontra-se expresso nas Cartas, nos Apontamentos e sobretudo no Diálogo sobre a Conversão do Gentio.
Faleceu no Rio de Janeiro, em 1570, no dia em que completava 53 anos de idade.

HISTÓRIA DE UBATUBA.............370 ANOS de Emancipação Politico e Administrativa...Parabens Ubatuba

Antes da conquista e colonização do Brasil pelos europeus, existiam várias comunidades indígenas ou Brasil índios no extenso litoral brasileiro. Culturalmente diferentes entre si, falavam várias línguas com diversos dialetos e, numerosos, habitavam aos milhares as centenas de aldeias. Os índios da Comunidade Tupinambá (excelentes canoeiros) possuíam várias aldeias, sendo que uma delas, a Aldeia Iperoig, localizada na região de Ubatuba quando da chegada dos portugueses.
Durante o processo de conquista, que envolveu a catequização de índios pelos jesuítas, os portugueses aliaram-se a comunidades indígenas que habitavam a região de São Vicente e de São Paulo de Piratininga como Tupiniquins e Guaianazes. Os portugueses e seus aliados passaram a invadir aldeias e escravizar índios de outras comunidades, utilizando-os como mão-de-obra escrava.

Ao serem atacados, os índios Tupinambás e de outras comunidades organizaram-se e formaram a "Confederação Tamuya" (da antiga língua Tupi, o Tupi arcaico, origem da língua Tupi-Guarani, que significa: o mais antigo, os primeiros e verdadeiros donos da terra) ou, como é conhecida hoje, Confederação dos Tamoios (na língua indígena não existe o plural e o uso do "s" como na língua portuguesa), passando a enfrentar os portugueses. "A Confederação foi, então, a união dos índios verdadeira donos da terra".

Em 1563, jesuítas fundadores e administradores de colônias da Corôa Portuguesa (Império e Governo de Portugal Quinhentista): Pe. Manuel da Nóbrega e o noviço José de Anchieta vieram como "embaixadores" (astuciosos diplomatas) negociar a paz entre portugueses e os líderes da Confederação dos Tamoios: índios Tupinambás, na Aldeia Iperoig. Era urgente que se fizesse à paz antes que os indígenas confederados, mais de três mil guerreiros, invadissem os povoados e aldeias portuguesas. O Padre Nóbrega retomou para Bertioga com o Chefe da Confederação, o Cacique Cunhambebe. Anchieta ficou como refém, iniciando seu famoso Poema á Virgem, até a concretização do acordo ou tratado oficial de paz, o primeiro do Brasil, firmado em 14 de setembro de 1563, batizado como Tratado de Paz de Iperoig.

Com a paz firmada, o Governador Geral do Rio de Janeiro, Salvador Corrêa de Sã e Benevides, tomou providências para colonizar a região desde o Rio Juqueriquerê, entre São Sebastião e Caraguatatuba, municípios do atual Estado de São Paulo, até Cabo Frio, no atual Estado do R. J. Essas terras na época pertenciam a Capitania de São Vicente. Benevides enviou tropas de soldados que expulsaram os franceses (antigos aliados dos Tupinambás) do Rio de Janeiro, acabando com a sua colônia França Antártica, e tropas de soldados que atacaram e destruíram as aldeias Tupinambás como a de Iperoig, traindo o acordo de paz. Concedeu sesmarias aos primeiros colonizadores portugueses como lnocêncio de Unhate, Miguel Gonçalves, Capitão Gonçalo Correa de Sã, Martim de Sã, Belchior Conqueiro e a Jordão Homem Albernaz da Costa, sesmeiro que pleiteou a emancipação político-administrativa do povoado de Ubatuba.

O povoado foi emancipado e elevado à categoria de Vila com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, tendo como fundador Jordão Albemaz Homem da Costa, português da Ilha Terceira, promovido a loco-tenente e capitão-mor. Foram construídas a Câmara, a Cadeia e a Igreja dedicada a Nossa Sra. da Conceição em terras doadas pela sesmeira D. Maria Alves por ordem e autorização do Governador Geral do Rio de Janeiro, em 28 de outubro de 1637. Autorização mantida e confirmada pela Condessa de Vimieiro, D. Mariana de Sousa Guerra, donatário da Capitania de Itanhaém (ex São Vicente), da qual faziam parte as sesmarias da região de Ubatuba (do Rio Juqueriquerê, em Caraguatatuba, até a região de Cabo Frio), em 27 de agosto de 1638. A Condessa de Vimieiro também promoveu Jordão da Costa a ouvidor.

Os povoadores se instalaram ao longo da costa, utilizando o mar como meio de transporte (canoas de voga, as longas canoas de um tronco só) e praticaram uma agricultura de subsistência com o auxílio de poucos escravos indígenas. A "pobreza" enfrentada pelos primeiros povoadores da região permaneceu até o final do séc. XVIII época da descoberta de ouro nas Minas Gerais. Com o início da lavoura da cana-de-açúcar, passaram a exportar açúcar e aguardente (pinga) em tonéis de madeira, além de farinha de mandioca e outros alimentos para o abastecimento da região das Minas.

Em 1787, o presidente da Província de São Paulo, Bemardo José de Lorena, através de um Édito (Lei) decretou que todas as embarcações com mercadorias a serem exportadas do litoral paulista seriam obrigadas a descarregar no porto de Santos, onde os preços obtidos pelas mercadorias eram mais baixos. A partir do Édito de Lorena, Ubatuba entrou em decadência e muitos produtores abandonaram ou destruíram os canaviais. Os que ficaram passaram a cultivar apenas o necessário para sua sobrevivência.

A situação melhorou em 1808 com a abertura dos portos às "nações amigas", pelo Príncipe-Regente D. João VI (com o Brasil elevado à condição de Reino Unido aos de Portugal e Algarves). A medida beneficiou diretamente a Vila de Ubatuba: o café passou a ser cultivado na região e, depois, em todo o Vale do Paraíba, por um grande contingente de escravos negros e, as transações comerciais de importação e exportação do ouro negro (o café) e de outras mercadorias no porto ubatubano cresceram e enriqueceram cafeicultores, comerciantes e tropeiros (que realizavam o transporte de mercadorias valeparaibanas em mulas, através da antiga Estrada Imperial, que ligava o Planalto à Costa, até o Porto).

Ubatuba ocupou o primeiro lugar na renda municipal do Estado e ganhou "status" de capital. A riqueza se tomou visível em novas construções como teatro, chafariz com água encanada, mercado municipal e os grandes casarões e sobrados da resplandecente elite ubatubense, como o Sobradão de Manoel Baltazar da Cunha Fortes (cafeicultor e comerciante), hoje sede da Fundart - Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba.

Essa enriquecida Vila de Ubatuba foi elevada à categoria de município em 1855 e, em 1872, foi elevada ao status de Comarca juntamente com a Vila de São José do Paraíba (S. J. dos Campos). Datam desse período a construção do Paço Nóbrega, atual Câmara Municipal, e a Igreja Matriz.

Mudanças na política; a construção da ferrovia Santos-Jundiaí e, posteriormente, de outras; o deslocamento da produção do café para as férteis e extensas terras do Oeste Paulista, origem da decadência das cidades do Vale do Paraíba (as quais, graças ao escritor Monteiro Lobato ficaram conhecidas como "Cidades Mortas") e, por fim, a Abolição da Escravatura, provocaram uma irreversível mudança na economia brasileira do final do Império e início do Regime Republicano. Essas mudanças na economia alcançaram Ubatuba deixando-a, também, decadente. O Porto foi fechado, extinguiram-se fazendas e ubatubenses deixaram suas terras. As estradas até o Planalto e as plantações foram engolidas pela mata atlântica. Prédios abandonados acabaram em ruínas e desmoronaram.

De 1870 a 1932 Ubatuba ficou isolada, suas terras desvalorizadas. Em 1940 Ubatuba se resumia a 3.227 habitantes.

Em 1932, com o objetivo de integrar a região cujo isolamento ficou patente na Revolução Constitucionalista, o Governo Paulista promoveu a reabertura da antiga Estrada Imperial e melhorias que tornaram possível a passagem de veículos. O Município passou a contar com uma ligação permanente com o Vale do Paraíba de onde vieram os primeiros turistas reaquecendo a economia ubatubana.

No início da década de 50, com a abertura da SP55: Ubatuba-Caraguatatuba, itensifica-se o turismo e a especulação imobiliária. Em 1967, Ubatuba foi elevada à Estância Balneária. Aos poucos, Ubatuba começou a desenvolver a sua vocação turística que foi reconhecida no final da década de 60 (Séc. XX) por Francisco Matarazzo Sobrinho, um industrial e mecenas das artes de São Paulo que foi eleito prefeito da Cidade, a reestruturou administrativamente e efetuou muitas melhorias. Graças a Matarazzo, Ubatuba ficou muito conhecido e recebeu um grande impulso progressista com a construção da rodovia BR-101 (Rio-Santos) em 1972.

O turismo é a maior fonte de renda do Município de Ubatuba. Atualmente, é desenvolvido o Turismo Ecológico-Arnbiental, de Aventura e Cultural, pois Ubatuba possui um vasto Patrimônio Natural e Histórico-Cultural: fauna e flora da Mata Atlântica, mais de 80 praias (Continente e Ilhas), cachoeiras, ruínas de antigas fazendas (entre as primeiras do Brasil), antigas construções no centro do Município, sua História e sua Cultura Popular, além do Patrimônio Humano: caiçaras quilombolas e índios Guaranis.



FONTE : www.fundart.com.br