sexta-feira, 29 de maio de 2009

QUEM FORAM OS " TUPINAMBÁS" Primeiros habitantes de Ubatuba (Ypeoig)



O termo tupinambá provavelmente significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá.

Os tupinambás como nação dominavam quase todo o litoral brasileiro e possuíam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o tupi antigo, sendo a língua raíz da língua geral paulista e do nheengatu. Entretanto, normalmente, quando se fala em tupinambás está-se a referir às tribos que fizeram parte da Confederação dos Tamoios, cujo objectivo era lutar contra os portugueses, também conhecidos como perós.

Apesar de terem raízes comuns, as diversas tribos que compunham a nação Tupinambá lutavam constantemente entre si, movidas por um intenso desejo de vingança que resultava sempre em guerras sangrentas em que os prisioneiros eram capturados para serem devorados em rituais antropofágicos.

Em todas as tribos tupinambás era comum a observância aos heróis civilizadores, como chama Alfred Métraux em seu livro A Religião dos Tupinambás, que eram divindades que haviam criado ou dado início à civilização indígena (Meire Humane e Pae Zomé — mito ameríndio comum em toda a América Meridional). Também era comum a intercessão junto aos espíritos dos pajés, o uso dos maracás, chocalhos místicos cujo uso era obrigatório em qualquer cerimônia.

Atualmente existem dois núcleos de índios Tupinambá, no litoral da Bahia: Olivença, município de Ilhéus, com 20 aldeias e 3864 indígenas; e a aldeia Patiburi, município de Belmonte, com 199 pessoas.

Os tupinambás da Região Sudeste do Brasil tinham um vasto território, que se estendia desde o rio Juqueriquerê, em São Sebastião / Caraguatatuba, no Estado de São Paulo, até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de Janeiro.

O grosso da nação tupinambá localizava-se na baía da Guanabara e em Cabo Frio, ou Gecay, o nome da mistura de sal e pimenta que os índios, embora não consumindo o sal, vendiam aos franceses, com os quais se aliaram quando estes estabeleceram a colónia da França Antártica na baía de Guanabara.

As tentativas de escravização dos índios para servirem nos engenhos de cana-de-açúcar no núcleo vicentino, levaram à união das tribos numa confederação sob o comando de Cunhambebe, chamada de Confederação dos Tamoios, englobando todas as aldeias tupinambás, desde São Paulo, Vale do Rio Paraíba (São José dos Campos, Taubaté e outras) até o cabo de São Tomé, com invejável poderio de guerra.

É neste ínterim que Nóbrega e Anchieta teriam sido levados por José Adorno de barco até Iperoig (atual Ubatuba), para tentar fazer as pazes. Segundo a tradição, Nóbrega voltou até São Vicente com Cunhambebe e o Padre José de Anchieta ficou cativo dos tupinambás em Ubatuba. Neste período, ele teria escrito o Poema da Virgem. Fatos lendários e fantásticos teriam ocorrido nesta época do cativeiro, como o milagre de Anchieta: levitar entre os índios, que horrorizados, queriam que ele dalí se retirasse pois pensavam tratar-se de um feiticeiro.

Seja como for, os padres com muita diplomacia, conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o Primeiro Tratado de Paz das Américas. Diz-se que depois de feitas as pazes, Nóbrega advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam todos destruídos, o que de fato ocorreu. Quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, estes pediram ajuda aos índios, que de fato acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na segunda metade do século XVI. Os que conseguiram se salvar foram os que se embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem e não correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos em Ubatuba, gerando a atual população caiçara daquela região assim como a população cabocla do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.

Contudo, o golpe fatal ao fim dos tupinambás, foi o ataque ao último reduto francês em Cabo Frio, com a destruição de todas as aldeias. Tudo destruído com fogo e passado ao "fio da espada". Os sobreviventes ou se embrenharam nos matos e migraram para outras regiões ou alguns poucos ainda, no final do século XVI, podiam ser encontrados numa aldeia de índios cristãos próxima da então recém-fundada cidade do Rio de Janeiro, local onde morreu e foi enterrado o Padre Nóbrega.

Por esses motivos e por algumas declarações que denotariam em tese conivência com o extermínio indígena, é que o Padre José de Anchieta tem sido considerado muito polêmico até os dias atuais, embora noutras oportunidades, tenha declarado que se dava melhor com os Índios do que com os portugueses. Afinal, os padres jesuítas tinham a boa intenção e boa-fé de angariar novas almas para a Igreja, no movimento conhecido como Contra-Reforma, haja vista a Reforma que havia se iniciado e espalhado pela Europa.

FONTE : WIKIPEDIA

Quem foi Cunhambebe

Cunhambebe (século XVI) foi um chefe indígena Tupinambá que dominou todos os caciques Tamoios da região compreendida entre o Cabo Frio (Rio de Janeiro) e Bertioga (São Paulo). Foi aliado dos franceses que se estabeleceram na Baía de Guanabara em 1555 (França Antártica). É citado nas obras do religioso francês André Thévet ("Les singularitez de la France Antarctique", Paris, 1558) e do mercenário alemão Hans Staden, que dele foi prisioneiro entre 1554 e 1557.

Faleceu de "peste" (provavelmente varíola) após a chegada dos colonos franceses de Nicolas Durand de Villegagnon à Guanabara.

Segundo Capistrano de Abreu, houve não apenas um, mas dois Cunhambebes. O pai era o famoso guerreiro que certa vez Hans Staden encontrou em pessoa na serra de Ocaraçu (atual conjunto de morros do Cairuçu, ao Sul de Paraty, região de Trindade). A este Cunhambebe também teria alcançado André Thévet.

Alguns anos após a morte deste Cunhambebe, o padre José de Anchieta teria encontrado o Cunhambebe filho, em Yperoig, rio das Perobas (atual cidade de Ubatuba), para as negociações que deram origem ao Armistício de Yperoig - o primeiro tratado de paz no continente americano, colocando fim à chamada Confederação dos Tamoios, que ameaçava São Vicente e a unidade do território português, haja vista a amizade dos Tupinambás (chefiados por Cunhambebe) com os franceses.

Desarmados os indígenas, os portugueses atacaram os franceses na baía de Guanabara, dizimando o grosso da nação Tupinambá que ali existia. O fato se repetiu no Cabo Frio, tendo sobrevivido os Tupinambás de Ubatuba, que fugindo para o sertão ou misturando-se aos colonos em Ubatuba, deram origem aos atuais caiçaras, na região do Litoral Norte de São Paulo.

No início do século XVII, não havia mais nenhum Tupinambá na região do Rio de Janeiro, além dos convertidos ao catolicismo e os utilizados como serviçais pelos portugueses. Cunhambebe filho, sentindo-se traído pelos "abarés" (padres) e pelos portuguêses, teria amaldiçoado as terras de Yperoig - no lendário episódio cohecido como A Maldição de Cunhambebe.

FONTE : wikipedia

Origem do nome YPEROIG

Em Ubatuba (aldeia de Yperoig, ou Rio das Perobas), ficou cativo o Abaré - Padre José de Anchieta, pioneiro na catequese dos índios Tupis e um dos primeiros homens a produzir literatura no Brasil. Nóbrega e Anchieta foram incumbidos de difícil missão: fazer as pazes com os índios tupinambás e colocar fim na Confederação dos Tamoios que ameaçava destruir São Vicente e a hegemonia do território Português no Sudeste do Brasil. Ambos os Padres, segundo a tradição, levados no barco de José Adorno, se dirigiram até Ubatuba (Yperoig) e ali chegando, Anchieta, dirigindo palavras de paz e amizade aos Índios, conseguiu aportar e dar início aos trabalhos de pacificação.

Diz a tradição que Anchieta costumava gravar seus poemas nas areias das praias de Ubatuba, dentre eles o poema da Virgem. Nóbrega por sua vez, retornou à São Vicente, levando consigo Cunhambebe (filho) para acertar o primeiro Tratado de Paz das Américas, o Tratado de Yperoig, enquanto Anchieta, ficaria cativo dos Índios Tupinambás de Yperoig (Ubatuba atual).

Fonte: "Wikipedia" [http://pt.wikipedia.org/wiki/Ubatuba]