quinta-feira, 14 de agosto de 2008

UBATUBA E SUAS LENDAS : CORCOVADO

A estória que vou contar nada tem absolutamente com o famoso pico que orna o belíssimo pano de fundo do maravilhoso cenário que é a Baía da Guanabara. O Corcovado em questão é o que se encontra próximo desta cidade, para as bandas do sudoeste. É uma formidável corcunda de pedra que se eleva da silhueta da Serra do Mar, da qual é, nestas redondezas, o ponto mais elevado, fazendo realçar essa giba desde Picinguaba até a ponta do Martim de Sá, nas proximidades de Caraguatatuba. Aqui o Corcovado não tem a airosidade e o prestígio do seu colega do Rio de Janeiro, não recebendo visitas de turistas deslumbrados. Não recebe, mesmo porque as rejeita. Castiga severamente quem ousa mergulhar no mistério em que vive. Ouçamos: Pouco depois de Jordão Homem da Costa vir com diversas famílias povoar a antiga aldeia de Iperoig, já então com o nome de Ubatuba, aventureiros daquele tempo quiseram ir ao topo do Corcovado. Os primeiros que isso tentaram foram dois rapazes, jovens ainda, Pablo e Juan, filhos de um fidalgo espanhol, proprietário aqui de vasta sesmaria. Partiram aos primeiros clarões de uma fresca madrugada de abril, confiantes no êxito dessa aventura. Mas, passaram-se dias sem que voltassem, começando aí a inquietação na família dos moços. Julgou-se que eles se haviam perdido, mas ao certo, não se conseguiu saber por que não regressavam. Um escravo do espanhol, favorito de Pablo, prometeu ao seu amo ir buscar notícias do “Sinhô Moço” no cimo do gigante de pedra. Seus companheiros, ao pé da escarpa, viram-no subir agilmente agarrando-se aos cipós e às saliências da pedra e depois sumir lá no alto por entre moitas de samambaias. Esperaram-no até o dia seguinte. Nada. Voltaram outros dias a sua procura, mas, como os desventurados Pablo e Juan, nunca mais o preto apareceu. Em 1697, quando do primeiro centenário da morte de José de Anchieta, veio de São Vicente rezar missa na Capelinha de Ubatuba por intenção da alma do grande catequizador, frei Bartolomeu, da Ordem dos Franciscanos. Esse frade permaneceu mais alguns dias nesta vila e, ouvindo dos habitantes a narrativa do fato acima relatado, e de outros que se sucederam, declarou decididamente ir até ao pé da aterrorizadora escarpa. E se bem o disse, melhor o fez. A grande comitiva que nesse lugar ficou postada viu, horas depois, bem lá no alto, o desfraldar da sanguinolenta bandeira que frei Bartolomeu levara consigo. Um frêmito de alegria espalhou-se por todos aqueles observadores, ansiosos pela volta do padre que, de regresso, por certo desvendaria o porquê misterioso do Corcovado. Esperaram-no debalde. Alguns homens dos mais corajosos dispuseram-se a ficar durante a noite à espera do missionário. Mas era por demais apreensiva a situação daqueles homens. O silêncio parecia estrangular a Natureza que, de instante, num arranco horrível, gemia agonicamente pela garganta de um pássaro noturno. Meia noite! Seria meia noite, quando uma exclamação quase de alívio partiu daqueles peitos ofegantes: - Ei-lo! De fato, pela rocha nua, lentamente, arrastava-se frei Bartolomeu, pelo mesmo trajeto pelo qual havia subido. Devia estar cansado. De vez em quando parava e arrumava o hábito marrom, sustendo na cintura o frouxo cordão branco, e parecendo levar por vezes aos lábios o níveo crucifixo de marfim que lhe pendia ao peito. Um vago clarão de lua jorrou sobre a monástica figura denunciando um livor funéreo em suas faces tristes e descamadas. Correram todos para recebê-lo, mas...
- Onde está frei Bartolomeu?!, perguntaram-se com os olhos. Não mais o viram. Esperaram-no mais algum tempo, porém o frade não desceu. Um, deles gritou e o eco respandeu lá no fundo, nas gargantas sombrias da cordilheira. Logo depois um gemido horrível partiu, não sabem de onde, envolvendo a floresta inteira! Um frio de morte, uma sensação ignota agitou as carnes daqueles homens. Sem articular palavra, lívidos, completamente desnorteados, abandonaram em disparada aquele sírio maldito, ouvindo o eco sumir longe, na imensidão da noite!
***
Hoje ainda, à meia noite, quem se for postar ao pé, da misteriosa elevação verá a figura do venerável frei Bartolomeu descer lentamente pela rocha nua, sem nunca, porém, chegar à base.
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Dizem que o Corcovado é encantado, ocultando um rica mina de ouro pertencente a um gênio que a defende dos homens. Ouro lá existe, e vou provar com outro fato verdadeiro, como verdadeiro é o que acabo de contar.

O QUE É A FUNDART...

A Fundação

O que é?



A Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba foi criada em 1987, com o objetivo de desenvolver a política cultural do município. Mantida pelo poder público, é uma Fundação Pública de Direito Privado, administrada por uma Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo. É a FUNDART que cuida da cultura local e de todas as atividades e bens à ela relacionados.
A FUNDART mantém um calendário regular de exposições durante o ano e também oferece espaço para apresentações de teatro, dança e música, etc. Outros eventos do Município, como a tradicional Festa de São Pedro, a Semana de Anchieta e a Paixão de Cristo, também são co-organizadas pela Fundação.


O que faz?
A preocupação com as tradições folclóricas de Ubatuba está presente no trabalho de resgate e valorização das manifestações populares. Hoje, existem novamente na região grupos de Dança da Xiba, Congada, Dança da Fita, Folias de Reis e Folia do Divino Espírito Santo, que só voltaram às atividades por contarem com apoio da Fundação.
Outras formas de demonstração da cultura caiçara também têm sido desenvolvidas e mantidas pela Fundação, com o objetivo de resgatar a memória e os costumes locais, como o lançamento de CDs de artistas locais, a publicação de livros sobre os caiçaras e outros incentivos.

A Biblioteca Municipal, considerada uma das melhores do Litoral Norte é administrada pela FUNDART e a Banda Sinfônica "Lira Padre Anchieta", também é mantida pela Fundação.

Ensinar também está entre as prioridades da instituição. Para isso, existem as oficinas culturais e os cursos onde a população tem acesso ao aprendizado de várias formas de arte.

A FUNDART, que fica no Sobradão do Porto, pode ser considerada uma aula de história ao ar livre. O prédio, que é uma versão litorânea da arquitetura urbana que começava a aparecer na Europa a partir de 1840, foi tombado como Patrimônio Histórico Nacional.


- Diretoria Executiva
Diretor Presidente: Pedro Paulo Teixeira Pinto
Assessor Administrativo: Ronaldo Lopes
Assessor Cultural: Luis Carlos Frade
Assessora Jurídica: Maridete Sampaio Alves Cruz

FUNDART INFORMA.........


15 – Sexta-feira


20h30 – Banda Sinfônica Lira Padre Anchieta
Escola Marina Salete – Perequê-Açu

22 – Sexta-feira

20h00 – Caiçarada – Abertura da Exposição do Folclore
Salão de Exposições da Fundart

23 – Sábado


20h30 – Banda Sinfônica Lira Padre Anchieta
Praça Anchieta


30 – Sábado


20h00 – Caiçarada – 1º Encontro de Contadores de Causo “João de Souza”
Auditório da Fundart
20h30 – Banda Sinfônica Lira Padre Anchieta
Praça Anchieta

31 – Domingo

19h00 – Caiçarada – Homenagem
Auditório da Fundart
21h00 – Retreta Maestro Pedrinho
Coreto da Praça Exaltação à Santa Cruz

01, 03 e 05 de setembro

19h00 - Caiçarada - Curso de Folclore
Auditório Fundart

06 de setembro – Sábado

20h30 – Caiçarada – Festival de Viola
Praça BIP (Benedito Inácio Pereira)

07 de setembro – Domingo

10h00 – Caiçarada – Encontro de Grupos Folclóricos
Praça BIP (Benedito Inácio Pereira)