terça-feira, 15 de setembro de 2009

ESPECIAL : LIVRO "UBATUBA, ESPAÇO MEMÓRIA E CULTURA"

3. RUÍNAS DA LAGOINHA



Localização

As Ruínas da Lagoinha estão localizadas ao sul, a 23,9 km do Centro de Ubatuba e a 1 km de estrada de terra à direita do bairro da Lagoinha, próximo ao km 72, da rodovia Rio – Santos, mais especificamente na antiga Fazenda Bom Retiro.


Horário de funcionamento

Como se trata de um atrativo a céu aberto, integrando-se com a natureza local, as Ruínas da Lagoinha estão abertas para visitação daqueles interessados neste tipo de atrativo histórico cultural.

As Ruínas da Lagoinha guardam uma história rica em acontecimentos, de prosperidade, desenvolvimento, riquezas, sofrimento, e acima de tudo, de muita sensibilidade a respeito da luta de interesses. Muitos personagens, figuras e nomes que escreveram suas histórias nas terras deste bairro, hoje, chamado de Lagoinha, remanescentes de uma Ubatuba próspera, lutaram desde o início pelo nobre princípio da sobrevivência no contexto do Brasil colonial. Uma época em que a cidade avançava em direção ao progresso por meio do seu porto, onde negociações de exportação dos produtos como aguardente, açúcar mascavo, milho fumo e outros faziam deste atrativo o palco, não só de Ubatuba como também do Vale do Paraíba.

O precursor nestas terras que abrange toda uma enorme área de matas e praias, incluindo a Maranduba e Sapé foi o engenheiro francês João Agostinho Stevenné. No início do século XIX, criou na Lagoinha um engenho de açúcar e uma grande fazenda modelo, a Fazenda Bom Retiro, com o intuito de ensinar novas técnicas na fabricação do produto e a introdução e propagação de carneiros merinos para a produção de carvão animal. Mas com a evolução de técnicas na área da agricultura a fazenda entra em decadência no ano de 1850.

Um dos mais importantes proprietários destas terras e da Fazenda Bom Retiro, no final do século XIX, foi o bom Capitão Romualdo. Admirado por muitos e, principalmente, por seus escravos negros até a abolição acontecer. Segundo relatos históricos, mesmo depois da abolição da escravatura os ex-escravos ficaram do seu lado por gratidão e amizade, como empregados, até o falecimento do Capitão.

“Solar do Capitão Romualdo”, assim era conhecida a Fazenda Bom Retiro na época de seu maior esplendor. Moravam neste sitio, ele e sua esposa de nome Mariana, não tiveram filhos, talvez por isso, tratavam a todos seus empregados como verdadeiros parentes, sem distinção nenhuma. A humanidade deste fazendeiro era tanta, segundo contam testemunhas, que até nas refeições, seus escravos faziam parte da mesa principal tendo a preocupação de alimentar primeiro as crianças.

Dono de enorme propriedade, o capitão tinha em suas terras grande cultivo de café e cana-de-açúcar. Também exportava os produtos que cultivava e fabricava como o açúcar mascavo e a aguardente. No caso da aguardente, o capitão, segundo relatos, foi o precursor do que viria a ser a primeira fábrica de vidros do Brasil para embalar este produto alcoólico, iniciando a construção da fábrica, no local onde hoje existem 3 pilares da provável construção, este dado não é comprovado nem mesmo pela existência das colunas até hoje levantadas no local21. Infelizmente a história do Solar do bondoso capitão e da prosperidade do local, a Fazenda Bom Retiro, termina com sua morte e a loucura de sua esposa ao não suportar a partida. Com este acontecimento, seus empregados, ex-escravos, amigos e queridos pelo capitão partem abandonando o local.

A Fazenda, esquecida por muitos anos e abandonada ao devir do tempo e da modernidade, hoje se transformou naturalmente em as “Ruínas da Lagoinha”. O antigo engenho e o aqueduto que mantém uma roda d’água fazem parte juntamente de um conjunto arquitetônico: edifício todo construído em base de argila, óleo de animais do mar, areia de praia com pedras simétricas e conchas, suas janelas de formas arredondadas e portas muito grandes, tudo muito criativo da antiga engenharia que sustenta até hoje o lugar.

As ruínas da Lagoinha, hoje tombada como patrimônio histórico pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico do Estado de São Paulo - em 16/12/1985, é um dos principais patrimônios de Ubatuba de grande importância para a preservação da memória nacional. O maior responsável pela restauração e recuperação das ruínas da Lagoinha foi o francês radicado no Brasil há anos, Guy-Christian Collet, em um trabalho árduo de 4 meses e ,sozinho, conseguiu o apoio da Prefeitura local para a restauração do local. Com a atuação da Sociedade Amigos da Lagoinha conseguiu reativar o processo de tombamento que foi efetivamente reconhecida pelo Estado de um grande valor cultural.

É importante ressaltar o presente dado à cidade de Ubatuba pelo casal Jamil Zantut e Banedicta Corrêa Zantut. Uma doação à FUNDART – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba - do terreno onde estão as ruínas da Fazenda Bom Retiro da Lagoinha. Da mesma forma, se faz também importante ressaltar o drama ocorrido no ano de 1997, quando o terreno das ruínas, quase foi leiloado e vendido, e que o possível comprador poderia ter derrubado a antiga construção. A FUNDART, endividada por falta de recolhimento de INSS da empresa e FGTS de seus funcionários, quase perdeu este importante marco da cultura ubatubense. Mas uma renegociação da dívida entre a nova diretoria da FUNDART e a Prefeitura, pôs fim a este pesadelo e garantiu a manutenção deste cenário histórico - cultural.

4. CASA DA FARINHA – FAZENDA PICINGUABA


Localização

A Casa da Farinha e Fazenda Picinguaba estão localizadas no extremo norte do município de Ubatuba, na altura do km 12 da rodovia Rio – Santos, BR 101, próximo à entrada do Núcleo Picinguaba a uns 37 km do centro urbano da cidade, com placa a esquerda de localização do local.

Horário de funcionamento

Por se tratar de um atrativo do patrimônio cultural a “céu aberto” numa integração perfeita com a natureza local, pode ser visitado a qualquer hora do dia.

A história que antecede a própria história da Casa da Farinha, na Fazenda da Picinguaba, hoje o Núcleo Picinguaba é bem curiosa e muito interessante. Antes mesmo deste atrativo que faz parte da cultura histórica do município e sua comunidade local ter a grande importância para o desenvolvimento desta e se transformar no futuro em um marco histórico, representou a conquista de trabalhadores da região.

Localizada especificamente em uma fazenda, a “Fazenda Picinguaba”, hoje dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, área esta de preservação ambiental22, antes mesmo de se chamar Casa da Farinha, era um engenho de cana-de-açúcar e moinho de fubá.

Esta fazenda que passou de mão em mão, de herdeiro a herdeiro, inicialmente, no ano de 1843, era de propriedade do Sr. Manoel da Silva Alves, deixado para sua esposa então herdeira direta, após a sua morte. Dona Maria Alves de Paiva com o seu falecimento deixa como herança ao sobrinho José Cardoso de Paiva que no ano seguinte vende ao então Capitão Firmino Joaquim Ferreira de Veiga. Este por sua vez construiu no local o engenho de cana-de-açúcar e moinho de fubá.

A idéia inicial do Capitão Firmino era interessante. Ele queria povoar a localidade e sua fazenda com famílias de imigrantes italianos formando assim uma colônia com 45 famílias. Mas, com o passar dos anos a maioria destas famílias foram embora, ficando alguns descendentes de italianos no que hoje se tornou o Núcleo Picinguaba23.

Com a hipoteca da Fazenda ao Banco do Brasil e da República do Brasil, cedida em seguida ao Banco Hipotecário do Brasil, o Capitão Firmino deixa de ser proprietário e com isso o moinho de fubá e o engenho foram desativados. Em ruínas restaram duas pedras originais e a roda d’água de ferro; e do engenho o moedor de cana-de-açúcar, a caldeira e o eixo, peças estas importadas da Inglaterra.

Pedro Ozório e Eduardo Delaporte são os novos proprietários no ano de 1907. Estes compram do Banco a fazenda hipotecada, mas por não conseguirem pagar, logo volta ao mesmo Banco Hipotecário do Brasil que em sociedade com a A.S.CIA. Agropecuária, no ano de 1928, colocam entre outros imóveis como Capital Social da Firma a Fazenda Picinguaba.

No ano de 1950, já em posse e propriedade do Senhor Saint Clair Bustamante e Silva, este manda construir a 1 km do local do engenho a Casa da Farinha, aproveitando-se do que restou do antigo engenho. Contratou os serviços do Sr. Werneck de Araújo da Cidade de Parati, um profissional da madeira,para a construção de uma roda d’ água substituindo a anterior roda de ferro que havia sido roubada. Infelizmente, após um ano na fabricação de farinha, como um estigma da fazenda, o antigo engenho e agora Casa da Farinha é abandonado. Mesmo assim a farinha continua sendo produzida na região e nas suas proximidades em casas rústicas de famílias dos pequenos produtores e de forma artesanal.

Mais uma vez a Fazenda Picinguaba é penhorada à Caixa Econômica Estadual do Estado de São Paulo pelo proprietário o Senhor Saint Clair em uma tentativa de obter recursos e assim investir nas terras, mas não fazendo bom uso do investimento, Saint Clair abandona a região e vai embora.

A Caixa Estadual, por sua vez, levou para o local, famílias e logo em seguida, a fazenda foi doada à Marinha que faria do local uma Escola Naval na Praia da Fazenda, mas pelo fato de suas águas serem rasas, não permitindo manobras das embarcações de grande porte, este projeto também não foi realizado, e voltou à Caixa do Estado, sendo desapropriada.

Mas graças a esta desapropriação, o Governo do Estado de São Paulo transforma toda esta área de 310.000 hectares, no Parque Estadual da Serra do Mar, o que veio a ser o Núcleo Picinguaba. Em uma gestão de dois anos seguidos, consegue-se que a Casa da Farinha ocupe uma faixa de 30.000 hectares dentro do perímetro do Parque. Então, hoje a Fazenda e mais cinco praias são protegidas estando abrigadas dentro de uma área de preservação ambiental.

Parece até que toda esta história narrada a respeito da área que inclui a Fazenda Picinguaba, desde o primeiro proprietário e os subseqüentes herdeiros, a intenção de colonização das famílias, da idéia do Engenho, do Moinho e da Casa da Farinha não frutificou em função dos interesses particulares de seus precursores, fortalecendo hoje a idéia de proteção e preservação das matas, rios e praias da região norte que é o forte de Ubatuba, tornando-as famosas pela sua natureza e não pela intervenção e expropriação da mesma.

5. AQUÁRIO DE UBATUBA

LocalizaçãoO Aquário de Ubatuba está localizado próximo à região central de Ubatuba, na Rua Guarani, 859, no bairro do Itaguá, na cabeceira da ponte sobre o rio da Barra da Lagoa de quem vem do Itaguá sentido centro.

Horário de funcionamento:

De quinta a terça-feira, das 10 às 22h - Fechando as quartas-feiras para manutenção. No verão e nas férias de Julho, costuma-se abrir todos os dias.

Nem as mais de oitenta praias e ilhas de Ubatuba, apesar do maravilhoso visual que suas águas cristalinas e rica fauna marinha, podem proporcionar aos nossos olhos um espetáculo como o do Aquário de Ubatuba, inclusive àquelas pessoas inexperientes e sem condições da pratica de mergulho ou por ter receio do mar, a oportunidade de ver bem de perto tantas maravilhas exóticas do fundo do mar. Para isso, o Aquário, com toda sua infra - estrutura e qualidade de um empreendimento privado, oferece aos visitantes e turistas, como à toda família, estudantes e curiosos a oportunidade de conhecer de perto o mundo fantástico e complexo da vida marinha.

Entre tantos animais exóticos e coloridos da fauna marinha local, o Aquário de Ubatuba traz para nosso conhecimento animais da fauna marinha dos mares. Este atrativo artificialmente construído tem como objetivo educar e conscientizar a população acerca da riqueza marinha e assim poder promover o turismo de preservação. O Aquário de Ubatuba possui exemplares exóticos da fauna que são adquiridos e importados legalmente junto ao IBAMA. Por esta razão, o Aquário não possui nenhum animal ameaçado de extinção, como as tartarugas marinhas e corais que recriam o habitat do fundo do mar. Animais como espécies típicas de recifes e corais, graciosos cavalos marinhos, moréias, o peixe morcego, o peixe leão, o tubarão lixa e até um tubarão leopardo do Oceano Pacífico fazem parte desta riquíssima coleção. Além claro dos animais das proximidades, das nossas praias como: garoupas, baiacus, lagostas, budiões; entre outros, pequenos como os límulos, verdadeiros fósseis vivos, parentes dos escorpiões e aranhas.

Estes animais de diversos tipos, tamanhos e formas somam mais de 70 espécies, entre os quais se encontram diferentes tipos de peixes, invertebrados, répteis e anfíbios. Eles são adequadamente mantidos em tanques onde os especialistas procuraram transportar do fundo oceânico todas as condições necessárias para a sobrevivência das espécies em cativeiro, proporcionando a aparência natural dos lugares submarinhos. São 15 tanques, sendo que um deles tem 80.000 litros, este é considerado o maior tanque costeiro de águas marinhas do país. Este tanque principal costuma ser freqüentemente mantido com o fim de garantir a alimentação dos peixes, nele um mergulhador pode brincar com as espécies como uma moréia e um tubarão, proporcionando ao visitante um espetáculo: lúdico, gracioso e didático.

O Aquário de Ubatuba proporciona ainda um contato direto com alguns animais da vida marinha como o ouriço, pepinos e estrelas do mar, uma diversidade de invertebrados marinhos que ficam em um tanque de fácil acesso e manuseio sendo uma das grandes atrações para crianças e estudantes em geral. Todo o percurso dentro do espaço ocupado pelas instalações do Aquário é bem diversificado. Antes mesmo de o visitante passar por estes tanques que proporcionam a proximidade com as espécies animais, os que ali chegam podem observar vários tanques, grandes aquários das mais diversificadas vidas marinhas e do ecossistema como: do mangue, uma representação do costão rochoso, o fundo arenoso, o recife de coral e os ambientes de água doce. Vários painéis luminosos completam os caminhos dentro do Aquário com explicações importantes do funcionamento do ecossistema.

O interessante do Aquário de Ubatuba é a sua diversificação e o interesse em mostrar outros tipos de animais não tão comuns da região. Por exemplo, o pingüinário, onde os visitantes ou turistas que imaginavam ver de perto um pingüim somente em ecossistemas frios, matam sua curiosidade observando os pingüins-de-Magalhães. Outro espaço reservado é do lado de fora, onde se recria o ambiente de um pequeno lago com uma espécie do jacaré, algumas tartarugas de água doce e jabotis; um tanque com piranhas e um terral com iguanas. Para completar este panorama da vida do mar, existe o Museu do Mar que contém 500 tipos variados de conchas do mundo inteiro.

O Aquário ainda possui em sua infra - estrutura uma aconchegante lanchonete, banheiros, um auditório com ar-condicionado para sessenta pessoas e também uma lojinha de souvenirs com variados produtos que levam a marca do aquário, logotipo cuja imagem é a de um meio tubarão e um meio golfinho.

É importante ressaltar a preocupação do Aquário de Ubatuba e de seus idealizadores, os senhores Hugo Gallo e Eduardo Eadwanski, oceanógrafos , em fazer deste lugar um atrativo turístico que eduque a população sobre as riquezas do mar e a sua preservação. Para eles, acima de tudo, está a conscientização ambiental. Estimular por meio da educação ambiental e pesquisa programas que visem a conservação deste patrimônio natural dos cidadãos ubatubenses. Com isso o espaço do Aquário disponibiliza salas de projeção para a divulgação de trabalhos na área de pesquisa e conservação marinha. Assim, preocupados em educar e mostrar a importância do controle do equilíbrio ambiental, juntamente com o Projeto TAMAR-IBAMA, o Aquário de Ubatuba lança campanhas como a remoção do lixo nas praias e do mar com mutirões envolvendo alunos de escolas na coleta e limpeza das mesmas. O Aquário oferece também estágios não-remunerados para estudantes universitários que desejam abraçar a vocação do mar.

O Aquário de Ubatuba foi fundado em Janeiro de 1996, sendo considerado nos dias atuais, como um dos atrativos turístico da região mais visitado, recebendo excursões de cidades vizinhas e de outras muito distantes do território nacional. Começou num espaço menor, com poucos exemplares da espécie marinha e com o passar do tempo foi adquiriu mais espaço, ampliando suas instalações. Outros tipos de atrações da biodiversidade de diversos ecossistemas da região costumam aparecer como novidade do acervo e fazer parte desta seleta variedade de animais.

Desde sua fundação mais de 70.000 alunos, estudantes de diversos níveis educacionais visitaram o local. As turmas são recebidas por monitores especializados, que durante o percurso ,acompanham e explicam dando informações interessantes e curiosas, de grande importância, provenientes da biologia e da ecologia dos ecossistemas. O projeto é inteiramente particular, sendo assim o Aquário sobrevive das entradas de seus visitantes, com tarifas especiais aos grupos e escolas que incluem a visita como parte de suas atividades curriculares e extracurriculares.

FONTE : Livro " Ubatuba, Memória Espaço e  Cultura", próxima atualização 25 de setembro - Projeto TAMAR, FUNDART  e  CORCOVADO

Monumento ao pescador na entrada da cidade

FONTE : LITORALVIRTUAL - JULHO DE 2003

Uma escultura com 9 m e altura vem sendo erguida na entrada da cidade, no trevo de saída para Taubaté, homenageando o pescador de nosso município. A iniciativa da Prefeitura conta com apoio de uma comissão especialmente constituída para este fim e integrada por Julio César Mendes, João Teixeira Leite, Ney Martins e o jornalista Luiz Ernesto Kawall.A definição do local , aprovado pela comissão, teve como base um ensaio fotográfico com a maquete montado pela Secretaria de Arquitetura e Urbanismo – SAL, que apontou o ângulo para melhor visualização do motorista e do pedestre que passam pela rotatória. A base do monumento vem sendo concretada com a supervisão do artesão Demétrio da Silva, autor do projeto que entre outras obras, criou a estátua do Bandeirante, em Taubaté. “É uma forma de homenagear os pescadores do nosso município que fazem parte da nossa história e até hoje simbolizam o que temos de mais autêntico em termos de tradição”, diz o prefeito Paulo Ramos.

Lançamento da Pedra Fundamental do Centro de Convenções de Ubatuba

Autoridades Federais e Estaduais estarão participando do lançamento de um novo ciclo econômico para o município



Nesta próxima segunda-feira, 28, Ubatuba estará recebendo o presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) Eduardo Sanovicz, e o governador do Estado, Geraldo Alckmin, para o lançamento da Pedra Fundamental das futuras instalações do Centro de Convenções e Eventos de Ubatuba e para a assinatura do termo de cessão de transferência da área Estadual para o município. Estarão presentes também o Secretário Estadual de Transporte, Dario Rais, o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos Meirelles, o diretor do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), Ricardo Rodrigues Barbosa Volpi, e o diretor do Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias), Ronaldo Assumpção.

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, o diretor Executivo da Fiesp, Dagmar Cupaiolo, o presidente do Fórum Brasileiro do Convention & Visitors Bureaux, Rui Carvalho, e autoridades municipais também estarão no evento.

A iniciativa é da Secretaria Municipal de Turismo (Setur) da Prefeitura de Ubatuba. O secretário da Setur, Sérgio Carvalho, pretende estar anunciando esta obra ainda este ano, com início previsto para outubro e que terá a duração de no máximo um ano. O custo estimado da obra é de cerca de R$ 17 milhões. Segundo Carvalho, já tem garantida a verba de cerca de R$ 5,5 milhões do Dade e da Prefeitura cerca de R$1,2 milhão. O restante será captado em órgãos federais e na iniciativa privada. “Esta ferramenta estará mudando o perfil turístico de Ubatuba. Este segmento do turismo de negócios movimentará a cidade, que será trabalhado prioritariamente na baixa temporada gerando emprego e renda para grande parte da população do município. Aliás, não podemos pensar em turismo sem agregar a questão social”, concluiu Carvalho.

Agenda do dia 28 - Sanovicz chegará no município por volta das 13 horas, quando será recebido pelo prefeito Paulo Ramos (PFL). Às 14 horas haverá o lançamento da Pedra Fundamental das futuras instalações do Centro de Convenções e Eventos e a assinatura do termo de cessão de transferência para o município da área cedida pelo Daesp, ao lado do aeroporto Gastão Madeira. Às 16 horas haverá coletiva com as autoridades Federais, Estaduais e Municipais na Sede da Setur. Sanovicz fará uma palestra sobre turismo na Unitau (Universidade de Taubaté - Campus Ubatuba) às 17h30. Ao final, Sanovicz participará de um jantar de confraternização com setores empresariais, políticos e comunidade.

Permanecerá no município até o dia seguinte. O Secretário Carvalho considera a presença de Sanovicz um momento muito importante para o desenvolvimento econômico do município. “É o marco de uma nova era econômica para o município. Sanovicz é o segundo homem do turismo nacional do Governo Lula. Com isso podemos capitalizar positivamente para maiores investimentos no setor turístico de nossa cidade”, afirmou Carvalho.



Centro de Convenções e Eventos - O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelos arquitetos da Secretaria de Arquitetura e Urbanismo da Prefeitura de Ubatuba em uma área total de 22 mil metros quadrados, sendo cerca de 15 mil metros de área construída. O Centro de Convenções terá 3 mil metros quadrados de área total. A capacidade projetada é para atender 3000 pessoas. Também estão no projeto uma sala de trabalho para instalação de equipamentos de tecnologia e informática, duas salas de reuniões e área exclusiva para intervalos e café. Na área para feiras, shows, eventos e outras atividades, são 6 mil metros quadrados com a capacidade para cerca de 7 mil pessoas. O restaurante terá a capacidade rotativa de 500 pessoas e contará com bar. À área de serviços foram destinados 1400 metros quadrados e contará com posto de atendimento médico.

O Centro de Convenções e Eventos de Ubatuba contará com dois elevadores panorâmicos e amplo estacionamento. Segundo os arquitetos, houve a preocupação em projetar todas as instalações com rampas e sanitários adequados para atender plenamente portadores de deficiência física.

Um novo ciclo econômico - Atualmente Ubatuba vive em franca decadência no seu principal setor econômico que é o turismo. Com cerca de 22 mil leitos, quase 100 praias, dezenas de ilhas, cachoeiras, trilhas dentro da Mata Atlântica para o segmento de ecoturismo, culinária típica caiçara, diversas manifestações culturais de raiz e toda uma infra-estrutura para receber o turista, Ubatuba sobrevive apenas na alta temporada de verão, que na década de 80 era de 90 dias consecutivos. Hoje são apenas 45 dias e pequenas movimentações de turistas nos grandes feriados nacionais e na baixa de temporada de inverno.

A sazonalidade é grande e proporciona uma ociosidade para o desenvolvimento econômico dos setores produtivos. Com a iniciativa do Centro de Convenções e Eventos, o município estará inaugurando uma nova fase, um novo ciclo econômico com a real quebra da sazonalidade por meio do turismo de negócios, que gerará desenvolvimento econômico e social com a geração de empregos e renda para a população que hoje bate 70 mil habitantes.

Novas páginas da história - Por aqui habitava a grande nação Tupinambá. Eram mais de dois milhões de índios e seus domínios territoriais iam de São Sebastião até o Espirito Santo. Em Ubatuba, até então Aldeia de Iperoig, localizava-se o comando dos silvícolas, sob a liderança de Cunhambebe. A história do Brasil começa exatamente aqui, quando os colonizadores brancos chegaram em suas terras.

Portugueses, espanhóis e franceses disputavam os domínios terriotoriais. No meio do caminho surgiram figuras como Hans Staden, um alemão que registrou a sua epopéia com os índios, num livro que retratou a sua permanência de nove meses como prisioneiro, conseguindo fugir. Padre José de Anchieta também se torna refém, quando chega à Aldeia de Iperoig para pacificar a nação aliada aos franceses. Durante cinco meses de negociações, Anchieta escreveu nas areias da praia de Iperoig o imortalizado “Poema à Virgem”. A confederação dos Tamoios declarou guerra aos invasores. Com o tratado da Paz de Iperoig os portugueses conquistaram o direito de freqüentar a região. Com o apoio do Governo Geral do Rio de Janeiro, muitas famílias vieram para cá. A Aldeia de Iperoig é elevada à categoria de Vila em 28 de outubro de 1637.

A segunda parte da história começa no final do século XVII. Ubatuba torna-se um grande pólo no ciclo do café, obtendo grande importância econômica através do seu porto. O município chegou a ter renda per capita maior do que a cidade de São Paulo. Manobras políticas transferiram Ubatuba que pertencia à Capitânia do Rio de Janeiro para território da Capitânia do Estado de São Paulo. Com isso, a construção da estrada de ferro Jundiaí até o porto de Santos, fez com que fossem desativadas as obras da estrada de ferro Taubaté-Ubatuba. Na seqüência, o porto de Ubatuba foi desativado e as operações de exportações e importações foram transferidas para Santos, destronando Ubatuba e levando-a a uma profunda decadência econômica.

Na primeira metade do século passado chegam os primeiros automóveis e Ubatuba começa a despontar na sua vocação turística. Mas, foi na década de 70, com o advento da Rio-Santos, que Ubatuba comemorou de fato a chegada do turismo de massa, que passa a ser a sua grande vocação econômica. Mesmo assim, no final do século, década de 90, os setores da cadeia produtiva experimentam o esgotamento do modelo e ingressam em mais uma decadência econômica. Com o anúncio da construção do Centro de Convenções e Eventos, Ubatuba respira ares de renovação e comemora a chegada de um novo ciclo econômico, escrevendo novas páginas da história. PMU

FONTE : www.litoralvirtual.com.br
Segunda-feira, 28 de julho de 2003 - Nº 831

Perequê-Açu terá acesso á rodovia asfaltado

A Prefeitura de Ubatuba iniciou a pavimentação da Avenida Padre Manoel da Nóbrega, no Perequê-Açu, que dá acesso ao trevo do Indaiá e Rodovia Rio-Santos. O projeto completo inclui ainda a pavimentação da Rua Imaculada Conceição que será executado com recursos da ordem de R$ 397 mil do Departamento de Desenvolvimento e Apoio ás Estâncias – DADE . Durante reunião com moradores do bairro a Prefeitura acatou a sugestão de diminuição do diâmetro das duas rotatórias em um metro, tendo como objetivo facilitar a manobra naquele local. O bairro vem recebendo uma série de obras que vão resultar em completa reurbanização levando em conta que estão em pleno andamento o calçamento em bloquete e construção de ciclovia na avenida Abreu Sodré, na orla da praia.


LitoralVirtual.com.br
Segunda-feira, 28 de julho de 2003 - Nº 831