terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS e o O PRIMEIRO TRATADO DE PAZ DA AMÉRICA

A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS

O principal motivo da Confederação dos Tamoios, que reuniu diversos caciques da região litorânea (hoje Litoral Norte Paulista e Sul-Fluminense), foi a revolta ante a ação violenta dos portugueses contra os índios tupinambás, causando mortes e escravidão. Na língua dos tupinambás tamuya quer dizer o avô, o mais velho, o mais antigo. Por isso essa confederação de chefes chamou-se Confederação dos Tamuya, que os portugueses transformaram em Confederação dos Tamoios. Cunhambebe foi eleito chefe e junto com Pindobuçu, Coaquira, Araraí e Aimberé resolveu fazer guerra aos portugueses.

O problema entre tupinambás e portugueses tem início com o casamento de João Ramalho, português e braço direito de Brás Cubas, governador da Capitania de São Vicente, com a filha de Tibiriçá, chefe dos índios guaianazes. Desse casamento nasceu uma aliança entre brancos e guaianazes contra as outras nações indígenas. Quando a nação Tupinambá foi atacada, o chefe da aldeia de Angra dos Reis, Cunhambebe, investiu contra as propriedades portuguesas. Enquanto isso, Brás Cubas continuava a escravizar índios e aprisionou um chefe tupinambá, Cairuçu, e seu filho Aimberé. Cairuçu morreu dos maus tratos recebidos e Aimberé conseguiu organizar uma fuga em massa das propriedades de Brás Cubas.

Livre do cativeiro, Aimberé encontrou-se com Pindobuçu, da aldeia tupinambá do Rio de Janeiro, Cunhambebe, da aldeia de Angra dos Reis, Coaquira, da aldeia de Ubatuba e Agaraí, chefe dos guainazes, e ainda com os índios goitacazes e aimorés. Assim, em ataque aos portugueses, foi formada a Confederação dos Tamoios, chefiada por Cunhambebe.

Nessa ocasião chegaram os franceses ao Rio de Janeiro. Villegaignon, o chefe francês, aliou-se aos tupinambás para garantir sua permanência no Rio de Janeiro e ofereceu armas a Cunhambebe para lutar contra os portugueses. Um surto de doenças, contraído pelo contato com o branco, dizimou centenas de índios, entre eles Cunhambebe. Aimberé foi escolhido o novo chefe e a luta continuou. Aimberé procurou o apoio de Tibiriçá e, juntos, combinaram lutar contra os portugueses num prazo de três luas. Acirrou-se assim a luta entre os tupinambás e seus aliados contra os portugueses.

O PRIMEIRO TRATADO DE PAZ DA AMÉRICA

As negociações de paz só vieram a acontecer pela interferência dos padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que se encontravam em São Paulo em missão catequista. Em 5 de maio de 1563 Anchieta e Nóbrega chegaram na aldeia de Iperoig.

Iniciaram-se os entendimentos, mas os índios, cautelosos e desconfiados, exigiam provas concretas de sinceridade por parte dos padres, e para que isso se confirmasse, Nóbrega regressou a São Vicente, levando Cunhambebe, enquanto Anchieta permaneceu em Ubatuba como refém. Foi nessa época que Anchieta, invocando a proteção da Virgem, escreveu grande parte do famoso Poema à Virgem nas areias de Iperoig. As condições foram impostas por Aimberé, desconfiado das intenções portuguesas.

O acordo de paz foi selado. Os portugueses se comprometeram a não mais atacar e nem aprisionar os índios e a libertar os que estavam presos em São Vicente. Finalmente foi estabelecida a Paz de Iperoig, em 14 de setembro de 1563.

A paz durou pouco. Um dia chegou a Aimberé a notícia de novo ataque português à aldeia de Iperoig. Novamente a Confederação mostrou sua força e respondeu ao ataque, invadindo fazendas e engenhos em pequenos grupos organizados. O rei de Portugal mandou Estácio de Sá, sobrinho do governador do Brasil, para enfrentar os índios, com soldados e armas. A tropa ficou no Rio de Janeiro.

Enfrentar o homem branco armado tornou-se cada vez mais difícil. Aimberé chamou os franceses em busca de ajuda e alguns deles lutaram ao lado de Aimberé. O desequilíbrio de forças levou os portugueses à vitória e na aldeia de Uruçumirim os tamoios foram derrotados completamente, deixando a terra livre para a colonização portuguesa.


FONTE : WWW.UBAWEB.COM
Washington de Oliveira (Seu Filhinho) >

MONUMENTOS : CASARÃO DO PORTO



Construído em 1846 pelo armador português e cafeicultor Manoel Baltazar da Cunha Fortes que aportou no Brasil com a vinda da Família Real, em 1808.

De Portugal foram importadas as vigas, os gradis, os portais e as cantarias. É um dos mais belos exemplares da arquitetura urbana portuguesa que surgiram a partir de 1840 nas vilas do planalto,alternando e mesclando técnicas brasileiras e européias. As paredes internas foram pintadas pelos franceses. No andar térreo funcionava o armazém com comércio de sal, cereais e outras mercadorias.

A parte superior serviu de residência para a família até 1926 quando suas instalações abrigaram o Hotel Budapest que ali funcionou até 1934. Neste ano a propriedade foi vendida pelo herdeiro Oscar Costa à Companhia Taubaté Industrial (CTI) passando a servir de residência de veraneio para a família do industrial Felix Guisard.

Nessa época a propriedade sofreu várias alterações inclusive externamente com a construção, em anexo, de uma vila de casas destinadas às férias praianas dos funcionários da empresa.
E, 1959 foi tombada pela Secretaria do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico Nacional (SPHAAN). Finalmente, em 1983, foi adquirida pela Prefeitura que nela instalou, em 1987, a Fundação de Arte e Cultura do Município onde até hoje funciona o Museu Regional.


FONTE: www.ubatubatur.com.br

OS 3 BRASÕES...



Desde 1937, quando foi enviado à Câmara o primeiro projeto de lei para instituir o Brasão do Município de Ubatuba, permanece uma dúvida quanto à sua legalidade.
Segundo Whashinton de Oliveira, popularmente chamado "Seu Filhinho", o projeto enviado à Câmara não chegou a ser aprovado e, até hoje, muitas modificações foram feitas sem contudo verificar se o faziam corretamente

Segundo ele, em 1937, por ocasião do III Centenário de Ubatuba, a Prefeitura, em colaboração com o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, promoveu solenidade para comemorar o acontecimento.. Aquele instituto solicitou do heraldista José Wasth Rodrigues a elaboração do obelisco a ser inaugurado na Praça da Matriz, ele ficasse perpetualizado em bronze.

Entretanto, tudo foi planejado e executado precipitadamente, devido o curto prazo de tempo e as dificuldades da época. Na data das festividades, 28 de outubro de 1937, o então prefeito Washinton de Oliveira enviou à Câmara o projeto de lei redigido nos seguintes termos:
Artigo II - Revogam-se as disposições em contrário.

Justificativa

A cruz, peça honrosa de primeiríssima ordem, que alteia no escudo e se apresenta com esplendor de ouro, consagra o seu orado e lembra o nome que lhe foi dado pelo seu fundador, Jordão Homem da Costa, depois de afastados os selvagens tamoios, oficialmente legalizados, Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba.

Em memória, diz Eugênio Egas, de haver a cruz empunhada pelos missionários José de Anchieta e outros.

Ubatuba, palavra de origem indígena, significando sítio abundante de ubás (caniços silvestres) é lembrada pelos dois caniços, cruzados ao pé da cruz. Finalmente, a canoa com cinco remadores navegando no mar, rememora a atividade dos indígenas estabelecidos nesta região. Os 5 remadores são: Cunhambebe, Aimberê, Pindabuçu, Coaquira e Araraí. Eles eram chefes da 5 tribos Tupinambá que formaram a Confederação dos Tamoio. Serve de timbre ao escudo, a coroa mural de ouro convencionalmente adotada para caracterizar as armas dos municípios e cidades.

Conclusão

A Câmara recebeu o projeto para aprovação que desse forma legal, "o bronze do obelisco" fosse ostentado nos papéis e atos oficiais do município. Entretanto, naquela época, as sessões se realizavam quinzenalmente e, no dia 10 de novembro, 13 dias após ser enviado à Câmara o projeto, o Presidente Getúlio Vargas , implantou no País o Estado Novo e na Constituição que outorgou, aboliu todos os símbolos, armas, hinos e bandeiras regionais.

Segundo "Seu Filhinho", nem a Câmara votou o projeto, nem o prefeito formalizou por decreto. Em 1946, a Constituição restabeleceu armas, hinos, bandeiras e brasões; no entanto aqui, os governantes adotaram-na sem o cuidado de verificar se o faziam legal ou impropriamente.

Modificações

Posteriormente, o brasão sofreu várias modificações baseadas na Lei nº. 4/1957.
Foi feita a revisão pelo heraldista Salvador Thaumaturgo que sofreu a seguinte modificação:

a) o escudo francês foi substituído pelo português;
b) a Cruz perdeu o resplendor de ouro e, do pé, foram suprimidos os dois ramos de ubá em aspas brocantes de verde;
c) como ornamento foi acrescentado um listel de prata com as indicações: 1637 - Ubatuba - 1855;
d) acrescentou como suporte dois ramos de ubás, floridos, ao natural. A primeira data (1637) indicava o ano de elevação da Vila da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba e a segunda 1855, a data de elevação a comarca.

A segunda modificação se deu em 1967, instituída pela Lei nº. 120, de 25 de agosto de 1967. O heraldista Alcindo Antônio Peixoto de Faria fez a revisão do brasão que teve a seguinte alteração: voltou o resplendor à cruz e, no listel, suprimiram as datas e acrescentaram a frase latina - Unitatem Servavit Patriae Et Fidei - que se traduz: Conservou a Unidade da Pátria e da Fé, Legenda de Ibraim Nobre e do Padre Viotti.

Essa legenda reafirma a hipótese de que Ubatuba é o berço da unidade nacional, marcado pelo acontecimento que passou a figurar na história do Brasil com o titulo de PAZ DE IPEROIG. Isso ocorreu em 1563, quando José de Anchieta conseguiu o acordo de paz entre as 5 tribos tupinambá, que formaram a Confederação dos Tamoio, portugueses e as tribos Tupinambá do Rio de Janeiro aliadas dos franceses de Villegaignon. Pois se os calvinistas franceses tivessem permanecido aqui, as lutas religiosas que então se processavam na Europa, teriam se transportado para cá, e conseqüentemente o Brasil seria dividido em três regiões: a do sul e norte, católicos e de língua portuguesa e no centro calvinistas e língua francesa.

Opiniões

Enquanto uns consideram que o brasão oficial é o último aprovado pela Câmara em 25 de agosto de 1967, outros acham que foi aprovada apenas a modificação de um projeto que não havia, e portanto, não é considerado legal. Há também os que não concordam com essas modificações sem que haja um argumento importante.

Isso porque, além do primeiro brasão elaborado ser tão lindo e expressivo quanto os outros, ele está perpetualizado no obelisco da Praça da Matriz, marcando o III Centenário da cidade, e que nunca poderá ser retirado, e também evitaria que cada monumento da cidade tivesse um brasão diferente.

Pesquisa de Edson Silva
Fonte SeTur Ubatuba


Fonte : www.ubatubatur.com.br