sexta-feira, 23 de abril de 2010

Autor do livro ”Ilha Anchieta” é convidado a expor na Bienal do Livro 2010



O escritor Samuel Messias e esposa Mara Cristina


O idealizador do projeto “Trilha e História Cultural da Ilha Anchieta”, escritor Samuel Messias de Oliveira, conhecido como ‘Tenente Samuel’ foi convidado a expor seus livros na 21ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.

O convite foi confirmado nesta sexta, dia 9, para que o escritor receba seus leitores e autografe o livro de sua autoria “Ilha Anchieta, rebelião, Fatos e Lendas”, retratando a grande rebelião de presos na Ilha Anchieta, em Ubatuba, o que ocasiou muitas mortes no dia 20 de junho de 1952
A Bienal Internacional do Livro de São Paulo é um grande momento cultural paulista e brasileiro, ocasião em que as principais editoras, livrarias e distribuidoras realizam seus lançamentos.

Samuel, militar reformado teve enfim, o seu reconhecimento, não só pelas obras publicadas, mas também pela capacidade de reunir familiares das pessoas que nasceram na ilha ou que são descendentes dos policiais que trabalhavam na época da grande rebelião.
O estande da Editora Mentes Raras, onde o escritor Samuel Messias de Oliveira estará autografando seus livros é o Espaço Alberico Rodrigues ficará localizado na Rua O, estande 41. A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo 2010 acontece entre os dias 12 a 22 de Agosto de 2010.

O escritor terá o dia 13 de agosto.

FONTE :


http://www.pindavale.com.br/blog/?p=581

REBELIÃO DA ILHA ANCHIETA " O trauma de um sobrevivente "

Sargento Chagas, relembra a rebelião de 1952






“É o tempo passou. Eu era moço numa época em que a ilha ainda era um paraíso; passei dias de sufoco nesse lugar que julgava ser o melhor lugar para se morar e que se transformou em um filme de terror em poucas horas. Com a graça de Deus, me livrei de três tentativas de morte. A primeira foi quando umas oito e pouco da manha, um tiro de fuzil foi disparado sobre a minha direção e não acertou, o medo somava em saber que muitas famílias estavam assustadas. A adrenalina aumentava, quando pela segunda vez, um prisioneiro colocou o fuzil em minhas costas e ordenou que levasse até a casa do tenente Edvaldo Silva, chegando em frente, eu o implorava para que ele se rendesse ou se não muitos inocentes iriam morrer… até que ele saiu e se entregou, e os presos nos colocaram em uma cela, onde imaginamos que ficaríamos até que o socorro chegasse. Mas no meio do caminho um outro preso do qual não recordo o nome, colocou a arma em meu ouvido direito. Imaginei “vou morrer agora”, pois doía muito minha cabeça, ordenava que eu tirasse a farda, porque ele não conseguiria fugir com aqueles trajes. Fiquei só de cueca dentro da cela até que me arrumaram uma calça. Esses momentos de pânico estão guardado aqui dentro como se fosse um filme, que lembro sempre ou um disco que não muda de faixa nunca, mas o que realmente fiquei aterrorizado, foi quando depois de livre, meus companheiros de serviço estavam mortos e alinhados na frente da administração.”

Quem conta essa história é o senhor José Salomão das Chagas, sargento reformado da polícia militar. Sendo um dos monitores sobreviventes da Ilha Anchieta.




FONTE >  http://rumosjc47.blog.terra.com.br/

POR QUE SE CHAMA ILHA ANCHIETA



Placa recepciona os turistas na entrada da Ilha
Antes de ser palco para a rebelião em 1952, a Ilha Anchieta já teve como elenco outros habitantes como as tribos de índios tamoios, tupinambás, além de europeus, entre eles, Portugueses, Holandeses, Franceses, búlgaros, que ajudaram a escrever a história desse lugar.

Muita coisa aconteceu com a chegada dos jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que acabaram fazendo um acordo com o Cacique Cunhambebe, pois os indígenas se armaram e partiram para o ataque contra os portugueses, para que desocupassem suas terras. O apelo de Anchieta, que pedia paz para os índios e outros habitantes, ficou conhecido como o primeiro tratado de paz das americas como “A paz do Iperoig”, que é comemorado em Ubatuba todos os anos até hoje.

Na época o lugar era conhecido como Tapira (Lugar Calmo) ou Pô-Quâ, que aos poucos foi se desenvolvendo com a chegada de outras etnias, tornando-se um povoado com construções como a capela, a escola e o cemitério onde enterravam seus entes queridos. Alguns anos se passaram e Tapira ganhou uma nova designação: “Freguesia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos”. Em meados de 1900, quando termina a construção do presídio, desapropriando milhares de famílias caiçaras, a colônia penal não levou duas décadas e foi desativada, transferido os presos para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (CCTT). “Ilha dos Porcos” como ficou conhecida, teve o presídio reativado abrigando presos políticos, e menores infratores, como foi o caso do Jovem chamado Antonio Francisco Alves “Escoteiro” que foi enviado para ilha, porque era porteiro em casas de bingo em São Paulo, avisando quando a polícia se aproximava para revistar o local. Nesta época, além dos presos políticos passaram a viver soldados, civis e seus familiares. O nome do presídio foi mudado para presídio político da “Ilha Anchieta” em homenagem ao jesuíta, fato que se deu em 19 de março de 1934.

FONTE :

http://rumosjc47.blog.terra.com.br/