As
ciências através da dialética da vida real, podem planejar só a partir de um
sistema de abstração, a linguagem. As manifestações da vida cotidiana de uma
cultura como a caiçara oferecem aos estudiosos da linguagem um campo fértil
para a decifração dos códigos refratados de cada manifestação ou atitude que se
reveste de dois lados: o trabalho e a existência, a objetividade e a
subjetividade, a mudança e a permanência. A totalidade de toda essa
“solidariedade” está presente de maneira evidente nessas relações do cotidiano
caiçara, movido pela grandeza do mar e pela altura da serra que separa Ubatuba
do resto do mundo e que exacerba o imaginário cultural contendo-o nesses limites.
O caiçara sabe da existência de outro mundo: “de lá fora”, das grandes
metrópoles como Rio e São Paulo ou de seus pequenos vizinhos. Informado daquilo
que acontece por meio da televisão, das conquistas da tecnologia e da violência
destrutiva do terrorismo, mesmo na tentativa de se adaptar a essas