sábado, 1 de agosto de 2020

A PRIMEIRA FARMACIA DE UBATUBA




Início

A primeira farmácia homeopática foi instalada na rua Dr. Esteves da Silva (antiga Rua da Botica), era de propriedade do ubatubano da gema e do Centro, o farmacêutico: Prof. Cel. Luiz Domiciano da Conceição. Titio Luiz da Botica, como era chamado pelos seus familiares, tinha laços de família com a professora Dionísia Bueno Velloso (família Costa Ferreira). O farmacêutico fez parte da fundação do Ateneu Ubatubense e ocupava o cargo de procurador; era, também, secretário da Intendência Municipal e um competente professor. No Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, onde já lecionava desde a fundação da escola, em 18/07/1896, “Ocupava a cadeira de Leitura, Recitação e Gramática Portuguesa”. Lembrando sempre, que o primeiro diretor foi o professor Luiz Mariano Bueno, livro Achegas à História do Litoral Norte Paulista, volume I – de autoria do Dr. Félix Guisard Filho, página 152 e do próprio livro de atas do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva. Diga-se de passagem, que as páginas da Ata foram arrancadas do livro do Grupo Escolar. Portanto, a escola não tem mais os originais.

Consta no livro de ponto do pessoal do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva, no espaço reservado para Observações: - “Em 19 março de 1907, o Prof. Cel. Domiciano da Conceição, nesta data assumiu a diretoria d’este Grupo, por ter-me designado para substituí-lo o ex-diretor, cidadão, Luiz Mariano Bueno”. Por ser um professor competente, respeitado, dedicado e amigo de todos, então, designou-o para substituí-lo. Este foi o procedimento que conduziu o professor Cel. Domiciano da Conceição a diretor do Grupo Escolar Dr. Esteves da Silva.

Na comemoração do 3º centenário da elevação da ALDEIA de IPEROIG à categoria de Vila e, tendo o seu nome mudado para, VILA NOVA DA EXALTAÇÃO DA SANTA CRUZ DO SALVADOR DE UBATUBA. Foi neste dia, 28 de outubro de 1937, que em sua homenagem, foi dado o nome de uma rua central da cidade. A antiga “Rua Esperança” passou a chamar-se, Rua Coronel Domiciano.



Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.


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FONTE  ORIGINAL DA MATERIA........SITE  ubaweb.com

ANJOS DA SAUDE.........


Vovó Martinha, a parteira da mamãe e de muitas outras


Na série Anjos da Saúde, publicado no O Guaruçá, Nenê Velloso cumpre a sua tarefa de nos ensinar sobre a cultura local. Está correto! Afinal, alguém já disse que “uma história de vida não é feita para ser arquivada ou guardada numa gaveta como coisa, mas existe para transformar a cidade onde ela floresceu”.

      Hoje, lendo os envolventes escritos do Nenê, escolhi o relato da minha vizinha da Praia do Sapê, na década de 1960. A Maria recupera ações de mulheres caiçaras nas questões de saúde, inclusive da sua própria mãe e da minha vó Martinha, a parteira.

   
        Relato de Maria Cruz 

        Nasci em 48 e estas pessoas povoaram minha infância: Dona Martinha, avó do Domingos, do Jairo, entre outras menos conhecidas, era parteira. Fez todos os partos na nossa região, desde que me entendi por gente. Até quando apareceu médico por aqui e as mulheres ficaram mais “prosas”, aí as parteiras se acabaram. Herdou o dom de Dona Maria Félix, santa criatura que me apresentou ao mundo em 1948. Era uma parteira da Caçandoca, e Dona Martinha que morou lá aprendeu certamente com ela o ofício.

        Dona Martinha morava no Sapé, depois foi para a Estufa, onde morreu. Também no Rio das Pedras, bairro antes da Tabatinga, havia Dona Ana, que doou a área para a igreja católica daquele bairro. Ela amparava nossa gente, por aqui, e igualmente era muito querida. Homeopatia era com a Dona Quinina (Joaquina), mulher do Seu João Pimenta, que tinha armazém no Sapé. Ela tinha um “livrão” que manuseava a procura da “dose” a cada doença que lhe contassem. Tinha e vendia as doses que preparava num vidrinho ou caçula de guaraná, e todos acorriam a ela e sua medicação de “dose”.

        Minha mãe, Ana Cruz, oficialmente Ana Rosa das Chagas, atuou nesta época de dona Quinina, e foi a primeira “enfermeira” daqui da região. E ainda hoje guarda seu “pedido-cópia” de remédios, que era endossado pelo Seu Filhinho, e seus livros de apontamentos. Quando prefeito o Dr. Alberto Santos, foi contratada através do Senhor Vivi. Fazia de tudo: curativos, aplicava injeções e comprimidos antigripais, dava “comprimido de ferro”, e outros remédios. Aplicava inclusive soro antiofídico, que também tinha em casa. Abria ou espremia furúnculos, ajeitava quebraduras, arrumava talas de bambu e tiras de pano usado e enfaixava até sarar, e ainda ensinava a fazer os famosos “emplastos” de mato, São Joãozinho e canema, que ajudava a curar o quebrado.

         Minha mãe só não fazia parto, isto era com Dona Martinha, e que, como todas as parteiras, fazia os remédios para tal ocasião, as famosas “queimadas”, remédio para as parturientes da época. Geralmente a parteira tomava a seus cuidados a parturiente e seu filho até a primeira semana de vida, que era a mais perigosa para o bebê, pelo mal de sete dias, que não me lembro ter ouvido acontecer. Lembro-me da “vacina lizada anti-piogênica”, contra picadas de insetos que geralmente traziam alergias. Tínhamos em nossa casa um armarinho cheio de remédios farmacêuticos e alguns instrumentos simples que ela usava em sua lide diária. Trabalhou durante treze anos, sem um dia de férias, a qualquer hora do dia ou da noite e onde precisassem dela, lá estava minha mãe, ou então atendia em nossa casa mesmo. Parou quando prefeito o Dr. Nélio, quis transferi-la para a ASEL, e mamãe não aceitou. Através de Lei 486/08/77, foi aposentada como pensionista, percebendo hoje um salário mínimo regional ou salário mínimo brasileiro. Jamais recebeu qualquer outro valor sobre seus tempos de serviço.

        Sobre as benzedeiras, não me perguntou, mas vou enumerar por primeiro as mais antigas que conheci:

1- Tereza Blaque, na Maranduba, xingava muito, mas todos a procuravam. Morreu quando eu ainda era criança.

2- Rosalina Félix, na Maranduba, descendente de escravos da Caçandoca.

3- Minha tia Tatãe, ou Cândida Antonia de Morais, do Sapé, benzia mais crianças.

4- Benedita Fermino, nossa amiga, do Sapé, todas no meu tempo de criança.

5- Olivina, que veio da Praia Grande do Bonete, bondade infinita.

6- Sebastiana Maria, do Sertão da Quina, inclusive fazia as famosas “garrafadas” e que hoje fazem, a meu ver, tanta falta, pois fé também cura.

       Somente as duas últimas benziam em meu tempo de adulta. Eram criaturas muito benquistas e eram procuradas por todos.

Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. Seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.




FONTE:

Livro de Hans Staden sobre viagem ao Brasil e prisão em Ubatuba impactou artes nacionais




Xandu Alves@xandualves10 | @jornalovale

Há histórias (verdadeiras) que parecem ficção de tão extraordinárias. Esta é uma delas.

É de como um naufrágio, um banquete antropofágico, o mau tempo de Ubatuba e um dos primeiros best-sellers do mundo transformaram a cultura e a identidade do Brasil.

O livro influencia o modernismo, que influencia o Cinema Novo e todo o restante.

Hans Staden (1525-1576) era um arcabuzeiro alemão que deixou a terra natal em busca de aventuras aos 20 anos. Foi a Lisboa, mas perdeu o navio para as Índias. Então, veio ao Brasil.

Chegou em janeiro de 1549, em Pernambuco, e ajudou os portugueses a resgatarem compatriotas em guerra com índios.

De volta à Europa, retornou ao Brasil em 1550 com Juan de Sanabria (1504-1549) rumo ao território espanhol, no Sul.

“De Cananeia para baixo era tudo espanhol. Eles tinham projeto de ocupar, mas deu tudo errado, com naufrágios e tragédias”, conta o jornalista e escritor Eduardo Bueno.

Chegaram à na Ilha de Santa Catarina e naufragam. Eles perambularam por dois anos até Staden conseguirem partir em um novo navio, e naufragaram novamente, em Itanhaém.

A expedição foi a São Vicente e o alemão tornou-se coordenador da artilharia do Forte São Felipe, no canal de Bertioga, em 1554, bem no limite com o território tribal dos Tamoios (Tupinambás), que odiavam os portugueses e eram aliados dos franceses.

Numa batida, Staden foi capturado pelos Tamoios e levado a uma aldeia em Ubatuba.

Bueno conta que o capturado entrou na aldeia amarrado e pulando, dizendo: “A vossa comida chegou”. “Ia ser comido num ritual antropofágico”.

Posto para engordar, Staden viu dois portugueses presos serem devorados pelos índios. Então, passa a dizer que é francês. Não dá certo. Só é salvo da panela por causa da abundante chuva de Ubatuba.

Conta Bueno: “Ele diz aos índios que chovia sem parar porque o Deus dele estava chorando. Se o matassem, nunca mais pararia de chover”.

Supersticiosos, os índios pedem para ele fazer parar de chover. Staden reza e, de repente, para de chover.

Agora poderoso, Staden foi libertado, voltou à Europa e escreveu o livro “Duas viagens ao Brasil”, editado pelo médico, anatomista e matemático Johann Dryander em 1557, que tornou-se um best-seller.

O livro só chega ao Brasil em 1892. Mas é uma edição de 1900 que impactará o país. Os direitos foram comprados por Eduardo Prado, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e pai de Paulo Prado, financiador da Semana de Arte Moderna de 1922.

Ele teria dado o livro a Tarsila do Amaral (1886-1973) e a Oswald de Andrade (1890-1954), destaque entre os modernistas e expoentes do conceito antropofágico, de pegar a arte de fora, canibalizá-la e vomitar uma arte nova, brasileira.

Impactados pelo livro, Tarsila fez o quadro Abaporu (‘homem que come gente’, em Tupi), de 1928. Andrade lançou o Movimento Antropofágico, impactando o Cinema Novo e as artes nacionais.


fonte........site............ovale.com.br.


A EXPRESSÃO DE UM VIOLÃO




A expressão de um violão
Julinho Mendes – Ubatuba, 10/11/09
Debaixo do céu azul resplandece o Pico do Corcovado que tem em seus declives sinuosos um símbolo da fé cristã, a Cruz de Ferro. Ali vivem os tangarás, símbolo de nossa cantoria, de nossa dança e de nossa bandeira e também os manacás com seus dégradés lilás. A imagem da pomba do Divino Espírito Santo irradia os sete dons: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade e temor a Deus. A igreja Matriz se conserva em patrimônio de história e também de fé. O boi bumbá tradição de antigamente agora retorna do mar em boi de conchas. Sereia é lenda do mundo, saci é do Brasil e daqui de nossa terra temos o dragão da gruta que chora que vive lá onde o lugar é de barulho que desde a época dos tupinambá é chamado de Sununga.
Tudo isso estampado na tampa de um violão que em sua voz, ecoa os cantos e aos cantos, a cultura caiçara.

FONTE.........JULINHO MENDES VIA FACEBOOK