sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

História do Bloco da Caxorrada



Em Ubatuba, na década de 70 existia uma rivalidade no futebol entre o Esporte Clube Itaguá e o Brasília Atlético Clube (BAC), esta rivalidade se estendeu para o carnaval. Depois da criação da Escola de Samba GRES “Mocidade Alegre do Itaguá”; nasceu GRES “Brasília”(centro). No futebol a disputa era acirrada, um ano ganhava o Itaguá, no outro, o Brasília.




No carnaval, em apenas dois anos de competições entre as duas escolas, o Itaguá por ser mais experiente e por saber explorar os quesitos do enredo, num carnaval mais técnico, faturou o bi-campeonato. Naquele ano o Brasília, segundo a opinião do público, deveria ter ganho, pelo banho de luxo que deu no Itaguá. O Brasília não se conformou com essa derrota, achando que houve “cachorrada” por parte dos jurados.

Nasceu aí a Caxorrada. Um Bloco formado a principio apenas pelos componentes da Escola de Samba Brasília, que numa marchinha, satirizaram de forma irreverente os jurados que deram a conquista do carnaval para o Itaguá. Eram homens vestidos de mulheres e mulheres vestidos de homens.

Mais uma derrota do Brasília, e mais uma cachorrada dos juízes, e o Bloco foi crescendo. A principio um estandarte, depois uma alegoria. Um fusquinha transformou-se num grande caXorrão e a cada moda social ou cada fato político e econômico que acontecia no decorrer do ano, o caXorrão vinha com cara nova e assim era batizado: CÃOmisinha, CÃOcruzado, choCÃO de verão, CÃOmeta DE HALLEY e tantos outros. Ano passado tivemos o BARACÃO, em homenagem a Barac Obama.

O Bloco da Caxorrada completa 32 anos de existência e vamos ver qual será o tema e o nome do caxorrão neste carnaval de 2010.


FONTE :   http://www.ubatubaemrevista.com.br/

2005 : FUNDART INFORMA




Maria Comprida, a vedete das canoas



Outra personagem ilustre que está tendo sua história resgatada pelo projeto é a Maria Comprida, uma canoa de quase 10 metros de comprimento, que tem muitas aventuras para contar. Ela foi esculpida no final dos anos 60, ganhou grandes competições e viajou longas distâncias. O CD é a reprodução do diário de navegação da Maria Comprida, um trabalho originalmente desenvolvido pelo professor Joaquim Lauro. O diário registra a jornada da canoa de Ubatuba a Santos, em homenagem à Paz de Iperoig. Outra façanha da Maria Comprida foi a viagem de Ubatuba a Paraty, também contada no "diário de bordo".



Ubatuba lança CDs que retratam sua história




A Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) lançará, na próxima segunda-feira, 19, uma coletânea digital contendo informações históricas sobre a cidade. Esse material é resultado de um longo trabalho de pesquisa e resgate de documentos e depoimentos de personagens ubatubenses. O lançamento acontece à partir das 19 horas, no Casarão da Fundart, que fica na Praça Anchieta, centro da cidade.



Os CDs, que estão sendo desenvolvidos pelo Grupo Setorial de História e Geografia da Fundart, desde o início deste ano, poderão ser requisitados por qualquer pessoa, mediante assinatura de um termo de compromisso, justificando a utilização do material e assumindo a responsabilidade de ceder para o município um exemplar da pesquisa ou tese desenvolvida a partir do material.



Segundo Carlos Rizzo, coordenador do projeto, o objetivo dessa compilação é fornecer aos estudantes e pesquisadores um material histórico confiável. "Em contrapartida, nós gostaríamos de adquirir também as novas pesquisas desenvolvidas em nosso município. Muita coisa se perdeu com o tempo, nós estamos tentando recompor a história com os fragmentos que restaram, por isso, a contribuição de pesquisadores e acadêmicos é sempre muito importante para nós."



Gastão Madeira, dos pássaros ao Avião



O primeiro CD tem como nome "Gastão Madeira, dos pássaros ao avião" e traz à tona a história do homem que viveu em Ubatuba e foi o verdadeiro "pai da aviação". O material para esse CD teve início com um projeto do arquiteto Luiz Carlos Lima, que é especializado em aeromodelismo. Ele começou a buscar todo o material referente a Gastão Madeira para preparar as festividades de 100 anos de aviação, que será realizada em junho de 2006. O projeto foi aprovado pelo Grupo Setorial de História e Geografia da Fundart. Foram encontradas patentes francesas do desenvolvimento do trabalho de Gastão, bem como jornais da época, datados de 1899 e uma separata da edição de 1937 do Instituto Histórico e Geográfico, em que Gastão é reconhecido oficialmente como pioneiro da aviação.



Meu Bairro tem História



Outro material interessante é o CD "Meu bairro tem história", que traz 54 depoimentos de caiçaras antigos, que foram coletados pelos diversos grupos setoriais da Fundart, desde 1984 até 2005. Os depoimentos foram transcritos pela pesquisadora Fátima de Souza, que foi escolhida por ser caiçara e, conseqüente pela familiaridade com o "falar caiçara". O trabalho traz as histórias de bairros tradicionais da cidade, como: Bonete, Corcovado, Enseada, Fazenda da Caixa, Ilha Anchieta, Praia do Félix e outros, nas vozes de personagens como o Sr. Vladmir de Toledo Piza, por exemplo, que incentivou a vinda do Ciccilo Matarazzo para Ubatuba. Tem também uma entrevista de "Seo" Casemiro do Prumirim, com "Seo" Filhinho, explicando como ele fazia as curas com ervas e contando suas experiências como "inspetor de quarterão", uma espécie de "xerife", que por ter a confiança das pessoas, era "eleito" e tinha inúmeras responsabilidades na comunidade. Outros temas interessantes, como os carnavais, as danças, e as fazendas antigas permeiam esse CD, que traz também as fotos de todos os entrevistados. Para o ano que vem, todo o material radiofônico será transferido de K-7 para CD.



Ubatuba, de Felix Guisard



O terceiro CD reproduz digitalmente o livro "Ubatuba", de Felix Guisard, que foi escrito em 1940. Ele traz informações sobre problemas de saúde pública de Ubatuba na época, conta sobre a história natural, do ateneu e das lendas ubatubenses. Segundo Rizzo, atualmente, existem menos de 10 exemplares originais desse livro. "Um material como esse é fundamental para quem pretende estudar a história de Ubatuba e é freqüentemente requisitado na biblioteca. Por essa razão, nós pedimos a autorização da família e foi feita essa reprodução digital."


FONTE : http://www.ubaweb.com/

 

2002 : Câmara recebe 3º pedido de cassação de Paulo Ramos

LITORAL VIRTUAL : Terça-feira, 03 de setembro de 2002 - Nº 608



Ubatuba - A Câmara de Ubatuba analisa hoje pedido de instauração de uma nova comissão processante para tentar cassar os direitos políticos do prefeito Paulo Ramos (PFL).

A solicitação foi encaminhada ontem ao Legislativo a partir de uma denúncia sobre possíveis irregularidades no transporte coletivo urbano, feita pela líder comunitária Maria Aparecida da Cunha. É o terceiro pedido de cassação do prefeito feito pela mesma pessoa.

A denúncia se baseia em parecer do Tribunal de Contas do Estado, que suspendeu, há três semanas, a abertura de uma licitação para renovar o contrato do exercício do transporte coletivo urbano. De acordo com o parecer do TCE, alguns itens da licitação poderiam favorecer o estreitamento da concorrência. Leia a denúncia na íntegra

A empresa Costa Mar, responsável pelo transporte coletivo na cidade, atua em Ubatuba desde 1986.

Segundo o vereador Domingos dos Santos (PT), a prefeitura deve abrir nova licitação, ainda este mês. "Aguardamos o prefeito enviar à Câmara as novas descrições da licitação", afirmou.

Santos não acredita que os vereadores votem a abertura de uma comissão hoje. "Infelizmente somos a minoria e temos pouca chance de investigar um assunto de interesse coletivo, que está com irregularidades".

O prefeito Paulo Ramos (PFL) foi procurado na tarde de ontem para comentar o assunto, mas não retornou as ligações. Segundo assessores, ele estava reunido com lideranças de bairros.

Segundo o vice-prefeito, Maralino Valim (PMDB), a prefeitura vai cumprir as exigências do TCE e dar continuidade à concorrência, abrindo novo edital de licitação. (Fonte: ValeParaibano)
Dois pedidos já foram arquivados

Ubatuba - O pedido de cassação do prefeito Paulo Ramos (PFL) protocolado na Câmara de Ubatuba ontem é o terceiro realizado pela mesma pessoa, a líder comunitária e dona-de-casa Maria Aparecida da Cunha.

O ValeParaibano conversou com a líder comunitária, por telefone, no gabinete do vereador Domingos dos Santos (PT).

Os outros dois pedidos de cassação do prefeito feitos por Maria Aparecida foram arquivados pela Câmara.

O primeiro estava relacionado à compra de um carro oficial no valor de R$ 126 mil e chegou a ser investigado. O segundo, que não originou investigação pela Câmara, acusava uma suposta "fuga" de Paulo Ramos para não ser intimado por oficiais de Justiça da cidade sobre o primeiro pedido. (Fonte: ValeParaibano)



PT encaminha denúncia à Promotoria


Ubatuba - O vereador Domingos dos Santos (PT), de Ubatuba, deve encaminhar hoje denúncia ao Ministério Público sobre possíveis irregularidades em decreto publicado no Diário Oficial no último sábado, que retira o item "molho de tomate com frango" da cesta básica da prefeitura.

Segundo o vereador, a mudança de molho de tomate com frango para molho simples não alterou o suposto benefício à fornecedora Cathita. "O peso (de 330 gramas) estabelecido para o molho simples é exclusivo da empresa. As concorrentes vendem o produto com peso de 340 e 350 gramas", disse Santos.

Segundo o prefeito Paulo Ramos (PFL), o item foi retirado da cesta básica para não gerar polêmica. "Esperamos que fornecedores do Vale também possam participar da licitação para a compra dos alimentos". O prefeito afirmou que desconhece a exclusividade da empresa com relação ao peso.

Em Caçapava, a Câmara deve entregar até o final do mês relatório da Comissão Especial de Inquérito que investiga irregularidades na compra de 18 mil cestas básicas em 2001 contendo o mesmo molho de tomate com frango, que seria vendido exclusivamente pela fornecedora Cathita. (Fonte: ValeParaibano)

2002 : Escoteiro de Ubatuba acampam e fazem limpeza de praia

LITORAL VIRTUAL : Sexta-feira, 23 de agosto de 2002 - Nº 601


O grupo escoteiro Iperoig realizou no ultimo final de semana (17 e 18 de agosto) um acampamento escoteiro na praia do Godoy em Ubatuba. Participaram deste acampamento escoteiros, escoteiras, seniores e guias. No total de 22 jovens e 5 chefes escoteiros. Foi realizado neste acampamento, diversas atividades escoteiras, como: caminhada de 5 km, trilha de 2 km pela mata do boqueirão, refeição escoteira (pão mateiro, ovo no espeto entre outro),jogos, canções e especialidades. Os escoteiros aproveitaram o fim de semana para também realizar uma limpeza na região da praia do Godoy. O chefe de escoteiro André Diniz, falou que a maior parte do lixo que encontrava-se na praia, não era deixado por pessoas que freqüentava aquela praia, (até porque o acesso e muito difícil, e pouquíssimas pessoas a conhecem), que a maioria do lixo vinha pelo mar, de outras praias ou de lixo jogador por embarcações. E que a limpeza da praia, e de praxe no escotismo, porque os escoteiros fazem o máximo para deixar a área que usaram, melhor do que quando encontraram. E que o acampamento foi de grande valia para o desenvolvimentos individual e coletivos dos jovens participantes. E que os escoteiros tiveram um ótimo aproveitamento em todas as atividades. E que todos voltaram para casa: felizes, satisfeitos e cansados. Inclusive a chefia, que na maioria são pais e mães dos jovens escoteiros.


O grupo escoteiro Iperoig já esta preparando um novo acampamento, desta vez para o interior de São Paulo, onde terão a companhas de grupos de escoteiros de outras cidades do estado. E também foram convidados a participar no mês de setembro da limpeza do rio grande, juntos com outras entidades .

Para os pais que quiserem colocar seus filhos neste movimento mundial, o grupo escoteiro Iperoig esta localizado no batalhão de policia militar de Ubatuba, no parque Vivamar. E suas reuniões são realizadas aos sábados das 14h as 1

2001 : Esperança no futuro é o presente de aniversário

Ubatuba - A cidade comemora 364 anos e mobiliza sua população para a festa tendo como tônica a esperança de dias melhores. As obras em andamento em parceria com o Governo do Estado vão urbanizar a área central, mudar o visual e oferecer novas opções de lazer. Para a temporada de verão que se aproxima a programação já vem sendo finalizada pela Prefeitura, Fundart, Comtur e Associação Comercial para que todos se beneficiem direta ou indiretamente desse período. O prefeito Paulo Ramos convida a população para a festa de aniversário enfatizando a importância da data, a necessidade de preservar nossa memória e a confiança em um futuro promissor com oportunidade para todos e melhor qualidade de vida.


A programação de aniversário, que vem sendo realizada desde o último dia 15, terá seu ponto alto neste final de semana com atrações tanto para o morador como para o turista. Na sexta-feira, dia 26, acontece o encontro de prefeitos da região a partir das 14 h, no Ubatuba Palace Hotel, realização da Rádio Costa Azul e que contará com a presença do Secretário do Meio Ambiente, Ricardo Trípoli. Em seguida, o secretário entrega as obras do Núcleo Picinguaba. À noite, às l9 h, será aberta a XIV Feira das Nações, na Av. Iperoig, com a presença de 10 países com renda revertida para entidades assistenciais do município e, às 20 h, no Sobradão do Porto é a vez do projeto Mapa Cultural Paulista, fase regional, com mais de 200 fotos de 15 cidades participantes. Às 23 h, no Red Beach, a Banda San Francisco anima o Baile de Aniversário.

No sábado, a Av. Iperoig assiste a uma competição de som automotivo a partir das 10 h e a 33a Prova Pedestre “Cidade de Ubatuba”. Estão sendo esperados cerca de 100 automóveis antigos para o V Encontro que será aberto às 11 h. também na Av. Iperoig. Enquanto isso, também no sábado, os aviões antigos, verdadeiras relíquias que participaram de grandes feitos da nossa história, estarão à disposição para visitação pública no aeroporto.

Além do desfile oficial no domingo ,reunindo 30 estabelecimentos escolares e 10 entidades, a cidade de Ubatuba ganha um espaço nobre na Unitau: será inaugurado o anfiteatro com 300 lugares com equipamento de apoio dos mais modernos. É mais um avanço dentro do sistema de parceria que tem marcado o relacionamento da Prefeitura com a Unitau. A cerimônia de entrega, cujo início está previsto para as 20 h, contará ainda com a assinatura de um convênio de cooperação técnico-científico pedagógico entre a Unitau e a Prefeitura e a realização de sessão solene da Câmara Municipal com a entrega de títulos de cidadania à professora Heloisa Maria Salles Teixeira, Luis Monteiro de Oliveira (seu Lica) e Jorge de Oliveira, da comunidade Emaús. O encerramento da cerimônia de inauguração será com a apresentação do balé da Fundart, que tem se destacado e conquistado diversos prêmios em festivais fora de nossa cidade. (Fonte: ACS-PMU)

LITORAL VIRTUAL :
Quinta-feira, 25 de outubro de 2001 - Nº 404

UBATUBA E SUAS FESTAS....

Danças




A dança do boi

Em Ubatuba, essa manifestação começou a fazer parte do nosso carnaval lá pelos anos 30, como mostra o jornal da época "Echo Ubatubense". A Dança do Boi era apresentada pelo senhor Carlinhos, ou Carrinho, filho de Armindo Carros, um oficial aposentado do Exército. Esse senhor era de origem nordestina (maranhense). Com ele, Carlinhos aprendeu a confeccionar o boizinho e também os cavalinhos para brincar o carnaval. Com estes fatos, podemos deduzir que a Dança do Boi de Ubatuba é sem dúvida uma das variantes do Bumba-meu-boi Bumbá do Maranhão. Outro detalhe é que o Bumba-meu-boi Bumbá se apresenta com folguedo popular dramatizado e nosso boizinho também era uma manifestação dramatizada.



Congada ou Moçambique

A congada do Sertão Puruba tem suas raízes presas ao moçambique da cidade de Cunha (SP) e essa, por sua vez, a de São Luiz do Paraitinga, como mostra citação feita pelo pesquisador Emílio Willerms, no Caderno de Folclore, escrito por Maria de Lourdes Borges Ribeiro: "A moçambique chegou em Cunha através dos luizenses na década de 30".

Em Ubatuba, o surgimento dessa manifestação folclórica ocorreu na década de 40, no Sertão do Poruba. Nessa época, o espanhol Benigno Castro instalou na praia do Poruba um serraria para beneficiar caixeta, madeira que havia em abundância no sertão porubano. Essa madeira, após seu beneficiamento, era levada para a praia do Ubatumirim em lombo de burros. De lá era transportada pela lancha Santense até Santos para a fábrica de lápis. Para a retirada dessa matéria prima foram contratados aproximadamente 150 homens, que na sua maioria vinham de Cunha, na região do Vale do Paraíba.



Festa do Divino

Para falarmos dessa manifestação folclórica religiosa, devemos mergulhar em nossa história e termos a sensibilidade de verificarmos o quanto é importante a cultura de raiz na formação de um povo. Assim, vamos mostrar um pequeno fiapo dessa cultura em nossa região.

A comemoração ao Divino Espírito Santo, que deu origem à criação da Romaria ou Folia do Divino, foi estabelecida em Portugal no reinado da Rainha Isabel (1271 – 1336), com a construção da Igreja do Divino Espírito Santo, na cidade de Alenquer. No Brasil, essa manifestação foi introduzida pelos colonizadores portugueses no final do século XVI.

Em Ubatuba, deduzimos que essa manifestação vem ocorrendo há mais de 200 anos, conforme depoimentos de antigos caiçaras, como o senhor Ozório Antonio de Oliveira, nascido em 10 de Fevereiro de 1899, no bairro do Promirim. Conta esse caiçara que ouvia seu avô cantarolar músicas em exaltação ao Divino, músicas essas que seu avô tinha aprendido com seu bisavô.

No passado, até os anos 50, a Festa do Divino Espírito Santo em Ubatuba era a mais respeitada e suntuosa. As comunidades das praias e dos sertões se preparavam com antecedência para receber a chamada Romaria do Divino ou Folia do Divino. O povo caiçara recolhia lenha, salgava peixes, fazia farinha, bijus e doces abastecendo suas casas, pois com a chegada da Romaria do Divino em sua comunidade ninguém trabalhava. A devoção era grande.

Também era a oportunidade que eles tinham para pagar suas promessas por graças alcançadas. A comunidade visitada fazia daquele momento uma grande festa. Todas as casas que a Romaria visitava, o povo acompanhava, formando um grande cortejo.

De uma comunidade para outra, a chegada da Romaria era anunciada através dos espias. Esses eram homens que ficavam nos caminhos, de preferência em lugar alto e soltavam rojões anunciando a chegada da Romaria. Com este tipo de alerta o povo vinha ao encontro da Romaria que iniciava sua visitação naquela comunidade. Ao cair da noite, o grupo se dirigia para a casa do pouso onde iria pernoitar e na porta da casa marido e mulher recebiam-no.

Após as cantorias dentro de casa, a Bandeira do Divino Espírito Santo era guardada pelo casal dentro do quarto. Em seguida ao jantar, a casa do pouso transformava-se em um salão de baile e tinha início o Fandango caiçara (função ou baile de roça). Como também era costume caiçara, a primeira dança tinha que ser o Xiba. Essa dança é conhecida até hoje como Bate-pé ou Cachorro-do-mato. Após a primeira dança de xiba, vinham as chamadas miudezas, como ciranda, recortado, canoa, serrabaile, marrafa etc.

Depois do café da manhã a Romaria retomava a sua peregrinação. Quando todas as casas tinham sido visitadas, voltava-se à casa do pouso para fazer a despedida. Esse momento era coberto de muita emoção, pois os caiçaras sabiam que só teriam a visita da Romaria no próximo ano.



Fandango

Algumas danças que compõe o Fandango de Ubatuba: Xiba (também conhecido como Bate-pé e Cachorro do Mato), Recortado, Ciranda de Roda, Tontinha, Cana Verde, Mangericão, Vilão de Lenço, Vilão de Mala, Serrabaile ou Serrabalha, Anuzinho, Marrafa, Ubatubana, Canoa, e etc.

Antigamente, era costume em Ubatuba dividir o Fandango em 3 partes. Primeiro dançavam o Xiba até a meia-noite, chamado de rufado ou batido. Depois, vinha o Bailado Valsado, danças menos agitadas, como Ciranda de Roda, Canoa, etc., sem o sapateado e palmas. Nessa parte, o pessoal aproveitava para tomar uma golada de café ou concertada (bebida típica do Litoral Paulista), ou mesmo uma pinguinha. Na terceira parte, estava de volta o Xiba rufadíssimo, no momento de encerrar o Fandango. Muitas vezes, já com o sol nascendo, o pessoal fechava as janelas para dançar a última roda de Xiba.



Dança da fita

Petrolina Maria de Goés, D. Pitiá, nascida em 31 de Maio de 1923, na Praia da Enseada, relata que assistia na sua infância a Dança da Fita sendo apresentada na casa do Sr. Benedito Henrique e do Sr. Valentim. A dança era apresentada no carnaval e dentro de casa. Segundo D. Pitiá, o Sr. Benedito Cabral aprendeu a dança com o Sr. João Vitório que, na realidade, foi o primeiro a organizar um grupo para dançar a fita na Enseada.

O Sr. João Vitório era um pescador famoso da Enseada e fazia muitas viagens para Santos com seus amigos para comprarem sal, carne seca, anil, querosene, pano e materiais para a pesca. Essas viagens eram feitas em canoas de voga (canoas com até 10m de comprimento) com 4 a 6 remadores. Tudo indica que o Sr. João Vitório conheceu a dança da fita no Litoral Sul e trouxe para Ubatuba.

Quando o Sr. João Vitório já estava com idade avançada, ele passou seus conhecimentos para o Sr. Benedito Henrique, que junto com Joaquim de Goés, Antônio Henrique, Olímpio, Eupídio, Joaquim Firme de Souza e mais os tocadores de violas Antonio Campista, Juca Campista, Cipião Campista e Licínio, moradores da Praia do Perequê-Mirim, deram continuidade à Dança da Fita.



Folia de Reis

Em Ubatuba a Folia é diferente das folias do Vale do Paraíba. Na região valeparaibana, prevalecem as chamadas Folias de Reis mineiras, compostas de seis a onze membros, assim distribuídos: Instrumental - viola, sanfona, violão, caixa surdo, cavaquinho, reco-reco de bambu e chocalho; Vocal - primeira e segunda voz, contra canto ou contralto e tripe tripe, que é uma oitava acima. Esse tipo de agrupamento usa uma bandeira que leva o nome da folia e, geralmente, uma pintura com uma cena que lembra o nascimento do Menino Deus.

No bairro do Perequê-Açu, a folia é cantada pelo Sr. Octávio, no estilo paratiano, composta de viola, cavaquinho, triângulo e na parte vocal, uma primeira voz e um falsete (quinta acima).

No centro urbano encontramos resquícios de uma famosa Folia de Reis do senhor Manoel Barbosa (Mané Barbeiro). Alguns remanescentes do grupo relutam para manter a música e a orquestração. Essa folia de Reis era uma Folia de Reis de Banda de Música, pois era composta de violão simples, violão de sete cordas, cavaquinho, violino (rabeca), clarineta, saxtenor, trompete, pandeiro e chocalho. No vocal, apenas primeira e segunda voz.

Existem ainda no centro urbano o Grupo de Folia de Reis da Dona Ophélia que é composto basicamente por mulheres caiçaras. Um fato inédito, pois a Folia de Reis é manifestação folclórica realizada por homens.

No sul do município, temos no Sertão da Quina o Grupo de Folia de Reis do Zéca Pedro e seus familiares. Esse grupo é bem parecido com os grupos do lado norte da Cidade. Na Maranduba, existe hoje um grupo que é uma mistura de dois estilo, o caiçara e o mineiro. Antunes, responsável pelo grupo, é caiçara e sua esposa Victória, que também compõe o grupo, é mineira. Nesse grupo podemos notar que não existem divisões de vozes. É afinadíssimo, mas é unissonante ao cantar. Na parte instrumental tem violões, cavaquinho, timba, pandeiro e chocalhos.



Máscaras Folclóricas

Em Ubatuba, as máscaras participam do carnaval desde o século XIX. Havia os mascarados que em bando desfilavam pelas ruas centrais da Cidade. As máscaras eram feitas pelos próprios foliões que utilizavam um molde de barro, cola de polvilho azedo, papel higiênico, jornal velho e muita criatividade. Eram feitas centenas de máscaras todos os anos.

Alguns mascareiros se destacavam pela qualidade de seus trabalhos, como José Carneiro Bastos (Zé Cabé), Manoel Nunes de Souza (Manequinho Carcereiro), Antônio Felix de Pinho (Seo Pinho), José Luiz Pimenta (Zé Pimenta), e mais recentemente João Teixeira Leite.

A máscara teve um papel importante no carnaval ubatubense até os anos 70, mas hoje podemos apreciar essa manifestação popular somente no grupo da Dança de Boi que se apresenta nas tradicionais festas populares de nossa cidade.



Xiba

Grupos de dançarinos de bairros como Puruba, Prumirim, Itaguá e Rio Escuro apresentam-se na praça aos pares para dançar a Xiba ou Bate-Pé (nomes pelos quais são conhecidos, em Ubatuba, o cateretê, catira ou fandango). Cabe aos homens um sapateado rápido e ritmado.


FONTE :

http://www.valedoparaiba.com/cidadesdaregiao/?pagina=cidade&cid=50&menu=195

2006 :Conselho Municipal de Desenvolvimento toma posse em Ubatuba


A Prefeitura de Ubatuba empossou na manhã desta sexta-feira, 10, os membros do Conselho Municipal de Desenvolvimento (CMD), em solenidade realizada no auditório da E.M Tancredo de Almeida Neves. No início do evento, a Assessora de Expediente do Gabinete, Denise Silveira, fez uma breve explanação sobre a natureza jurídica e as competências do CMD.




O CMD foi criado pela Lei 1103 de 4 de novembro de 1991, pelo então prefeito José Nélio de Carvalho, que esteve presente na mesa de honra da solenidade, representando o Ministério das Cidades. A seu lado, na mesa, esteve o prefeito Eduardo César (presidente do Conselho), o secretário de Arquitetura e Planejamento Urbano, Rafael Ricardi Irineu (empossado como secretário executivo do CMD) e o vereador Cláudio Gulli, representando o Legislativo.



?Hoje é um marco na história de Ubatuba porque estamos retomando o sistema de planejamento municipal. Ubatuba é pioneira em termos de conselhos e mesmo antes da Constituição de 1988, que exige atos concretos de democracia direta por meio dos mesmos, Ubatuba já o fazia, mas agora será com maior abrangência, com o CMD assumindo sua real função e integrando-se aos demais conselhos?, disse José Nélio de Carvalho.



O secretário Executivo empossado, Rafael Ricardi Irineu, garantiu que os trabalhos serão realizados da maneira mais transparente possível, difundindo as prioridades e diretrizes.



Para o prefeito Eduardo César a solenidade representou um sonho tornando-se realidade. ?O CMD tem que atuar com imparcialidade, cobrando da administração quando houver necessidade. A sociedade deve participar e se unir em prol do nosso município?, acrescentou o prefeito. ?Peço a Deus que direcione os passos do Conselho para que tenhamos a cidade com a qual sonhamos, agindo sem diferenças partidárias, religiosas e raciais?.



Para a solenidade foram convidados secretários municipais, além de representantes das entidades da administração indireta e da comunidade local, indicados pelas associações representativas de cada área e que fazem parte do CMD.



Atribuições do CMD

O Conselho empossado é um órgão consultivo do prefeito, que tem por atribuição orientar e acompanhar o processo de planejamento permanente do município, articulando a produção dos demais conselhos e comissões existentes e que venham a ser criados; dar parecer sobre planos, programas e projetos que visem ao desenvolvimento municipal e encaminhar sugestões para a realização de planos setoriais.



O CMD deverá, também, absorver as competências do Plano Diretor Participativo, acompanhando a elaboração do mesmo e seu processo de implantação, avaliando resultados e adequando as diretrizes adotadas, fornecendo indicações para o conteúdo das revisões e atualizações.



O Plano Diretor

O Plano Diretor Participativo é uma lei municipal que deve ser aprovada pela Câmara e que tem o objetivo de organizar o crescimento e funcionamento da cidade. Segundo o Ministério das Cidades, a intenção é garantir a todos os cidadãos um lugar adequado para morar, trabalhar e viver com dignidade, proporcionando acesso à habitação, saneamento ambiental, transporte e aos serviços e equipamentos urbanos.



A finalidade de se construir um Plano Diretor é encontrar soluções para os problemas que afligem os moradores de cidades que cresceram de forma excludente e desequilibrada. O Plano Diretor também contribui para a construção da política nacional de desenvolvimento urbano.



Até outubro deste ano, todos os municípios com mais de 20 mil habitantes devem ter seus Planos Diretores aprovados nas Câmaras. Os Planos aprovados há mais de 10 anos devem ser revistos.



A elaboração do Plano Diretor Participativo é feita por uma equipe da Prefeitura, em conjunto com representantes da sociedade. O Estatuto das Cidades prevê a obrigatoriedade da participação popular por meio de reuniões preparatórias e audiências públicas.



CMD em ação

Na solenidade de posse dos membros do CMD já foi definida uma próxima reunião para o dia 23 de fevereiro, que deverá discutir o regimento interno do Conselho e fazer o acompanhamento das reuniões temáticas de cada setor do CMD. Nesta reunião todas as entidades que por algum motivo não puderam comparecer à posse, serão convidadas pela Prefeitura e empossadas.



As reuniões setoriais do CMD serão descentralizadas, comandadas pelos secretários municipais, que devem organizá-las com as pessoas envolvidas com as respectivas áreas. Pessoas que tiverem interesse em participar ativamente de qualquer setor devem procurar o membro do CMD responsável por sua área de interesse.



Plano Diretor na prática

Os trabalhos do Plano Diretor de Ubatuba já estão em andamento, com um grande cronograma de reuniões e outras datas a serem confirmadas nos próximos dias. Na próxima reunião do CMD, marcada para o dia 23 de fevereiro, este cronograma deve ser definido para os seguintes eventos: reunião de lançamento do Plano Diretor; reunião de trabalho na região central e reuniões de lançamento do Plano nas regiões sul, norte e oeste.



Nesta mesma reunião do CMD serão iniciadas as coletas de informações vindas das reuniões setoriais que forem realizadas até a referida data, para que estas sirvam de subsídio na elaboração do Plano Diretor Participativo. (Fonte: Assessoria de Comunicação ? PMU)


2006 : Ubatuba realiza carnaval de norte a sul

O carnaval de Ubatuba em 2006 terá como novidades os carros de som que animarão a festa nos extremos sul e norte da cidade. Na região sul, a concentração acontece na Praia da Maranduba e no Norte, o carro de som fica na Praia de Ubatumirim. Já na Avenida, a alegria fica por conta dos blocos tradicionais, desfilando sambas-enredo, marchinhas e fantasias.




Abrindo a festa, na sexta-feira, dia 24, o Galo da Meia-Noite adentra a Avenida Iperoig soltando fogos de artifício na Ponte do Perequê-Açu e distribuindo cerveja a R$ 1,00 aos foliões uniformizados com a camiseta do bloco. Durante o carnaval, desfila também o famoso bloco da Caxorrada, que tem como principal característica a troca de sexo. Mas não precisa se preocupar! É só a vestimenta. Homens se vestem de mulheres e vice-versa. A irreverência desse bloco atrai mais adeptos a cada ano.



A alegria inocente do carnaval de marchinhas será homenageada pelos blocos ?Recordar é Viver?, comandado pela seresteira Dona Ophélia e pelo ?Guaruçá?, um grupo cultural formado por escritores e amantes da arte e poesia. Eles prometem trazer para a festa ubatubense uma série de novas marchinhas animadas por coreografias e encenações.



Carnaval à moda antiga

Para quem gosta do carnaval tradicional, a alegria fica por conta do Baile carnavalesco que acontecerá na Praça Exaltação da Santa Cruz, a partir das 21h. A Fundart programou um carnaval à moda antiga, com máscaras, bonecões, fantasias de melindrosas, marinheiros, pierrôs, ciganos, havaianos e etc. Os bailes contarão com a presença de blocos tais como ?O Guaruçá? e ?Recordar é Viver", que irão mostrar sambas, brincadeiras e marchinhas tradicionais. Para isso, as ruas laterais serão bloqueadas e a Banda Lira, sob o comando do regente Valdeci dos Santos, animará a festa do momo.



I Festival de Marchinhas é adiado por conta das chuvas

O I Festival de Marchinhas, que aconteceria durante este final de semana, dias 11, 12 e 13, teve que ser adiado devido às fortes chuvas que atingiram a cidade nos últimos dias. É que os desabrigados estão alojados no Ginásio de Esportes Tubão, local em que o evento aconteceria. O coordenador do evento, Nei Martins explica que o Ginásio é um ponto de fuga determinado pela Defesa Civil Estadual para essa função. ?Infelizmente, teremos que adiar a execução do Festival, mas tenho certeza que isso não diminuirá o brilho do evento, que está sendo aguardado ansiosamente pelos participantes?. Com a mudança, o I Festival de Marchinhas carnavalescas acontecerá nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro.



Criatividade e bom humor

Mensalinho, O Dólar da Cueca, O Sumiço do Corrupto, Sou Deputado e Daputada são algumas marchinhas que devem mexer com o público no ?I Festival de Marchinhas carnavalescas? da Fundart. São mais de trinta participantes que vão disputar troféus e premiações em dinheiro. As músicas foram arranjadas pelo maestro Valdecy dos Santos, da Banda Lira Padre Anchieta, que também acompanhará os participantes nos dias do festival. Das 30 marchinhas inscritas, 15 serão apresentadas no primeiro dia e 6 serão escolhidas. O mesmo procedimento acontecerá no segundo dia, totalizando 12 finalistas. No terceiro e último dia, serão escolhidas cinco marchinhas, que serão premiadas de acordo com a sua colocação. Os critérios de avaliação serão: melhor letra e melhor interpretação.



?Queremos resgatar o carnaval tradicional do interior de São Paulo, trazendo novos compositores e criando aquele clima gostoso com máscaras, blocos e marchinhas em que toda a família pode participar?, diz Ney Martins, idealizador do concurso. Ele lembra que nos antigos carnavais ubatubenses, era comum os foliões comporem suas próprias marchinhas e que na década de 70, esse costume foi sendo deixado de lado.



Dentre os participantes do I Festival de Marchinhas carnavalescas, estão nomes conhecidos em Ubatuba, como: Dona Ophélia, Capop, Benetti, Zezinho Marques, Cláudio Serra, Arcélio Manoel, o grupo ?O Guaruçá? e muitos outros. O público terá entrada franca. (Fonte: Assessoria de Comunicação ? PMU)

FONTE : http://www.ubatuba.sp.gov.br/

UM PEDACINHO DA HISTORIA DO SURFE EM UBATUBA

Foto: © Luiz Felipe Azevedo


Estamos em 1959, e apenas alguns privilegiados brasileiros já conheciam o Hawaii, ou mesmo o nome Duke Kahanamoku, o grande campeão e divulgador do surf moderno. Nesta época, o Rio de Janeiro já recebia os primeiros surfistas com pranchas de madeirit cortando suas ondas e Santos tinha muitas pranchas, mas apenas jacarés, como eram chamadas aquelas pranchas com o bico virado para cima e com abertura lateral para segurá-las. E é nessa mesma ocasião que a verdadeira história do surf em Ubatuba tem sua origem.




Só os mais antigos ubatubenses se lembram de como eram nossas praias há mais de 35 anos. Muito mato, estradas ainda precárias, pouquíssima ou quase nenhuma infra-estrutura, energia elétrica sempre em falta, assim como diversos itens básicos. A praia da Enseada possuía salgas e as traineiras costumavam descarregar cardumes de cações ali mesmo na praia. Ir à praia Grande, hoje a mais popular da região, era uma aventura perigosa, pois além de possuir difícil acesso era considerada mal-assombrada.

Mas, alguns são realmente mais destemidos do que outros. E um destes foi João Jaschke, o conhecido alemão do canto esquerdo da Enseada e profundo amante do mar. Seu filho, Rheiny, já conhecedor do mundo do surf, convenceu o bravo João a comprar a primeira prancha de surf de Ubatuba, uma Glaspac MK2. Então, Rheiny Jaschke, com seu amigo Roberto Ferrari (considerado o "desconhecido" pai do surf da região), foram os primeiros a surfar em Ubatuba nesta época.

A partir do começo dos anos 60, os então moleques, que até ali só queriam saber de taco, futebol e de brincar de carrinho na areia, passaram a disputar a tapa a vez, apenas para ficar remando na parte rasa e mansa da praia. Algumas dessas crianças, que enfrentavam com suas famílias mais de seis horas de estrada no trecho São Paulo - Ubatuba, apenas para poder usufruir o enorme prazer de estar em Ubatuba, acabaram por divulgar e introduzir em definitivo o surf em Ubatuba (os irmãos Paulo e Ricardo Issa).

A moda se espalhou, e durante esta década começaram a surgir várias pranchas e surfistas por aqui. Dú Neumann foi um destes precursores, tanto que foi o primeiro a se mudar para Ubatuba por causa do surf, já na década de 70 (leia-se Construtora Litoral).

Neste período, uma geração inteira de jovens surfistas fanáticos já transitava por aqui. Adolescentes como Zé Maria Morgadi, Mário Macedo, Bruno Broggi, Luiz Felipe Azevedo, Jean Claude e Pierre Progin se juntavam aos "mais velhos", como Bruzzi, Kako, Willy, Paulo e Ricardo Issa, Carlão e Ricardo Petrarca, Maringá, Pinga, Pinguinha, Olavinho e Fabinho Madueño. Surgia também nesta época o primeiro surfista ubatubense, que foi o Ageu, seguido de vários outros.

A partir do primeiro campeonato brasileiro aqui realizado em 72 pela iniciante Associação de Surf de Ubatuba, o surf foi definitivamente implantado em nossa cidade. O que vem depois disso muitos já sabem, como o Zecão, Rafael da Costa Norte, Acqua Surfboards e outros, sendo que o auge foi o campeonato internacional Sundek, no final da década de 80, época em que despontava como fotógrafo profissional o local Alberto Sodré, nosso querido "Beto Cação" e sua BWE. Daí para frente, devido aos mandos e desmandos de administrações e diretorias de associações, o surf em Ubatuba desandou. A década de 90, apesar de não ter trazido nada de significativo para a cidade, produziu talentos que fizeram história, como o bicampeão brasileiro de Surf Profissional Ricardo Toledo, o mega-star Tadeu Pereira, o emergente Odirlei Coutinho e Edgard Bischof, entre outros.


Atualmente as praias mais procuradas para a prática do surf são: Félix, Itamambuca, Vermelha do Norte, Vermelhinha (praia Vermelha), Grande e Toninhas.



FONTE : http://www.ubaweb.com/


Luiz Felipe Azevedo - 1999