Livro Flash, você sabe o que eu tenho - Editora Parentese - Livraria Nobel - Ubatuba
Em seu livro de memórias, Silmara Retti define o profissional de saúde que, na sua opinião, consegue uma boa adesão ao tratamento anti-retroviral: “é aquele que fala a linguagem do paciente, que joga limpo com ele, que é verdadeiro e claro, sem se tornar rude. É aquele que compreende as "dores" do paciente e que, mesmo sem sentir, é solidário a ele, respeitando o momento dele.” Para a escritora, que é soropositiva, "esse profissional não precisa ser o coordenador, o enfermeiro ou o médico. Precisa ser o amigo de todas as horas, disposto a ouvir, orientar e acalentar, muitas vezes sem saber se vai ser compreendido ou correspondido, mas com a convicção de que procurou fazer o seu melhor”, descreve.Nas suas palavras, Silmara alude à adesão do profissional de saúde ao tratamento dos pacientes. O ponto de vista dela, como paciente, dá uma idéia da pressão a que esses profissionais estão sujeitos dia a dia. Além de problemas a curto prazo insolúveis, como um salário insatisfatório, as condições precárias da saúde pública e o fato de a aids não ter cura, há que se lidar com uma demanda de afeto comparável, apenas, à da criança pequena – que tudo pede aos pais ou responsáveis. A Saber Viver Profissional de Saúde perguntou a quatro médicos como eles conseguem aderir ao tratamento de seus pacientes, apesar de tudo isso. As respostas formam um conjunto deboas dicas para o dia-a-dia de todos.“Eu me coloco no lugar dele”“Conquisto a confiança dos meus pacientes, humanizando o atendimento. Sempre me coloco no lugar deles, pensando como seria se aquilo estivesse acontecendo comigo. Se eu estivesse ali, como gostaria de ser tratado pelo meu médico? Escuto o que me dizem com atenção, me interesso pela vida deles. Não me detenho apenas nos sintomas da infecção. Fora isso, estou sempre sorrindo e não faço grosserias. Acho que levanto o astral deles, falando positivo. Procuro levar esperança, sem mentir ou esconder nada.” Gustavo Magalhães, infectologista.“O eixo da adesão está no paciente”“Sabemos, a cada dia mais e com mais evidências, que a correta adesão ao tratamento é o alicerce da luta contra a aids. Mostrar ao paciente que ele é o personagem principal dessa história é fundamental para que alcancemos a adesão desejada e eficaz. Só conseguimos isso se o vínculo que estabelecemos com o paciente for forte. Então conseguiremos a adesão perfeita ou próxima disso. Assim, não importam as condições da Saúde Pública no Brasil, tampouco os baixos salários, o eixo da adesão está no paciente e não na equipe, por mais humilde e sem instrução que ele seja, devemos tentar”.Amigos, também estou no jornal A TRIBUNA DA MOOCA -www.atribunadamooca.jor.br - É só conferir!