terça-feira, 23 de setembro de 2008

TUPINAMBÁS , SUA LINGUA...

extinta, originária do povo tupinambá, que teve sua gramática estudada pelos jesuítas, e que deu origem a dois dialetos, hoje considerados línguas independentes: a língua geral paulista, e o nheengatu (língua geral amazônica). Esta última ainda é falada até hoje na Amazônia.
Vários nomes tupis que encontramos na geografia brasileira, nas denominações dos animais, plantas etc., são quase sempre descrições das coisas a que se referem e envolvem uma explicação inteira. Cada palavra é uma verdadeira frase, o que, aliás, é um dos grandes prazeres do estudo da língua. Decifrar o significado das palavras, recorrendo, inclusive, a uma visita ao local. Um bom exemplo disso é: Paranapiacaba = paraná + epiak + -(s)aba, "mar" + "ver" + "lugar onde" = "lugar de onde se vê o mar".
A língua tupi é aglutinante, não possui artigos (assim como o latim) e não flexiona em gênero nem em número.
Índice
1 A fonologia, o alfabeto e as várias "ortografias" do tupi
1.1 Vogais
1.2 Semi-vogais e consoantes
1.3 Metaplasmo: fenômeno comum
2 Brasil 500 anos: ressurge o interesse pela língua
3 A bibliografia da língua
4 Ver também
4.1 Línguas da família Tupi-Guarani próximas ao Tupi
4.2 Tupinólogos
4.3 O Tupi no cinema
4.4 Mitologia Tupi-Guarani
5 Ligações externas
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A fonologia, o alfabeto e as várias "ortografias" do tupi
Levantar informações confiáveis sobre a fonologia da língua tupi para uma possível reconstrução fonológica seria uma tarefa difícil ou até mesmo impraticável, não tivesse o tronco tupi, e mais especificamente a família tupi-guarani, da qual o tupi faz parte, uma ampla distribuição geográfica. Preponderante a uma reconstrução fonológica, já realizada, foi o fato de o nheengatu, língua que descende do tupi, também conhecido como tupi moderno, ser falado ainda hoje na Amazônia. Somando-se a este fato, já bastante favorável, não se pode deixar de citar a continuidade do guarani antigo, língua distinta mas muito próxima ao tupi, no guarani-mbyá, guarani-nhandéva, guarani-kaiowá e guarani paraguaio, e a existência de um método científico-investigativo para se formular uma hipótese fonológica como fatores também preponderantes. Sendo tão fortes os pontos favoráveis, tornou-se factível a reconstrução da fonologia tupi.
O tupi identifica um conjunto de trinta e um fonemas, dos quais doze são vogais, três semi-vogais e dezesseis consoantes. Característica notória de sua fonologia é, sem dúvida, o seu caráter gutural. Uma outra, os abundantes metaplasmos.

Vogais
a - i - u - ã -- - -- - --

Semi-vogais e consoantes
j (-) w -- - p m (mb) t r n (nd) k - - - s -

Metaplasmo: fenômeno comum

Brasil 500 anos: ressurge o interesse pela língua
O interesse pela língua tupi passa pelo sentimento de brasilidade e de identificação de nossa cultura primária.
A descoberta de civilizações e povos antigos no Brasil em períodos remotíssimos cerca de 9.000 A.C. faz com que haja um interesse cada vez maior por estas nossas origens.
Instituições e empresas governamentais têm apoiado o estudo e a disseminação de informações sobre esta história tão fascinante, como o Museu de Arqueologia do Xingó, no sertão baiano, onde se registra a presença de povos indígenas neste passado distante.
Segue trecho interessantíssimo extraído do site acima mencionado:
"Os primeiros homens que chegaram ao Nordeste brasileiro pertenciam a grupos mongolóides como, aliás, todos os habitantes das Américas anteriores à colonização européia. Dentro das naturais variedades, existe, portanto uma homogeneidade indiscutível nos diferentes grupos humanos brasileiros, o que identifica todos os índios sul-americanos como oriundos de uma mesma origem. Admite-se que os índios brasileiros chegados ao Nordeste são os descendentes de levas arcaicas que atravessaram o estreito de Bering, alguns milhares de anos antes. Mesmo que, periodicamente, levante-se a conjectura da existência de outras vias de acesso que poderiam ter dado lugar à chegada na América de grupos humanos em épocas pleistocênicas, nada pode ser provado até o momento."
Para alguns, sendo rica em sons culturais, o tupi e outras línguas nativas podem explicar por que o Português falado no Brasil se diferenciou bastante do lusitano. Essa, no entanto, é uma afirmação polêmica e, até certo ponto, duvidosa.

A bibliografia da língua
O tupi, embora já extinto e de conhecimento restrito ao meio acadêmico, é uma língua estudada e bem documentada. Sua bibliografia é vastíssima. Veja abaixo uma excelente bibliografia da língua tupi:
ANCHIETA, José de. Arte da gramática da língua mais usada na costa do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1933.
ANCHIETA, José de. Poemas: Lírica portuguesa e tupi. Editora Martins Fontes. (ISBN 8533619561)
EDELWEISS, Frederico G. Tupis e Guaranis, Estudos de Etnonímia e Lingüística. Salvador: Museu do Estado da Bahia, 1947. 220 p.
EDELWEISS, Frederico G. O caráter da segunda conjugação tupí. Bahia: Livraria Progresso Editora, 1958. 157 p.
EDELWEISS, Frederico G. Estudos tupi e tupi-guaranis: confrontos e revisões. Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana, 1969. 304 p.
GOMES, Nataniel dos Santos. Observações sobre o Tupinambá. Monografia final do Curso de Especialização em Línguas Indígenas Brasileiras. Rio de Janeiro: Museu Nacional / UFRJ, 1999.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno Vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1951.
LEMOS BARBOSA, A. Juká, o paradigma da conjugação tupí: estudo etimológico-gramatical in Revista Filológica, ano II, n. 12, Rio de Janeiro, 1941.
LEMOS BARBOSA, A. Nova categoria gramatical tupi: a visibilidade e a invisibilidade nos demonstrativos in Verbum, tomo IV, fasc. 2, Rio de Janeiro, 1947.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno vocabulário Tupi-Português. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1955. (3ª ed.: Livraria São José, Rio de Janeiro, 1967)
LEMOS BARBOSA, A. Curso de Tupi antigo. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1957.
LEMOS BARBOSA, A. Pequeno vocabulário Português-Tupi. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1970.
MICHAELE, Faris Antônio S. Tupi e Grego: Comparações Morfológicas em Geral. Ponta Grossa: UEPG, 1973. 126 p.
NAVARRO, Eduardo de Almeida. Método Moderno de Tupi Antigo: A língua do Brasil dos primeiros séculos. Petrópolis: Editora Vozes, 1998. (ISBN 8532619533)
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Análise morfológica de um texto tupi. Separata da Revista "Logos", ano VII, N. 5. Curitiba: Tip. João Haupi, 1953.
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Morfologia do Verbo Tupi. Separata de "Letras". Curitiba, 1953.
RODRIGUES, Aryon Dall'Igna. Descripción del tupinambá en el período colonial: el arte de José de Anchieta. Colóquio sobre a descrição das línguas ameríndias no período colonial. Ibero-amerikanisches Institut, Berlim.
SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na Geografia Nacional. São Paulo: Editora Nacional, 1987. 360 p.
SILVEIRA BUENO, Francisco da. Vocabulário Tupi-Guarani Português. Efeta Editora, 1982. (ISBN 8586632031)
TIBIRIÇÁ, Luiz Caldas. Dicionário Tupi-Português. São Paulo: Editora Traço, 1984. (ISBN 8571190259)

Ver também
Línguas indígenas do Brasil
Proto-Tupi
Tronco tupi
Tupi-Guarani (família lingüística)

Línguas da família Tupi-Guarani próximas ao Tupi
Guarani
Língua Geral Paulista (também conhecido por Tupi Austral ou Língua Geral do Sul)
Nheengatu (também conhecido por Tupi Moderno, Língua Geral Amazônica ou Língua Geral do Norte)

Tupinólogos
Aryon Rodrigues
Antônio Lemos Barbosa
Eduardo de Almeida Navarro
Faris Antônio Michaele
Frederico Edelweiss
José de Anchieta
Luís Figueira
Plínio Ayrosa
Teodoro Sampaio
Tibiriçá

O Tupi no cinema
Hans Staden
Como Era Gostoso o Meu Francês

Mitologia Tupi-Guarani
Anhanga
Caipora
Curupira
Sumé
Mandioca
Guaraci
Jaci
Monã
Rudá
Tupã

Ligações externas
Como aprender tupi recursos recomendados para quem deseja aprender tupi (cursos, dicionários, leitura)
Curso de tupi antigo - Prof. Eduardo Navarro mini-curso em dez lições, com exercícios
Curso de tupi antigo - Prof. Joubert di Mauro Curso de tupi antigo: on-line e gratuito
Ethnologue report for language code: TPN página do Ethnologue.com (em inglês)
Línguas Indígenas Brasileiras, de Renato Nicolai - Projeto Indios.Info - www.indios.info
Nheengatu Tupi sítio dedicado à divulgação dos idiomas tupi antigo e tupi moderno
Página do Idioma Tupi Antigo informações sobre o idioma tupi
Síntese da Gramática Tupinambá artigo escrito por Nataniel dos Santos Gomes


Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_tupi"
Categorias: Línguas aglutinantes Línguas extintas Línguas tupis-guaranis

TUPINAMBÁS....ANTIGOS HABITANTES DE IPEROIG (UBATUBA)

indio tupinambá











Dança entre Tupinambás

O termo tupinambá provavelmente significa "o mais antigo" ou "o primeiro", e se refere tanto a uma grande nação de índios, da qual faziam parte, dentre outros, os tamoios, os temiminós, os tupiniquins, os potiguara, os tabajaras, os caetés, os amoipiras, os tupinás (tupinaê), os aricobés e um grupo também chamado de tupinambá.
Os tupinambás como nação dominavam quase todo o litoral brasileiro e possuíam uma língua comum, que teve sua gramática organizada pelos jesuítas e passou a ser conhecida como o tupi antigo, sendo a língua raíz da língua geral paulista e do nheengatu. Entretanto, normalmente, quando se fala em tupinambás está-se a referir às tribos que fizeram parte da Confederação dos Tamoios, cujo objectivo era lutar contra os portugueses, também conhecidos como perós.
Apesar de terem raízes comuns, as diversas tribos que compunham a nação Tupinambá lutavam constantemente entre si, movidas por um intenso desejo de vingança que resultava sempre em guerras sangrentas em que os prisioneiros eram capturados para serem devorados em rituais antropofágicos.
Em todas as tribos tupinambás era comum a observância aos heróis civilizadores, como chama Alfred Métraux em seu livro A Religião dos Tupinambás, que eram divindades que haviam criado ou dado início à civilização indígena (Meire Humane e Pae Zomé - mito ameríndio comum em toda a América Meridional). Também era comum a intercessão junto aos espíritos dos pajés, o uso dos maracás, chocalhos místicos cujo uso era obrigatório em qualquer cerimônia.
Atualmente existem dois núcleos de índios Tupinambá, no litoral da Bahia: Olivença, município de Ilhéus, com 20 aldeias e 3864 indígenas; e a aldeia Patiburi, município de Belmonte, com 199 pessoas.
Os tupinambás da Região Sudeste do Brasil tinham um vasto território, que se estendia desde o rio Juqueriquerê, em São Sebastião / Caraguatatuba, no Estado de São Paulo, até o cabo de São Tomé, no estado do Rio de Janeiro.
O grosso da nação tupinambá localizava-se na baía da Guanabara e em Cabo Frio, ou Gecay, o nome da mistura de sal e pimenta que os índios, embora não consumindo o sal, vendiam aos franceses, com os quais se aliaram quando estes estabeleceram a colónia da França Antártica na baía de Guanabara.
As tentativas de escravização dos índios para servirem nos engenhos de cana-de-açúcar no núcleo vicentino, levaram à união das tribos numa confederação sob o comando de Cunhambebe, chamada de Confederação dos Tamoios, englobando todas as aldeias tupinambás, desde São Paulo, Vale do Rio Paraíba (São José dos Campos, Taubaté e outras) até o cabo de São Tomé, com invejável poderio de guerra.
É neste ínterim que Nóbrega e Anchieta teriam sido levados por José Adorno de barco até Iperoig (atual Ubatuba), para tentar fazer as pazes. Segundo a tradição, Nóbrega voltou até São Vicente com Cunhambebe e o Padre José de Anchieta ficou cativo dos tupinambás em Ubatuba. Neste período, ele teria escrito o Poema da Virgem. Fatos lendários e fantásticos teriam ocorrido nesta época do cativeiro, como o milagre de Anchieta: levitar entre os índios, que horrorizados, queriam que ele dalí se retirasse pois pensavam tratar-se de um feiticeiro.
Seja como for, os padres com muita diplomacia, conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, o Primeiro Tratado de Paz das Américas. Diz-se que depois de feitas as pazes, Nóbrega advertiu os índios de que, se voltassem atrás na palavra empenhada, seriam todos destruídos, o que de fato ocorreu. Quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, estes pediram ajuda aos índios, que de fato acudiram a seus aliados. Isto levou ao extermínio dos tupinambás que moravam em aldeias em torno da Baía da Guanabara, na segunda metade do século XVI. Os que conseguiram se salvar foram os que se embrenharam nos matos com alguns franceses e os índios tupinambás de Ubatuba que, para não ajudarem e não correrem riscos, ou se embrenharam nos matos ou foram assimilados pelos colonos em Ubatuba, gerando a atual população caiçara daquela região assim como a população cabocla do Vale do Paraíba Paulista e Fluminense.
Contudo, o golpe fatal ao fim dos tupinambás, foi o ataque ao último reduto francês em Cabo Frio, com a destruição de todas as aldeias. Tudo destruído com fogo e passado ao "fio da espada". Os sobreviventes ou se embrenharam nos matos e migraram para outras regiões ou alguns poucos ainda, no final do século XVI, podiam ser encontrados numa aldeia de índios cristãos próxima da então recém-fundada cidade do Rio de Janeiro, local onde morreu e foi enterrado o Padre Nóbrega.
Por esses motivos e por algumas declarações que denotariam em tese conivência com o extermínio indígena, é que o Padre José de Anchieta tem sido considerado muito polêmico até os dias atuais, embora noutras oportunidades, tenha declarado que se dava melhor com os Índios do que com os portugueses. Afinal, os padres jesuítas tinham a boa intenção e boa-fé de angariar novas almas para a Igreja, no movimento conhecido como Contra-Reforma, haja vista a Reforma que havia se iniciado e espalhado pela Europa. Veja também Tupinambá de Olivença

IGREJA MATRIZ DE UBATUBA......






A primeira igreja Matriz de Ubatuba foi construída na Avenida da praia, atual Av. Iperoig, onde foi erguida a casa da família Gastão Madeira e atualmente funciona a Câmara Municipal. A Capela ficava no centro de um cemitério e tinha como Padroeira Nossa Senhora da Conceição, a primeira padroeira da cidade. Por isso, a rua que começa na Avenida, junto ao local da Capela, recebeu o nome de Conceição. No final do século XVIII, a população do município cresceu motivada pela reabertura do Porto. Logo no início do século XIX, surgiram as ricas mansões e imponentes sobradões. A população aumentou e a capela se tornou pequena. Uma nova Matriz, e de menor porte, foi projetada e iniciada em 1780. Entretanto, a falta de recursos financeiros fez com que a obra paralisasse várias vezes. Em 9 de março de 1790, uma carta ao capitão-mor de Ubatuba reafirmava uma ordem anterior para a cobrança de subsídios aos barcos que chegassem ao Porto ..."continue a cobrança do subsídio para a construção da Nova Matriz, como lhe ordenou o Marechal Governador Interino"... (...) ... "E somente após o pagamento, os Mestres das embarcações poderão ser despachados."... No entanto, esses recursos ainda eram insuficientes. Somente com a
Lei n.º27, de 8 de março de 1842, assinada pelo Barão de Mont'Alegre, presidente da Província de São Paulo, concedia à Igreja Matriz da Vila de Ubatuba, a Loteria Municipal, em benefício "a construção..."
Somente em 1866 a Nova Matriz ficou em condição de uso, porém, inacabada. Sem as torres, ela permaneceu até 1890, época em que o empreiteiro Francisco dos Passos foi contratado para construir uma das torres para colocar os sinos e relógio. A outra torre ficou abandonada até 1940, época em que chegou a Ubatuba para dirigir a paróquia o Padre Alemão, Hans Beil, mais conhecido por Padre João. Ele solicitou aos fiéis quaisquer recursos para melhorar o aspecto. A torre, que ainda permanece inacabada, recebeu um novo telhado, os bancos foram renovados, o piso recebeu cerâmica e os detalhes das portas, altares e teto, foram feitos artesanalmente pelo voluntário carpinteiro Antônio Marques do Vale. A nova Matriz foi erguida sob a invocação da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, o verdadeiro nome da cidade. Essa data é comemorada no dia 3 de maio, Dia da Santa Cruz, a atual Padroeira da Cidade.