terça-feira, 9 de julho de 2024
TUPINAMBÁS E A CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIO
RETIFICAÇÃO > TAMOIO NA LINGUA TUPINAMBÁ É " AVÔ" - CONFERAÇÃO DOS TAMOIO ( REUNIÃO DOS AVÓS OU INDIOS + VELHOS DE CADA TRIBO TUPINAMBÁ
NA LINGUA TUPINABÁ NÃO SE USA O PLURAL OU O " S" NO FINAL DAS PALAVRAS , ENTÃO O CORRETO É " TAMOIO" E NÃO " TA MOIOS ",
GRUTA QUE CHORA
Por Fernanda Veiga - Nova Imprensa
Ubatuba, um dos destinos mais procurados no Litoral Norte, é conhecida não apenas por suas belas praias e rica biodiversidade, mas também por seu acervo de lendas.
A Gruta que Chora, localizada do lado esquerdo da praia da Sununga, é cercada de mistérios. Por um lado, é uma interessante formação geológica, mas não é composta por segmentos vulcânicos como dizem. Ela é parte da formação rochosa costeira, composta principalmente por rochas sedimentares e metamórficas.
A água que escorre pelas paredes provém de nascentes naturais que se infiltram pela rocha porosa, criando o efeito visual e sonoro que dá nome ao local. É um belo exemplo de como a geologia e a hidrologia interagem na paisagem natural.
A Lenda da Gruta que Chora
Por outro lado, todo turista já ouviu alguma história sobrenatural sobre a Gruta que Chora. Uma das versões da lenda é que uma indígena foi abandonada por seu amor, um guerreiro que partiu para a guerra e nunca mais voltou. Ela o esperou na gruta até sua morte; então, teve seus soluços e lamentos eternizados nas águas que se infiltram pelas fendas da gruta.
Uma outra versão da lenda é que havia um monstro marinho que morava naquela praia e tinha por costume atacar embarcações pesqueiras e devorar os tripulantes. Dizem os antigos moradores de Ubatuba que Padre Anchieta foi até o local e o benzeu. Desde então, nunca mais viu-se o monstro. Eles justificam também que as águas que escorrem das paredes da gruta são bentas e, por isso, a cidade está salva.
Outra versão
Há também uma terceira história, que mais parece a junção das duas primeiras. Conta-se que na Sununga vivia um homem que todas as noites se transformava em monstro marinho. Um dia, ele conheceu uma moça chamada Iracema e ele se apaixonaram.
Não demorou muito e o pai de Iracema descobriu o romance e decidiu seguir o rapaz para saber onde ele morava, quem era sua família. Entretanto, acabou deparando-se com o monstro, que tinha cabeça de dragão e corpo de serpente. Desesperado e com medo de que algo acontecesse com sua filha,, ele acabou pedindo ajuda ao padre José de Anchieta que, durante um cerimonial com água benta, conseguiu expulsar o tal monstro da praia.
De longe, Iracema acompanhou a partida de seu amado para o mar e se escondeu na gruta, onde chorou até morrer. Para os antigos moradores das proximidades, a água que escorre de dentro da gruta é a mistura das lágrimas de Iracema com a água benta deixada pelo padre. O mais interessante é que acreditam eles que essa água pode curar corações partidos.
Estas são algumas das versões de lendas que permeiam a cultura de Ubatuba, contribuindo para o misticismo e a atmosfera única da cidade, atraindo não apenas turistas interessados em suas praias e belezas naturais, mas também aqueles fascinados por suas histórias e tradições.
FONTE : https://novaimprensa.com/2024/05/conheca-os-misterios-da-gruta-que-chora-em-ubatuba.html
A primeira rádio de Ubatuba – “Rádio Iperoig – AM”
Sobre a foto : Maneco e seu Regional ,na Rádio Iperoig ,Programa do Clementino Soares . Galvão no violão . E o primeiro da direita pra esquerda o tambem saudoso Jorge Fonseca ( in memoriam) - Foto anos 50 - 60 ( cortesia
Janos Karoly Szenczi
A Rádio Iperoig foi a primeira emissora de rádio de Ubatuba e segundo informações do senhor Clementino Soares, cidadão ubatubense, cooperador e locutor nos primeiros anos da rádio Iperoig, o surgimento da rádio se deu por volta do ano de 1957. O senhor Antonio Topedini Pagâno, engenheiro eletrônico e também funcionário da VASP (Viação Aérea São Paulo) recebeu a autorização para a implantação da rádio no Litoral Norte – Ubatuba e Caraguatatuba – o Sistema de Radiofônica em A.M.. O próprio senhor Topedini foi quem montou os dois transmissores e outros aparelhos para as rádios na oficina da própria VASP e na mesma época são inauguradas as Estações de Rádio-difusão: Iperoig de Ubatuba e a Oceânica de Caraguatatuba.
A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a sua torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1.540 KHZ e tinha apenas 75 wats de potência. Tinha um alcance que percorria mais ou menos um raio de 50 km, percorrendo bairros, mas com dificuldades de atingir sua transmissão a região sul do município, mas e a região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.
O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução foi José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para o Clementino Soares, colaborador destas informações. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos proporcionados pela rádio. Logo, o estúdio da rádio foi transferido para um novo endereço, à Rua Cel. Domiciano, centro, onde hoje funciona o Cartório Eleitoral e de Pequenas Causas, cartórios forenses do município.
Outras pessoas passaram pela rádio Iperoig, como outros gerentes que vieram depois de Antonio Marques do Vale Filho. Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, foram todos locutores que emprestaram as suas vozes a está precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.
A variedades de programas eram muitos, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, o“Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantava músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã até às 23 horas.
O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.
Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba se finalizou no ramo das comunicações por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, o senhor José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, pelo que se lembra, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações o senhor Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba foi dirigida pelo senhor Alfredo Breneizer, depois, substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai, hoje, do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão, o senhor Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 (um Ato Institucional do governo federal da época), o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.
Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado pelos senhores: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). Em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem de forma oficial com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações quando em sua presença em Ubatuba, na inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia e desejo da concessão da rádio, no qual se saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul no ano de 1981 .
Texto do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca - editado em 2005