O caso do leite
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Arquivo Nenê Velloso |
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| | Promoção do Sr. Francisco de Paula Velloso, em 1938. |
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Ubatuba, politicamente, era dividida em duas: de um lado o Seu Filhinho, chamado de “os Oliveiras” e do outro Dr. José Alberto Santos, os seus correligionários, e os cinco fundadores do PSP de Ubatuba - Partido Social Progressista: Trajano Bueno Velloso - Jehú Nunes de Souza (líder) - Silvino Teixeira Leite - Geraldo Gonçalves (Seu Adinho) - João Bordini do Amaral, aliados ao prefeito e apoiados pelo governador Adhemar Pereira de Barros.
Na Coletoria Estadual o escrivão era o Cel. Ernesto de Oliveira, pai do Seu Filhinho, e na Coletoria Federal o escrivão era o Sr. Francisco de Paula Velloso, pai do Seu Trajano, nomeado pelo Chefe do Governo Provisório Getulio Vargas em 26 de julho de 1933, tomando posse em 27 de outubro do mesmo ano. E cinco anos depois, exatamente em 27 de outubro de 1939, foi promovido a coletor da Coletoria das Rendas Federais de Caraguatatuba, em virtude do falecimento do respectivo titular Pedro Lippe. Em 1938 Getúlio já assinava como O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, 117º da Independência e 50º da República.
Tínhamos dois produtores de leite em Ubatuba, um no bairro do Perequê-Açú, que era orientado, inspecionado e autorizado à distribuição pelo Posto de Saúde, a cargo do fiscal sanitário Seu Trajano, e o outro no centro da cidade, que fazia distribuição clandestinamente, eram acobertados pelo prefeito Deolindo de Oliveira Santos.
Certo dia, o leite fiscalizado pelo Posto de Saúde, foi embargado pelo prefeito que, indo até a cabeça da ponte do Perequê-Açú, portal de entrada da cidade, proibiu a entrada da charrete que fazia a distribuição de leite, alegando que estava contaminado e ameaçando em jogar todo o leite no rio. O leiteiro, o Sr. Veiga, disse que tinha que ser na presença do fiscal sanitário, então mandou chamar o Seu Trajano, que rapidamente chegou ao local, lá encontrando o leiteiro com sua charrete e o prefeito.