domingo, 26 de fevereiro de 2012

CONTRAPONTO....A " PAZ DE IPEROIG" teria acontecido na Maranduba ???


    
                Devido a alguns artigos sobre o Cruzeiro de Anchieta, a minha amiga Maria Cruz pediu que eu fizesse um contraponto. Como? É fácil!
                A história que prevalece é aquela que é mais conveniente a um grupo ou ideologia dominante. Ou melhor, isso de revisar algumas “verdades históricas” é coisa recente, do século XX. Então, é “natural” que no nosso município as coisas corram mais ou menos assim. Nessa nova concepção, já se considera que o alemão Hans Staden passou por Yperoig, a nossa  Ubatuba, mas foi prisioneiro por vários meses em outra área, na aldeia de Ubatuba que ficava na região de Angra dos Reis. Porém, a versão de séculos se entranhou de tal forma que até o filme sobre o artilheiro alemão deu todo crédito ao nosso município.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Entrevista no Camburi (V)


O que seria dos caiçaras se não fosse a mandioca?



         "Quando veio a primeira família desses casamentos, desse encontro desses homens com a minha família, então veio um moreno mais escuro que puxou pelas mães; veio outro mais branco que puxou pelos pais. Bom: esses meninos, essas meninas no Camburi. Quando veio a segunda família, algumas casaram até com moço de fora também; outros casaram aqui no lugar. Aí já vieram os brancos, já vieram os cabelos amarelos, os olhos azuis, os olhos castanhos. E agora continua a minha família e cada vez mais com a descendência das pessoas brancas, pessoas claras, pessoas brancas... E aí o senhor saiba que misturou tudo.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

GRANDES UBATUBENSES....Marilene Jacintho Oliveira




‎*Sou uma pessoa de bom coração,Isso não quer dizer dizer que tenho um gênio bom...rsrsr, * Mãe de dois filhos "Elton Herrerias Junior" e 
"Eric de Oliveira Herrerias", de família típica de Ubatuba, filha de funcinario Público da VVara de Menores do estado de São Paulo ( falecido ) 
a minha mãe (do lar ) e tbm ( falecida ) e neta de pescador ( Seu menininho ) subrinha de "Mária Regina" Miss Ubatuba no ano de 1972. 
*Sempre fui uma pessoa muito comunicativa e amiga, trabalhei na áerea de contabilidade e formada nisso tbm... , Fui uma das pioneiras 
junto a meu( ex ) marido a trabalhar na área de comunicação e design na cidade sendo hoje cabelereira autônoma delivery...( para 
crianças , idosos e amigos da redondezas...


Canoa caiçara



Talvez pela simplicidade, talvez por ser primitiva - neste mundo ansioso de novidades tecnológicas, confortáveis e fugazes -, a canoa é para mim algo belo, uma obra de arte. Fui levado a refletir sobre o tema ao deitar os olhos na foto da canoa que encima as páginas do Ubatuba Víbora, do amigo Sidney Borges. A canoa em terra, na areia da praia, solitária, à espera do dono e, diante de si, o mar... Belíssima foto!
Tenho um depoimento do Baeco, fazedor de canoas. É um artista. Eis trechos do que ele diz: “A construção de canoa começa pela escolha da melhor madeira, mas a famosa mesmo é o Cedro. Depois vem a Timbuíba, o Ingá, o Bracuí... o Loro, o Guapuruvu e o Angelim. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

GRANDES UBATUBENSES....Olinto Cafarellio


O maior pediatra que Ubatuba conheceu: Dr. Olindo Cafarelli, pediatra residente, na Praia das Toninhas desde a década de 50 até a década de 80. 

Atendia com tanto respeito a sua clientela desprovida, que recebia como pagamento desde peixes, mandioca, marisco, galinha e etc tanto por seu atendimento quanto pelos medicamentos que seriam dados de graça caso o paciente não tivesse como "pagar". 



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Entrevista no Camburi (IV)


Vale a pena conhecer os segredos das matas do Camburi!
            "Então, essa dona Josefa, ela convivia nas matas todo o tempo de vida. O que era ganha-pão dela? Como era a convivência dela, o viver lá? Então, ela cortava o terreno, o lombo do morro; fazia-se um chiqueiro com um alçapão. E depois daquela armadilha, de assubir e descer, ela fazia uns toques, fazia uns pregos de jiçara ou do pati bem devez, bem aguçado, bem feitinho. Chegava lá no centro da terra, nesse chiqueiro, enterrava, plantava; ali fazia ponta toda agulhada, toda pra cima. Quando esse animal pesado, como onça, como queixada, vinha, pisava naquela armadilha, descia por ali abaixo, batia lá  embaixo e ele mesmo se sangrava naqueles  picos, naqueles pregos de pati, da jiçara, do coco de brejaúva, da madeira do coco da brejaúva. 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

ASSIM ERA UBATUBA.....PRAIA DO TENÓRIO



Assim era  uma das principais  praias  de Ubatuba ,  a   praia do Tenório tendo ao fundo a hoje mais famosas praia de Ubatuba, a Praia Grande, naquela época não havia turistas em Ubatuba e se havia dava para contar nos dedos, os caiçara ( ubatubenses ) eram os que mais frequentavam essa praias , mas ia para pescar  e raramente para tomar banho de mar, os antigos caiçaras , segundos e comenta não eram muito de ficar a nadar e mergulhar nas nossas praias......Hoje alem de turistas , essas praias estão recheadas  de  casas , prédios , quiosques etc  e tal...Quem conheceu essa praias  como estão na  foto , teve o previlégio , que hoje ninguem mais tem...

UBATUBA 1914......RUA DO TELEGRAFO ( Atual rua da Conceiçaõ)



Assim era a Rua do telegrafo, hoje a rua Conceição, uma das principais vias de Ubatuba, ao lado direito vc vê onde ficava o antigo telegrafo da cidade, hoje no mesmo local temos o nosso Hospital...Ao fundo temos, o antigo prédio da Câmara Municipal de Ubatuba e as duas belas árvores e  um grupo de ubatubenses em pose para essa maravilhosa foto, a qual nos faz viajar  ao passado de uma UBATUBA , a qual não existe mais , a nossa saudosa UBATUBA ANTIGA....

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Entrevista no Camburi (III)


Uma visão da cachoeira da Escada, no Camburi

“O meu nome é Genésio dos Santos. Nascido e criado aqui no bairro do Camburi. Permaneço aqui. Agora, a data do nascimento... Eu hoje tô com oitenta anos [em 2007]; eu sou de vinte e cinco de março. Então, faz as contas pra ver se tá certo. Oitenta, né?"
J.R.: Vocês sempre moraram aqui mesmo (relativamente longe da praia, no morro) ou moravam mais para baixo?
Genésio: "Aqui, onde o senhor está hoje, não. Eu morava mais pra baixo, ali no Jambeiro, né? Na beirada do rio, no Jambeiro. Tá com poucos tempos aqui, né?"
J.R.: E sobre a história, contada na outra vez, de quem começou aqui foi uma escrava?
Genésio: "É; nós aqui; esta pessoa que está falando com o senhor, Genésio dos Santos, nascido e criado aqui no Camburi, a minha descendência é de Inácio Basílio dos Santos. 

ESPECIAL....Entrevista no Camburi (II)



Seo Genésio voltando da roça, na época da entrevista



 Parte 2. “Ele, com a caneta na mão, no consultório dele, olhou bem para mim... “Repita  novamente”. Aí eu falei novamente: doutor, o que é que de manhã está de quatro; o meio-dia, representa, tá em dois, e, de tarde, na parte da tarde tá com três? Ele baixou a cabeça... teve, teve, teve. 'O senhor podia me esclarecer  que eu não divulgo, não dá para divulgar'. Não dá doutor? 'Não'. 


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ESPECIAL " UBATUBA , ESPAÇO , MEMORIA E CULTURA "...PARTE 64





A PAZ DE IPEROIG – Logo no início deste capítulo, fizemos referência à intervenção jesuíta no processo de colonização portuguesa. Os padres haviam chegado de barco a Iperoig, em companhia de José Adorno. Na chegada foram rodeados “de canoas” e deram de cara com Coaquira e Pindabuçu. Encabeçando a expedição, ergue-se Anchieta que foi, em seguida, reconhecido junto com Nóbrega pelos chefes índios. A imagem destes dois jesuítas inspirava para eles respeito e consideração. Nessa ocasião, as palavras de Anchieta foram revestidas em um discurso afável, dizendo que ambos sacerdotes não partilhavam dos mesmos sentimentos dos portugueses que matavam e escravizavam os índios, os lembrou daquilo que ele já tinha feito em favor das aldeias: educar crianças, tratar doentes, consolar velhos e defender os fracos contra os opressores (Torres, 2000:65).

ESPECIAL " UBATUBA ,E SPAÇO, MERORIA E CULTURA "....Parte 63




O primeiro a juntar-se às fileiras Confederadas foi Pindabuçu – grande palmeira -, conhecido por sua destreza e impetuosidade, amigo de infância de Aimberé que o encontrou no sepultamento de seu filho Camorim, assassinado pelas costas por um português. A morte de Camorim revoltou a toda a aldeia e todos aderiram ao plano de Aimberé que também estava interessado na filha de Pindabuçu, Iguaçu. Peregrinaram de tribo em tribo, começando por Angra dos Reis, reduto de Cunhambebe, o chefe mais importante entre os Tupinambá. Os incipientes confederados sabiam que não ia ser fácil convencê-lo a entrar na luta, mas ele acabou cedendo. Este foi o passo mais importante na nascente Confederação dos Tamoio. A partir daí, Aimberé foi ganhando aliados em todas as tribos, como Coaquira de Iperoig que teve seu território invadido em várias ocasiões com destruição, morte e prisão dos “filhos da terra”.



ESPECIAL.....Entrevista no Camburi (I)


Pescadores no cerco


           Sobre a técnica de pesca conhecida como cerco eu já escrevi em outra ocasião. Citei desde o cerco do Camburi até o da praia Mansa (da Ponta Aguda), cujo mestre era o Acácio, que escolheu a caiçara Ortênsia como diva. Por ela sofreu e morreu ainda "moço". Em outra ocasião eu digo os detalhes, ou melhor, conto a história deles.
           Voltando ao Camburi, o primeiro morador desta praia do extremo norte do município eu conheci nas andanças pela praia Grande do Bonete, quase no outro extremo. Ele estava atrás de uma canoa para comprar porque o cerco estava precisando de uma. Foi longe, hein!?
           Hoje, iniciarei uma entrevista com o sr. Genésio, o querido seo Genésio do Camburi. Ainda está em processo de digitação, mas irei postando em partes. Boa leitura!

CINE UBATUBENSE....Ruinas & História de Ubatuba 1

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

ESPECIAL"UBATUBA, ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA "....PARTE 62..



Entre os anos 1554 e 1575, os Tupinambá, uma raça guerreira e destemida que vivia sob os princípios de suas crenças, estabelecendo a partir delas um sistema de organização social travou contra os portugueses uma guerra sem precedentes no litoral, lugar de entrada dos europeus e o território dos indígenas por excelência.

Men de Sá, amigo incondicional dos jesuítas como mencionamos anteriormente, abateu em 1560, o reduto de Nicolau Durand de Villegagnon – cavalheiro de Malta e Vice-almirante da Bretanha, que havia renegado o catolicismo pelo calvinismo, desfraldando sobre as Ilhas de Guanabara, Rio de Janeiro, a bandeira da França Antártica. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

UBATUBA 2001...Grupo Tau estará na telinha da globo


Grupo Tau estará na telinha da globo

O grupo Tau (Teatro de Ubatuba) composto por jovens de nosso município já existe há quase dois anos. Eles já foram selecionados pelo Mapa Cultural e ganharam o primeiro lugar do “FeEna” (Festival de Esquetes Nacionais) em São José dos Campos ocorridos em 28 de novembro de 2.000. Sem dúvida, este último foi o momento inesquecível da carreira, não só pelo prêmio e experiência, mas principalmente pelos frutos que estão colhendo. 

UBATUBA 2000.....Orçamento 2001 vetado






prefeito Paulo Ramos vetou todas as emendas do projeto de lei 102/00, aprovado no ano passado e não sancionado pelo ex-prefeito Zizinho Vigneron. As 16 emendas vão desde transporte gratuito para gestantes até construção de estradas, ciclovias, etc., passando por reformas no prédio da APAE, casa do juiz de direito, construção de campos de futebol e repasse de verbas para escolas de samba, blocos carnavalescos e montagem da Feira da Nações.





UBATUBA 2007....Biblioteca " Atheneu Ubatubense " completa 40 anos....


A biblioteca pública “Ateneu Ubatubense”, criada por meio do decreto 52 em 28 de outubro de 1967, durante  durante a gestão do prefeito Ciccillo Matarazzo, completa 40 anos no próximo dia 28 de outubro. Entre as ações programadas pela Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) está a homenagem a ser prestada a Jenny Bueno, a primeira bibliotecária, admitida no cargo em 1960, pelo prefeito Wilson Abirached.

Dona Jenny, como ficou conhecida por várias gerações, foi voluntária como enfermeira da Cruz Vermelha na Revolução Constitucionalista de 32, veio para Ubatuba em 1956, onde constituiu família, casando-se com Manoel Bueno dos Santos, com o qual teve 5 filhos: Inês, José, Suely, Francisco e João. 

UBATUBA 1554.............Portugues e Tupinambás em é de guerra...


O clima ficou quente, entre os portugueses e os índios. Em 1554, os portugueses mataram mais de 20 mil índios surgindo daí a Confederação dos Tamoios, em 1555 e em 1563, a Paz de Iperoig, que abriu espaço para legitimar a matança dos índios que viviam no litoral brasileiro, principalmente no centro-sul da colônia. Com a paz assinada, os franceses perderam o direito de permanecer. Ficaram os portugueses escravizando os Tupinambás. Esse contato direto com os portugueses, além do genocídio promovido, foi também o início da disseminação de doenças trazidas pelos brancos, das quais os índios não tinham anti-corpos para combatê-las. Hans Staden diz em seu livro que até cobertores contaminados foram trazidos para cá.

UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA SAÚDE EM UBATUBA....



do Livro : Ubatuba, espaço, memoria e cultura " 

Para o bem da saúde pública ubatubense, foi instalado no ano de 1949 o Posto de Puericultura denominado Lucila Simonsen de Oliveira. Um prédio localizado na Praça 13 de Maio, dependente das autoridades sanitárias do Estado, tornando-se os dois postos um único estabelecimento de saúde, deixando assim de vez as instalações da Santa Casa, da Rua Conceição.

ESPECIAL '" UBATUBA , ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA " - PARTE 61....



Preso pelos Tupinambás, Hans Staden conversa c/ uma india..( foto do filme Hans Staden"



Hans Staden partiu daquele local, no navio francês Catherine de Vatteville, cujo capitão chamava-se Guilherme de Moner. Ainda, no porto do Rio de Janeiro, o alemão teria sua vida posta em risco em uma batalha contra um navio português, levando alguns franceses a morte e outros feridos, entre eles o próprio Hans Staden que ficou em estado grave. Mais uma vez, seu divino protetor, livrou-o da morte atendendo as suas suplicas, assim recuperou-se rapidamente, comprometendo com isto sua eterna gratidão.

FALA CAIÇARA....A CAÇADA DE “MILTON BACURAU”




Coisa boa era escutar as modas do Salvino, amigo do Bacurau, o caçador.
                 Hoje, é um prazer poder apresentar aos leitores um texto do Júlio Mendes, grande animador da cultura popular. Valeu, meu amigo!

                 Milton Bacurau era um nativo caiçara descendente da família de seo Altivo, da Praia do Prumirim. Ele veio para a cidade e construiu sua casa na rua Hans Staden, ao lado de uma antiga fábrica de beneficiamento de palmito que existia ali na esquina com a rua Liberdade. Casou-se e criou seus filhos com toda dignidade.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Construindo o passado IV - Anjos da saúde - 29 O caso da Santa Casa

 caso da Santa Casa
Arquivo Nenê Velloso 

No censo de Ubatuba, por volta de 1950, o provedor da Santa Casa era o Cel. Ernesto de Oliveira, pai do Seu Filhinho, e o agente estatístico era o Sr. Alcyr José Quaglio, surgindo entre os dois um desentendimento. O provedor queria que o agente estatístico declarasse que a Santa Casa tinha 10 leitos em funcionamento, para que pudesse vir a verba devida.
- Eu não posso declarar isso porque a Santa Casa está fechada, foram pregados sarrafos em x (xis) em todas as portas e janelas.
- Faça o que eu estou mandando.


domingo, 5 de fevereiro de 2012

“Tá russo!”



José Ronaldo dos Santos


Por um tempo fomos vizinhos, no Perequê-mirim, isso no início da década de 


1970, do russo Viktor Kornílov, um tranquilo velhinho que deixou a sua terra 


logo após a Revolução Russa (1917). 

O seo Vito adorava pescar. A sua casa mais parecia uma ilustração de conto de 


fadas, com uma cerca viva maravilhosa. Ah! A sua edícula servia como oficina, 


de onde saíam engenhosidades fantásticas! Ele tinha uma embarcação (um 


bote) tratada com tanto carinho que até dava para comparar a um membro da 


família. Até desconfio que existe ainda hoje, preservada em algum lugar a 


servir de base para histórias aos seus descendentes.