quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

UBATUBA 1554.............Portugues e Tupinambás em é de guerra...


O clima ficou quente, entre os portugueses e os índios. Em 1554, os portugueses mataram mais de 20 mil índios surgindo daí a Confederação dos Tamoios, em 1555 e em 1563, a Paz de Iperoig, que abriu espaço para legitimar a matança dos índios que viviam no litoral brasileiro, principalmente no centro-sul da colônia. Com a paz assinada, os franceses perderam o direito de permanecer. Ficaram os portugueses escravizando os Tupinambás. Esse contato direto com os portugueses, além do genocídio promovido, foi também o início da disseminação de doenças trazidas pelos brancos, das quais os índios não tinham anti-corpos para combatê-las. Hans Staden diz em seu livro que até cobertores contaminados foram trazidos para cá.


Quem sobrou, não teve outro caminho a não ser fugir. Os primeiros a colocarem o pé na estrada foram os índios da costa sul e leste, onde a colonização foi mais rápida e mais abrangente. Os Tupinambás fornecem um dos exemplos mais extraordinários desse êxodo. Logo após 1500, esse povo iniciou um espantoso movimento de migração - o maior de que se tem notícia em tempos históricos na América -, composto por dezenas de milhares de índios, à procura de refúgio na Amazônia. Por volta de 1600 (nesta data já não existia mais nenhum índio em Ubatuba) os Tupinambás atingiram o norte do Brasil e foram importantes no processo de consolidação da ocupação da terra pelos portugueses. Inclusive, participaram ativamente na fundação da cidade de Belém, em 1616. No Pará, os índios também tiveram participação na luta entre portugueses e franceses, ajudando na posse portuguesa. No final, não sobrou nenhum índio para contar história por aqui.
Os Tupinambás, legítimos donatários das terras de Ubatuba, talvez, possam ser encontrados no Maranhão, ou no Pará. Talvez algum historiador se habilite a resgatar essa importante passagem histórica, para Ubatuba e para o Brasil.
Hoje existe a Aldeia Boa Vista, originária do Paraguai, que ajuda a resgatar a dívida contraída com as nações indígenas. Para que os Guaranis pudessem chegar até aqui, foi preciso muito trabalho de conscientização e a dedicação de pessoas, como Marechal Rondon e os irmãos Villas Boas, que levantaram a questão, depois de séculos de obscurantismo. Apesar de não terem atuado em Ubatuba, os sertanistas Cláudio e Orlando Villas Boas - os irmãos da selva - desenvolveram uma missão que se prolongou por mais de 30 anos. Eles conseguiram pacificar as 18 tribos existentes no Parque do Xingu, que viviam separadas pela distância, por culturas distintas, por dialetos diferentes e por rivalidades decorrentes de guerras centenárias.
Mas a maior contribuição dos irmãos foi tornar público o debate sobre os índios,
sensibilizando a sociedade brasileira, pavimentando o início de uma solução para o conflito da posse da terra e ajudando na criação da Funai - A Fundação Nacional do Índio.
A importâncias de Ubatuba começou a ser desvendada em 1962, quando na construção do condomínio da praia do Tenório. Lá foi descoberto um sítio arqueológico com idade de 2 mil anos. Os estudos foram desenvolvidos pela professora Dorath Ulhôa Cintra, chefe do setor de pré-história da USP. Esse registro arqueológico prova que a existência dos tupinambás vem desde a época de Cristo. Diversas ossadas foram localizadas neste sítio arqueológico, provando a presença pré-histórica de habitantes em Ubatuba.

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