sábado, 31 de dezembro de 2011

UBATUBA 1970......As imagens e as nossas avaliações

 
Avenida Yperoig - Ubatuba - 1970 (foto postal)





              A imagem acima possibilita muitas reflexões. Olhando-a, faço questão de destacar:

              a) A avenida tinha um canteiro central maravilhoso, que diminuia o impacto do asfalto;
              b) Potentes refletores iluminavam a orla da praia;
              c) Não existia poluição visual;
              d) Prevalecia o máximo da natureza no jundu;



UBATUBENSE NEWS.....O nosso lugar e o temas





José Ronaldo dos Santos


Neste ano de 2011, eu tive a oportunidade de presenciar o lançamento de 


três livros a partir da história de Ubatuba e das culturas que aqui estão: 


Moacyr Pinto, um sociólogo de São José dos Campos muito apaixonado por 


Ubatuba, escreveu a vivência do Zé Pedro, da Casa da Farinha, no sertão da 


Fazenda da Caixa; Maria Aparecida Honório, estudou os rituais dos guaranis 


da Comunidade Tekoa Jaexaa Porã, no sertão do Promirim;





ESPECIAL : UBATUBA , ESPAÇO, MEMORIA E CULTURA - PARTE 57...


 Mais uma vez o destino conspira a favor do alemão e o ataque por ele anunciado acontece . Chegam as 25 canoas em uma manhã e um grande confronto se estabelece entre as duas tribos inimigas. Os Tupinambá chegaram a ficar apavorados. Então o artilheiro alemão resolveu ajudá-los no ataque e com arco e flecha em punho começou a defender suas cabanas ,atirando e gritando ao modo dos selvagens. A intenção era escapar chegando até os atacantes que o conheciam, mas os Tupiniquim bateram em retirada e o alemão foi colocado sob guarda novamente.Na volta do ataque invadiram a aldeia  de  Mambucaba mas todos  seus habitantes conseguiram fugir,embora   cabanas tenham sido  queimadas e a aldeia completamente destruída. Nhaêpepô-oaçú ordenou a Ipiruiguaçu, a quem havia dado o alemão de presente, que o vigiasse, pois partiriam a Mambucaba para reconstruir a aldeia onde tinham parentes e amigos, também trariam de lá farinha de raízes para festa em que comemorariam a morte do alemão.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

OLÁ VPOCE, VC ACESOU O BLOG UBATUBENSE, SEJA BEM VINDO....



EIS UMA FOTO QUE RETRATA, A RUA  CONDENSA DE VIMIEIRO  EQUINA COM A RUA  JORDÃO HOMEM DA COSTA ( ATRÁS  DA IGREJA DA MATRIZ  )...O ANO NÃO SE SABE, MAS MOSTRA  UM VISUAL DIFERENTE DE OUTRAS FOTOS , ANTIGAS OU NÃO.....SEJA BEM VINDO VOCE   ACESSOU , O BLOG  "  UBATUBENSE " , AQUELE QUE   CONTA A VERDADEIRA HISTÓRIA DE UMA UBATUBA , A QUAL NÃO EXISTE MAIS.....





ESPECIAL " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " - PARTE 56





Pensando haver capturado um peró , os Tupinambás pretendiam, com sua morte, vingar seus antepassados e amigos. Hans Staden esperava um golpe mortal a qualquer momento, então chorava muito e rogava a Deus pedindo sua proteção. Selvagens de várias aldeias brigavam pelo direito a um pedaço do alemão, e o chefe da tribo decidiu exibi-lo vivo para que todos o vissem e se deleitassem com a visão da futura vítima , durante uma festa regada a cauim, um tipo de bebida feita à base de mandioca fermentada. Amarraram pelo pescoço de Hans Staden e o colocaram em uma das canoas para seguir viagem de volta à aldeia de origem.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

GRANDES UBATUBENSES....Reconhecimento de valor



                       Transcrevo, agora, como arremate da história publicada no mês de junho p.p., a manifestação aprovada pelos vereadores em solidariedade à Família Patural (dona Silvia e seus filhos) por ocasião da tragédia ocorrida.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

PREDIO ANTIGOS....Tudo começou com Luís Ernesto e Praxedes







Tudo começou com Luís Ernesto e Praxedes

José Ronaldo dos Santos




“Numa casa, ali no acesso à praia do Tenório, Luís Ernesto e compadre 


Praxedes acharam por bem montar um museu caiçara”. Foi assim que o João de 


Souza me contou. Também acrescentou isto: “Depois, o compadre Praxedes 


andava por tudo quanto é canto catando coisas para expor no museu do bairro. 


Diz que foi até a Ponta Grossa, lá pelo cisqueiro do Paru”.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

UBATUBENSE NEWS.... E no voluntariado, o Museu Caiçara cresce







Cada um em sua época, cada um com seus costumes, cada um com sua evolução.
Somos homens, racionais, pensantes e evolutivos!
As peças retratadas acima pertenceram a uma época não muito remota, são utensílios domésticos para atender a necessidade e conforto do homem; coisas que os homens das cavernas e depois os índios não precisavam. Para esses apenas o fogo era o necessário, e tiveram a inteligência de descobrir e de produzir o fogo. Aos descobridores do fogo temos que ainda hoje reverenciá-los; depois disso ficou fácil forjar o ferro, transformar em artefatos para clarear a noite, cozer alimentos, passar roupas... E a evolução continua...


domingo, 25 de dezembro de 2011

FALA CAIÇARA....Um Natal de outros tempos


  Hoje todo mundo aguarda o Natal esperando presentes. É bem diferente de outros tempos, quando ninguém sonhava com Papai Noel e lojas de tudo quanto é novidade. Prazer dessa época era o Reisado que surpreendia sempre.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

FALA CAIÇARA..... Arranhando japonês....


(Trindadeiros - 30 anos depois)

                Quando pequeno, eu escutei falar de uma escola de pesca que, nas décadas de 1950/1960, funcionava na Ilhabela. Mais tarde procurei saber mais detalhes dessa escola. Tratava-se de uma iniciativa católica (semelhante a ASEL e a ALA que nós, os mais “antigos”, conhecemos, em Ubatuba) para proporcionar uma formação técnica-assistencial aos jovens caiçaras. Era também uma ação humanitária. Nessa intenção, na ilha que abriga tantos caiçaras, foi criada uma estrutura básica funcionando como internato, ou seja, de diversos pontos do Litoral Norte, os filhos das famílias pobres eram encaminhados para serem instruídos de forma mais técnica na arte pesqueira. Legal isso, né?

FALA CAIÇARA................Tecendo Tucun



                Eu não vivi  isso, mas teve um tempo em que a linha de pesca de todos os caiçaras era feita de tucum, ou melhor, das fibras entrelaçadas das folhas de tucum.
                Tucum é uma palmeira pequena (ou mediana?) comum nas áreas encharcadas e nas depressões do nosso relevo, onde ajunta água regularmente. Por isso é raro encontrá-la em morros. O seu fruto, abundante em cachos, é um coco do tamanho de uma bola de gude; azedíssima na casca quando verde. Depois de devezado, a casca fica roxa como a jiçara ou o açaí. A carne fica duríssima. Nessa fase é preciso cozinhá-lo. Em seguida, após a quebra, transforma-os em paçoca no pilão. A farinha final, acrescentada à farinha de mandioca, torna-se uma iguaria apropriada para ser degustada com café. É dessa maneira que também outros cocos (pindoba, indaiá, jarobá...) viram paçoca.
                Voltando ao início da prosa, das folhas do tucunzeiro eram retiradas as fibras, torcidas com esmero até se tornarem uma linha única e resistente. Era algo trabalhoso, mas valia a pena! Era necessária à pesca! Hoje não precisa mais desse trabalhão porque a indústria está avançada. Basta ter dinheiro! Porém, não nos esqueçamos do valor cultural dessas pequenas coisas.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

UBATUBA 1939....O CASO DO LEITE...

 caso do leite
 
Arquivo Nenê Velloso 
  Promoção do Sr. Francisco de Paula Velloso, em 1938.

Ubatuba, politicamente, era dividida em duas: de um lado o Seu Filhinho, chamado de “os Oliveiras” e do outro Dr. José Alberto Santos, os seus correligionários, e os cinco fundadores do PSP de Ubatuba - Partido Social Progressista: Trajano Bueno Velloso - Jehú Nunes de Souza (líder) - Silvino Teixeira Leite - Geraldo Gonçalves (Seu Adinho) - João Bordini do Amaral, aliados ao prefeito e apoiados pelo governador Adhemar Pereira de Barros.
Na Coletoria Estadual o escrivão era o Cel. Ernesto de Oliveira, pai do Seu Filhinho, e na Coletoria Federal o escrivão era o Sr. Francisco de Paula Velloso, pai do Seu Trajano, nomeado pelo Chefe do Governo Provisório Getulio Vargas em 26 de julho de 1933, tomando posse em 27 de outubro do mesmo ano. E cinco anos depois, exatamente em 27 de outubro de 1939, foi promovido a coletor da Coletoria das Rendas Federais de Caraguatatuba, em virtude do falecimento do respectivo titular Pedro Lippe. Em 1938 Getúlio já assinava como O Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, 117º da Independência e 50º da República.
Tínhamos dois produtores de leite em Ubatuba, um no bairro do Perequê-Açú, que era orientado, inspecionado e autorizado à distribuição pelo Posto de Saúde, a cargo do fiscal sanitário Seu Trajano, e o outro no centro da cidade, que fazia distribuição clandestinamente, eram acobertados pelo prefeito Deolindo de Oliveira Santos.


GRANDES UBATUBENSES.....Dona Aurita e o Amaro...




Recentemente conheci a senhora Áurea Campos de Oliveira Bianchi, “Aurita” como é carinhosamente chamada. Nosso encontro se deu a pedido do filho, Diego, que me disse que sua mãe tinha um quadro e alguns outros objetos que queria doar ao Museu Caiçara. Fui até sua casa e conheci dona Aurita! Além da simpatia e da amabilidade, conheci uma grande artista plástica e no decorrer de conversas veio à tona de que uma de suas obras em cerâmica já fazia parte do acervo do Museu Caiçara. É uma peça de barro retratando a figura de um sapo, muito interessante e de beleza sem igual. Depois de falar sobre essa peça, dona Áurea disse que não sabia como que essa obra foi parar no museu, mas que estava contente por saber o bom paradeiro de seu sapo de barro. Eu conclui que o sapo de barro está no museu, provavelmente por aquisição do patrono Luiz Ernesto Kawall, que vendo a beleza e originalidade do trabalho, adquiriu em algum lugar, para acervo do museu.


LÁ VEM ESTÓRIA OU HISTÓRIA....Estranhas coisas no céu



(Painel produzido por alunos da escola "Sueli"- Estufa-2011)
                No ano de 1963, mais detalhadamente falando, no final de outubro daquele ano, alguns caiçaras morreram no mar devido a um forte vento. Vários deles eram da praia Grande do Bonete, inclusive o finado Ismael (que era marido da dona Isabel, "gente dos Rozeno"). Lembrei-me disso e o que aconteceu naquele tempo após um sonho onde redes, parentes, chuva torrencial e desespero se misturavam.


domingo, 18 de dezembro de 2011

ESPECIAL LIVRO " Ubatuba, memória, espaço e cultura "...Parte 55




O grupo que seguiu pelo mar chegou nas proximidades de São Vicente, cujo nome indígena era Upaû-nema, ocupada pelos portugueses e reconhecida por alguns dos navegantes como um local com possibilidade de fretar uma nova embarcação. Era necessário conseguir um navio maior que abrigasse toda a tripulação e assim pudessem chegar até o Rio da Prata. Mas no caminho, se defrontaram novamente com tempestades e grandes rochedos, na passagem que fizeram pela ilha de Alcatrazes para se abastecer de mantimentos. Muita névoa e o escuro da noite fizeram com que se afastassem do continente e seguindo a orientação de um dos camaradas que dizia saber o caminho avistaram novamente a costa e o porto de São Vicente.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

UBATUBA 2002...........Rio Tavares deixa de receber esgoto sem tratamento



Ubatuba - Nesta semana, uma vitória para a população de Ubatuba, a tão esperada ligação da rede de esgoto da cidade. O novo sistema de tratamento aconteceu sem inaugurações e sem festa. A Cetesb, em conjunto com a Sabesp, ligou a sub estação da Barra da Lagoa à rede nova. Com isto, o esgoto que hoje é lançado no rio Tavares passou a ser bombeado para a estação da Estufa II, que mesmo sem estar pronta já pode receber este esgoto e tratá-lo. Desta forma, num momento muito próximo o esgoto estará com 95% tratado.
Como o rio chegou a este ponto - Há quase duas décadas, foi criada uma rede coletora com caráter de adaptação provisória, onde o esgoto seria conduzido para o Rio Tavares, também conhecido como Rio Lagoa (ambos nomes oficiais). Quando foi inauguradahavia poucas ligações na rede de esgoto da cidade assim como poucas infiltrações. O tratamento era realizado através de um peneiramento e depois a cloração e só então era despejado no rio, atendendo a pequena demanda, ele atendia as condições da época.
Com o passar do tempo, a demanda aumentou e tornou inadequado o tratamento chegando às margens do rio uma maior concentração de matéria orgânica, ocasionando um comprometimento do rio. A Cetesb passou a receber grande número de reclamações, principalmente do odor emanado do rio.


UBATUBA 2005..........Assistência Social de Ubatuba implantará Projeto Ação Jovem



Ubatuba - A Secretaria de Assistência Social de Ubatuba assinou termo de adesão para implantar o Projeto Ação Jovem, um projeto de inclusão social de jovens pela educação formal.
Os jovens de Ubatuba, que abandonaram a escola ou estão em risco de abandoná-la, se encontram em situação de vulnerabilidade social ou não concluíram o ensino básico terão chance de retomar os estudos. 
A secretária Kátia Nunes fala do valor da conquista para o município. "Essa conquista da Secretaria é muito importante para Ubatuba. Estaremos, nesse primeiro momento, atendendo a cem jovens que receberão por um ano esse auxílio para retomar os estudos", disse a secretária. Kátia disse ainda que os primeiros escolhidos devem começar a receber o beneficio ainda este ano. "Chegando a autorização do Governo Estadual, iniciaremos o cadastramento, que deve durar no máximo 60 dias", completou.



UBATUBA 2005....Ação popular acusa Câmara de improbidade administrativa



Ubatuba - O advogado Vicente Malta Pagliuso protocolou, no último dia 16, junto à 2ª Vara Cível da Comarca de Ubatuba, uma petição, nos autos de uma ação popular que ele vem movendo desde março do corrente ano, em face à Câmara Municipal e os componentes da Mesa Diretora.
No documento o advogado diz que há uma "preocupação da comunidade jurídica e do povo em geral, e não apenas deste subscritor, no sentido de execrar o nepotismo, em todos os níveis...". Pagliuso afirma que na ação ele vem questionando a forma como as coisas acontecem dentro da Casa de Leis, que segundo ele dão margem ao favoritismo.



UBATUBA 1787................Primeira decadência econômica...




Depois de alguns anos de prosperidade, A primeira decadência, não só de Ubatuba como de todo o Litoral Norte, iniciou-se no ano de 1787/1788. Foi um período de opressão e intransigências por parte do Presidente da então Província de São Paulo, o Capitão-General Bernardo José de Lorena. Foi um governo que ganhou a antipatia não só dos comerciantes e produtores rurais de Ubatuba como também de São Sebastião. Estas vilas eram as que mais prosperavam e progrediam por conta de sua crescente agricultura de suas fazendas e engenhos, enquanto que a Vila de Santos nada produzia e nem sequer comercializava a partir das possibilidades que a atividade portuária oferecia.

ESPECIAL LIVRO " Ubatuba, memória, espaço e cultura "...Parte 54




Após 108 dias chegaram a Açores, ilhas pertencentes ao Rei de Portugal, onde conseguiram, em um outro combate, se apossar de um navio pirata com grande suprimento de mantimentos. Assim, partiram da Ilha Terceira junto com um aglomerado de cem navios e prosseguiram viagem, uns à Espanha e outros a Portugal. Após 16 meses de grandes aventuras, no dia 8 de Outubro de 1949, chegaram a Lisboa. Encerra-se desta forma , quase emblemática, a primeira viagem de Hans Staden ao Brasil.

A segunda viagem de Hans Staden ao Brasil e às terras Tupi é a maior de suas aventuras . Desta vez tendo os espanhóis como camaradas e como  destino mais especificamente o Rio da Prata, uma das terras da América, onde o Perú e o Brasil formavam um só continente. Partindo de Sevilha, Espanha no ano de 1549, o alemão segue viagem ao seu destino onde conheceria “o paraíso” e “o inferno“. Aportando antes em Lisboa e depois nas ilhas Canárias, passou pela ilha de Palma seguindo até Cabo Verde, terra dos mouros negros, onde quase naufragou. Seguindo rumo ao Novo Mundo, tormentas e tempestades atingiram três dos navios bem na linha do Equador. 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

UBATUBA 1968.............Bengala Futebol Clube ( Time de Futebossa)


FUTEBOSSA
BENGALA F.C. 1968.
Em pé esq para dir.
Prof. Waldir, Luiz Torres, Anoel, Prof. Joaquim Barbosa.
abaixado, Rafael e o Diretor do Diolindo "Oscarito"
Dez / 1968. 

Fonte : José Roberto Pires


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

GRANDES UBATUBENSES......RUBENS SALLES EM AÇÃO.....



Olá  amigos e amantes do esporte local, em especial  do futebol, eis uma foto que marcou a presença de  Djalma Santos em Ubatuba, o reporter e saudoso Rubens Salles , entrevista o craque que marcou época na história do futebol brasileiro, ao fundo o Tio Ciro atento na entrevista, feita durante um jogo amistoso  no Estadio Municipal...Se alguem souber mais sobre essa foto, como o ano em que ela   foi tirada , fique a vontade .... 

UBATUBA 1956.....ITAGUÁ PRAIA CLUBE....UM GRANDE INVESTIMENTO PARA UBATUBA PARTE 2


terça-feira, 6 de dezembro de 2011

GRANDE UBATUBENSE.....Eis algumas fotos do Seo Manéco Ilário, apenas 103 anos,,,

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Eis algumas imagens para quem não pode ir à festa de aniversário do Mané Hilário. Viva o aniversariante e viva todo mundo que colaborou!
 
Colaboração  José Ronaldo - BLOG   www.coisasdecaicara.blogspot.com
(Imagens - Julio C. Mendes)                                                                    FOI

sábado, 3 de dezembro de 2011

FALA CAIÇARA JOSE RONALDO...



Dez anos depois


Nesta semana, em 1º de dezembro, foi o aniversário do nosso caiçara Mané Hilário. Fui visitá-lo por volta das onze horas, perto da hora do almoço, pensando que o encontraria acordado, mas... só pude contemplá-lo no seu pesado sono. A comadre me informou que agora ele está ficando menos tempo na cadeira, está dormindo mais, mas tem muitos momentos de lucidez. Até pediu uma festinha de aniversário, com cantoria de reis se possível. 

ESPECIAL " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA "... PARTE 52





Nas obras completas de Oswald de Andrade, vol. VI: Do Pau – Brasil à Antropofagia e às Utopias – manifestos, teses de concursos e ensaios ([1890 -1954] 1978), o modernista afirma que as vanguardas no início do século XX fizeram do primitivismo um conceito polêmico, no sentido de interpretar veementemente o afastamento da arte nova em relação às tradições e convenções do passado, aliás, parece ser esta uma marca registrada de qualquer movimento vanguardista. Portanto, o modernismo representou a tendência de buscar os elementos originários da arte no sentimento e na emoção condicionados às necessidades de caráter instintivo ou às fraquezas da visão, na sua simplicidade formal. Efetivamente, o movimento modernista brasileiro, ancorou-se no chamado “sobressalto étnico” que atingiu de cheio o século XX, onde a cultura européia descobre o “pensamento selvagem” – pensamento mito – poético que participa do imaginário de uma forma incontinente, e que é selvagem por oposição ao pensamento culto, utilitário e simbólico do conquistador.



O manifesto Pau – Brasil situa-se nestas duas perspectivas estéticas: o primitivismo definido como o estado puro da alma e o coletivismo na depuração da originalidade nativa. A síntese modernista desenha os casebres de açafrão e de ocre nos verdes das favelas; o carnaval; toda a história dos bandeirantes e a rica formação étnica, buscando a originalidade nativa nestes fatos. A perspectiva definida por este manifesto é sentimental e intelectual; crônica e ingênua, ao mesmo tempo, é um modo de sentir e conceber a realidade, depurando e simplificando os fatos da cultura brasileira (De Andrade, 1978: xxii).

O ideal modernista era conciliar a cultura nativa e a cultura intelectual renovada pelo sentimento de pertencimento a terra, pródiga em vegetação e riquezas naturais. Neste sentido, pontuamos a complementaridade dessas culturas diferentes, cujo fator humano é crucial na hora de pensar o lado do nativo e do estrangeiro que fazem desta obra um verdadeiro manifesto do olhar, metáfora pós-moderna por excelência da atividade artística e intelectual. Mas, o manifesto antropofágico condensa uma proposição teórica cuja intuição pode parecer atrevida, uma vez que o modernismo consagra a imagem canibal na qual nós depositamos nosso interesse, justamente por concentrar todo e qualquer interesse étnico, social, político e, sobretudo, religioso.

O ritual antropofágico é símbolo de sacrilégio, um flagrante das imagens do Brasil colonial, da sociedade patriarcal com seus padrões de conduta e expensas messiânicas, a retórica de sua intelectualidade que imitou a metrópole e se curvou ao estrangeiro. O indigenismo é uma sublimação das frustrações do colonizado, que imitou atitudes do colonizador diz Oswald de Andrade (De Andrade, op.cit: xxv).

Desta forma, a antropofagia é uma metáfora orgânica, inspirada no cerimonial guerreiro dos Tupinambá, um ato de valentia sem precedentes, um traço original da nação brasileira. Essa empresa é salientada no manifesto a respeito de tudo aquilo que se deve repudiar para conquistar a autonomia intelectual. O diagnóstico da sociedade brasileira, feito pelos modernistas é de uma sociedade traumatizada pela repressão colonizadora que obstaculizou seu crescimento. Tal modelo repressivo ,jesuíta , se concentra no próprio ritual antropofágico. Assim, os mecanismos: sociais, políticos, hábitos intelectuais; manifestações literárias e artísticas fizeram deste trauma repressivo uma marca importante da censura, da repressão e do esvaziamento da cultura brasileira. A sátira e a crítica utilizaram – segundo os modernistas -, o mesmo princípio antropofágico liberado pelo ataque verbal, uma catarse imaginária do espírito nacional. 

O dilema de Hamlet, parodiado pelo modernismo resulta inquestionável: Tupy or not tupy – that is the question, é a célula originária do manifesto Antropófago que resolve a rebelião permanente do brasileiro. A palavra antropofagia, portanto sai de seu contexto antropológico e abre horizontes de sentido: emocional, exortativo e referencial. Nestes três tipos de linguagens situamos o nosso ponto de vista sobre o espaço de Ubatuba, sobre a sociedade Tamoia que a habitou e os seus interditos do mito e do rito. Entretanto, é na reivindicação da comunidade caiçara, herdeira direta desses ancestrais que vislumbramos o futuro de uma cidade com tradições e memória adormecidas. Se outrora era missão da Igreja salvar a alma de seus fieis, são hoje as instituições públicas ou privadas responsáveis pelo resgate do passado, no sentido de projetar um futuro digno para aqueles que encarnam o caráter mais original do povo brasileiro.

Muitos foram aqueles que vieram pela primeira vez a terras brasileiras: viajantes, religiosos ou aventureiros, com diversos intuitos, uns com o desejo de conquistar terras e de fazer riquezas, outros com o afã de conquistar almas para Deus. Seja qual for o motivo da travessia, todos eles contribuíram para desenhar uma imagem do Brasil e de seus habitantes nos primórdios desta nação. Veremos como Hans Staden vive a experiência do cativeiro feliz e como o padre José de Anchieta forja a saga de Iperoig, colocando Ubatuba em um lugar privilegiado na celebração do primeiro Tratado de Paz das Américas.




Hans Staden

Hans Staden , um viajante vindo ao Brasil em tempos da conquista, nos oferece a imagem Tupinambá enriquecida de anedotas, que marcaram sua aventura em terras brasilis. A contribuição deste alemão é significativa, pois o motivo de sua viagem está circunscrito no seu espírito de explorador e navegador, e não às empresas missionárias dos capuchinhos franceses ou dos jesuítas da companhia de Jesus.

Desta forma a primeira viagem de Hans Staden ao Brasil é relatada em: Hans Staden – Primeiros registros escritos e ilustrados sobre o Brasil e seus habitantes (1999).

As aventuras de viagem de Hans Staden dividem-se em duas longas travessias pelo mar. A primeira aventura deste jovem artilheiro alemão, da cidade de Hessen, foi por acaso. O objetivo real era conhecer as Índias, o desejo aquecido no imaginário de todo e qualquer navegante europeu. Staden chegou tarde demais ao ponto de partida, localizado na cidade de Lisboa, então capital da navegação européia. Tais navios com destino às Índias já haviam zarpado frustrando seu desejo de aventura por ultramar. Leuhr, um conterrâneo de Staden, conseguiu lugar em um outro navio  cujo destino  eram as terras desconhecidas que viriam a ser chamada de Brasil. O capitão do navio ,de nome Penteado , era um comerciante dos mares com licença para capturar navios de piratas e  de franceses que negociavam e exploravam selvagens no Brasil.

 Esse navio , do qual Hans Staden se tornou tripulante zarpou de Lisboa com destino ao Brasil no ano de 1548, e o decorrer de sua travessia pelo oceano Atlântico foi marcada por emocionantes aventuras. Atingidos por fortes tempestades em alto mar e conduzidos por ventos violentos, a tripulação se afastou inusitadamente da costa Marroquina. Em uma dessas críticas noites, os “camaradas” portugueses, assim chamados pelo artilheiro germânico, avistaram no céu, um fenômeno de luzes azuis[1]. Para eles era um prenúncio de tempo bom enviado por Deus .  Unidos em uma  prece coletiva haviam solicitado fervorosamente a melhora nas condições do tempo e as luzes  rapidamente avistadas pareciam ter vindo confirmar esse momento de fé e religiosidade. Os lusitanos chamaram estas luzes de fogo de “Santelmo” ou “Corpo Santo”. No dia seguinte, o céu estava limpo, o mar calmo e sopravam ventos favoráveis na direção assinalada pelos instrumentos de navegação. Hans Staden descreve nas suas crônicas o ocorrido nessa noite, destacando que só poderia ser um milagre do qual, todos foram partícipes.

Aos 28 dias do mês de Janeiro de 1549, os navegantes avistaram o morro do Cabo de Santo Agostinho, aportando em Pernambuco um povoado português em Olinda. Descarregaram mercadorias e prisioneiros, entregando-os ao comandante do lugar Dom Duarte Coelho, pretendiam seguir viagem rapidamente , mas a revolta dos Caetés, selvagens da região de Igaraçu,  fez com que  a partida fosse adiada. A tripulação atendendo ao apelo do capitão envolveu-se no combate contra os supostos selvagens, tornando-se este o primeiro confronto de Hans Staden com os índios do Brasil, em uma batalha que durou trinta dias, e ao final da qual os Caetés se retiraram da área invadida.


[1] A palavra camarada aparece no relato de viagens de Hans Staden como uma forma de referir-se aos companheiros de viagens com os quais compartilhava conhecimentos de navegação, sentimentos religiosos e infortúnios próprios da aventura.


DO EDITOR DESTE BLOG :


Confira  no dia  08 de dezembro a  publicação da pagina  166....

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

UBATUBA 1956.............OS BONS SELVAGENS.....


 

Ubatuba, fim da decada de 50
Ubatuba, fim da decada de 50

Naqueles dias a doutora Alzira Helena, advogada e com um idealismo ainda um pouco adolescente, defendia os caiçaras contra a incipiente, mas inexorável, ocupação das praias por paulistanos ambiciosos e com visão de futuro. O pagamento vinha, em geral, em peixe, banana, farinha de mandioca. E as causas em geral eram postas a perder pelos próprios clientes, saídos de uma sociedade pré-monetária e fascinados por qualquer coisa que o dinheiro pudesse comprar. Assim, posses valiosas de praias como Itamambuca, 


UBATUBA 1956.........Ubatuba segundo o pintor Jean Aubert




Ubatuba, 1956, guache de Jean Aubert

UBATUBA 1956......Em 1956 juiz manda devolver a fazenda Poço dos Bagres

Jornal da época apresenta sentença favorável a família Prado



A fazenda Poço dos Bagres compreendia um considerável tanto de terras. Deste tanto, a família doou 300 braças (do poço Bagre ao rio das Piabas) a Santa (Nossa senhora das Graças) por volta de 1916.

Num processo de Ação de Anulação de Escrituras Respectiva Transcrição contra Cornélio Schmitd, o Cônego Primo Maria Vieira e Mabel Hime Masset, seus sucessores, descobriu-se muitas coisas. Na sentença, foram colhidas provas testemunhais, documentais, periciais e vistorias sobre a forma em que houve a compra da fazenda. Descobriram que em maio de 1905, os irmãos Roberto Antonio do Prado e Antonio Honorato do Prado eram titulares da fazenda, documentos devidamente matriculados e registrados no Registro Geral de Imóveis de Ubatuba, conforme anexo do referido processo, comprados em 15 de janeiro de 1891.

UBATUBA 2000,,,,Circuito Ubatuba 2000 de Surf










IMAGEM ILUSTRATIVA

Ubatuba - A praia vermelha do Norte não economizou boas ondas para a realização da terceira etapa do evento "A" do Circuito Ubatuba 2000 de Surf, que é composto pelas categorias Iniciante Feminino, Feminino e Open, realizada sábado, dia 16. Na categoria Open a vitória ficou com Eduardo Silva, que deixou Fábio Oliveira (2º), Jefferson Sobrinho (3º) e Edigley Santos (4º) para trás na bateria final. Com o resultado, Fábio Oliveira lidera o ranking com 2331 pontos, seguido por Edigley Santos com 2160. No Iniciante Feminino Luiza Roman venceu e assumiu a liderança do ranking, com 2810 pontos, 100 à frente da segunda colocada na prova Nyorai Bettero.



FALA CAIÇARA.....Morro do foge



No Sertão da Quina, em Ubatuba, existe um morro chamado “Morro do Foge”. Os moradores passam pelo sopé do morro ao fazer a curva da estrada que acompanha o rio naquele trecho. Bem ali muita gente já viu e ouviu coisas estranhas.


PARABENS MANÉCO HILÁRIO...PELAS 103 PRIMAVERAS COMPLETADAS....




  Ontêm, dia 01 de dezembro,  foi um dia  especial, principalmente ao Mané Hilário e seu pessoal. Afinal, não é tão comum completar 103 anos neste chão caiçara. O aniversariante me dá grande orgulho. Eu José  Ronaldo, editor do Blog : www.coisasdecaicara.blogspot.com   , espero reproduzir muito das coisas que aprendi na pouca convivência com este legítimo praiano. Um abraço de toda a família caiçara. 

LÁ VEM ESTÓRIA OU HISTÓRIA....Brejaúba assombrada





Manoel Hilário, quando já passava dos oitenta anos, afirmou que assombração – ou “coisa ruim” – existe sim. Ele contou assim:
“Numa ocasião, seria agosto ou setembro, eu e o Toninho Manduca saímos para o mato, pra tirar coco brejaúba, aquele de planta repleta de espinhos pontiagudos e compridos, perigoso mesmo! Encontramos uma touceira com alguns cachos bonitos. Estocamos com uma vara, derrubamos alguns cocos para experimentar se estavam bons. 


A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA NA SERRA DO MAR





A construção de uma cultura se dá no cerne de uma sociedade e o meio para alcançar este desafio do tempo é a memória. A memória fala das raízes, daquilo que nos liga às coisas e aos lugares, à natureza e à cidade. Recuperar o vigor do tempo devolve ao espaço o esplendor, a força e o sentido. Assim, nos interessa como já pontuamos no início desta obra, desenvolver uma fenomenologia do espaço imaginário - contido na memória viva da comunidade local - que se une à consciência atual dos habitantes de Ubatuba, cidade situada na serra do mar.