quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Caiçapira de Ubatuba

Criador do termo CAIÇAPIRA, Luiz Ballio - ator, contador de histórias e causos, é um artista brincante - e um incansável preservador da cultura caiçara.


Iniciou suas atividades teatrais em 2001, para tentar curar uma crônica timidez, Ballio conta hoje em seu currículo, com montagens de drama, cenas de cunho regionalista e comédia – já completamente despido da antiga timidez!

Um dia, ao ser visto interpretando uma cena, no evento “Pirão Geral”, foi convidado a ingressar no grupo O Guaruçá, onde estreitou seus laços estéticos com a arte caiçara.

Com o andamento desse trabalho, percebeu proximidades entre elementos da cultura Caiçara e da cultura Caipira. Deu-se conta de sua ligação, também, com a caipirice, já que seus avós maternos eram roceiros do bairro Bela Vista.

Criou, em 2007, os personagens Cumpadre Ballio (Caiçara) e Zé Hernales (Caipira), com os quais se apresenta em eventos importantes de Ubatuba, como a Caiçarada e a Festa de São Pedro Pescador e, principalmente, em escolas infantis, levando à platéia a riqueza artística de nossas raízes.

Em seu show para as crianças, procura falar de animais próprios da fauna local, adaptando fábulas (brasileiras ou não) a esses bichos, para que haja maior identificação do público com as histórias contadas.

A partir de sua pesquisa constante, percebeu que o Caiçara e o Caipira são como irmãos gêmeos, ou primos muito próximos, que moram vizinhos um do outro. É bem apropriada essa leitura, a julgar por exemplo, a concepção espacial que ambos têm, na construção de suas casas e se lembrarmos de fatos históricos que comprovam esse estreito contato, como a constante vinda da tropa de Cipriano, trazendo, do interior paulista, bois para o abate no antigo matadouro de Ubatuba.

Fatos, histórias e proximidades culturais que hoje estão expressas na arte do nosso CAIÇAPIRA.
 
Escrito por Heyttor Barsalini
 
 
FONTE : www.ubatubaemrevista.com.br

domingo, 1 de novembro de 2009

MAZZAROPI, um visitante assíduo de Ubatuba

Escrito por Heyttor Barsalini   
Sex, 30 de Outubro de 2009 19:11
Muitos artistas de projeção nacional visitaram e ainda visitam nossa cidade, por sua beleza natural e hospitalidade do caiçara.  Músicos, poetas, atores, cantores, cineastas, ao longo dos anos, somam-se aos ilustres ou anônimos artistas que aqui aportam. Um dos mais famosos deles, foi o cineasta e grande cômico caipira, Amácio Mazzaropi. Proprietário de um estúdio em Taubaté, onde rodava suas película, Mazzaropi com frequência descia a serra para ter um fim de semana na praia, geralmente acompanhado por atores colegas de trabalho.
Um de seus filmes, como muitos sabem, teve cenas externas rodadas aqui na cidade – “A banda das Velhas Virgens”, com tomadas no histórico coreto (onde, duas décadas antes do filme, João Alegre se apresentava, encantando, entro outros, o menino Renato Teixeira), tomadas no interior da igreja matriz e na praia do Prumirim.
Esses fatos são conhecidos, mas vale ressaltar aqui, aspectos da personalidade desse nosso ilustre visitante. Poucos sabem que Mazzaropi, tendo iniciado suas atividades artísticas no ambiente circense, mesmo depois de já muito famoso, sempre esteve ao lado dos circos pequenos, a quem considerava como seus pares em mesmo grau de importância, na cultura popular.
Seus números cômicos lotavam as platéias das lonas onde eram anunciados; o sucesso era certo e garantido. Por isso, muitos proprietários de pequenos circos (geralmente tocados por uma única família), especialmente quando em momentos de crise financeira, convidavam Mazzaropi a se apresentar, com o objetivo de reerguer as finanças. Há inúmeros relatos desses circenses revelando que o mais famoso caipira do Brasil fazia questão de não cobrar, nessas situações, generosamente doando seu trabalho, os efeitos de sua fama e a renda da casa, integralmente, àquela família em cujo circo se apresentara.
O sociólogo Glauco Barsalini, em sua pesquisa, mostra a coerência profissional de Mazzaropi, em seu respeito às origens do povo brasileiro trabalhador, nesses casos, simbolizado nos artistas circenses  “A personagem de Mazzaropi repercutia o próprio desenvolvimento da civilização brasileira, (...) ganhava novos invólucros com o passar do tempo, mas não perdia a memória do que efetivamente é: a síntese das origens do povo que retratava, a partir da síntese do trabalhador brasileiro” .
Numa entrevista, Mazzaropi disse: “Eu não tenho pretensão de ser diretor. Estou procurando um, inteligente e razoável, e se encontrar contrato. Mas não tenho paciência para suportar barbudinhos geniais, com livrinho embaixo do braço e mil exigências. Cinema é ação, compadre, não é meditação não.” Da mesma forma e sempre levando bom humor às pessoas, tratou os problemas financeiros dos colegas: ajuda é ação, meu compadre, não é meditação não! Atitudes são exemplos e exemplos são lições. FONTE : www.ubatubaemrevista.com.br
 

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Associação de Cruzeiros Marítimos propõe inserir Ubatuba em sua rota





LITORAL VIRTUAL - Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2003 - Nº 724




Antonio Luiz Bischof, presidente da Comtur (Companhia Municipal de Turismo de Ubatuba), esteve na última quinta-feira, 13, na cidade de Ilhabela com representantes da Associação Brasileira de Terminais de Cruzeiros Marítimos/BrasilCruise, onde fizeram a proposta de inserir Ubatuba na rota da Associação. Bischof foi acompanhado dos representantes do Grupo Empresarial Náutico de Ubatuba, Nicolas Tsiftsoglou e Luiz Felipe Azevedo, do presidente do Conselho Administrativo da Comtur, Eugênio de Camargo Leite, dos secretários do Meio Ambiente e do Turismo, Virgílio Barroso e Sérgio Carvalho. O encontro foi organizado pelo secretário de Turismo de Ilhabela, Ricardo Fazzini Dias.
Na chegada, Bischof e sua comitiva foram recepcionados pelas autoridades locais e ouviram as explicações sobre o conteúdo da proposta. Em seguida embarcaram em visita no navio Island Scap, onde conheceram todas as suas instalações. Segundo Bischof, a proposta é associar Ubatuba na BrasilCruise que tem como principais objetivos a divulgação e a representação dos interesses dos portos turísticos junto às companhias de cruzeiros e desenvolver normas de utilização dos terminais de forma que privilegiem as economias locais. Para esta associação há um custo que não foi discutido. Mas, uma vez associado o município estaria cobrando do turista de cruzeiro uma taxa de utilização do terminal, para o seu desembarque.
Ao final, Bischof recebeu uma pasta com o detalhamento do projeto que será analisado pelo Grupo Empresarial Náutico e após conclusão será destinado ao prefeito Paulo Ramos (PFL) para saber do interesse. Para Bischof, esta cobrança de taxa do turista para o desembarque não é uma das melhores alternativas, já que em dezembro passado recebeu a proposta da Companhia Costa Cruzeiro, que promove turismo internacional pela costa brasileira durante o verão, que não prevê ônus ao turista. “A idéia é fortalecer o comércio com o fluxo deste turista com alto poder de compra. Mas, de qualquer forma esta proposta da BrasilCruise é um sinal de que o Cruzeiro Marítimo vai acontecer em Ubatuba. É apenas uma questão de tempo”, disse Bischof.
A Associação Brasileira de Terminais de Cruzeiros Marítimos/BrasilCruise foi fundada no ano passado e possui integralizado os portos de Vitória, Búzios, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Ilhabela, Santos, Itajaí, Portobelo, Florianópolis, Jurerê e Manaus. O secretário Virgílio Barroso manifestou todo o seu apoio ao presidente da Comtur, colocando à disposição a sua secretaria do Meio Ambiente para auxiliar no que for preciso e de sua competência. Barroso acredita no potencial deste segmento para o fortalecimento da economia local. O vereador de Ubatuba, Andrade Henrique dos Santos (PAN), foi convidado por Bischof para fazer parte da comitiva, mas não pode participar em virtude de compromissos assumidos anteriormente e inadiáveis, segundo a sua assessoria.
Construção de píer - Bischof solicitou à Prefeitura de Ubatuba o remanejamento da verba de R$ 50 mil que seria para a execução de um projeto de marina na estrada do Caís, em convênio com o Dade (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento às Estâncias), para a construção de um píer na avenida Leovigildo Dias Vieira, na praia do Itaguá, em frente à rua Bernardino Querido. Bischof disse que esta obra contará com o apoio da iniciativa privada. Este píer está projetado com 3 metros de largura com 80 metros de comprimento. As medidas são suficientes para atingir o calado de 1,80 metros na maré zero. “Com este píer concluído será possível o desembarque dos passageiros da Costa Cruzeiro e de outras companhias que tenham interesse em Ubatuba”, concluiu Bischof que lidera esta iniciativa há mais de um ano com diversos contatos em Brasília, Embratur e viagens ao Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios e Ilhabela. (Fonte: ACS-PMU)

Prefeitura garante Enduro da Independência em Ubatuba



litoral virtual - Quarta-feira, 14 de agosto de 2002 - Nº 594


A vigésima edição do Enduro da Independência, edição 2002, terá a sua partida em Ubatuba. O acordo foi firmado nesta terça-feira, 13, entre o organizador do evento e presidente do Trail Club de Minas Gerais, Helvécio Ribeiro, os secretários de Turismo e Esportes e Lazer, Sérgio Carvalho e Richard Ricardo dos Santos, respectivamente, o presidente da Comtur (Companhia Municipal de Turismo), Luiz Bischof. A largada promocional será na noite do dia 4 de setembro e no dia 5 será a largada oficial. A expectativa dos organizadores é de mais de dois mil participantes no município, entre pilotos e equipe de apoio, que começam a chegar a partir do dia 31 de agosto. O evento conta com apoio da Prefeitura, Comtur, Sindicato dos Hotéis e Associação de Pousadas.
No dia 4 de setembro será feita a entrega de materiais, credenciamento, vistoria e dada a largada promocional com desfile pelo município de cerca de 500 veículos e 500 motos participantes, em roteiro que será definido pela Comtur. Serão realizados shows musicais com as bandas Rock Lama do Rio de Janeiro e Lira Padre Anchieta de Ubatuba, e show pirotécnico no Centro de Informações Turísticas. Às 6 horas da manhã do dia 5 será a largada oficial, com partida do trevo de Taubaté com destino a São Lourenço, Minas Gerais, percurso de 270 quilômetros. Neste primeiro dia o enduro passará por Catuçaba, Cunha, Campos de Cunha, Silveiras, Cruzeiro, Passa Quatro, Itanhandú e finalmente em São Lourenço. Neste primeiro dia terão caminhos de trilhas e locais neutros para abastecimento e apoio técnico.
O percurso total do Enduro da Independência é de 850 quilômetros, que serão percorridos durante cinco dias consecutivos. Participarão as categorias Master, Sênior, Junior, Over 40 e 50 e Novatos. O evento contará com grande mídia promocional de outdoors nas cidades de pernoite, que são de São Lourenço, São João Del Rey e Ouro Preto, ambas em Minas Gerais. Contará, também, com mídias como o jornal Estado de Minas, emissoras de televisão Record, Bandeirantes, Rede Minas, regionais da Rede Globo, todas as revistas nacionais especializadas no assunto e três revistas internacionais.Este evento foi criado em 1983 com o apoio da Rede Globo, que tinha como objetivo seguir os caminhos de D.Pedro que fizeram a independência do Brasil. Hoje são preparados roteiros diferenciados. No ano passado a partido foi de Paraty, Rio de Janeiro. As inscrições podem ser feitas pelo site tcmg.com.br. (Fonte: ACS-PMU)

Motociclistas do Brasil se encontram em Ubatuba no 9º Motorcycle 2005

LITORALVIRTUAL       Quarta-feira, 07 de dezembro de 2005 - Nº 1416




O Cruz de Ferro Motoclube realiza nos dias 10 e 11 de dezembro o 9º Motorcycle, tradicional encontro de motociclistas na cidade de Ubatuba. O evento acontece pela primeira vez em uma praia, e a escolhida é a Vermelha do Norte. “Resolvemos mudar o visual, já que sempre nos reunimos no centro. A Vermelha do Norte é uma praia muito bonita e o pessoal vai gostar muito do local”, disse Luiz Roberto Sant'anna de Paula, o Beto, presidente do Cruz de Ferro. A expectativa, segundo o presidente do Clube, é reunir aproximadamente 300 motoclubes de todo o Brasil. “Já temos confirmação de pelo menos 250 motoclubes. Outros devem confirmar presença no decorrer da semana”, garantiu Beto. Os encontros realizados anteriormente já trouxeram a Ubatuba motociclistas do Acre, e até da cidade de Viamão, no Rio Grande do Sul. Para o encontro deste ano a confirmação mais distante, até o momento, veio de Brasília. Entre as atrações, shows de rock e gincanas. Haverão ainda estandes com peças, acessórios e roupas. Os motociclistas que quiserem acampar, terão uma área reservada. O 9º Motorcycle tem o apoio da Prefeitura Municipal de Ubatuba e da Associação Comercial e Empresarial de Ubatuba. O clube - Fundado em 29 de outubro de 1997 em Ubatuba, o Cruz de Ferro Moto Clube é uma entidade de conotação motociclística, sem fins lucrativos, destinada a ensinar aos seus integrantes a prática do moto turismo, criando uma auto confiança nos motociclistas no que diz respeito a se aventurar nas viagens, quer seja em grupo ou até mesmo sozinho, e a ter sempre o ideal companheirismo e respeito pelos demais cidadãos. O clube possui facções no Vale do Paraíba, em Tremembé e em Paraty (RJ).(Fonte: PMU)

Programação Aniversário da Cidade de Ubatuba 2003

Litoral Virtual - www.litoralvirtual.com.br/noticias/2003/10/22




As comemorações do 366o aniversário da emancipação político-administrativa de Ubatuba contarão com atrações diversificadas com destaques para inauguração de escola e ginásio de esportes no Taquaral, prédios das Secretarias da Educação , Assistência Social e anexo da Secretaria da Saúde ,além da estátua em homenagem ao caiçara e do asfaltamento da estrada municipal UBT - 355, ligando o bairro do Rio Escuro ao Monte Valério.
tradicional desfile será realizado dia 28 de outubro na Av. Iperoig estando confirmada a participação de 80 entidades. Este ano, a Secretaria de Esportes e Lazer - SEL inclui uma série de competições na modalidades de pedestrianismo , natação e partida de futebol com artistas da TV Globo e a final do campeonato municipal no dia do aniversário.

22 de outubro (quarta-feira)
17h00 - Inauguração do Almoxarifado Central e Centro de Especialidades
Local: Avenida Rio Grande do Sul, 710 - Centro

24 de outubro (sexta-feira)
10h00 - Inauguração do Edifício-Sede da Secretaria Municipal de Educação
“Francisco Matarazzo Sobrinho” - Ciccilo Matarazzo
Local: Rua Gastão Madeira, 101 - Centro
19h00 - Abertura da XVI Feira das Nações
Local: Avenida Iperoig

25 de outubro (sábado)
10h00 - Passeio Ciclístico na Estrada Municipal UBT-355 - Rio Escuro-Monte Valério
20h30 - Madrigal Música na Catedral - Camerata Zaydenbaum - Local: Igreja Matriz
21h00 - Apresentação da Banda Musical da Faculdade São Luis (Jaboticabal)
Local: Avenida Iperoig

26 de outubro (domingo)
10h00 - 7o Circuito Ubatuba de Águas Abertas - 3a etapa - Local: Praia do Cruzeiro
15h00 - Futebol com artistas da Rede Globo
Local: Estádio Municipal “Francisco Matarazzo Sobrinho” - Bairro do Perequê-Açu

27 de outubro ( segunda-feira)
20h00 - Culto Evangélico promovido pelo Conselho de Pastores - Local: Av. Iperoig
27 a 31/10 - Projeto “SEBRAE na rua” - Palestras e oficinas

28 de outubro (terça-feira) - ANIVERSÁRIO DA CIDADE
8h00 - Cerimônia de Hasteamento da Bandeira
8h30 - Desfile Oficial. Tema: Pluralidade Cultural - Local: Av. Iperoig
15h00 - Final do Campeonato Municipal de Futebol
Local: Estádio Municipal “Francisco Matarazzo Sobrinho” - Bairro do Perequê-Açu
19h30 - Missa na Igreja Matriz
20h00 -Sessão solene na Câmara Municipal - Entrega de títulos de “Cidadão Ubatubense”

31 de outubro (sexta-feira)
20h00 - I Salão de Artes Plásticas de Ubatuba
Local: Salão Igreja São Francisco  (Fonte: ACS-PMU)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

POESIA CAIÇARA : Nós

NÓS...

Poesia classificada em 1º lugar no Concurso Literário da Fundart de 2008 na categoria Poesia Adulto



Nós somos vários nós

Somos encontros

Desencontros

No encararmos-nos

Nos olhos dos outros

Olhando os vários nós.





Nós que nos atam a nós

Em grandes nós que

Nos fazem inteiros

Em nós que trançados ficam

No olhar do outro

Em nós verdadeiros.





Nós que nos desnudamos

Em muitos nós

Que nos transformam

Fazendo de nossos nós

Nossos nós

Verdadeiros.



Oh! Façamos de nossos nós

Nós que nos entrelacem

Num grande laço que

Inteiro

Nos faça sempre

Verdadeiros.



Num olhar; num toque

Num entender;

Num compartilhar

Por vários nós

Que fiquem sempre...

Sempre inteiros.




Prof Lourdes Moreira

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ESPECIAL : Livro " Ubatuba , espaço , memória cultura "

7. FUNDART – FUNDAÇÃO DE ARTE E CULTURA DE UBATUBA




Localização



Rua Dr. Felix Guisard – Centro, bem em frente a Praça Anchieta, próximo ao Mercado de Peixe, no final da Av. Iperoig.





Funcionamento



A FUNDART mantém um calendário regular de exposições durante o ano todo e também oferece espaço para apresentações de teatro, dança e música, além de exibições de filmes em um auditório com capacidade para 70 pessoas.



O Sobradão do Porto como é conhecido o edifício onde funciona a FUNDART – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, foi construído em 1846 pelo armador Manoel Baltazar da Cunha Fortes, advindo ao Brasil em 1808 junto com a Corte portuguesa. Baltazar era fazendeiro de café e proprietário de uma vastíssima área da região litorânea.



O edifício é um sobrado em alvenaria de pedra e cal. O engenho da moagem fica no andar térreo e a residência no andar de cima. Uma versão litorânea da arquitetura urbanística que começou aparecer na Europa por volta de 1840, principalmente nas vilas européias de Espanha e Portugal.



Para a construção do Sobradão, o armador mandou trazer de Portugal as vigas, os gradis das varandas, os portais de pedra e as cantarias. Baltazar mandou misturar técnicas brasileiras de taipas de pilão à alvenaria européia e acrescentou a pintura francesa à fachada e aos interiores do prédio, dando-lhe um ar de extrema sofisticação. O terceiro andar e a fachada transformaram o edifício em uma obra de arte, o último baluarte da época de maior esplendor de Ubatuba, quando a cidade e este edifício foram o principal ponto na exportação de café pela via marítima.



O solar, típica construção mediterrânea transposta para a crescente cidade de Ubatuba serviu de armazém no andar térreo, lugar destinado para o marcado alfandegário, por ele passavam produtos de toda a região que seguiam rumo para Europa, os importados, como sal, cereais e outras mercadorias eram recebidos e armazenados com o intuito de garantir sua conservação. No entanto, o fluxo que movimentava o então Porto de Ubatuba foi desviado para Santos, com a construção da estrada de Ferro que interligou São Paulo ao Rio de Janeiro ao longo do Vale do Paraíba. Nessa época o Banco de Taubaté um dos principais financiadores de um ramal ferroviário que ligaria Ubatuba a Taubaté, entrou em falência,. Ubatuba abdica assim de suas atividades comerciais.



Por volta de 1890, a família Baltazar Fortes se muda para Rio de Janeiro deixando o prédio do Sobradão do Porto abandonado. O Casarão ficou fechado por longo tempo até que Julio Kerkis, um húngaro refugiado do regime comunista, chegou a Ubatuba em 1926, alugou o prédio de Benedita Fortes Costa, filha do armador português, e o transformou em o Hotel Budapeste que contou com um restaurante até o ano de 1934. Dois anos depois, o edifício foi vendido pelo herdeiro, Oscar Costa, à Cia. Taubaté Industrial – CTI de Félix Guisard. Nesse período, o prédio passou por uma série de alterações, assim como a área vizinha na qual Guisard construiu várias casas para Colônia de Férias dos funcionários da CTI. A parte térrea do edifício foi transformada para fins comerciais, funcionou por algum tempo como casa de lavoura e lojas de artesanato.



Em 1954, o Casarão do Porto foi tombado pela SPHAAN, Secretaria do Patrimônio Histórico Artístico e Arquitetônico Nacional e em 1983, desapropriado pela Prefeitura Municipal de Ubatuba. As obras de restauração tiveram início nesse mesmo ano com verbas do Ministério de Cultura sob a supervisão do SPHAAN de São Paulo, mas estas foram desativadas em 1987.



A partir desse ano, começou a funcionar no prédio do Casarão do Porto a FUNDART – Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba. O objetivo desta entidade é desenvolver a política cultural do município. Mantida pelo poder público, é uma Fundação Pública de Direito Privado, administrada por uma diretoria executiva e pelo Conselho Deliberativo. O Conselho deliberativo é formado por representantes de diversas áreas artísticas, como artes cênicas e dança, literatura, folclore, artesanato, história e geografia de Ubatuba, música, artes plásticas e fotografia, cinema e vídeo.



Uma das principais funções da FUNDART é reconhecer a cultura caiçara e suas expressões, a idéia consiste em preservar a memória e os costumes locais. Ensinar também é uma prioridade desta Fundação, há oficinas culturais onde as pessoas aprendem artes e ofícios: cerâmica, teatro de rua, instrumentos musicais, sucata, modelagem, cestaria, sapateado, desenho, ballet, piano, alongamento, violão e pintura. A instituição atende mais de 400 pessoas no edifício do Sobradão e também em bairros distantes através de programas especiais para crianças e adolescentes carentes como o projeto Cultura na Praça que leva atividades culturais desenvolvidas por monitoras especializadas em arte e educação.



A Biblioteca Municipal, Ateneu Ubatubense , administrada pela FUNDART, hoje é um espaço sócio – cultural onde os usuários contam com assessoria de monitores assim como classes das escolas municipais e estaduais são recebidas por meio de visitas guiadas. A Biblioteca oferece também os serviços de empréstimo de livros, xerox, acesso à Internet e hemeroteca.





8. O CORCOVADO, ENTRE A TERRA E O CEU DE UBATUBA



Localização



O Corcovado de Ubatuba está localizado ao sul do município, no bairro do Sertão do Corcovado distando aproximadamente 23 km do centro Sua entrada para o sertão fica bem em frente a entrada do loteamento da praia Dura.



Acesso



O acesso é pela rodovia Rio – Santos, BR 101, no km 67 perto da Praia Dura. Sua entrada para o sertão está à direita da rodovia de quem vem do centro de Ubatuba,adentrando perto de 3 km,pela rodovia Yoshio Tosaki. Lá sob orientação de guias especializados pode-se iniciar a caminhada pela trilha , que dura, em média, 8 h até o topo do Pico do Corcovado.



De todos os atrativos natural ou histórico - culturais descritos neste livro, o Corcovado é o único cuja visão é alcançada em qualquer ponto da cidade. Em dias de céu azul é possível, além de enxergá-lo, ver todo seu contorno, seu desenho em formato de um degrau de escada ou como uma corcunda. O historiador da cidade Washington de Oliveira, “Seu Filhinho”, autor de UBATUBA, Lendas & Outras Histórias (1995) – em sua descrição diz a respeito do Corcovado: “- É uma formidável corcunda de pedra que se eleva de silhueta de Serra do Mar, da qual é, nestas redondezas, o ponto mais elevado, fazendo realçar essa giba desde Picinguaba até a ponta de Martim de Sá, nas proximidades de Caraguatatuba".



Mas quando saímos do centro de Ubatuba em direção ao sul do município pela rodovia Rio – Santos e passamos por algumas praias e nos aproximamos do bairro Sertão do Rio Escuro e da Praia Dura, ele parece nos acompanhar e nos observar. Sua visão vai se ampliando e suas formas montanhosas vão definindo melhor o pico e seu cume. Quando nos adentramos em direção ao sertão, seguindo a estrada, a paisagem é composta de matas abundantes da Serra do Mar. O pico do Corcovado se destaca magistralmente entre outras montanhas mais baixas, o monte de Ubatuba que une a terra e o céu inspirou as mais ancestrais lendas e ritos do imaginário cultural da cidade.



A sua altura é contestada hoje, antes era considerado o ponto mais alto do município, a sua elevação chega a mais de 1.150 metros do nível do mar, mas sabe-se que não é o ponto mais alto da cadeia da Serra do Mar. Por este motivo, esta altura proporciona uma visão insuperável de toda a região que em dias limpos, sem nuvem no céu, lá de cima de seu cume pode-se ver desde Sul Fluminense até o final do Litoral Norte Paulista, o Vale Oeste como a Serra do Mar, a Bocaina e a Mantiqueira. Esta visão impressionante do alto da cidade de Ubatuba faz sentir, segundo aqueles que têm feito a experiência uma mistura de sensações sobre o infinito do firmamento. De braços abertos, o Corcovado é comparado com o Cristo Redentor de Rio de Janeiro, como se estivesse abraçando toda a beleza da cidade de Ubatuba, ou como se tivesse um poder sobre todos lá em baixo, ou ainda, como se fosse alçar vôo em direção ao horizonte, primeiro sobre um mar verde da Mata Atlântica e depois sobre o mar azul do Oceano Atlântico.



O Corcovado é famoso não tanto por seu sertão ou seu bairro com seus muito e antigos moradores, mas por ser um desafio de aventura. Uma trilha considerada das mais difíceis da região. Em um percurso de aproximadamente 8 h de caminhada, a trilha oferece uma excursão e tanto para aqueles amantes do esporte chamado de radical, o traiking. Rios, cachoeiras no meio da beleza tão presente no coração da Mata Atlântica, o Corcovado impressiona por sua variedade de plantas e árvores centenárias, bromélias e outras espécies raras da flora e também da fauna que acabam por aliviar o cansaço exaustivo da caminhada íngreme. Quando ao final do trajeto mais fácil da trilha, o aventureiro depara-se com um paredão rochoso de 700 metros considerado este ponto o momento mais complicado, torna-se necessário uma escalada. Por se tratar de uma trilha longa, demorada e difícil, aconselha-se pernoitar no alto do pico e fazer a volta no dia seguinte.



São três as possibilidades de percurso para fazer a trilha até o cume do Corcovado. A primeira é pelo sertão do Corcovado ao sul seguindo como se fosse à praia Dura, é a mais íngreme das subidas e quase uma escalada o tempo todo. Pelo lado Norte já é uma trilha mais fácil próxima do Horto Florestal, saindo da Cachoeira dos Macacos, porém esta opção é a mais longa e demorada. Ainda pela Serra existe uma outra chance de chegar às alturas, um caminho que é pouco explorado cuja via principal se dá pelo caminho que une Ubatuba e Taubaté. Vale lembrar que o roteiro desta trilha, por se tratar de um percurso difícil que adentra na mata atlântica, necessita sempre do acompanhamento de trilheiros especializados e credenciados nas agências existentes no município. A época ideal para fazer estas trilhas são as estações do outono e inverno, pois são épocas em que o índice de chuva é baixo e os dias de sol são mais freqüentes, proporcionando uma vista límpida e de céu azul.



Esse cenário, pela beleza e originalidade, já foi explorado pela mídia televisiva, sendo o lugar escolhido e servindo de pano de fundo na gravação do comercial para o lançamento de um modelo de carro da Chevrolet no ano de 1994. Em uma semana produziram-se as filmagens em uma verdadeira operação técnica que precisou além de um trilheiro bem experiente do grupo Guaynumbym, o uso de um helicóptero com cabos de aço para a locomoção da carcaça do veículo postando-o bem no cume do pico. O comercial ficou sendo vinculado por longo tempo em todas TVs brasileiras.



O Corcovado, tão misterioso e silencioso guarda uma porção de estórias, lendas de tesouros, romances e terror, mas nos parece um lugar de referência para o imaginário, onde se espelharam as mais ricas experiências culturais dos antepassados que viram neste lugar, um símbolo de união entre a terra e o céu de Ubatuba.



* * *



O turismo é uma atividade de lazer que pressupõe também um trabalho regulamentado e organizado por parte da comunidade local, diz John Urry no seu livro O olhar do Turista (1990). As relações do turismo surgem a partir do movimento e da permanência de pessoas em vários destinos. Turistas escolhem ver lugares porque há uma expectativa especialmente devido a devaneios e fantasias, de prazer intenso (...) expectativa construída e mantida por uma variedade de práticas não ligadas ao turismo, como cinema, televisão, literatura, revistas e vídeos, que formam e reforçam esta contemplação fantasiosa voltada para reproduzir objetos sempre inéditos para “o olhar do turista” (Urry, 1990: 92). A idéia principal de Urry nos parece bastante próxima da nossa teoria expressa no livro Sonhar de Olhos Abertos (Droguett, 2004), o olhar é um ato reflexivo diferente da visão imediata, um modo sistêmico de ver, uma conseqüência dessa primeira ação que promove a subjetivação.



Os atrativos culturais que trouxemos para a análise estão inseridos no contexto da história e da cultura de Ubatuba, uma vez que ambas fazem parte do imaginário cultural da cidade que se recria nestes eixos simbólicos de sua vida. Parece interessante destacar que esta imbricagem da natureza real e do imaginário cultural faz com que o turista assuma papéis sociais diversos em cenários exóticos e aí o turismo inventa e convida para encenações de papéis o tempo que dura a permanência do turista no local. O turismo tende a transformar a cultura em museus, fenômenos culturais que podem ser vistos como curiosos, peculiares e locais. O grande paradoxo do turismo é a procura de culturas locais autenticas, no entanto, a indústria ao criar ilusões midiáticas de autenticidade reforça a experiência do simulacro social e cultural.



Após o fenômeno de massas que afetou diretamente a demanda turística veio a cultura das mídias, a cultura dos meios de comunicação social que tanto influencia a vida dos seres humanos hoje em dia. O turismo nessa efervescência dos meios adere ao poder invisível da globalização, a uma força de homogeneização crescente baseada no poder econômico. Ubatuba não foge desse fenômeno enquanto cidade, a imagem veiculada pela mídia que enaltece um paraíso natural “inexplorado”, próprio para a prática de esportes aquáticos radicais, desconhece o valor histórico - cultural do local.



Os atrativos histórico – culturais de Ubatuba são eloqüentes a respeito de um passado vivo na memória de seus habitantes, nos seus costumes, no folclore, mas, sobretudo no seu imaginário, ancorado nas tradições caiçaras silenciada pelo esnobismo de um turismo comercial e desterritorializadas em função d e um suposto progresso econômico da região.

PRÓXIMA ATUALIZAÇÃO 25 DE OUTUBRO

Vamos seguir viakgem pelo livro " Ubatuba , espaço, memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca, editado em 2005, este livro pod ser encontrado na Biblioteca Municipal de ubatuba , Praça 13 de Maio, 52 - Centro

CAPITULOS :


. O DIA A DIA DE UBATUBA, DO NASCER AO POR DO SOL
OS GUERREIROS DE IPEROIG E A FORÇA DA RAÇA LITORÂNEA

PRAIADE IPEROIG

No despertar do amanhecer, os pescadores retornam para suas casas após uma noite cansativa. Quem está caminhando pela orla de Iperoig (baía de tubarões em tupi-guarani) tem uma imagem que alguns só ouviram falar... Poesia para uns, rotina corriqueira para outros.


A praia, que também leva o duplo nome de Cruzeiro, é simbolizada pelo monumento do mesmo, onde fiéis ascendem suas velas, fazem suas promessas e relembram do ‘acunticido’ como diria o caiçara; do Primeiro Tratado de Paz da América Latina, batizado nos livros de história como ‘Paz de Iperoig’ defendida pela ‘Confederação dos Tamoio’ assinada em 14/09/1563 (se diz mesmo tamoio, não tamoios, pois na língua indígena não existe o plural e o uso do s.)

Quem pisa nas areias de Iperoig tem o privilégio de reviver histórias que estão ligadas diretamente a formação contextual de nosso país. Suas areias foram cúmplices da maior renda per capita do Brasil, quando Ubatuba ainda pertencia ao estado do Rio de Janeiro e abrigava o maior porto da época importando e exportando especiarias como cana-de-açucar, café, etc.

Em suas areias também pisaram personagens ilustres de nossa história como o alemão Hans Staden, que inspirou um longa-metragem; o santificado Padre José Anchieta que escreveu nas areias de Iperoig o poema “A Virgem” com 5 mil e tantos versos, eternizados em páginas de livro que contam sua história. O importante empreendedor Ciccilio Matarazzo, sendo até prefeito da terra que é a menina dos olhos do litoral norte paulista; construiu sua mansão ao lado da praia de Iperoig só para apreciar a vista paradisíaca. Até Prof. Thomaz Galhardo, criador da primeira cartilha de alfabetização do país não resistiu e construiu sua casa beirando a orla, hoje onde é a Câmara Municipal.

Coaquira, o chefe da tribo de Iperoig, já não está mais aqui, mas muitos depois dele fizeram suas pegadas nas areias. Hoje quem faz a história somos nós, turistas, moradores, amantes da beleza embriagante ou os que nela nascem, filhos que ‘cai e çara’. Conhecer Ubatuba é vivenciar experiências ímpares como acontece todo mês ás 18h, quando a lua cheia surge na baía proporcionando um marcante espetáculo, lembrando que a nossa história não pára. Mistérios ocorridos no céu, caravelas em alto mar, guerrilha e paz em terra, o que mais suas areias guardarão?

Localizada no centro da cidade, quando a tarde cai, as famílias e amigos dão vida à orla de Iperoig: tomam sorvetes, lêem livros nos bancos do jardim da praia, visitam a feira hippie, a praça dos Artistas Plásticos, assistem a missa da Matriz, conhecem o Sobradão do Porto, aproveitando para ver a exposição do mês e depois jantam em um dos bons restaurantes espalhados ao longo da avenida. Com o passar das horas, logo mais à noite, os jovens e boêmios vem substituir a tranquilidade pelo agito e é aí que tudo acontece. Os bares noturnos com música ao vivo (têm para todos os gostos), a moçada passando para lá e para cá, distribuindo juventude. E lá está a bela Iperoig, cúmplice da história que estamos construindo, eterna em nossas vivências de uma beleza que só os olhos podem perceber e a alma sentir.



Matéria Publicada na Ubatuba em Revista de Outubro #09

domingo, 18 de outubro de 2009

Museu Caiçara um lugar de lembranças e cultura



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Escrito por Julinho Mendes   para Ubatuba Em Revista

Sex, 16 de Outubro de 2009 13:51
O Museu Caiçara foi idealizado pelo jornalista paulistano Luiz Ernesto Kawall e pelo caiçara Praxedes Mário de Oliveira, em 1982 no sítio sapé, bairro Tenório/Itaguá. O acervo do museu preserva objetos do caiçara pescador e lavrador, tais como: utensílios domésticos, ferramentas, instrumentos, móveis, fotografias, brinquedos, pinturas primitivas, documentos e até peças da arquitetura antiga de Ubatuba (tijolos redondos, telhas de barros de fabricação escrava, batentes e janelas).
O Museu Caiçara já foi manchete de grandes jornais e revistas da Capital, como: O Estado de São Paulo, Jornal da Tarde, Diário Popular, O Globo, revista VISÃO. Na época, medindo 4m. por 6m., foi considerado o menor museu do mundo, pela revista SELEÇÕES.
Em 1994 foi transferido para uma área pública, junto às instalações do Projeto TAMAR, localizado na rua pescador Antonio Athanásio da Silva, 273 – B° do Itaguá, onde permanece até hoje.
Conhecer o museu caiçara é conhecer um pouco da história do povo dessas terras caiçaras é viajar no passado, é se deixar levar pelas lembranças e à nova geração é um meio de buscar a identidade e as raízes de seus antepassados.
Quer conhecer o pássaro símbolo de Ubatuba, quer conhecer um tacho de torrar farinha de mandioca, quer conhecer um fuso de moinho, quer conhecer uma gaiola de alçapão, quer conhecer um estandarte do Divino Espírito Santo, quer conhecer um engenho de madeira, quer conhecer uma pintura primitiva, quer conhecer Coaquira, quer conhecer? Visite o museu  caiçara.
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O Caiçapira de Ubatuba

Escrito por Heyttor Barsalini   
Sex, 16 de Outubro de 2009 13:52 - Fonte : Ubatuba Em Revista
Criador do termo CAIÇAPIRA, Luiz Ballio - ator, contador de histórias e causos, é um  artista brincante - e um incansável preservador da cultura caiçara.
Iniciou suas atividades teatrais em 2001, para tentar curar uma crônica timidez, Ballio conta hoje em seu currículo, com montagens de drama, cenas de cunho regionalista e comédia – já completamente despido da antiga timidez!
Um dia, ao ser visto interpretando uma cena, no evento “Pirão Geral”, foi convidado a ingressar no grupo O Guaruçá, onde estreitou seus laços estéticos com a arte caiçara.
Com o andamento desse trabalho, percebeu proximidades entre elementos da cultura Caiçara e da cultura Caipira. Deu-se conta de sua ligação, também, com a caipirice, já que seus avós maternos eram roceiros do bairro Bela Vista.
Criou, em 2007, os personagens Cumpadre Ballio (Caiçara) e Zé Hernales (Caipira), com os quais se apresenta em eventos importantes de Ubatuba, como a Caiçarada e a Festa de São Pedro Pescador e, principalmente, em escolas infantis, levando à platéia a riqueza artística de nossas raízes.
Em seu show para as crianças, procura falar de animais próprios da fauna local, adaptando fábulas (brasileiras ou não) a esses bichos, para que haja maior identificação do público com as histórias contadas.
A partir de sua pesquisa constante, percebeu que o Caiçara e o Caipira são como irmãos gêmeos, ou primos muito próximos, que moram vizinhos um do outro. É bem apropriada essa leitura, a julgar por exemplo, a concepção espacial que ambos têm, na construção de suas casas e se lembrarmos de fatos históricos que comprovam esse estreito contato, como a constante vinda da tropa de Cipriano, trazendo, do interior paulista, bois para o abate no antigo matadouro de Ubatuba.
Fatos, histórias e proximidades culturais que hoje estão expressas na arte do nosso CAIÇAPIRA.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CANOAS?


Muitas são as pessoas que vêm morar em Ubatuba, provenientes de tantas cidades do nosso Estado ou regiões mais distantes ainda. Trabalho ou motivos emocionais – já que estamos falando de um dos lugares de Natureza das mais apaixonantes do planeta – trazem os imigrantes ao convívio constante com a proximidade do mar.


Quem caminha pelo centro comercial da cidade, vendo as agências bancárias, os restaurantes e a boa quantidade de veículos motorizados que por aqui circulam não pode imaginar que Ubatuba, durante mais de 80 anos – entre 1870 e 1952 – ficou praticamente isolada da dinâmica da vida comercial do Brasil.

Ela que outrora fora um importante porto de comercialização de produtos entre nosso país e a Europa – produtos estes que passavam pelo Sobradão do Porto (atualmente, Fundart) – quando da criação do porto de Santos e da construção de estradas de ferro ligando o novo porto a cidades do interior paulista, perdeu sua marca de entreposto comercial.

A partir daí, Ubatuba foi ficando esquecida e isolada, para só ter retomado seu contato maior com o mundo exterior, depois da construção da Rodovia SP-125 (Oswaldo Cruz). Nesse período sem estradas, o único meio de transporte e acesso a outras localidades era a canoa. Esse artefato de origem indígena tão bem assimilado pelos seus descendentes, miscigenados com portugueses e negros, fora utilizado para transportar e negociar mercadorias produzidas aqui, no sertão ou tiradas do mar – banana, farinha de mandioca, peixe salgado, pé-de-moleque (que para o caiçara, não é feito com amendoim, mas com farinha e gengibre), pinga.

As canoas maiores eram chamadas de “canoas de voga” e muitas eram providas de “traquete”, uma espécie de pequena vela que ajudava no impulso da embarcação. Mas, em muitas situações, era nos remos conduzidos à força de muitos braços que as canoas atingiam seus destinos. É, portanto, com muita razão e bons motivos que o caiçara se orgulha e se emociona ao ver canoas de valor histórico, como a “Maria Comprida” (hoje patrimônio da Fundart) sendo preservadas e valorizadas.

Deixa o mundo ir, sem saber prá onde, com pressa. Ubatuba vai de canoa...



Escrito por Heyttor Barsalini - Foto: Ana Maria Pavaão
Matéria Publicada na Ubatuba em Revista Semanal #11

Uma bebida genuinamente Brasileira



Alambique Murykana -Paraty( imagem Ilustrativa)

Escrito por Claudia de Oliveira


A cana originou-se no sul da Ásia, mais foi no Brasil, que se descobriu a cachaça. Também já foi pinga e aguardente. Nas senzalas os negros mexiam o caldo-de-cana para fazer o melado, um dia cansados pararam de mexer, e caldo desandou. Esconderam o tacho, que no dia seguinte azedou e fermentou (virando álcool). Para disfarçar misturaram ao novo melado, e o álcool evaporou, já em forma de cachaça. As goteiras pingavam, e daí vem o nome de pinga, mas ao cair nas feridas dos negros ardia, e passaram então a chamar de aguardente.


Em dias difíceis perceberam que aquilo lhes deixam alegres e repetiam o processo. Isso aconteceu em meados do séc. XVI, naquela época o caldo de cana-de-açúcar era conhecido como Cagaça, com o passar do tempo a aguardente foi caindo nas graças do fazendeiro que desenvolveu o processo de destilação e passou a chamar a bebida de Cachaça. O paladar encorpado ganhou as mesas da corte e em pouco tempo tornou-se moeda corrente na compra de escravos na África.

Com o passar dos tempos foi esquecida e na “Semana de Arte Moderna”, 1922, com o modismo de resgatar a brasilidade que ela retorna as mesas mais requintadas do país, um sabor refinado e indiscutível que hoje ganhou terras internacionais e até espaço no Guiness Book, o sabor genuinamente brasileiro com o colecionador de 3.992 garrafas. Nas Minas Gerais e Pernambuco ela tem até dia para se comemorar, 21 de maio. Hoje faz parte dos paladares mais exigentes. Cachaçarias brindam por todo o globo, cidades incorporaram a sua cultura como a vizinha Paraty. Em Ubatuba também tivemos boas e famosas cachaças: pinga Iperoig, do Sr. Toledo Pizza, a Ubatubana, dos irmão Chieus e a Jacaré do Sr. Leovigildo Dias Vieira. Um brinde a nossa bebida Brasileira.



Matéria Publicada na Ubatuba em Revista Semanal #11

Paz de Iperoig?


Há muito tempo, um tempão, aqui mesmo nas terras de Iperoig (baia de tubarões) hoje chamada Ubatuba, aconteceu o primeiro Tratado da Paz da América Latina. Em todos os livros de história, está registrado como ‘A Paz de Iperoig’. Porém paz mesmo só quando os índios eram donos dessa terra. Sim, os índios foram os ‘primeiros moradores’ daqui, por isso todos os chamavam de tamoio.


Naquela época tudo era cantos e encantos, harmonia e felicidade, toda a natureza era rica em mata, fauna e flora, nem se ouvia falar da palavra extinção, doença muito menos. Isso era coisa dos pele vestida, uma gente que chegou aqui pelos mares em grandes naus, gente com uma pele branquinha igual às areias das praias. Eles chegaram aqui sem pedir licença, só trazendo enormes baús com presentes: espelhos, pentes, facas, roupas e outras curiosidades que usavam para presentear os índios que aqui moravam, os tupinambás. Faziam isso em troca da preciosa e cara madeira chamada de pau-brasil.


Sem saber o valor do que possuíam, os índios não se importavam na troca. Só que esta gente que vinha do país de Portugal, não se contentou só com as madeiras. Queriam também os animais e o ouro. Quiseram também a terra, quiseram também a gente que aqui morava. Foi então que invadiram, como se pudessem tomar posse de um lugar desprezando os qual ali já habitavam. E assim foi datada, como descoberta de um país, a data de uma invasão.


Colonizaram por todo o litoral brasileiro, plantaram a cana e construíram engenhos de açúcar, escravizaram o índio com seus filhos e mulheres. E enquanto isso, noticiava em Portugal, que os selvagens eram os índios.


Continua na próxima edição.
Matéria Publicada na Ubatuba em Revista Semanal #10

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ubatuba poderá ser grande potência turística





JORNAL A SEMANA NA REDE - Publicação Semanal - Edição 154- Ubatuba, 19 de Outubro de 2001




O extenso currículo profissional faz com que o secretário de Turismo de Parintins-Amazonas, Sérgio Luiz Abreu Carvalho, traga em sua bagagem uma larga experiência e competência nos seus feitos. A maior prova foi o desafio de transformar, no meio da Amazônia, a praticamente abandonada Parintins em potência turística, hoje conhecida nacional e internacionalmente por seu festival cultural, onde comemora-se um carnaval com características únicas valorizando a cultura particular da região atraindo, em seus três dias de festa, aproximadamente 80 mil pessoas por dia, quando os moradores aproveitam a visita dos turistas para encantá-los com sua receptividade provocando o retorno deste investimento durante todo o ano.


O secretário iniciou sua palestra com os sábios dizeres do presidente da Embratur mencionados acima e revelou que para o sucesso de um município não é preciso milagre mas, sim, muito cooperativismo de toda população e principalmente valorização de sua cultura, sua raiz, e claro, muito trabalho e apenas seguir as regras básicas que já estão escritas no Manual para o Desenvolvimento de Orientação do Turismo Sustentável OMT (Organização Mundial do Turismo). Ele disse que quando chegou em Parintins, “no meio do mato”, lugar de difícil acesso, primeiro observou as dificuldades. Encontrou grave problema com lixo, prostituição de menores, dois prefeitos anteriores que haviam sido presos, comerciantes em sua maioria sem o segundo grau completo, enfim, problemas numéricos, digo, muito maior do que o nosso.

Foi implantado o PNMT (Programa Nacional de Municipalização de Turismo) seguido por inúmeras campanhas que tinham como objetivo atuar como tratamento de choque popular. Para isso, foi necessário usar todos os veículos de comunicação. Quanto ao lixo, foram lançados jingles de conscientização que tocavam a cada poucos minutos nas principais rádios da cidade. Panfletos foram espalhados com os dizeres: “A volta do turista é você quem faz... Carinho neles”. O programa “Turismo nas ondas do rádio” também cooperou muito, pois era realizado com a participação da população que ligava ao vivo denunciando qualquer motivo de destrato por parte do comerciante, sejam altos valores, banheiro sujo, mal atendimento, enfim, todos ficavam sabendo e, imediatamente após a crítica construtiva, o proprietário se via na obrigação de mudar seus atos. Também foi lançado um selo de qualidade de higiene e atendimento ao turista. Para merecê-lo, o proprietário era obrigado a participar durante dois meses de aulas de turismo e seus benefícios. Este selo tem o prazo de validade de seis meses. Caso o comerciante não cumpra as regras básicas de bom atendimento, é obrigado a fazer novamente o curso. Paralelamente, todos os turistas são orientados a usufruir dos lugares que têm o selo. Com o problema da acomodação, pois em Parintins não há hotéis, foi lançado o projeto: Cama e Café, onde os proprietários de terrenos recebem um financiamento para construção de suítes padronizadas e servem o café, aproximando a relação de turista e morador. Para valorização da cultura artística local, foram construídas cinco ocas indígenas simples onde os artesão confeccionam suas peças, que, em tempos passados custava R$2,00, e com a valorização do mercado turístico passou a custar cerca de U$40 (quarenta dólares).

E assim seguiram-se tantos outros projetos, paralelamente acompanhados por oficinas de conscientização, profis-sionalização, etc. Para finalizar, hoje o lugar antes abandonado recebe inúmeros navios cruzeiros. Ou seja, para tudo se tem uma possível solução. Quando um proprietário de pousada local argumentou para o secretário e palestrante: “Sem aeroporto fica difícil!”, ele respondeu: “Não fica! Parintins está muito mais desfavorável.”

Ele disse que, ao observar nossa bela cidade de inigualável beleza natural, achou que tem muito lixo em lugares inaceitáveis, que a construção dos bairros está desordenada. Levantou que uma das questões mais graves é que cada um está puxando para um lado. Quando soube que está em projeto na Câmara Municipal a implantação do Conselho Municipal de Turismo, disse estarmos cometendo um erro fazendo detrás para frente, pois o Conselho é conseqüência e principalmente requer primeiro ouvir e sentir as necessidade de toda a população. Após, primeiramente a ação em direção ao turismo. “Ubatuba nunca teve de fato um planejamento turístico e isto é muito grave” e que se não tomar uma decisão emergencial, com certeza, ficará para trás em muito pouco tempo. E falou que, já que erramos tanto, agora fica muito mais fácil aplicar o correto, pois já tivemos tempo para aprender. E deixa aqui seu recado à população:

AS: Com toda a experiência que trouxe para Ubatuba, qual o recado que você tem para o nosso município?

SLAC:- O principal recado é que haja uma junção: juntem-se os adversários e os não adversários que desenvolvam com seriedade as políticas que buscam o desenvolvimento da comunidade e apliquem de forma honesta tudo aquilo que foi aprendizado dentro do processo em que a municipalidade foi inserida, isto é, aproveitem a oportunidade, ela é única; aproveitem o cenário favorável e principalmente deixem, esqueçam as coisas erradas do passado ou as pessoas que as fizeram, em prol do desenvolvimento de Ubatuba.

AS: O pouco tempo que você teve para conhecer e conversar com as pessoas em Ubatuba o que pôde perceber que seja emergencial em estar aplicando?

SLAC:- Primeiramente, a pasigüidade. Esquecer o imediatismo e passar a desenvolver turismo diretamente, junto e para a comunidade local. Acho que não existe outra forma de iniciar o desenvolvimento de forma harmônica num processo tão delicado, que é a economia de Ubatuba, através do turismo.

AS:- Então, Ubatuba tem solução?

SLAC:- Tem. Puxa vida, é inaceitável que a situação do município esteja sendo o entrave do progresso de uma cidade tão bonita como esta!

GM de Ubatuba é condecorado

JORNAL A SEMANA NA REDEUbatuba 17 de Outubro de 2003 Edição Nº 258 Ano IV


 

O Guarda Municipal Pinheiro foi condecorado com medalha de honra ao mérito concedido pela Associação dos Guardas Municipais do Estado de São Paulo.


O presidente Braga concedeu a medalha devido a este GM estar se dedicando as causas da Guarda Municipal no estado de São Paulo concedendo espaço no site www.gmubatuba.com.br para divulgação de notícias sobre Guardas Municipais, tais como ocorrências e outras informações referente a outras corporações.

Estiveram presentes, no último dia 10, na cidade de Araras, o Sub Comandante Cabral e os GM´s Pinheiro, Nerli e Ferretti representando esta corporação no dia Nacional do Guarda Municipal a ser comemorado todos dia 10 de outubro se tornando uma data especial para os membros da Guarda Municipal.

Uma liminar permite que as pessoas que vivem dentro do parque da Serra do Mar usem a terra para plantar

JORNAL A SEMANA  NA REDE - Publicação Semanal - Edição 93 - Ubatuba, 18 a 25 Agosto de 2000

Agora pode plantar no parque da Serra do Mar Na semana passada, a juíza de direito de Cunha, Dr.ª Rita de Cássia Dias Moreira de Almeida, concedeu uma liminar que autoriza plantações dentro do parque da Serra do Mar no município de Ubatuba.


A área em questão está dentro do município de Ubatuba, só que do outro lado da serra e para chegar lá as pessoas têm que ir a Cunha, pois só existe acesso por lá. É Ubatuba que não é Ubatuba.Veja abaixo a transcrição do documento, onde a MM. Juíza de Direito da Comarca de Cunha, Dr.ª Rita de Cássia, concede permissão para cultura agrícola em área pertencente ao Parque Estadual da Serra do Mar.

Ao 01 dia do mês de agosto de 2000 faço estes autos conclusos à MM. Juíza de Direito Dr.ª Rita de Cássia Dias Moreira de Almeida

Processo nº. 444/99


Vistos.

Não obstante a fundamentação do indeferimento do pedido de liminar (fls.27vº), entendo ter sido comprovado, após a colheita do prova oral, que o réu não vem praticando atos que possam comprometer o meio ambiente, vez que vinha ele, até então, lavrando a terra para cultivo como é feito há muitos anos em área já devastada. Destarte, sem adentrar no mérito da questão, defiro a liminar pleiteada para que o réu possa cultivar a terra única e exclusivamente na área já utilizada para sua atividade laborativa, sob pena de responder pelas sanções criminais impostas. Não pode o Poder Judiciário se omitir ante a situação grave que os trabalhadores rurais vêm enfrentando sem que possam utilizar o único meio de trabalho que conhecem em razão de ter sido a sua propriedade transformada em Parque Estadual, sem que houvesse algum ressarcimento por parte do Estado. Vale ressaltar que o meio ambiente é tema vital para sobrevivência da sociedade futura, contudo, o que se vislumbra nos autos é que a área não foi cultivada, nem sequer devastada há pouco tempo. O fato de simples cultivo também não demonstra comprometimento da fauna e flora da região. Assim, além de relevante o fundamento invocado, impossível ignorar que, que, sem a liminar, a medida resultará ineficaz, caso venha a ser concedida apenas pela sentença, porquanto os possíveis danos oriundos da paralisação da atividade rural pode realmente comprometer a sobrevivência da população do campo nesta região. Apesar de tal medida não ter caráter definitivo, não pode deixar de ser aplicada para discussão da pretensão do autor por estarem presentes os pressupostos da concessão de medida liminar, vale dizer, o fomus boni juris e o periculum in mora. Vale ressaltar ainda que a medida cautelar proposta não tem caráter satisfativo em razão de que deve haver ainda discussão a respeito da possibilidade de autorização permanente ou de ressarcimento por parte do órgão governamental.

Assim, com fundamento no artigo 804 do Código de Processo Civil, defiro a liminar nos moldes pleiteados. Expeça-se o competente mandado para autorização do réu lavrar a terra nos moldes retro mencionado até ulterior decisão definitiva.

Considerando-se tratar de questão que envolve o meio ambiente, manifeste-se o Ministério Público se possui interesse em autuar no feito.

Int.
Cunha, 10 de agosto de 2.000
Rita de Cássia Dias Moreira de Almeida
Juíza de Direito

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Primitivismo, a arte da lembrança


cenário, uma vez era o largo da Igreja Matriz, com suas casas e construções coloniais em que se destacava o hotel Felipe e o Ubatuba Hotel de dona Idalina Graça. Outra vez era o largo do Sobradão do Porto, de onde se deslumbra a barra do rio Grande e o prédio do colégio Dr. Esteves da Silva, e sempre, aos fundos a imagem esplendorosa e única do pico do Corcovado, onde o sol se põe.


Aconteciam ali as festas folclóricas que se estendiam durante o ano; era a religiosidade da festa do Divino, Folias de Reis, as Congadas, o difícil e belo bailar da Dança das Fitas e a alegre e espalhafatosa dança do Bumba-meu-boi; festividades estas que sempre eram acompanhadas pelos maravilhosos músicos e trovadores da cidade, que com suas admiráveis rabecas, violas, caixas e pandeiros, faziam a alegria do povo caiçara e turistas.

Um menino não perdia nenhum detalhe e ficava maravilhado com toda beleza daquelas festas, das quais, como se fossem cica de banana, nunca mais saíram de sua memória.

O menino era João, João Teixeira Leite, caiçara nato, filho de caiçaras. Já tinha o dom para as artes, e até então confeccionava amuletos de madeira, máscaras de papelão moldada em argila, efígies e totens. Daí por diante João passou a pintar quadros. Com madeira e saco de trigo confeccionava suas próprias telas, onde passou a retratar aquelas belíssimas construções antigas de Ubatuba, que ainda hoje algumas resistem ao tempo; também passou a retrata aquelas festas e danças. Assim então, sem que ele soubesse, ou até que de repente, nasceu a pintura primitiva de João Teixeira Leite, que toma como modelo à forma ingênua, retratando o sentimento da arte e pela arte do povo antigo. É um trabalho que merece muita atenção, pois preserva a memória cultural e histórica de nossa cidade.

Usando óleo ou esmalte, com combinação de cores fortes e vivas, suas obras fizeram-se presente em exposições por diversas cidades brasileiras, e já ultrapassaram as fronteiras do país, adquiridas por turistas e colecionadores de todo o mundo.

Com o intuito de também preservar a cultura e a história de nosso povo e de nossa cidade e de mostrar aos mais jovens a importância do que foi e do que é as construções antigas e as festas folclóricas e mostrar os valores de nossa cidade, escrevo essas linhas em homenagem a João Teixeira Leite. Viva sua arte !
 
FONTE :  Ubatuba em Revista
Por Julinho Mendes
 

DA OCARA AO BANCO DE PRAÇA


Uma cena comum entre os habitantes de Ubatuba é a de perceber índios da Aldeia Boa Vista circulando pelo centro comercial da cidade, entre supermercados, lojas e sacolas. Quem anda pelo calçadão e se vê diante dessa cena cotidiana, pode fazer um exercício de distanciamento histórico e cultural e pensar sobre como é imperativa a dinâmica constante da vida.


Exatamente onde, há menos de quatro séculos, talvez vivessem os ancestrais dos índios locais, em suas ocas e ocaras (espécie de praça central da tribo); onde faziam suas festas, comiam o produto da caça, pesca, colheita e pedaços moqueados dos inimigos; onde se sentavam para contar e ouvir histórias tão importantes para a preservação de seus elementos culturais, hoje sentam-se para descansar, em meio a sacos de papel e sacolas plásticas, os índios e índias que vêm ao centro da cidade, depois de terem “caçado e colhido” seus alimentos nos mercados modernizados e antes de pegarem um ônibus pra voltarem à Aldeia.

Podemos ter a impressão de que estão à margem, tanto da sociedade “caraíba”, quanto de sua própria cultura ancestral.

Por certo, não vivem tão tranquilos e senhores absolutos do espaço, como antes. Por certo têm problemas de ajuste e adaptação de valores próprios, frente às armadilhas consumistas que, suicidamente, desenvolvemos. Por certo, caem nas garras da sedução branca (religiosa, etílica e pecadora). E por tudo isso lhes devemos desculpas históricas e temos a obrigação de fazer o “mea culpa” (em latim para ficar mais jesuítico!).

Porém, sabemos do trabalho de preservação cultural que é feito por eles próprios, dentro da Aldeia Boa Vista e de sua importância frente às velozes descaracterizações culturais contemporâneas. E torcemos para que continuem ativos, esses preservadores dos valores indígenas.

As mudanças são imperativas e é impossível viver à margem delas. Porém, se saber quem é e de onde se vem é fundamental para escolher para onde se vai.

Escrito por Heyttor Barsalini

FONTE :  ubatuba em revista

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Da Motta: fusão da escultura com a pintura




De camisa azul, Da Motta (Artista Plástico) recebe uma homenagem da Associação Comercial de Ubatuba

Por Celso Teixeira Leite


“Saúde e paz” são as primeiras palavras ao cumprimentar amigos e conhecidos. Transmite uma tranqüilidade de quem já esteve em muitos lugares desta vida e, aos 75 anos, diz que estas são duas palavras fortes que resumem tudo o que o homem precisa. José Vicente Doria da Motta Macedo, casado com Izabel e pai de Sergio, Antonio Augusto, Lavinia, Daniel, Maria Lucia e Paulo, com 20 netos e 14 bisnetos é um artista plástico que conseguiu fundir a vocação de escultor com a de pintor resultando em obras de arte que ganharam projeção internacional. De sua oficina no Perequê-Açu, freqüentada por rolinhas que não se intimidam com a presença de estranhos e permanecem ciscando, são produzidas pinturas no entalhe encomendadas por clientes de todo o Brasil e do exterior.


Chegou em Ubatuba em 1967, teve uma convivência muito estreita com a escritora Idalina Graça, de quem foi hóspede, sua mãe espiritual e avó de seus filhos. “Provocou em mim uma evolução mental permitindo o encontro comigo mesmo”, diz

Freqüentou curso com Collete Pujol, pintora de grande prestígio premiada pela Associação Paulista de Belas Artes e recebeu convite do prefeito Ciccilo Matarazzo para montar o museu pedagógico de Ubatuba. Define-se como um neo-acadêmico, mais folclorista do que religioso. As estátuas de santos estão espalhadas pelas igrejas da Ilha Anchieta (Bom Jesus), São Francisco (Ipiranguinha), São Pedro Pescador (Matriz), Santa Isabel (Ubatumirim). Sua produção é eclética e não tem idéia do número de entalhes e esculturas que já entregou, pois atende encomendas que vão desde paisagens simples da vida caiçara até santos chineses. Marca presença em Ubatuba há mais de 43 anos com sua arte exportada para Rússia, Alemanha, Itália, Canadá, Estados Unidos e Argentina, além de muitas regiões do Brasil. Defende a manutenção da nossa história e a preservação das origens na roça e não só do centro da cidade. Sua avaliação do mundo:

“Nasci católico, freqüentei umbanda e cultos evangélicos, agora sou um terráqueo. Aprendi a conhecer o ser humano, resume Da Motta.

domingo, 27 de setembro de 2009

ESPECIAL : LIVRO " Ubatuba, espaço, memória e cultura "

4. CASA DA FARINHA – FAZENDA PICINGUABA


Localização


A Casa da Farinha e Fazenda Picinguaba estão localizadas no extremo norte do município de Ubatuba, na altura do km 12 da rodovia Rio – Santos, BR 101, próximo à entrada do Núcleo Picinguaba a uns 37 km do centro urbano da cidade, com placa a esquerda de localização do local.
Horário de funcionamento
Por se tratar de um atrativo do patrimônio cultural a “céu aberto” numa integração perfeita com a natureza local, pode ser visitado a qualquer hora do dia.
A história que antecede a própria história da Casa da Farinha, na Fazenda da Picinguaba, hoje o Núcleo Picinguaba é bem curiosa e muito interessante. Antes mesmo deste atrativo que faz parte da cultura histórica do município e sua comunidade local ter a grande importância para o desenvolvimento desta e se transformar no futuro em um marco histórico, representou a conquista de trabalhadores da região.
Localizada especificamente em uma fazenda, a “Fazenda Picinguaba”, hoje dentro do Parque Estadual da Serra do Mar, área esta de preservação ambiental22, antes mesmo de se chamar Casa da Farinha, era um engenho de cana-de-açúcar e moinho de fubá.
Esta fazenda que passou de mão em mão, de herdeiro a herdeiro, inicialmente, no ano de 1843, era de propriedade do Sr. Manoel da Silva Alves, deixado para sua esposa então herdeira direta, após a sua morte. Dona Maria Alves de Paiva com o seu falecimento deixa como herança ao sobrinho José Cardoso de Paiva que no ano seguinte vende ao então Capitão Firmino Joaquim Ferreira de Veiga. Este por sua vez construiu no local o engenho de cana-de-açúcar e moinho de fubá.
A idéia inicial do Capitão Firmino era interessante. Ele queria povoar a localidade e sua fazenda com famílias de imigrantes italianos formando assim uma colônia com 45 famílias. Mas, com o passar dos anos a maioria destas famílias foram embora, ficando alguns descendentes de italianos no que hoje se tornou o Núcleo Picinguaba23.
Com a hipoteca da Fazenda ao Banco do Brasil e da República do Brasil, cedida em seguida ao Banco Hipotecário do Brasil, o Capitão Firmino deixa de ser proprietário e com isso o moinho de fubá e o engenho foram desativados. Em ruínas restaram duas pedras originais e a roda d’água de ferro; e do engenho o moedor de cana-de-açúcar, a caldeira e o eixo, peças estas importadas da Inglaterra.
Pedro Ozório e Eduardo Delaporte são os novos proprietários no ano de 1907. Estes compram do Banco a fazenda hipotecada, mas por não conseguirem pagar, logo volta ao mesmo Banco Hipotecário do Brasil que em sociedade com a A.S.CIA. Agropecuária, no ano de 1928, colocam entre outros imóveis como Capital Social da Firma a Fazenda Picinguaba.


No ano de 1950, já em posse e propriedade do Senhor Saint Clair Bustamante e Silva, este manda construir a 1 km do local do engenho a Casa da Farinha, aproveitando-se do que restou do antigo engenho. Contratou os serviços do Sr. Werneck de Araújo da Cidade de Parati, um profissional da madeira,para a construção de uma roda d’ água substituindo a anterior roda de ferro que havia sido roubada. Infelizmente, após um ano na fabricação de farinha, como um estigma da fazenda, o antigo engenho e agora Casa da Farinha é abandonado. Mesmo assim a farinha continua sendo produzida na região e nas suas proximidades em casas rústicas de famílias dos pequenos produtores e de forma artesanal.
Mais uma vez a Fazenda Picinguaba é penhorada à Caixa Econômica Estadual do Estado de São Paulo pelo proprietário o Senhor Saint Clair em uma tentativa de obter recursos e assim investir nas terras, mas não fazendo bom uso do investimento, Saint Clair abandona a região e vai embora.
A Caixa Estadual, por sua vez, levou para o local, famílias e logo em seguida, a fazenda foi doada à Marinha que faria do local uma Escola Naval na Praia da Fazenda, mas pelo fato de suas águas serem rasas, não permitindo manobras das embarcações de grande porte, este projeto também não foi realizado, e voltou à Caixa do Estado, sendo desapropriada.
Mas graças a esta desapropriação, o Governo do Estado de São Paulo transforma toda esta área de 310.000 hectares, no Parque Estadual da Serra do Mar, o que veio a ser o Núcleo Picinguaba. Em uma gestão de dois anos seguidos, consegue-se que a Casa da Farinha ocupe uma faixa de 30.000 hectares dentro do perímetro do Parque. Então, hoje a Fazenda e mais cinco praias são protegidas estando abrigadas dentro de uma área de preservação ambiental.


Parece até que toda esta história narrada a respeito da área que inclui a Fazenda Picinguaba, desde o primeiro proprietário e os subseqüentes herdeiros, a intenção de colonização das famílias, da idéia do Engenho, do Moinho e da Casa da Farinha não frutificou em função dos interesses particulares de seus precursores, fortalecendo hoje a idéia de proteção e preservação das matas, rios e praias da região norte que é o forte de Ubatuba, tornando-as famosas pela sua natureza e não pela intervenção e expropriação da mesma.


5. AQUÁRIO DE UBATUBA

Localização

O Aquário de Ubatuba está localizado próximo à região central de Ubatuba, na Rua Guarani, 859, no bairro do Itaguá, na cabeceira da ponte sobre o rio da Barra da Lagoa de quem vem do Itaguá sentido centro.
Horário de funcionamento:
De quinta a terça-feira, das 10 às 22h - Fechando as quartas-feiras para manutenção. No verão e nas férias de Julho, costuma-se abrir todos os dias.
Nem as mais de oitenta praias e ilhas de Ubatuba, apesar do maravilhoso visual que suas águas cristalinas e rica fauna marinha, podem proporcionar aos nossos olhos um espetáculo como o do Aquário de Ubatuba, inclusive àquelas pessoas inexperientes e sem condições da pratica de mergulho ou por ter receio do mar, a oportunidade de ver bem de perto tantas maravilhas exóticas do fundo do mar. Para isso, o Aquário, com toda sua infra - estrutura e qualidade de um empreendimento privado, oferece aos visitantes e turistas, como à toda família, estudantes e curiosos a oportunidade de conhecer de perto o mundo fantástico e complexo da vida marinha.
Entre tantos animais exóticos e coloridos da fauna marinha local, o Aquário de Ubatuba traz para nosso conhecimento animais da fauna marinha dos mares. Este atrativo artificialmente construído tem como objetivo educar e conscientizar a população acerca da riqueza marinha e assim poder promover o turismo de preservação. O Aquário de Ubatuba possui exemplares exóticos da fauna que são adquiridos e importados legalmente junto ao IBAMA. Por esta razão, o Aquário não possui nenhum animal ameaçado de extinção, como as tartarugas marinhas e corais que recriam o habitat do fundo do mar. Animais como espécies típicas de recifes e corais, graciosos cavalos marinhos, moréias, o peixe morcego, o peixe leão, o tubarão lixa e até um tubarão leopardo do Oceano Pacífico fazem parte desta riquíssima coleção. Além claro dos animais das proximidades, das nossas praias como: garoupas, baiacus, lagostas, budiões; entre outros, pequenos como os límulos, verdadeiros fósseis vivos, parentes dos escorpiões e aranhas.


Estes animais de diversos tipos, tamanhos e formas somam mais de 70 espécies, entre os quais se encontram diferentes tipos de peixes, invertebrados, répteis e anfíbios. Eles são adequadamente mantidos em tanques onde os especialistas procuraram transportar do fundo oceânico todas as condições necessárias para a sobrevivência das espécies em cativeiro, proporcionando a aparência natural dos lugares submarinhos. São 15 tanques, sendo que um deles tem 80.000 litros, este é considerado o maior tanque costeiro de águas marinhas do país. Este tanque principal costuma ser freqüentemente mantido com o fim de garantir a alimentação dos peixes, nele um mergulhador pode brincar com as espécies como uma moréia e um tubarão, proporcionando ao visitante um espetáculo: lúdico, gracioso e didático.


O Aquário de Ubatuba proporciona ainda um contato direto com alguns animais da vida marinha como o ouriço, pepinos e estrelas do mar, uma diversidade de invertebrados marinhos que ficam em um tanque de fácil acesso e manuseio sendo uma das grandes atrações para crianças e estudantes em geral. Todo o percurso dentro do espaço ocupado pelas instalações do Aquário é bem diversificado. Antes mesmo de o visitante passar por estes tanques que proporcionam a proximidade com as espécies animais, os que ali chegam podem observar vários tanques, grandes aquários das mais diversificadas vidas marinhas e do ecossistema como: do mangue, uma representação do costão rochoso, o fundo arenoso, o recife de coral e os ambientes de água doce. Vários painéis luminosos completam os caminhos dentro do Aquário com explicações importantes do funcionamento do ecossistema.


O interessante do Aquário de Ubatuba é a sua diversificação e o interesse em mostrar outros tipos de animais não tão comuns da região. Por exemplo, o pingüinário, onde os visitantes ou turistas que imaginavam ver de perto um pingüim somente em ecossistemas frios, matam sua curiosidade observando os pingüins-de-Magalhães. Outro espaço reservado é do lado de fora, onde se recria o ambiente de um pequeno lago com uma espécie do jacaré, algumas tartarugas de água doce e jabotis; um tanque com piranhas e um terral com iguanas. Para completar este panorama da vida do mar, existe o Museu do Mar que contém 500 tipos variados de conchas do mundo inteiro.


O Aquário ainda possui em sua infra - estrutura uma aconchegante lanchonete, banheiros, um auditório com ar-condicionado para sessenta pessoas e também uma lojinha de souvenirs com variados produtos que levam a marca do aquário, logotipo cuja imagem é a de um meio tubarão e um meio golfinho.
É importante ressaltar a preocupação do Aquário de Ubatuba e de seus idealizadores, os senhores Hugo Gallo e Eduardo Eadwanski, oceanógrafos , em fazer deste lugar um atrativo turístico que eduque a população sobre as riquezas do mar e a sua preservação. Para eles, acima de tudo, está a conscientização ambiental. Estimular por meio da educação ambiental e pesquisa programas que visem a conservação deste patrimônio natural dos cidadãos ubatubenses. Com isso o espaço do Aquário disponibiliza salas de projeção para a divulgação de trabalhos na área de pesquisa e conservação marinha. Assim, preocupados em educar e mostrar a importância do controle do equilíbrio ambiental, juntamente com o Projeto TAMAR-IBAMA, o Aquário de Ubatuba lança campanhas como a remoção do lixo nas praias e do mar com mutirões envolvendo alunos de escolas na coleta e limpeza das mesmas. O Aquário oferece também estágios não-remunerados para estudantes universitários que desejam abraçar a vocação do mar.


O Aquário de Ubatuba foi fundado em Janeiro de 1996, sendo considerado nos dias atuais, como um dos atrativos turístico da região mais visitado, recebendo excursões de cidades vizinhas e de outras muito distantes do território nacional. Começou num espaço menor, com poucos exemplares da espécie marinha e com o passar do tempo foi adquiriu mais espaço, ampliando suas instalações. Outros tipos de atrações da biodiversidade de diversos ecossistemas da região costumam aparecer como novidade do acervo e fazer parte desta seleta variedade de animais.
Desde sua fundação mais de 70.000 alunos, estudantes de diversos níveis educacionais visitaram o local. As turmas são recebidas por monitores especializados, que durante o percurso ,acompanham e explicam dando informações interessantes e curiosas, de grande importância, provenientes da biologia e da ecologia dos ecossistemas. O projeto é inteiramente particular, sendo assim o Aquário sobrevive das entradas de seus visitantes, com tarifas especiais aos grupos e escolas que incluem a visita como parte de suas atividades curriculares e extracurriculares.


6. PROJETO TAMAR


Localização


Rua Antônio Atanásio, 273, Jardim Paula Nobre, bairro do Itaguá – próximo da região central de Ubatuba.

Horário de Visitação

Diariamente das 10 às 12 h e das 14 às 18 h.
As tartarugas marinhas eram uma espécie ameaçada de extinção, desaparecendo rapidamente por causa da captura em atividades de pesca, da matança das fêmeas e da coleta de ovos na praia.
Até mesmo os pescadores ,por falta de informação, matavam as tartarugas para comer sua carne, os ovos e vender o casco. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), em 1980, criou o Projeto TAMAR com o fim de salvar e proteger as tartarugas marinhas do Brasil. Pesquisadores empenhados em tal propósito levaram 2 anos percorrendo o litoral brasileiro para a identificação das espécies, locais de desova, períodos de reprodução e os principais problemas relativos à exploração da espécie.
O Projeto TAMAR é hoje em dia um sucesso em favor da preservação do meio ambiente entre a população caiçara de Ubatuba. As tartarugas marinhas são animais pré – históricos, viajantes por natureza, com um ciclo de vida muito longo, mas estão ameaçadas de extinção, por esta razão o Projeto TAMAR se destaca como uma iniciativa importante de interação com a natureza. Um atrativo cultural cujas instalações podem ser visitadas para conhecer esses ancestrais da espécie marinha, protegidos por uma iniciativa que envolve toda a comunidade de Ubatuba.


Este Projeto hoje está ligado institucionalmente ao IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente
O surgimento de Ubatuba como ponto turístico de relevância no litoral Norte do Estado foi por volta da década de sessenta, segundo o historiador Paulo Camilher Florençano. Até fins da década de setenta, não existia no Brasil consciência a respeito das áreas de conservação natural.
A partir de 1991, o Projeto TAMAR desenvolve em Ubatuba, um programa de educação ambiental, pesquisa científica e ações comunitárias. Conta com a ajuda voluntária de pescadores que já salvaram e catalogaram mais de 2.500 tartarugas.

No aquário abastecido com água do mar do Projeto Tamar vivem tartarugas de 4 espécies:


1. Careta – careta (Tartaruga Cabeçuda)
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Chelonia – mydas (Tartaruga Verde)
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Eumochelys - imbricata (Tartaruga de Pente)
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Lepidochelys - olivacea (Tartaruga Oliva)


A Tartaruga Cabeçuda tem justamente a cabeça proporcionalmente maior que a das outras espécies. É a que faz maior número de desovas no litoral. Também é conhecida pelo nome de Tartaruga Mestiça, tem o dorso marrom e o ventre amarelado, seu casco mede aproximadamente um metro de comprimento e pesa cerca de 150 Kg ainda que alguns exemplares cheguem a 250 kg. A Cabeçuda se alimenta de peixes, camarões, caramujos, esponjas e algas. Possui poderosas mandíbulas com as quais tritura conchas e carapaças de moluscos e crustáceos.
A Tartaruga Verde alimenta-se exclusivamente de algas depois do primeiro ano de vida. Também é chamada de Aruanã, tem o casco castanho esverdeado ou acinzentado chegando a medir cerca de 1,20 m de comprimento. Pesa em média 250 kg., podendo atingir 350. No estado juvenil pode ser vista com facilidade ao longo de todo o litoral brasileiro.
A Tartaruga de Pente também chamada de Verdadeira ou Legítima é considerada a mais bonita das espécies marinhas. Tem a carapaça formada por escamas de cor marrom e amarelo sobrepostas como telhas. A boca parece com o bico de um gavião e o casco pode medir até um metro de comprimento chegar a pesar 150 k. Leva o nome de Pente porque era caçada para que seu casco fosse usado na fabricação de pentes, jóias e armações de óculos. Por esse motivo é uma das espécies mais ameaçadas de extinção. Esta tartaruga alimenta-se de pequenos habitantes dos corais e esponjas.
A Tartaruga Oliva é a menor de todas as tartarugas marinhas, medindo cerca de 60 cm e pesando em torno de 65 k. Sua caparaça é de cor cinza esverdeada, daí o nome de oliva. Alimenta-se de peixes, moluscos, crustáceos, principalmente camarões e plantas aquáticas.
A espécie verde é a mais abundante na região litoral de Ubatuba. Na base do Projeto TAMAR podem ser vistas todas estas espécies, também no seu interior há um museu com peças naturais e uma biblioteca para os interessados nestes assuntos. Os dados acima citados foram extraídos da Revista TAMAR, n° 3 de 1999, Fundação Pró – TAMAR. Criação e Editoração Eletrônica, Praia do Forte, Mata São João, Bahia – Brasil.
Ubatuba é, segundo a Revista Tamar, uma das mais importantes bases de pesquisa e conservação que o Projeto Tamar – Ibama mantém no Brasil. A base do Projeto é um dos principais atrativos de Ubatuba, e ocupa uma área de 3.600 m2, cedida pela Prefeitura Municipal no bairro de Itaguá, região central do Município. O Projeto possui uma ampla infra-estrutura de apoio: alojamento, administração, unidades de reabilitação de tartarugas, centros de visita com 4 aquários e 4 tanques de exposição; 2 terrários com tartarugas terrestres e de água doce; mostruário de réplicas, peças biológicas e painéis educativos; oficinas, biblioteca, auditório, lanchonete e loja que oferece os produtos da linha Tamar, artesanato produzido pelos índios Guarani da Aldeia Boa Vista.
O Museu Caiçara também faz parte do Projeto com cerca de 200 peças no seu acervo. Para operar com toda essa infra-estrutura física e de ações, o Projeto Tamar conta com cerca de 60 pescadores-colaboradores e uma equipe de 35 pessoas, a maioria pertencente à comunidade, incluindo a equipe técnica: veterinários biólogos e oceanógrafos, estagiários e também voluntários.
O Projeto TAMAR é reconhecido na cidade de Ubatuba pelo seu propósito de educação ambiental e integração comunitária. O dano ambiental e a pesca predatória eram a maior ameaça à sobrevivência das tartarugas marinhas, neste sentido, o Projeto TAMAR começou a desenvolver ações concretas junto às comunidades caiçaras de Ubatuba para encontrar novas fontes de renda em substituição a caça, a alimentação e a comercialização das tartarugas por parte dos pescadores, assim houve a conscientização da população baseada no princípio participativo da comunidade. O ideal ético que mediava este projeto, salvar e proteger as espécies , teve em troca, a criação de novas alternativas de subsistência apoiando a preservação da cultura popular24. Além de contratar pescadores, o Projeto TAMAR e o IBAMA desenvolveram junto às comunidades projetos sociais como auxílio a creches e hortas comunitárias, ações de saúde, biblioteca, apoio em telecomunicações e outros como fontes alternativas de renda, confecções, artesanato, programas de ecoturismo e varias atividades de educação ambiental. As comunidades caiçaras são instruídas a respeito da preservação do meio ambiente através de palestras, cursos, vídeos e apoio em festas regionais. Boa parte dos recursos são angariados pela venda de produtos como camisetas, chaveiros, adesivos, bonés da linha TAMAR.
O potencial deste atrativo selecionado é abrangente e efetivo, segundo depoimento dos próprios moradores de Ubatuba, pois envolve o natural, o histórico e o cultural, promovendo o turismo na sua variante de Ecoturismo.
PRÓXIMA ATUALIZAÇÃO 15 DE OUTUBRO:

Vamos falar sobre a FUNDART , o Corcovado  e apresentar a 1 ª parte do O dia a dia de Ubatuba, do nascer ao por do Sol

O Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura " , foi escrito por Juan Drouguet e Jorge Otavio Fonseca, lançado em 2005, o livro encontra -se na Biblioteca Municipal de Ubatuba , Praça 13 de Maio,52 - centro - Ubatuba-SP 

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FOLIA DE REIS EM UBATUBA

CRENÇAS




FOLIA DOS REIS

"Folia de Reis ou de Santos Reis, manifestação folclórica de cunho religioso introduzido no Brasil através da colonização portuguesa. Essa manifestação em Portugal no século XVII tinha como finalidade o divertimento do povo. Ao chegar no Brasil no século XVIII a Folia de Reis passou a ter um sentimento mais religioso do que profano".



FOLIA DE REIS EM UBATUBA

1. Em Ubatuba existe Folia de Reis que teimosamente caminha com dificuldades, mas está aí a cantarolar versos exaltando o Deus Menino. As Folias de Reis ou de Santos Reis em Ubatuba são diferentes das folias do Vale do Paraíba.



2. No litoral, especificamente em Ubatuba, o toque de folia, seu canto, sua composição, se diferencia do interior do Estado. Até mesmo dentro do próprio município existem diferenças no modo de se cantar e tocar. As folias da praia Vermelha do Norte até a praia do Camburi se apresentam com apenas duas vozes, ou seja, primeira e segunda, mais o tripe ou tipe. No instrumental apenas duas violas.

1. No bairro do Perequê-Açú a folia é cantada pelo senhor Octávio, no estilo paratiano, composta de viola, cavaquinho, triângulo e na parte vocal, uma primeira voz e um falsete (quinta acima).

No centro urbano ainda encontramos resquícios de uma famosa Folia de Reis do senhor Manoel Barbosa (Mané Barbeiro). Alguns remanescentes do grupo ainda relutam para manter a música e a orquestração, como é chamada por eles.

Existe ainda no centro urbano o Grupo de Folia de Reis da Dona Ophélia que é composto basicamente por mulheres caiçaras. Um fato inédito, pois a Folia de Reis é manifestação folclórica realizada por homens.

No sul do município temos no Sertão da Quina o Grupo de Folia de Reis do Zéca Pedro e seus familiares. Esse grupo é bem parecido com os grupos do lado norte da cidade. Na Maranduba existe hoje um grupo que é uma mistura de dois estilos, o caiçara e o mineiro. Na parte instrumental tem violões, cavaquinho, timba, pandeiro e chocalhos.

Santos Reis vai despedindo

Deixando muita saudade.

Vai deixando muita benção

Pro povo desta cidade.

Versos de Pedro Dovina e Graciano Bernardo

FONTE


Sidnei Martins Lemes