terça-feira, 28 de dezembro de 2021

ÁGUAS SAGRADAS ....Parte 3

 

Boias de mexilhão na Prainha - Arquivo JRS

        Nesta última parte, o Roberto Ferrero, descendente de duas  guerreiras caiçaras por nomes de Judith, relaciona as saúvas à nossa história de exploração, de negação cultural, de destruição ambiental pelas décadas, desde a chegada de um modelo de turismo no nosso lugar. O que permaneceu, mesmo em pequenas porções, ilhas aqui, ali e acolá, é o que vai se constituindo em resistência. Valeu, irmão!

CANOAS EM VERSOS........

 

Canoas sobre a Canoa - Arquivo JRS

Professor Joaquim Lauro veio de Lorena;
aqui se admirou das canoas, das belas canoas.
Pensou numa prova, no dia da santa,
da Nossa Senhora das Dores.
A comunidade e o povo aprovou.
Era o ano de 1957.
"Cônsul de Lorena": assim ele ficou.

ASTROGILDA GARCIA, EX..TELEGRAFISTA UBATUBENSE .ANOS 60

 

Astrogilda Garcia, avó do Celso, mãe da Bady, minha sogra (Maria de Lourdes Teixeira).
Aposentada dos CORREIOS como telegrafista, na década de 60, em Ubatuba.

domingo, 26 de dezembro de 2021

AS AGUAS SAGRADAS.. Parte 2

 

Na parte anterior,  a  comunidade  caiçara  decidiu algumas coisas para amenizar a crise com o Rio do Destacamento, mas...continua aí, Roberto.


       Mas é claro que tais medidas, apesar de obedecidas, não agradaram  a todos. Os mais festeiros se reuniram na casa do Sabá, para tentar  colocar fim a essa eterna quaresma. Mané Vermelho levou a rabeca  enrolada num pano, porque as pessoas já estavam esquecendo  como que era uma rabeca e uma semana antes quase teve briga  depois da missa por não chegarem a um entendimento se o instrumento tinha 3 ou 4 cordas.


MINHA PRIMEIRA ENTREVISTA......

 

Rubens gravando no campo - Arquivo  Ubatuba

    Assim que eu entrei no ginásio (Capitão Deolindo - 1973 - Ubatuba), me deparei com uma novidade: o Campeonato de Futebol Dente de Leite. Sob o comando de alguns desportistas veteranos, juntamente com o repórter Rubens Salles, os adolescentes se constituíam em times para treinar e competir. Alguns dos meus colegas (Abílio, Milton, Zé Roberto, Alex, Luís do Prado, Teide, Marinho e tantos outros) se dedicaram e ficaram conhecidos graças a isso. 

COMPANHIA DE REIS " CANTAMAR" SE APRESENTARÁ HOJE NA PRAÇA DA MATRIZ....

 



Olá pessoal.
A Cia de Reis "Cantamar" fará duas apresentações hoje. A primeira no Papo Caiçara as 18:30 (pelo Facebook) e depois na praça da Matriz as 21h.
Prestigiem!

Texto   e fotos   Júlio Cesar Mendes  via facebook...




sábado, 25 de dezembro de 2021

O boisinho de conhas, meu presente de Natal....

 



E dentre outras, quando se cria um elemento folclórico, um símbolo de identidade de uma cidade, um personagem, um elemento da natureza,... Se cria também a op7ortunidade de desenvolvimento artístico, cultural, sócio econômico, turístico. 

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

ECHO UBATUBENSE , EDIÇÃO 34 , DE 30 DE MAIO DE 1897

 





Nascia em Ubatuba SP  em 1896  o  primeiro jornal  impresso  e distribuído em nossa  cidade, o ECHO UBATUBENSE, edição  semanal , o qual teve infelizmente curta duração  , durou apenas 01  ano, mas marcou a história jornalística de  nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog  UBATUBENSE  , na verdade são cópias das  edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse  material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue   em 4 paginas  a edição  34,  de 30 de Maio  de  1897..


RÁDIO BEIRA MAR .......HISTÓRIA

 

Quem gosta de rádio em especial FM, estando em Ubatuba, já deve ter sintonizado seu “dial” em 101.5 FM e ouvido o Slogan: “Beira Mar, aqui é bem melhor!”. A rádio completou 30 anos de sua criação, sendo a primeira e única emissora FM da cidade, e portanto, a Beira Mar faz parte da história de Ubatuba.

Ele contou, como de maneira genuína movido pela paixão pela cidade, construiu o perfil sobre Ubatuba, o site e o aplicativo, com muita documentação sobre as atrações, praias e história da cidade. A condução da entrevista foi muito bem feita pelos apresentadores, Rogerio Assis e Fred Fortunato. O vídeo acima, traz o Podcast da entrevista, editado, e no decorrer do bate-papo, aproveitamos para ver fotos e vídeos de nossa querida Ubatuba.

Também é possível ouvir remotamente AO VIVO, a rádio, através do site www.radiobeiramar.com.br ou do app/site do TuneIn, buscando pela rádio no campo de pesquisa. 

CAFÉ - CACAU

 

Uma bainha de café cacau - Desenho JRS

      

     Seo Porphírio, um velho caiçara que há muito tempo faleceu, costumava contar suas histórias na calçada, defronte da casa do filho Juventino, bem ali na rua Gastão Madeira, no coração de Ubatuba. Eu o conheci já cadeirante. Toda ocasião que me aparecia, eu passava no local para ouvi-lo. Era notório que ele ficava contente. Ainda hoje, quando encontro alguma das suas netas, ouço elogios por não ter deixado passar em vão aquelas oportunidades. Foi naquela calçada que eu fiquei sabendo sobre o café-banana. Com a palavra, Seo Porphírio:

AS ÁGUAS SAGRADAS...Parte 1

 


    Se detendo na maravilhosa fotografia acima, vejo, bem perto do primeiro rancho, um rio chegando na praia. É dele que o Roberto Ferrero escreve, o Rio do Destacamento. Creio que em outras ocasiões ele falará do Rio do Canto da Bá, do Rio dos Inocentes e de outros veios de águas que se dissolviam na água salgada da praia da Enseada, em Ubatuba, onde tantos sapinhauás, preguaís e pescados serviram a nós como alimento. Portanto, o assunto, o tema registrado pelo estimado Roberto é uma cosmologia caiçara partindo das nossas águas sagradas. Espero que sirva à Educação, a novos posicionamentos diante de tantos ataques contra o meio ambiente. 


As primeiras foram as saúvas. 

                Antes mesmo do sudoeste dar sinal, elas se juntaram e cavaram um engenhoso túnel que não se soube o fim e se foram. O material retirado do solo por onde passou essa insólita empreitada elas usaram para aterrar o Rio do Destacamento, cuja barra outrora era navegável e o leito atingia o coração da comunidade, a capela de Santa Rita. Assim me contou o velho Dito enquanto remendava uma rede. “Isso foi no meu tempo de criança” –  disse sem perder a concentração no trabalho. Mas naquele tempo ninguém entendeu que esse era o fim da saúva na praia da Enseada. Acreditaram que era somente o anúncio de um aguaceiro sem fim. E aguardando o temporal, com medo de ser surpreendido em mar, esse foi também o fim de alguns pescadores da comunidade que passaram seus últimos dias definhando debaixo de majestosas amendoeiras olhando para o mar em busca do menor sinal de chuva e concordando satisfeitos com qualquer pingo que caia.

                Oito meses após o sumiço das saúvas, o povo sem desconfiar de nada comemorava recordes na lavoura. Tal produção só era comparada àquelas obtidas na Ilha dos Porcos, onde também não havia a formiga cortadeira. Era tanta comida que a criação havia engordado e dependiam cada vez menos de caça ou pesca. Depois que a saúva foi embora, também muita gente engordou, e as costureiras por sua vez também se encheram se serviços e afazeres. Em pouco tempo, a vila toda estava prosperando. Mas pegaram mania de comemorar escondidos e sem bulha de fandango, com medo, pois a cada dia mais terra era depositada na agora diminuta Barra do Destacamento, e temiam que a qualquer momento, sinal de fartura, rasqueado de viola ou toque de rabeca, as formigas voltassem! “Pela quantidade de terra aqui depositada elas devem estar pelas bandas de São Luiz” – calculou o velho Maciel investigando o cada vez menor Rio – “e isso elas conseguem vencer em dois dias!” – completou. Ficou acertado num domingo de março que era prudente não fazer a festa de Santa Rita em maio, e nem receber a Folia do Divino na comunidade, para evitar multidões e festanças para o bom zelo e segurança da lavoura e prosperidade. Encomendaram também um relógio grande, para substituir o sino do campanário da capela.


ÁRVORE DE NATAL............CAUSOS CAIÇARA de Julinho Mendes

 

CAUSOS CAIÇARA de Julinho Mendes
ÁRVORE DE NATAL
O menino todas as tardes ia à beira da praia e ficava sentado a sombra de um abricoeiro. Olhava no fio do horizonte a espera da silhueta de um barco. Dos barcos que dias antes apareceram não era o de seu pai, pois o pai não chegara em casa...
O pai era pescador e estava numa traineira, na pesca da sardinha. A sardinha estava longe, talvez nos mares do sul, por isso a demora.

PAPAI NOEL DIRETO DA REDAÇÃO DO BLOG UBATUBENSE.....

 


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Deportivo Caiçara Dente de Leite....Ano 1993

 

Torneio início do campeonato dente-de-leite do futebol ubatubense de 1993 - Deportivo Caiçara.
De pé: Djalma Souza (presidente), Lucimar (técnico), Jucelino, Marcelo biguá, Thiago Dedão, Diogo, Leandro lagarto e Virgílio.
Sentados: Gambá, Silvino, André Felipe, Gillard, Saulo Souza, Cristiano, João Paulo e João Maziero.
Local: Itaguá.

domingo, 19 de dezembro de 2021

Fundart premia ganhadores do Concurso Literário Ubatuba 2021

 

A Biblioteca Municipal Ateneu Ubatubense recebeu na noite desta sexta-feira, dia 17, o evento de premiação do Concurso Literário Ubatuba 2021, promovido pela Prefeitura, por meio da Fundação de Arte e Cultura (Fundart). Foram premiados os três melhores trabalhos nas categorias poesia, conto, texto de teatro e crônica.

sábado, 18 de dezembro de 2021

ECHO UBATUBENSE..EDIÇÃO 29, DE 25 DE ABRIL DE 1897

 



Nascia em Ubatuba SP  em 1896  o  primeiro jornal  impresso  e distribuído em nossa  cidade, o ECHO UBATUBENSE, edição  semanal , o qual teve infelizmente curta duração  , durou apenas 01  ano, mas marcou a história jornalística de  nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog  UBATUBENSE  , na verdade são cópias das  edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse  material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue   em 4 paginas  a edição  29,  de 25   de Abril   de  1897

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Pescadores em ação.......Ano 1989

 

Despesca do cerco da Praia do Leste, na Ilha Anchieta, em junho de 1989. O pescador à direita, de boné, é o Horácio. Esse cerco era do Sr. Peres, da Praia do Lázaro. 

Nessa época havia três cercos em operação na Ilha Anchieta: Praia do Leste (Peres), Praia do Sul(Eduardo da Graça) e o último na costeira, próximo do Ilhote do Sul, do Guilherme. 

Tais cercos, prática de pesca tradicional caiçara, foram removidos, muito embora fossem considerados um atrativo cultural do parque, segundo o Plano de Manejo do Parque Estadual da Ilha Anchieta, publicado em 1989 pelo Instituto Florestal.

João Melo.......Via facebook....



terça-feira, 14 de dezembro de 2021

ESTRADA DE ACESSO A PRAIA DA FAZENDA.ANO 1986

 

João Melo 11 de dezembro às 09:04 
Praia da Fazenda, janeiro de 1986. Primeiro posto de vigilância montado pelo Instituto Florestal no acesso à praia.
A medida foi adotada poucos meses após a chegada de uma equipe de 43 funcionários do Instituto Florestal, com o objetivo de implantar o Núcleo Picinguaba do Parque Estadual da Serra do Mar.

Campo de Aviação 1964.

 


Campo  de  aviação  de  Ubatuba SP,  Ano 1964

Da Pagina Historias de Ubatuba via facebook

BARRA DOS PESCADORES......ANO 1942

 

 Barra  dos Pescadores  vista  da ponte que liga a Ilha dos Pescadores  ao bairro Pereque Açu, ao fundo a direita o Casarão do Porto......Ano 1942......Cortesia   Odaury Carneiro

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Memórias do canhão...

 

MEMÓRIAS... DO CANHÃO
 Isso tudo aconteceu nos áureos tempos em que o porto da Prainha era o mais importante da cidade, a rua Baltazar Fortes se chamava rua do Cuá, a rua prof. Thomaz Galhardo se chamava José Adornos, o campo de aviação era na praia do Cruzeiro, o casarão era bar e bilhar Budapeste e etecetera e tal. 
Tudo corria com tranquilidade até que no fatídico ano de 1932, por divergências políticas entre São Paulo, Minas e Rio de Janeiro, houve a grande revolução, deixando em polvorosa, todo o Estado. Em Ubatuba não foi diferente e mais preocupante ainda, por ser a cidade, divisora com o estado do Rio de Janeiro. Foi mesmo um furdunço só, fazendo com que o povo deixasse suas casas na cidade e fossem se refugiar nos bairros mais retirados. Tinha gente que até no mato dormia. O prefeito daquela época, o então “Capitão” Deolindo de Oliveira Santos, para maior segurança dos seus munícipes tomou uma grande decisão: resolveu colocar num ponto estratégico da cidade um canhão; um não, dois, esses que hoje ficam ao relento e ao tempo, frente ao Casarão da Fundart.
 E o ponto escolhido foi ali na boca da barra, perto do Farol. Canhão instalado era preciso que fosse inaugurado e principalmente para que fosse reconhecida a tão nobre idéia do prefeito. Para isso então, o canhão tinha que ser testado e a única pessoa apta a esse serviço era o Zé Mapiá. –Chamem o Zé Mapiá! Ordenou o “Capitão”
 Zé Mapiá era ferreiro, cabo de fogo, desses que detonam pedras com dinamite. 
 Zé Mapiá, todo prosa, com a tarefa que só ele sabia fazer, foi logo botando em prática o seu trabalho. Foi na venda, que era do próprio prefeito, comprou uns cinco pacotes de pólvora preta, um pedaço de estopim, um punhado de pedra mole, barro tabatinga e lá foi carregar o canhão, à vista de todo o povo, que curioso, queria ver o grande feito. Pela boca do canhão, colocou a pólvora, bagaço de cana com pedra mole, a bola do canhão, mais um punhado de bagaço de cana junto com barro tabatinga, socou bem socado e fechou a boca do canhão. Estava orgulhoso e disse de peito aberto, todo orgulhoso: - Pronto Capitão podemos dar o tiro. Na verdade, o chamado “Capitão”, nunca viu de perto uma academia militar, mas assim o chamavam: Capitão Deolindo.  Dito Perez, o braço direito do capitão, dando aquela puxadinha, gritou: - Está carregado o canhão, podem vir os cariocas que para eles o chumbo vai ser grosso!   
 Foi uma festa só: discurso do capitão, abenção do padre, banda de música tocando, as autoridades todas presentes,... A cidade parou para apreciar o grande evento. Zé Mapiá, todo orgulhoso, também queria ver o resultado de seu trabalho. Pegou uma caixa de fósforos e, antes de acender o estopim, pediu para seu Lindolfo alertar o povaréu: -Preeeeeeeeeeega Foooooooogo! Gritou Lindolfo. E o estopim foi aceso. O povo todo ficou uns três minutos sem respirar, e o tiro saiu...  FUUUUUUUÁ.  Só fumaça, e a bala saiu correndo pelo cano e caiu a meio metro de distância. Zé Mapiá,.....

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Praia da Fazenda...Ano 1986..

 




Acampamento na Praia da Fazenda, no Ano Novo de 1986. Após constatar os danos praticados pelos acampamentos, tais como cortes de árvores para estruturas de algumas barracas de lona e montagem de banheiros em meio ao jundu, além da grande quantidade de lixo deixada pelos veranistas, o Instituto Florestal só permitiu acampar no Camping Caracol. 

A Praia da Fazenda foi incluída no Parque Estadual da Serra do Mar, criado pelo Decreto n. 10.251, de 30 de agosto de 1997.

Em 1986, também foi proibido o Campeonato Anual de Pesca que era promovido na Praia da Fazenda. 

Tanto o acampamento na praia quanto o campeonato de pesca eram realizados em descumprimento à legislação. 

E por que antes se acampava e se pescava livremente na Praia da Fazenda? Porque só em final de 1985 o governo do estado destinou uma equipe composta por 43 funcionários, dentre eles 20 Vigias Florestais, com a missão de implantar o Núcleo Picinguaba do Parque Estadual.

Se hoje a Praia da Fazenda encontra-se preservada é graças ao trabalho pioneiro do Instituto Florestal que, no início de 1986, passou a controlar o acesso à praia.


Fonte João  Melo.....Página  Ubatuba Oficial 

Via facebook 




quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

´PRAIA DA FAZENDA .ANO 1986

 

Praia da Fazenda em janeiro de 1986, último acampamento livre permitido. A partir de então, houve a proibição de acampamentos para preservar a vegetação de praia (jundu). Na foto, a ponta sul da praia, próximo à Vila de Picinguaba.


FONTE........João Melo via pagina UBATUBA OFICIAL no Facebook

O FEITIÇO DO VIOLINO....Causo Caiçara de Julinho mendes

 

CAUSOS CAIÇARAS de Julinho Mendes
O FEITIÇO do VIOLINO
Das filhas de Daniel Profeta das Graças com Florência Maria das Graças, Malvina era a mais bonita; uma morena com olhos de jabuticaba, cabelos encaracolados e corpinho de violão; realmente uma menina que punha cuidados aos pais.
Estavam na adolescência: Malvina, Maria, Ana, Jandira e Filomena; com uma diferença de idade de um ano e meio a dois anos uma das outras. Malvina era a mais vaidosa e a que, em conversas com as irmãs, era daquela que pensava em seu futuro; sonhava em casar-se com um homem de postura, educado, um doutor, enfim, um homem que lhe desse conforto e que num futuro pudesse dar estudos aos filhos. Eram esses seus pensamentos, seus sonhos...

ENSEADA DO FLAMENGO....ENSEADA DOS TUBARÕES

 


Mergulhando a fundo nos documentos referentes a região da Praia da Enseada e Ilha Anchieta, encontrei vários registros de terras datados da segunda metade do século 19.

Estas escrituras de terras denominam a localidade como "Enseada dos Tubarões".



Estes documentos podem comprovar que as antigas "histórias de pescador" que narram encontros titânicos com enormes cações na região da atual Enseada do Flamengo e Ilha Anchieta eram 100% verdadeiras. Relatos de canoas abocanhadas, pescadores desaparecidos e também de presos "vigiados" e impedidos de escapar à nado do presídio da Ilha Anchieta pela grande quantidade de tubarões no canal do Boqueirão, podem refletir nada mais que a realidade.
Estes encontros eram tão frequentes que até existiam técnicas especiais para escapar de um ataque das temidas tintureiras, anequins ou galhas pretas, espécies mais agressivas.
Estas técnicas incluíam a cor da pintura do fundo da canoa; o ouvido atento ao "choro de bebê" carcterístico de um ataque eminente, após o qual todos se deitavam em absoluto silêncio no fundo da canoa; e a técnica de abandonar o banco da canoa juntamente com os restos de isca e sair remando muito silenciosamente.

Neste mesmo período, por volta de 1856, relatos de navegadores ingleses já utilizavam dupla denominação para nossa Enseada, um dos quais traduzo: " Mais abaixo para o oeste está a Ilha dos Porcos entre a qual e o continente encontra-se um confortável ancoradouro chamado Baía dos Flamengos, de outro modo chamada Shark's Bay."

No entanto outro livro de 1820 chamado "Memorias Historicas do Rio de Janeiro" registra: "Defronte da ilha (Anchieta) está a Enseiada dos Tubaroens, boa, limpa e capaz de navios grandes".

Uma coicidência, é o fato de que o nome antigo da cidade de Ubatuba era Iperuig, que significa em tupi: água dos tubarões (iperu=tubarão, y=água/rio).
Abaixo uma foto da Praia da Enseada em 1950, mostra como podem ter sido um dia estas águas qualhadas de tubarões.




foto: Família Prochaska.

 

ATUALIZAÇÃO EM 4 DE MARÇO DE 2019:

No ano de 2015, colhendo relatos dos pescadores locais para o meu mestrado entrevistei o Mestre Tião Lourenço pouco tempo antes dele falecer e registrei este maravilhoso recorte do Tempo Antigo

Nos contam os caiçaras da Praia da Enseada que, de primeiro, no tempo dos antigos, ainda existiam grandes peixes capazes de “comer gente”:

Olha, eu ainda consegui vê muito cação ali né... Naquele tempo... que nem, pra gente tomá banho, precisava o pai da gente ir olhá a gente tomá banho né, por causa de cação ou mero... [...] As vez a gente ia espalhá cana lá no morro (do Porto Velho), a gente via o cação passando assim, com a água clara assim (faz gesto), você via ele assim rente à costeira... andando (nadando)... botava até a galha pra fora né... Aquele anequim do branco então... aquele cardume assim, atrás do outro assim, 4, 5 que você via né... Esse anequim azul passava, as vez a turma largava a rede, rasgava tudo a rede da turma... Então o pessoal tinha até medo né, de saí de canoa, saía com medo porque, é... Que nem a tintureira (tipo de cação) memo, a tintureira tinha cada uma (grande porte) que você via passando aí... E ela (a tintureira) ficava “de pé” debaixo da canoa gemendo... Ah ela geme... ela faz hummmmhummmm... Daí o cara ficava quietinho assim... pra remá assim... quietinho, quietinho pra podê chegá no porto. (OLIVEIRA FILHO, 2015, comunicação pessoal)

 

Postado por Peter Santos Németh - O Alemão

 

 

DOMINGO, 25 DE NOVEMBRO DE 201

FONTE.......https://canoadepau.blogspot.com/


quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

JORNAL ECHO UBATUBENSE ..ED. 28.....DIA 18 DE ABRIL DE 1897

 

Nascia em Ubatuba SP  em 1896  o  primeiro jornal  impresso  e distribuído em nossa  cidade, o ECHO UBATUBENSE, edição  semanal , o qual teve infelizmente curta duração  , durou apenas 01  ano, mas marcou a história jornalística de  nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog  UBATUBENSE  , na verdade são cópias das  edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse  material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue   em 4 paginas  a edição  28,  de  18  de Abril   de  1897.

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A CASA NO MORRO DO CEMITÉRIO.

 

Leovigildo Félix morou com seus pais e irmãos numa casa no morro do cemitério da Maranduba durante alguns anos de sua infância e adolescência. Ali aconteciam algumas coisas estranhas. O local era deserto, mesmo assim o cachorro da casa vivia agitado, parecia que era provocado por alguém.