A nossa gente vivia assim: fogão a lenha na cozinha, crianças por todo lugar, segredos na camarinha, rádio de válvulas no aparador, oratório na sala, a morada de Nossso Senhor.
Entre 1920 e 1930, alguns moradores de Ubatuba se deslocavam até o porto de Santos em grandes canoas – chamadas de voga – para comercializar produtos, e muitas vezes ficavam por lá durante uma semana ou mais. No porto se encontravam com pessoas que vinham da região sul e dançavam uma dança que continha fitas. Amarravam bambus, as fitas, e dançavam de noite ou à tarde.
“O meu nome é Benedito Correa, nasci em 21 de outubro, tenho 84 anos, morador de Picinguaba. Meu avô foi o primeiro homem que levantou isso aqui, ele e mais 4 famílias, naquele tempo que você não tinha ganância de terra, você chegava e dizia “seu João, posso fazer uma casinha?”.
Foto de Maria Victória Jean / Jan, década de 1960.coleção Edson Silva.
Primeiro cabe esclarecer que o sobrenome correto é JAN e não JEAN como conhecemos.
Diversos sobrenomes estrangeiros tiveram registros alterados no Brasil e em Ubatuba não fora diferente. Os GRACES viraram GRACA,os CHAILLEAU viraram CHARLEAU ou CHARLEAUX,os BOURGET viraram BROGET e assim por diante.
A família JAN é oriunda da pequena cidade de Savenay (França).Munícipio bem próximo a Nantes e que sofrera muita violência durante o período da Revolução Francesa o que explica a imigração para Ubatuba (Brasil)
A primeira JAN e também a primeira francesa a habitar Ubatuba foi Marie Marguerithe JAN Vigneron de La Jousselandière tia avó de Maria Victoria JEAN.
Maria Vitó como era conhecida era neta de Camile JAN e sobrinha neta de Émile JAN e Théreze JAN Berranger também moradores de Ubatuba.
Camile JAN avô de Maria Victoria Jean fora proprietário da Fazenda Jundiaquara, grande área localizada no Itaguá fazendo divisa com a Praia Grande atrás da Rio Santos.
Todavia Maria Vitó morava na atual esquina das Ruas Maria Alves e Gastão Madeira.
Possuía outra propriedade no centro da cidade e havia muita versão popular de que tinha muitas jóias assunto que apenas menciono mas sem comprovação.
Até então solteira adotara um filho cujo apelido era Jean, já falecido.
Na década de 1960 com mais de 80 anos foi ludibriada por um casamento (foto acima) por conveniência financeira que mais tarde fora anulado.
Não deixou descendentes embora os Vignerons sejam parentes longínquos.
Salvador Corrêa de Sá e Benevides, Governador Geral do Rio de Janeiro, agilizaram a ocupação da região, após a Paz de Iperoig, transformando-a em pólo colonizador fixo. Após tanta demonstração de bravura, Ubatuba foi fundada em 28 de outubro de 1637. Em 1728, foi elevada a vila, com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, e em 13 de março de 1855, à cidade.
Foto de Manoel Rofino, ano 1950 em Caçandoca no trabalho de combate a Formiga Cortadeira.
A palavra Rufino vem.do latim rufus que significa Ruivo
Manoel Rofino ou Rufino fora inicialmente estafeta, depois trabalhou com Batista de Oliveira na implantação e manutenção da rede elétrica em Ubatuba e mais tarde como auxiliar de agrônomo na antiga Casa da Lavoura atual Casa da Agricultura de Ubatuba
Foto de Gabriel Tenório descendente de Pedro Regalado Tenório que era proprietário da então Prainha do Regalado ( atual praia do Tenório ) e uma grande área no então Bairro do Acaraú defronte para da atual Rua Capitão Felipe, esquina com rua Irene e confrontando com o Rio Acaraú.
Foto década de 1950.Ao centro Zéca Parú ainda criança (já falecido).Do lado direito Matilde dos Santos e a esquerda uma pessoa que não sei registrar o nome, embora saiba que era amiga de Dona Virgínia Lefèvre.
Foto do professor Lauristano Olinto de Carvalho década de 1940.Coleção Edson Silva
Seu pai Olinto de Carvalho fora promotor substituto em Ubatuba e galgou homenagem com nome de rua no centro da cidade.
Sua mãe Ana era irmã do Cel. Ernesto de Oliveira e do Cap. Deolindo de Oliveira Santos.
Suas irmãs: Herminia(Mana);
Dinorah (Aia);
Laudelina(Dindinha);
Benedita ( (Bidita).
Casado com Oravia Vigneron já viúva e com três filhos (José Ênio,René Sérgio e Valdir). Tiveram filhos gêmeos um de nome Daniel porém não sobreviveram.
Lauristano foi vereador na Câmara de Ubatuba e professor efetivo por longos anos na E.E.Dr. Esteves da Silva onde se aposentou.Foi agraciado com nome de rua na Praia Grande.
FONTE.............Texto do Professor Zizinho Vigneron via Facebook
Foto anos de 1930(arquivo Maria Lygia Vigneron Cardoso)
Arcília Duarte a esquerda e Conceição a direita.
Arcília(não sei se seu nome oficial era Ercília e popularmente assim denominada)filha de Constantino Duarte cujos irmãos eram Maria da Cunha Bueno e Filhinho.
Foto: lembrança da missa de sétimo dia de falecimento de Thomaz Cancer do ano de 1934.
Italiano que se instalou em Ubatuba e em 1925 consta nos assentamentos da então Coletoria Federal atual Receita Federal como produtor de aguardente como produtor da famosa Pinga Ubatubana.
Ele trabalhador braçal além de famoso contador de causos exagerados,porém criativos. Exemplificando: ao fundo de seu quintal passava o Rio Acaraú , num determinado dia precisou atravessá-lo,porém observou que havia uma jangada (restos de raízes ou galhos de árvore trazidos pela correnteza ).
Existiu até mesmo um belo teatro na cidade com apresentações de peças e óperas de diferentes companhias, nacionais e estrangeiras. O Teatro de Ubatuba ficava localizado exatamente onde hoje se encontra o Fórum de Ubatuba. Na antiga Praça Nóbrega, hoje o calçadão, esquina com a Rua Celso Ernesto de Oliveira. Construído, pelo português Joaquim Ferreira Gomes, com espaço para trezentas pessoas, as de maior poder econômico tinham lugar cativo em camarotes para assistir as representações.
Instalações de muito bom gosto mostravam uma construção com um acabamento e decoração de primeira, tudo feito de madeira. Mas, durante a segunda decadência do município, este edifício foi esquecido e abandonado. Em 1910, a herdeira do teatro, Dona Luzia Dias Círio, sem recursos decide demoli-lo. Então o prefeito Ernesto Gomes de Oliveira, o adquiriu como bem municipal.
Nas comemorações do III Centenário de Ubatuba parte do antigo teatro foi demolido… Seus camarotes e frisas, se encontravam em péssimo estado de conservação . Chegou ainda, a funcionar em suas dependências o primeiro cinema de Ubatuba, por pouco tempo. Nos anos 50, o governo municipal da época decidiu doá-lo ao Estado para a construção do atual Fórum Municipal. Somente depois de meio século que mudou dali.
O exemplo deste teatro é ilustrativo. Ubatuba guarda pouco de sua herança em edificações que poderiam traduzir uma imagem arquitetônica do patrimônio histórico de miscigenação artística, uma mistura de estilos na construção. Em uma época importante, a cidade conquistou para sua população um estado de urbanização ímpar que revolucionou a projeção de sua imagem em termos de futuro. Alguns poucos traços históricos de suas construções arquitetônicas foram preservadas e servem como referência para seus habitantes.
O armador e responsável, Manoel Balthazar da Cunha Fortes era uma personalidade, em uma época de crescente desenvolvimento econômico, social e cívico da cidade. Balthazar da Cunha, um homem pobre e de poucos estudos, construiu um patrimônio suficiente para a construção do seu Casarão, chamado de majestoso solar para o conforto de sua família.
No final do Século XIX, os vereadores na Câmara Municipal além de legislarem (hoje sua maio atribuição), executavam as leis e administravam Ubatuba, vila elevada a município em 1855. Com o surgimento da República, em 1889, foram criadas as prefeituras que assumiram o Poder Executivo e passaram a administrar os municípios.
Não basta nascer no Litoral, morar entre as pequenas extensões de terra diante da imensidão do mar que nos cerca, ou simplesmente fazer das incontáveis espécies de frutos no mar a sua refeição diária. Ser caiçara é conhecer e reconhecer na gente as nossas origens, é carregar com orgulho a nossa história e, principalmente, passar adiante fragmentos da nossa cultura, por mais simples que eles possam ser.
NA FOTO EDUARDO DE SOUZA NETO- AUTOR DESTE BELO TEXTO, O QUAL VC ACOMPANHA AGORA.
Textos interessantes nos trazem o José Ronaldo [dos Santos] e o Julinho Mendes. O primeiro, sobre a preservação da cultura caiçara, o segundo, uma história do saudoso Lindolpho Alves Pereira, o “Prééééga fogo!”. O Zé Ronaldo argumenta sobre a necessidade da preservação de comunidades caiçaras.
Talvez pela simplicidade, talvez por ser primitiva - neste mundo ansioso de novidades tecnológicas, confortáveis e fugazes -, a canoa é para mim algo belo, uma obra de arte. Fui levado a refletir sobre o tema ao deitar os olhos na foto da canoa que encima as páginas do Ubatuba Víbora, do amigo Sidney Borges. A canoa em terra, na areia da praia, solitária, à espera do dono e, diante de si, o mar... Belíssima foto!
Capela de Nossa Senhora das Dores do Itaguá Ubatuba SP Brasil.
Inaugurada em 14 de julho de 1956.Construída com apoio da comunidade com o gerenciamento de três personalidades Albino Alexandrino dos Santos (caiçara,construtor de barcos ), Wlademir Toledo Piza(médico e ex prefeito de São Paulo) e Paulo Camilher Florençano (historiador,pintor,descendente da família francesa Camilher que imigrou para Ubatuba no século XIX).
Projeto do arquiteto Benedito Calixto inspirado na capela de Santo Antônio em Jundiaí que fora propriedade do escritor Mário de Andrade atualmente do IPHAN.
TEXTO E FOTO DO PROFESSOR ZIZINHO VIGNERON VIA FACEBOOK
Foto de Áurea Mesquita.Ano de 1952.Nascida na Praia da Fortaleza mas ainda jovem seus pais Tibúrcio e Rosária se mudaram para o Itaguá vivendo da pesca.Aurea ainda jovem foi levada por Dona Virgínia Lefèvre para São Paulo onde estudou no famoso Colégio Bandeirantes.
Retornando a Ubatuba trabalhou no Cartório de Registro Civil e depois por longo tempo fora cabelereira.Foi dirigente do grupo da terceira idade Plenitude da Vida.Deixou saudades.
TEXTO DO PROFESSOR ZIZINHO VIGNERON E FOTO DO ARQUIVO PESSOAL DELE..........VIA FACEBOOK
Falar do "Capitão Deolindo" é lembrar das namoradas, dos amigos que tenho até hoje, dos professores, dos funcionários, é lembrar dos bailinhos de formatura para arrecadar fundos, realizados nas casas dos próprios formandos.
Caiçara da gema, o saudoso Miguel Ageu comandou durante muitos anos inúmeros blocos de rua, vivenciou uma época de ouro do nosso carnaval, foi sem duvida um grande estadista do Carnaval Ubatubense..
Em 2005, com base num trabalho
para a Faculdade, meu mano caçula Jorge Otávio Fonseca, recebeu a honra de
escrever um livro (fato inédito em sua vida) à quatro mãos, convite este feito
pelo professor Juan Drouguet, meu mano aceitou o convite e o desafio e posso
dizer que ele realizou um belo traballho, pois após longas pesquisas, filtrando
vários livros, trabalhos, realizando várias pesquisas em conjunto com o
professor e escrito renomado Juan Drouguet, Otávio conseguir dar a sua
importante contribuição literária à Ubatuba, editando e lançando uma obra digna
e comparada à grandes obras literárias do Brasil. Este livro cuja a capa você
vê acima servirá como base para está página, a qual vem enriquecer esta Revista
Eletrônica , intitulada " O Caiçara". No decorrer deste e do próximo
ano você terá o prazer de viajar pela rica história da minha querida Ubatuba,
graças ao livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA.
Foto acima é do arquivo do Blog Ubatubense, para ilustrar essa matéria.......nçao faz parte do link....
Morro da Prainha
Você pode imaginar alguma criança, algum adolescente que tivesse quase uma cidade inteira como quintal para brincar? Eu tive, os da minha geração tiveram. Nesse quintal, há uma área que me traz muitas recordações daqueles tempos, circunscrita pela Praia do Cruzeiro, a boca da barra do Rio Grande da cidade, o morro Curuçá ou Morro da Prainha (conhecida nos tempos atuais como Prainha do Matarazzo).
Foto Antiga Câmara Municipal de Ubatuba, a qual funcionou como Biblioteca Municipal , instalada em 1967 .
Foto da Antiga Câmara Municipal de Ubatuba( datada de 1904), nela em 1967 foi instalada a 1 ª sala da Biblioteca Municipal de Ubatuba.
Dentre as coisas desta cidade a que sou grato, tenho a satisfação de mencionar sempre a nossa Biblioteca Municipal Atheneu Ubatubense. Criada através de decreto, pelo prefeito Ciccillo Matarazzo, e inaugurada em 28 de outubro de 1967, foi instalada numa das salas do prédio da Câmara Municipal. Lembro-me da satisfação em ajudar dona Geny Bueno, a primeira bibliotecária, e suas auxiliares, dona Georgina e dona Benedita Ifigênia, a guardar os livros nas poucas estantes que havia na pequena sala.
Dico Santos/Scongelo e família.Dona Eulália sua esposa (natural da praia da Fortaleza),seus filhos Anisia,Zazá e Cacilda .De blusa escura Dona Clara Scongelo mãe de Dico e parteira no bairro do Itaguá(nasci em suas mãos).
Foto anos de 1950 ,tirada no Caizão onde seu Dico morava e era funcionário.
Abaixo matéria extraída do jornal acima citado, EDITAL DA PRESIDENCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO , em texto sobre investimentos e estrada na cidade de Ubatuba, datada de 25 de Agostos de 1865.......
José Pinto de Souza Americano - Foto acimaPPS - Partido Popular Socialista - Através de seu Projeto de Decreto Legislativo, teve aprovado pelos demais pares da Câmara Municipal de Ubatuba SP o Decrerto n º 13 - 09 , o qual concedeui o Título de Ubatubano ilustre ao Sr. Varmor Ballio
DECRETO LEGISLATIVO Nº. 13/09(Projeto de Decreto Legislativo nº. 12/09, do
Ver. José Americano - PPS)
Concede o "Titulo Ubatubano Ilustre" ao Sr°.
Varmor Ballio.
A CÂMARA MUNICIPAL DE UBATUBA DECRETA:
Art. 1°. Nos termos do Decreto Legislativo nº. 01/09, fica
concedido o ''Titulo de Ubatubano Ilustre" ao Sr°. Varmor Ballio, por sua
vida simples, dedicação ao povo Caiçara e relevantes serviços prestados em prol
de sua comunidade e de uma Ubatuba melhor, conforme histórico anexo, parte
integrante deste Decreto Legislativo.
O “Boi de Conchas” teve seu nome de batismo Ratambufe. Era filho do boi Marujo com a vaca Sereia, nascera no dia 29 de junho, dia de São Pedro Pescador.
Ao ver Cipriano, o bichinho deu um mugido parecendo som de Ratambufe*! – Isso mesmo, você vai se chamar Ratambufe! Esse mugido tá parecendo o ratambufe do Domingos Anagro, batendo em dia de carnaval. – Você é forte, bonito e tem jeito de ser um bom carreador! – Você nasceu no dia de São Pedro Pescador, não é? Vou leva-lo para conhecer o mar! Você vai ver que beleza que é o mar! Está ouvindo Ratambufe?