domingo, 28 de outubro de 2007

UBATUBA , ESPAÇO , MEMÓRIA E CULTURA - 2 ª PARTE

. ITINERÁRIO DA VIAGEM POR ALGUMAS PRAIAS DE UBATUBA

Ao longo dessa obra, vamos percorrer um itinerário de viagem, uma proposta de trajetória pelos principais atrativos de Ubatuba. Para compor nosso roteiro, usamos dados recolhidos pelos alunos de turismo da Faculdade Anhembi Morumbi de São Paulo no Plano de Desenvolvimento Turístico do Município de Ubatuba (2004), coordenados pela professora Vanessa Pinheiro Dantas.

O roteiro produzido tem como foco as praias do litoral de Ubatuba em termos de localização, acesso, visão – olhar e demanda turística. A localização refere-se à posição geográfica na qual a praia escolhida pode ser encontrada no mapa. O acesso constitui o modo de chegar ao destino, um indicador para o turista e para todos aqueles que desejam visitar a praia em questão. A visão, ou o olhar, é a alternância da nossa percepção estética da praia escolhida e um recorte ilustrativo. Finalmente, a demanda turística corresponde ao efeito que estas praias selecionadas são capazes de produzir em termos de recepção turística . Desta forma, Ubatuba de modo geral nos servirá como exemplo na aplicação destas categorias enunciadas. A seguir, as praias escolhidas de modo particular, ilustraram a vocação turística de uma cidade marítima.


Destino praias de Ubatuba :

Localização


Ubatuba está situada na zona do Litoral Norte de São Sebastião, no nordeste da costa Atlântica, nas seguintes coordenadas geográficas: 23º 26’ 14 “latitude sul e 45º 05’ 09” de longitude oeste do meridiano de Greenwich, a 16 quilômetros em linha reta da capital do Estado de São Paulo.

Os limites municipais de Ubatuba foram traçados na época do Império, datados de 20 de abril de 1865 e 22 de março de 1870. Ao norte, a cidade de Ubatuba faz limite com o município de Cunha, pela Serra do Mar; ao sul, sudeste e leste com o Oceano Atlântico; ao nordeste com Parati (RJ), pela Serra do Corisco, contraforte da Serra do Mar e pela Cachoeira da Escada, que vai terminar na Ponta da Trindade; ao sudeste, com Caraguatatuba pelo rio Tabatinga; ao oeste, com os municípios de Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga pelas vertentes da Serra do Mar (Florençano, 1951: s/p; De Oliveira, 1977:43; Alves F. de Camargo, 1994: 17) .



Acesso

A partir de São Paulo, existem dois caminhos para chegar até as praias de Ubatuba. O mais curto é utilizar o acesso da marginal Tietê à via Dutra (SP 070), no km 17, seguindo até a cidade de São José dos Campos. Depois, o caminho segue pela rodovia dos Tamoios (SP 099) até Caraguatatuba. Dali, o motorista pode utilizar a rodovia Dr. Manuel Hipólito do Rego (SP 055) ou BR 101 – até a cidade de Ubatuba.

Outro caminho, sete quilômetros mais longo, é pela antiga rodovia dos Trabalhadores, atualmente chamada de Ayrton Senna. A partir do km 22 da Marginal Tietê, é possível entrar na rodovia Carvalho Pinto no trecho Guararema–Taubaté. Nesse trecho de Taubaté, existem indicações rumo ao litoral pela rodovia Oswaldo Cruz (SP 125), em um percurso de 94 km que inclui a impressionante descida da Serra do Mar.

As empresas rodoviárias que operam no circuito das praias de Ubatuba são a Litorânea e a Cidade Ubatuba. O acesso aéreo é pelo aeroporto Estadual Gastão Madeira, mas o avião só opera com transporte de cargas. O acesso marítimo se dá pela marina do Saco da Ribeira que movimenta cerca de 2.000 embarcações com aproximadamente de 15 a 20 garagens náuticas. O Saco da Ribeira é a maior marina fluvial do litoral norte em Ubatuba.

Visão – Olhar

A nossa proposta de análise das praias escolhidas se declinará conforme a descrição, a análise e a interpretação do atrativo turístico natural, seguindo o movimento ou deslocamento próprio da viagem e baseados na demanda motivacional de assuntos próprios da natureza geográfica de Ubatuba. A visão nativa da percepção imediata e a reflexão crítica do estrangeiro recriaram de modo descritivo praias, enseadas e serras.

O critério de escolha foi orientado basicamente pela visão dos autores, já que o grau estético excepcional que o produto, bem ou serviço turístico pode vir a oferecer - segundo Américo Pelegrini, em Ecologia, Cultura e Turismo (1999) - dependerá única e exclusivamente da visão e do olhar daquele que faz a experiência.

Uma das grandes dificuldades apontadas por Pellegrini, na tentativa de distinguir atrativos naturais e culturais, relaciona-se com o possível inventário dos recursos naturais adequados à demanda turística que é semelhante à dos recursos culturais. Apesar do número importante de recursos naturais existentes em Ubatuba, escolhemos as praias por serem a “isca turística” que movimenta o litoral na chamada “alta temporada” e o ano todo, construindo uma imagem da cidade projetada em todos os âmbitos da sociedade e da cultura brasileiras. Cientes da impossibilidade de inventariar todas essas praias, selecionamos algumas que pudessem ilustrar os conceitos que trazemos à tona na aplicabilidade do turismo ao estudo regional, e a partir disso, é possível abranger outros segmentos do entorno imaginário que nos interessa resgatar.

De acordo com a classificação idealizada por Mario Carlos Beni em Análise Estrutural do Turismo (1998), os atrativos que vem a calhar neste trabalho se enquadram nas seguintes definições: 1) O atrativo turístico é todo lugar, objeto ou acontecimento de interesse turístico que motiva o deslocamento de grupos humanos para conhecê-los. 2) Atrativos naturais são elementos do espaço geográfico que constituem a paisagem – recurso turístico importante – e serão indicadores neste trabalho no itinerário por sua importância e uso turístico. 3) As praias que são costas baixas resultantes da acumulação de areias que podem ser finas ou grossas, apresentando aspectos diversos e podendo situar-se em áreas urbanas, localidades menores ou em lugares isolados.

CONTINUA............PRÓXIMA PARTE A SER EDITADA : DIA 04/11/07


3 ª parte dp Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA , dos autores Juan Druguet e Jorge Otávio Fonseca

JORGE FONSECA 100% CAIÇARA.... 3 ª PARTE

Jorge lembra também que já moço, aprendeu a fazer tarrafa, sozinho e que depois, em vez das caçadas, preferiu as pescarias de tarrafa em rios . Naquela época em Ubatuba, ninguém sabia fazer tarrafa, então um dia desses Jorge comprou um novelo de linha para tentar fazê-la sozinho, como não conseguia , resolveu dormir. Conta que sonhou estar fazendo a tarrafa de acordo com sua intuição e ao acordar, rapidamente, tentou lembrar do feitio, assim fez e teceu sua primeira tarrafa. Começou a pescar, jogando tarrafa no rio da Bica, na Picinguaba e no rio Quiririm na praia do Ubatumirim, local onde fez muitas amizades que permanecem até os dias de hoje.

O entrevistado disse que antigamente passava fome em Ubatuba quem queria, eram muitos peixes, uma variedade como tainha, robalo, carapeva e havia muito peixe tanto no mar como nos rios. Conta também que na praia do Itaguá havia cercos que chegavam a amontoar tantos peixes que ao final da distribuição se enterravam as sobras. Em época de tainhas, elas chegavam à baia do Itaguá em grandes cardumes, eram cercadas pelas canoas dos senhores Antonio Vieira, Alfredo Vieira, Benedito Junior e os Liberatos. Eram grandes redes, puxadas até a praia. Uma grande quantidade de enormes tainhas, que ao final eram repartidas entre eles e distribuídas à comunidade. Jorge Fonseca sente que hoje a coisa é bem diferente daqueles tempos de fartura. Diz que hoje os peixes são mirrados e a quantidade que vem nos arrastões da praia do Itaguá, mal alcançam para uma família de poucas pessoas.

Jorge Fonseca relembra os carnavais de Ubatuba com muita nostalgia, comenta que ele sempre foi um boêmio, desde os 10 anos de idade. Costumava escrever letras de marchinhas carnavalescas para os blocos que puxava. Diz que quando tinha uns 8 ou 9 anos de idade, seu pai fez um pandeiro de couro e tampinhas e o levava na rua para ver o bloco “Taruma”, um dos blocos mais famosos de Ubatuba. “Ubatuba já teve o melhor carnaval de rua do litoral paulista.” Além do Taruma, havia a Dança da Fita, a Dança do Bugre, do Boi do Itaguá e do Boi do Centro, a Banda do Cipó, o Moçambique do Mané Raé e até o casamento caipira que era realizado em pleno carnaval, na praça da matriz.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA , DOS AUTORES Jian Drouguet e Jorge Otávio Fonseca

UMA PRAIA CHAMADA TENÓRIO

7. TENÓRIO

Localização


A praia do Tenório está a 4 km ao sul do centro de Ubatuba, bem próxima, em um condomínio de casas de veraneio onde possui uma guarita de entrada. Ela está entre as praias, Grande e a Vermelha do Centro.

Acesso

O acesso à praia do Tenório pode ser realizado pelo bairro do Itaguá, para quem vem do centro pela Av. Leovegildo Dias Vieira e depois seguindo pela Av. Capitão Felipe, pegando a Rua Irene já no bairro da praia do Tenório; ou ainda, pela Praia Grande, seguindo a marginal no sentido centro até chegar a uma guarita no condomínio da praia.


Olhar

Tenório é um cartão postal de Ubatuba com seu mar azul, areias brancas e ondas regulares. Ornamentada por frondosos abricoteiros .

Esta praia é ideal para fazer caminhada ao longo de toda sua orla, arborizada e ladeada por rochedos. Praia de areias finas, brancas e macias. A construção de quiosques afeta a paisagem desde a qual se pode observar a Ilha Anchieta e o resto da baia central de Ubatuba.

Por volta do ano de 1.700, quando Ubatuba ainda era uma Aldeia, contava entre suas praias com o sitio do senhor Manoel de Oliveira Thenório, descendente direto de colonizadores portugueses. Após seu assassinato, praticado por seu afilhado Zé do Porfírio, a família vendeu a propriedade. Mais tarde o terreno veio a pertencer a Vladimir Toledo Pizza que construiu um alambique onde se fabricava “pinga de Iperoig”, aí os visitantes do sitio “matavam o bicho”, que em caiçara significa beber muito.

Hoje em dia, a praia do Tenório possui uma boa infra – estrutura de quiosques, posto de salva – vidas e um lugar interessante para a prática de esportes náuticos. Também possui água potável e energia elétrica, a rede de esgoto ainda não foi liberada. O transporte público chega às proximidades da praia do Tenório. Existe a atividade da pesca na praia e quando a ondulação do mar vem do sul ou do sudeste, o canto direito da mesma é propício para a prática do surfismo.

A gastronomia se dá em pequenos quiosques à beira mar no Tenório, oferece petiscos de frutos do mar, lula frita, peixe azul marinho com banana, casquinha de siri e uma diversidade de peixes acompanhados de refrescante cerveja, a bebida nacional.


Demanda Turística


Tenório é um atrativo natural bastante freqüentado por turistas e moradores, possui uma ótima balneabilidade, além da infra – estrutura oferecida. Mesmo sendo identificado o uso turístico desses atrativos naturais, ainda é necessário o planejamento e a criação de novas ações estratégicas capazes de fomentar o turismo neste lugar, para que haja um melhor aproveitamento. O desenvolvimento bem planejado do turismo exige um plano ou uma estratégia de desenvolvimento regional e este deve ser flexível para que de acordo com as circunstâncias contextuais possa haver ajustes e reformulações em relação às mudanças internas e externas. O processo de planejamento, afirma Chris Cooper é minucioso e necessário (Cooper, 2001: 253).

A complexidade da industria turística requer de cuidados, pois a sua abrangência: econômica, ambiental e social compromete o desenvolvimento do local, porém da região como um todo. A questão da sustentabilidade, segundo o autor anteriormente citado, e o próprio planejamento, a solidez e a consistência do mesmo. Falamos da praia do Tenório como exemplo de um planejamento específico, mas a sua extensão e aproveitamento têm a ver com todo o município de Ubatuba.

As falhas no plano de desenvolvimento da praia do Tenório talvez sejam causadas pelo descuido ou omissão em alguns estágios do planejamento ou implementação, mas gostaríamos de salientar que pode haver ações corretivas que podem ser desenvolvidas para diminuir alguns de seus problemas.

As pessoas que freqüentam a praia do Tenório buscam principalmente surf, pesca, descanso e diversão. Elas se estão preocupando cada vez mais com o meio ambiente, evitam poluir e jogar lixo, mas a consciência em relação à preservação do meio ambiente ainda deve ser uma consigna mais generalizada. A preocupação com o meio ambiente turístico seja este natural ou artificial está ligado à noção do desenvolvimento sustentável. Uma atividade ecológica pode ajudar no crescimento econômico a longo prazo, oferecendo um produto turístico melhor, economizando recursos e melhorando a visão do público a respeito do atrativo turístico.

Texto extraido do livro UBATUBA , ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA

terça-feira, 23 de outubro de 2007

O CORCOVADO, ENTRE A TERRA E O CEU DE UBATUBA

Localização
O Corcovado de Ubatuba está localizado ao sul do município, no bairro do Sertão do Corcovado distando aproximadamente 23 km do centro Sua entrada para o sertão fica bem em frente a entrada do loteamento da praia Dura.

Acesso

O acesso é pela rodovia Rio – Santos, BR 101, no km 67 perto da Praia Dura. Sua entrada para o sertão está à direita da rodovia de quem vem do centro de Ubatuba,adentrando perto de 3 km,pela rodovia Yoshio Tosaki. Lá sob orientação de guias especializados pode-se iniciar a caminhada pela trilha , que dura, em média, 8 h até o topo do Pico do Corcovado.

De todos os atrativos natural ou histórico - culturais descritos neste livro, o Corcovado é o único cuja visão é alcançada em qualquer ponto da cidade. Em dias de céu azul é possível, além de enxergá-lo, ver todo seu contorno, seu desenho em formato de um degrau de escada ou como uma corcunda. O historiador da cidade Washington de Oliveira, “Seu Filhinho”, autor de UBATUBA, Lendas & Outras Histórias (1995) – em sua descrição diz a respeito do Corcovado: “- É uma formidável corcunda de pedra que se eleva de silhueta de Serra do Mar, da qual é, nestas redondezas, o ponto mais elevado, fazendo realçar essa giba desde Picinguaba até a ponta de Martim de Sá, nas proximidades de Caraguatatuba".

Mas quando saímos do centro de Ubatuba em direção ao sul do município pela rodovia Rio – Santos e passamos por algumas praias e nos aproximamos do bairro Sertão do Rio Escuro e da Praia Dura, ele parece nos acompanhar e nos observar. Sua visão vai se ampliando e suas formas montanhosas vão definindo melhor o pico e seu cume. Quando nos adentramos em direção ao sertão, seguindo a estrada, a paisagem é composta de matas abundantes da Serra do Mar. O pico do Corcovado se destaca magistralmente entre outras montanhas mais baixas, o monte de Ubatuba que une a terra e o céu inspirou as mais ancestrais lendas e ritos do imaginário cultural da cidade.

A sua altura é contestada hoje, antes era considerado o ponto mais alto do município, a sua elevação chega a mais de 1.150 metros do nível do mar, mas sabe-se que não é o ponto mais alto da cadeia da Serra do Mar. Por este motivo, esta altura proporciona uma visão insuperável de toda a região que em dias limpos, sem nuvem no céu, lá de cima de seu cume pode-se ver desde Sul Fluminense até o final do Litoral Norte Paulista, o Vale Oeste como a Serra do Mar, a Bocaina e a Mantiqueira. Esta visão impressionante do alto da cidade de Ubatuba faz sentir, segundo aqueles que têm feito a experiência uma mistura de sensações sobre o infinito do firmamento. De braços abertos, o Corcovado é comparado com o Cristo Redentor de Rio de Janeiro, como se estivesse abraçando toda a beleza da cidade de Ubatuba, ou como se tivesse um poder sobre todos lá em baixo, ou ainda, como se fosse alçar vôo em direção ao horizonte, primeiro sobre um mar verde da Mata Atlântica e depois sobre o mar azul do Oceano Atlântico.

O Corcovado é famoso não tanto por seu sertão ou seu bairro com seus muito e antigos moradores, mas por ser um desafio de aventura. Uma trilha considerada das mais difíceis da região. Em um percurso de aproximadamente 8 h de caminhada, a trilha oferece uma excursão e tanto para aqueles amantes do esporte chamado de radical, o traiking. Rios, cachoeiras no meio da beleza tão presente no coração da Mata Atlântica, o Corcovado impressiona por sua variedade de plantas e árvores centenárias, bromélias e outras espécies raras da flora e também da fauna que acabam por aliviar o cansaço exaustivo da caminhada íngreme. Quando ao final do trajeto mais fácil da trilha, o aventureiro depara-se com um paredão rochoso de 700 metros considerado este ponto o momento mais complicado, torna-se necessário uma escalada. Por se tratar de uma trilha longa, demorada e difícil, aconselha-se pernoitar no alto do pico e fazer a volta no dia seguinte.

São três as possibilidades de percurso para fazer a trilha até o cume do Corcovado. A primeira é pelo sertão do Corcovado ao sul seguindo como se fosse à praia Dura, é a mais íngreme das subidas e quase uma escalada o tempo todo. Pelo lado Norte já é uma trilha mais fácil próxima do Horto Florestal, saindo da Cachoeira dos Macacos, porém esta opção é a mais longa e demorada. Ainda pela Serra existe uma outra chance de chegar às alturas, um caminho que é pouco explorado cuja via principal se dá pelo caminho que une Ubatuba e Taubaté. Vale lembrar que o roteiro desta trilha, por se tratar de um percurso difícil que adentra na mata atlântica, necessita sempre do acompanhamento de trilheiros especializados e credenciados nas agências existentes no município. A época ideal para fazer estas trilhas são as estações do outono e inverno, pois são épocas em que o índice de chuva é baixo e os dias de sol são mais freqüentes, proporcionando uma vista límpida e de céu azul.

Esse cenário, pela beleza e originalidade, já foi explorado pela mídia televisiva, sendo o lugar escolhido e servindo de pano de fundo na gravação do comercial para o lançamento de um modelo de carro da Chevrolet no ano de 1994. Em uma semana produziram-se as filmagens em uma verdadeira operação técnica que precisou além de um trilheiro bem experiente do grupo Guaynumbym, o uso de um helicóptero com cabos de aço para a locomoção da carcaça do veículo postando-o bem no cume do pico. O comercial ficou sendo vinculado por longo tempo em todas TVs brasileiras.

O Corcovado, tão misterioso e silencioso guarda uma porção de estórias, lendas de tesouros, romances e terror, mas nos parece um lugar de referência para o imaginário, onde se espelharam as mais ricas experiências culturais dos antepassados que viram neste lugar, um símbolo de união entre a terra e o céu de Ubatuba.

Do livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura "

UBATUBA E SUAS PRAIAS...

Ubatuba tem mais de 84 praias, ao longo de cem quilômetros de costa . Algumas ainda sofreram pouca interferência humana, enquanto outras localidades já abrigam uma ampla infra-estrutura para receber os turistas, com várias opções de atividades para lazer ou esportes.

Fazem parte do litoral sul de Ubatuba, as praias de Galhetas, Figueira, Ponta Aguda, Mansa, Lagoa, Frade, Saco da Banana, Raposa, Caçandoquinha, Caçandoca, Pulso, Maranduba, Barra/Palmira, Domingas Dias, Lázaro, Sununga, Sete Fontes, Flamenguinho, Flamengo, Ribeira, Saco da Ribeira, Lamberto, Perequê – Mirim, Santa Rita, Sapé, Lagoinha, Oeste, Peres, Bonete, Grande do Bonete, Deserto/Cedro do Sul, Fortaleza, Brava da Fortaleza, Costa, Vermelha do Sul, Dura, Enseada, Fora, Godoi, Toninhas, Grande, Tenório, Vermelha do Centro e Cedro.

No litoral central de Ubatuba encontramos as praias de Itaguá, Iperoig/Cruzeiro e Matarazzo.

O litoral norte de Ubatuba tem as praias de Perequê-Açú, Barra Seca, Saco da Mãe Maria, Vermelha do Norte, Alto, Itamambuca, Prainha, Félix, Lúcio/ Conchas, Prumirim, Camburi, Léo, Meio, Puruba, Justa, Ubatumirim. Almada, Brava do Norte, Fazenda, Picinguaba e Brava.

Portanto, em posse de todas estas coordenadas que nos servirão para percorrer o litoral de Ubatuba, sugerimos os dois itinerários a seguir, traçados de acordo com a divisão espacial do litoral. As dez primeiras praias escolhidas seguem o recorrido da visão: norte, centro e sul, as dez seguintes, o percurso do olhar: sul, centro e norte.



1. PRAIA DA PICINGUABA

Localização


A Praia da Picinguaba está localizada ao norte do município, a 40 km do centro de Ubatuba. Da entrada no km 8 da Rodovia Rio – Santos, BR 101, até suas areias são mais 6 km. Picinguaba está entre as praias de Bicas e Brava do Camburi.

Acesso

O acesso à praia é pela rodovia Rio Santos, BR 101. Existe uma linha de ônibus Centro - Picinguaba da empresa Cidade de Ubatuba, com alguns horários, que chega até a Vila da Picinguaba.

Visão

Com apenas 50 metros de praia, Picinguaba é uma charmosa vila, onde podem ser reconhecidas as típicas formas de vida caiçara . A pouca praia é compensada por diversas belezas que o mar e a mata oferecem àqueles que lá ainda mantêm suas raízes e aos que lá chegam para sentir a verdadeira sensação da vida tranqüila dos seus típicos moradores.

Embora suas muitas casas de alvenaria se destaquem no meio da paisagem natural do local, a praia mantém um visual esplendoroso e selvagem. Essas casas rústicas abrangem também alguns morros.

Adentrando nas matas das proximidades da praia, pode-se aventurar por trilhas e em 30 minutos de caminhada chegar na Cachoeira do Saco da Guarda ou então no Saco da Cabeçuda. Ainda, no percurso de uma outra trilha mais longa, atravessando o Morro do Baú, está a praia do Praiano. As histórias locais - lendas repassadas oralmente - advertem aos turistas a nunca chegar em altos gritos, pois correm o risco de nunca mais voltar.

Vale ressaltar que a baía da Picinguaba reserva aventuras para todos os gostos e, além da pescaria, dos passeios de traineiras e canoas disponíveis na vila, pode-se daí avistar ilhas como a Comprida, das Couves, entre outras, e praias vizinhas como as das Bicas, Fazenda, Brava e Camburi.

Demanda turística

A demanda turística da praia de Picinguaba chega a ser seleta principalmente devido à sua localização, distante do centro de Ubatuba. Nos meses do verão, o movimento é maior de turistas, com maior presença de estrangeiros, artistas plásticos, entre outros.


TEXTO DO LIVRO " Ubatuba, espaço , memória e cultura " de Juan Droguet e Jorge Otávio Fonseca.

SÉRIE : JORGE FONSECA , 100% CAIÇARA

Jorge lembra com emoção e prazer de sua infância em Ubatuba. Brincava, caçava passarinho com estilingue, vivia grandes aventuras desfrutando a natureza junto a seus amigos. Uma época em que ganhar alguns réis, era um privilégio permitido também às crianças. Ele conta que pelo menos uma vez por semana, atracavam navios na costa, como o “Aspirante” ou o “Taipava”, trazendo além de cargas e mantimentos, alguns poucos turistas que ficavam no antigo e famoso Hotel Felipe. Jorge e alguns amigos corriam pelo caminho que levava até a praia do Matarazzo, onde esperavam pelos pequenos botes que traziam até a areia os tripulantes do navio e as cargas. Então, ajudavam os turistas com suas malas levando-os até o hotel Felipe, ganhando boas gorjetas. Jorge Fonseca lembra que não era qualquer um que ficava em estadias naquele hotel pois suas diárias chegavam a vinte e trinta mil réis.

“A minha mocidade – nos diz o entrevistado - começou a ser mais aventureira.” Sobretudo quando começou a aprender a caçar, utilizando espingardas 36 e depois uma 28. Acompanhado de alguns amigos, embrenhavam-se nas matas praticamente virgens de Ubatuba, algumas vezes chegando às divisas com outros municípios onde ficavam de uma a duas semanas. Mas lembra que não era necessário ir tão longe para achar as caças preferidas e até um rancho eles construíram em local bem próximo como o Taquaral. Ali eles encontravam uma diversidade de animais como cotia, raposa, jacutínga, “porco do mato” e uma variedade de aves com o tucano, macuco, sabiá e outros. Jorge hoje se arrepende desta prática predatória, pois muitos animais tinham suas vidas interrompidas por um tiro de espingarda. Ele lembra que uma vez, até macaco eles caçaram, atirando pelo menos em dois deles e que ao limpá-lo, na hora de pelar, quando o viu, disse que parecia muito com gente. Mesmo assim, já que caçaram, comeram o tal macaco. Em uma outra oportunidade, jurou nunca mais repetir o fato, atirou em uma preguiça e quando chegou perto dela para pega-la já morta, havia um filhote agarrada a barriga da mãe. Jorge ficou triste e chateado, jurando que nunca mais mataria este tipo de animal, bem como os macacos. O filhote da preguiça ele acabou levando para terminar de criá-lo, mas acabou dando a uma mulher que prometeu criar e depois soltá-la para a mata.

Texto extraído do livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura "

UBATUBA, O PRIMEIRO SOL DO VERÃO. 1 ª Parte


CONTINUAÇÃO DO CAPITULO " UBATUBA, O PRIMEIRO SOL DE VERÃO "
1 º Capitulo do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura "
dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca




“O primeiro sol do verão brilha aqui”. Foi esse um dos slogans usados pela mídia na divulgação das imagens da cidade, que teve o objetivo de atrair turistas e visitantes. Talvez essa tenha sido a única investida feita na tentativa de explorar turisticamente o potencial do fenômeno imaginário, expresso no visual real da paisagem “deslumbrante” de Ubatuba.

O turismo é uma força motriz da economia mundial nos dias de hoje, uma atividade de importância política, social e cultural. Uma atividade de impacto significativo, que merece a nossa atenção e que compromete o percurso da nossa travessia por eixos do turismo como a geografia, a história e a cultura.

O turismo é, na atualidade, um campo de estudos que, segundo Chris Cooper, em Turismo, princípios e prática (2001), ainda carece de base teórica para tornar-se uma disciplina. Apesar dos vários indicadores atuais que apontam para uma crescente profissionalização do turismo, tanto em termos de atividade prática como teórica, nessa obra, o conceito faz referência ao fenômeno social, impulsionado por motivações de caráter social, em primeiro lugar.

Este trabalho se concentra em torno de uma localidade, pois a intenção é demonstrar a possibilidade de se estabelecer categorias de análise que perfazem a práxis do turismo, como o mapeamento dos recursos turísticos, e a reconstrução da história, imagens, tradições, costumes e folclore.

As abordagens tradicionais operacionalizam e reduzem o turismo a um conjunto de atividades ou transações econômicas – afirma Cooper -, enquanto autores mais recentes têm criticado esse “reducionismo”, enfatizando estruturas pós–modernas, que analisam o significado e o conteúdo do turismo na mira dos fenômenos interativos e artísticos.

A nossa proposta consiste de um estudo regional, localizado e bem definido. A cidade de Ubatuba está carente de um resgate cultural em termos de registro, capaz de oferecer-lhe o frescor do amanhecer e o despertar da consciência de seus habitantes para aspectos sobre seu entorno, sobre sua identidade e sobre as possibilidades de um presente reconhecido pelo valor de suas tradições ancestrais, e pelo poder transformador das instituições sociais que atuam na cidade.

Os eixos mais importantes do livro que apresentamos serão o espaço, a memória e a cultura nativos, que comprometem a apreensão dos sentidos e o olhar, sendo este último o epicentro de toda atividade crítica na produção de conhecimento. E não há nada mais apropriado para esse propósito que o ponto de vista de um nativo nascido em Ubatuba e de um estrangeiro considerado, em última instância, um turista que foi literalmente fisgado pela beleza física e humana de uma cidade que o cativou.

Neste primeiro capítulo, trataremos Ubatuba como um destino turístico inscrito no mapa do mundo, operando uma escolha das 20 praias que definiram dois roteiros e que representam o interesse para o entendimento da ação turística no local, caracterizando os principais atrativos naturais e culturais que fazem desta atividade e da pesca os principais eixos de sustentação econômica do município.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

NASCE A 2 ª RÁDIO DE UBATUBA - Rádio Costa Azul AM Ltda.

Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba finalizou por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, também nos forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba havia sido dirigida por Alfredo Breneizer, depois substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão: Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 - um Ato Institucional do governo federal da época, o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.

Logo, no decorrer dos próximos 6 anos, um grupo de empresários da cidade de Ubatuba, interessados na manutenção de um veículo de comunicação para o município, foram à Brasília, no Ministério das Comunicações. Este grupo era formado por: José Benedito Rodrigues (JB), César Luís Fonseca, Elídio José Filho (Ditinho Jaty), Herculano Barros Pinto (Maestro). E, em Brasília, conversaram com o Dr. Domingos Chabaldi Poti, assessor especial do Ministro Euclides Quandt de Oliveira, que os orientou a oficializarem a sociedade e que entrassem com o pedido de Abertura de Concorrência Pública. Foi o que fizeram, entregando pessoalmente ao Ministro das Comunicações presente em Ubatuba, para a inauguração do sistema de DDD para o município. A partir daí outros grupos se formaram com a mesma idéia da concessão de uma rádio, nesta disputa saiu vencedor o grupo da Rádio Costa Azul, no ano de 1981 .

De acordo com informações dadas pelo senhor Ari Mattos, locutor da Rádio Costa Azul, desde a sua fundação, a segunda e atual emissora da cidade foi criada e fundada em 23 de fevereiro de 1981, por Benedito Góes Filho, Benedito Lourenço dos Santos, Dr. José Nélio de Carvalho e Celso Teixeira Leite. Sua primeira sede localizava-se no bairro da Praia Grande, Jardim Praia do Sol. Depois, mudou-se para o centro na Rua Dona Maria Alves, e a seguir para a Rua Dr. Esteves da Silva. Seu atual endereço fica no bairro do Itaguá, na Av. Bernardino Querido, 546. A torre de transmissão tem 73 metros de altura e continua no mesmo lugar da primeira instalação. No início, o alcance das ondas era de 1000 watts, hoje tem uma capacidade de 5000 watts pegando toda a região e algumas cidades do interior. A primeira equipe técnica foi constituída por: Idomíneo Soares Neto, Rinaldo Rofino, Vital Moreira, Felipe Monteiro, Isac Costa e Marco Antonio Jordão. Os locutores eram: Ary Mattos, Odair Rofino, Clodoaldo Natanael, Tadeu Gilberto Serpa, Luiz Alberto Serpa, Paulo Ribeiro, Nelson Delfino e Augusto César Guará.

A Rádio Costa Azul já completou 24 anos de vida, mantendo uma trajetória impecável na radiodifusão local, ao acompanhar mais de duas décadas de história e desenvolvimento da cidade de Ubatuba. Vão ao ar acontecimentos da vida cívica, política, econômica e cultural da cidade, levando a informação e a prestação de serviços à comunidade, mantendo aos ouvintes informados das últimas notícias. A rádio tem na sua programação diária, uma variedade de programas, entre eles: os de cunho jornalístico, esportivo, programas de música sertaneja, MPB e Gospel. Sua atual equipe é formada por: Ari Mattos, Darbelli Delline, Luiz Alberto Serpa, Ari de Mattos Neto, Vine Luiz, Anna Lúcia Monti Mariotto, Felipe Monteiro, Edvaldo Prado, Luiz Carlos Frade, Aleíne Rodrigues, José Benedito Rodrigues (JB) entre outros.

Fonte : Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura " , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005 ( Este livro você poderá encontrar na Biblioteca Municipal " Atheneu Ubatubense" , localizada na Praça 13 de Maio , centro - Ubatuba-SP

SÉRIE " JORGE FONSECA, 100% CAIÇARA

Copilado do Livro " Ubatuba, espaço , memória e cultura "
dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, mostrarei para vocês o resumo da história de um caiçara nato, Jorge Fonseca (meu paai) 100% caiçara....


Outro de nossos entrevistados foi Jorge Fonseca, nascido e criado no litoral. Ele aprendeu a conhecer seu espaço e dele obter informações para garantir sua sobrevivência e de seus numerosos descendentes. Este depoimento nos mostra a força e a sabedoria do cotidiano de um caiçara.

Jorge Fonseca tem 81 anos, nascido em Ubatuba, é filho de Jesuíno Joaquim da Fonseca e Donária Maria da Conceição. Ele fala da origem de sua família e diz que seu avô, pai de Donária, era Antônio Lopes Guimarães - neto de francês, que juntamente com Dona Maria Alves, chegou ao município vindo de Rio de Janeiro. Antonio já estava viúvo, porém casou-se novamente com Izabel da Conceição, uma índia mestiça descendente de escravos. Antônio Lopes, avô de Jorge Fonseca adquiriu terras em Ubatuba de Dona Maria Alves, transformando-as em fazenda. Eram grandes áreas localizadas nas Toninhas, Casanga e Cedro, onde se cultivava plantações de fumo, café e cana, que depois transportavam à Santos em canoa de voga.

A família de Jorge Fonseca era formada por mais sete irmãos, eram eles: Hortência, Nestor, Maria, “Guaiá”, Luiz e “Biscoito”. Este último, tornou-se muito conhecido em Ubatuba pelo ofício de tintureiro. Biscoito, como era carinhosamente conhecido por todos, morava bem no centro de Ubatuba, nas proximidades onde hoje se encontra a casa lotérica, ao lado do Cartório Eleitoral. Biscoito passava roupas para os clientes da lavanderia de sua mulher: eram ternos, camisas e vestidos. Sua janela, que fazia frente à Rua Coronel Domiciano, era local conhecido por muitos ubatubenses, pois ao mesmo tempo em que Biscoito passava as roupas, sua televisão - a primeira de Ubatuba vivia ligada, servindo de passatempo para muitas pessoas que ali paravam para jogar uma conversa fora e assistir a programação diária.

Jorge morou até os 15 anos em uma área, onde hoje se encontra a Praça Treze de Maio, uma propriedade de seu pai Jesuíno Joaquim da Fonseca que plantava e criava animais, não só ali como também em áreas localizadas no Horto. Trabalhou de sol a sol até o final de sua vida, de forma trágica aos 86 anos. Segundo Jorge Fonseca, em um sábado de Aleluia, seu pai e mais dois irmãos foram à costeira, na praia do Perequê Açu para “catar” marisco e, na volta, no meio do caminho, seu Jesuíno decide apanhar mais um pouco, e estando de costas para o mar agachado, uma onda forte o derrubou e o arrastou para o fundo do mar. No dia seguinte, no domingo de Ramos acharam seu corpo com a cabeça ferida, na praia do Perequê Açu e ajudado pelo Félix Guisard, o levaram, na sua camionete, até a Santa Casa, mas sem vida. Já, Donária Maria da Conceição, mãe de Jorge Fonseca, era parteira muito conhecida em Ubatuba, era difícil encontrar algum cidadão que não houvesse nascido nas mãos de Donária. Ela, depois de muitos anos de Ubatuba, decidiu morar em Taubaté nos anos 40, retornando à Ubatuba onde veio a falecer anos depois.

DO LIVRO " Ubatuba, espaço, memória e cultura"

UBATUBA, O PRIMEIRO SOL DO VERÃO.

Quem acompanhar a trajetória do Trópico de Capricórnio no mapa, verá que ele se encontra, em sua rota imaginária ao redor do globo, com a cidade Ubatuba, localizada ao norte do litoral de São Paulo. E todos os anos, em 22 de dezembro, suas praias recebem os primeiros raios de sol do hemisfério sul, consagrando o início do verão. Essa metáfora espacial serve como ponto de partida para abordar a cidade desde uma perspectiva turística, uma das principais fontes de reconhecimento que se faz desta região do litoral norte de São Paulo.

Apesar de o Trópico de Capricórnio não ser conhecido como uma referência geográfica importante pelos meios de comunicação de massa e pelo público em geral, ele determina um dos motivos pelos quais Ubatuba é, em uma das estações do ano, a primeira a desfrutar do solstício de verão. O calor, a qualidade do clima e das águas coloca Ubatuba como um dos mais importantes recursos turísticos do litoral norte de São Paulo. As pessoas vão ao lugar em férias, pois o clima ameno atrai um fluxo turístico considerável à procura do sol e da Serra do Mar.

A linha imaginária que atravessa Ubatuba passa pela praia do Cruzeiro, próxima ao campo de aviação Gastão Madeira. Um símbolo concreto desse cruzamento é um globo de metal, sobre uma estrela dos ventos, localizado em uma das praças que hoje serve de marco de referência para o lazer e a recreação dos habitantes de Ubatuba. A função simbólica deste lugar convencionado para este fim reveste, o mesmo de um valor ímpar em termos de localização espacial.

Assim, o sol oferece em Ubatuba um espetáculo privilegiado, um dos cenários mais primorosos da aurora do verão de nosso país tropical. Tal explosão de beleza desenha o visual colorido do Cruzeiro e, junto às águas que banham a baía do centro, desenham um belíssimo cartão postal de Ubatuba.

O texto acima faz parte do 1 º Capitulo do livro : UBATUBA, ESPAÇO , MEMÓRIA E CULTURA", dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, este último é caiçara nato , é irmão caçula do editor desta página e deste site.

domingo, 14 de outubro de 2007

UBATUA E SUAS PRAIAS : Prainha do Matarazzo

A praia do Matarazzo está localizada bem na região central de Ubatuba, exatamente no morro que separa as praias do Perequê – Açu e de Iperoig -Cruzeiro. Seu acesso é fácil passando pela ponte que vai ao Perequê Açu, logo na cabeceira da ponte à direita, sobe-se uma estrada passando pelo mirante da estátua de São Pedro pescador, seguindo 5 minutos de carro ou uns 15 a pé. A Praia do Matarazzo recebe esse nome em homenagem ao ilustre empresário paulistano, Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como “Cicillo” Matarazzo, que foi também prefeito de Ubatuba em 1934.


Do Livro :Ubatuba, espaço, memória e cultura.(autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca

UBATUBA COMO CENÁRIO DA TV....

Os índices da Rede Globo são indiscutíveis:115 afiliadas, entre elas a TV Vanguarda do Vale do Paraíba que cobre a cidade de Ubatuba, atinge mais de 99% do território brasileiro e tem uma participação de 60% no número de aparelhos ligados no horário nobre. Esse público é formado por pessoas que ficam em média mais de 4 horas por dia em frente da TV (Dicionário da TV Globo, 2003:ix). Tal índice de audiência é significativo, uma vez que o mercado competitivo é grande e existem outras cinco redes de televisão aberta no país, por exemplo, a TV Bandeirantes que também pode ser vista em Ubatuba .

Nas minisséries, ao contrário das telenovelas, o enredo já está definido pelo autor antes do início da produção. Sua duração pode variar de 4 a 60 capítulos. Na década de 80, a faixa do horário das 22 h, antes ocupada por novelas e depois por seriados, passou a exibir minisséries com adaptações de importantes obras literárias nacionais como é o caso de A Muralha e A Invenção do Brasil (2000), a duas minisséries usaram Ubatuba para a filmagem de algumas cenas externas, explorando a paisagem natural e sem dar muito crédito a esse tipo de utilização da imagem.

A Muralha foi escrita por Maria Adelaide Amaral e João Emanuel Carneiro, inspirada no livro homônimo de Dinah Silveira de Queiroz e dirigida por Carlos Araújo e Luis Henrique Rios . A série foi pensada como parte dos eventos comemorativos dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. A narrativa ficcional conta a aventura dos bandeirantes paulistas que desbravaram o interior do país no século XVII. Cem anos depois de que Pedro Álvares Cabral e suas caravelas chegaram ao Brasil, a principal preocupação destes personagens é a sobrevivência. As leis vinham da Corte, do Rei de Portugal e os índios eram catequizados pelos jesuítas da Companhia de Jesus com o propósito de convertê-los ao catolicismo. A disputa pelas terras fica de manifesto na trama de A Muralha, nome que se dava à cadeia de montanhas que forma a serra do mar e, nada mais oportuno que Ubatuba para mostrar esse encontro entre a serra e o mar, entre o conquistador e o conquistado. As muralhas eram grandes obstáculos para as incursões dos bandeirantes que iam em busca de novas terras e riquezas.

A Invenção do Brasil, é uma minissérie escrita e dirigida por Gruel Arraes e Jorge Furtado, com direção e produção de Eduardo Figueira. A série também fez parte dos eventos comemorativos dos 500 anos do Descobrimento do Brasil. Baseada na obra de José Alencar e Mario de Andrade, o título foi inspirado no prefácio do livro A Fundação do Brasil, de Darcy Ribeiro. Unem-se neste tipo de produção ficção, documentário e comédia.

A trama ficcional conta a história de Diogo Álvares (Selton Mello), que vive no Brasil do século XVI, degradado de Portugal, depois de roubar o mapa de Pedro Álvares Cabral, este personagem chega ao Brasil três dias antes que o navegador. Aqui se encontra com a tribo Tupinambá que o batiza de Caramuru e passa a formar um triangulo amoroso com as irmãs Paraguaçu (Camila Pitanga) e Moema (Deborah Secco). Com a chegada de Dom Vasco (Luis Mello), interessado nas novas terras, propõe para Diogo seu retorno à Europa e um casamento de conveniência com a marquesa Sevigny (Debora Bloch).

Caramuru não consegue se separar de Paraguaçu, levando-a para França. A marquesa de Sevigny planeja casar-se com o ex – degradado, mas Diogo se casa com Paraguaçu que adota o nome cristão de Catarina do Brasil, e retorna ao país como líder Tupinambá. Marco Nanini é o narrador que interfere na trama e vai fazendo a ligação entre ficção e realidade, comentando também os fatos históricos.

Há um reconhecimento do litoral paulista como lugar das filmagens, mas não especificamente de Ubatuba, onde realmente estas aconteceram em um grande deslocamento de material para a montagem dos cenários da época. A Invenção do Brasil foi transformada em filme, em novembro de 2001, com o título Caramuru, a Invenção do Brasil.

Ambas as minisséries televisivas tiveram como parte dos cenários, as praias de Ubatuba, o que nos leva a pensar que a imagem de Ubatuba está sempre na mídia, desta poderosa Rede de televisão, oculta. Mas, o que acontece cada vez que a Globo aparece em Ubatuba para filmar, principalmente nas praias da Fazenda e Ubatumirim é uma revelação para seus habitantes ávidos de novidade, de celebridades e da aparelhagem técnica que mobiliza muitas pessoas e investimento. A reação dos ubatubenses ao ver as paisagens que lhe são familiares remitindo à outros lugares produz frustração e ao mesmo tempo realização de não se saber enganados. Acreditamos que a Rede Globo use com freqüências as paragens de Ubatuba pelas condições propícias para a filmagem a céu aberto e o baixo custo da mesma. Ubatuba, na verdade é um remanescente natural da imagem primordial do Brasil. A falta de reconhecimento do município, talvez seja por uma disputa de interesses econômicos e políticos que não vem ao caso discutir. No marco das celebrações dos 500 anos da Descoberta do Brasil surgiram estas duas minisséries, cujo desafio era reconstruir a imagem da nascente nação brasileira, assim o espaço físico tem um papel importante, do mesmo modo que o imaginário dos europeus e indígenas que a mídia tenta reproduzir.

A palavra exclusão veio à tona nessa oportunidade, reivindicada por grupos sociais minoritários de índios, sem terra, representantes do movimento negro que aproveitaram para evidenciar as desigualdades sociais produzidas ao longo desses 500 anos . É evidente que o papel da mídia foi preponderante nesse momento, pois as suas estratégias narrativas idas ao ar se chocavam com os interesses desses remanescentes das etnias que arquitetaram a nação brasileira. A relação espaço e memória fica evidente quando queremos referir ao conceito de cultura, são conceitos pré – requisitos que nem sempre a mídia leva em consideração, em função da própria imediatez do veículo através do qual são transmitidas as mensagens em função dos efeitos receptivos.

O papel da televisão não é apenas ser uma fábrica de artistas, produtores, técnicos, jornalistas, etc., de certa forma, também consiste em reconstruir o telespectador no sentido de educar seu olhar, oferecer um espelho no qual a cultura brasileira possa se olhar sem medo ou vergonha, e abrir horizontes para as manifestações mais nobres como a literatura, o teatro, a música, o esporte e o cinema. A educação do futuro exige um esforço mancomunado da sociedade que reivindique o papel das ciências humanas e sociais a romper com esse velho confronto entre natureza e cultura. Neste percurso do livro tentamos de alguma forma vencer essa muralha para reinventar o Brasil e Ubatuba é um bom lugar para se começar.


FONTE : Livro : Ubatuba, espaço , memória e cultura , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005 .

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

NO AR O CAIÇARA...SUA NOVA REVISTA ELETRÔNICA DE UBATUBA...

Boa noite, meu nome é Silvio Cesar Fonseca, sou editor deste site, e nas horas de lazer eu "garimpo" na internet matérias interessantes sobre minha querida cidade Ubatuba, localizada no Litoral Norte Paulista de São Paulo, um dos mais lindos do Brasil, segue abaixo algumas imformações sobre este site e novidades que virão por ai. Obrigado pela visita e retorne sempre...

ESTE SITE TEM AS SEGUINTES PÁGINAS :


O CAIÇARA - PÁGINA PRINCIPAL :

Página principal, a qual até aqui apenas informava as principais notícias
de minha cidade (Ubatuba), a partir da p´róxima semana , ela deixará de relatar só notícias e passará a ser um espaço para que possa bater um papo com você amigo internauta.
AS notícias em destaques de Ubatuba será publicadas numa nova página, a qual já tem um nome definido : CAIÇARA NEWS.

FUTMESA DE UBATUBA-SP E REGIÃO :

O futebol de mesa tem o seu espaço à parte, por tratar do esporte que eu mais gostos seja de praticar ou de assistir, através desta página você conheçará um pouco da história do esporte em Ubatuba e região ( leia-se Litoral Norte e Vale do Paraiba).

ESPORTES DE UBATUBA-SP :

Espaço dedicado a divulgar todas as modalidades esportivas praticadas em Ubatuba, de "A" à "Z", o esporte e que pratica ou apoio o desenvovimento esportivo de Ubatuba em eventos locais o em outras praças . Com matérias tiradas da internet ou editadas por Silvio Cesar Fonseca.Tentarei levar o máximo de innformação, se alguma notícia for esquecida , desde já desculpe. Participe enviando matérias sobre os esportes praticados em Ubatuba.


UBATUBA E SUA HISTÓRIA:

Nesta página contarei a verdadeira história de Ubatuba e daqueles que fizeram a sua história, aguardem muitas novidades nesta página.


FUTEBOL DE UBATUBA-SP E MUNDIAL :

Criada para divulgar apenas o futebol ubatubense deste a categoria fraldinha até a de veteranos, esta página divulga também o futebol brasileiro e mundial,s empre com matérias especiais. para aqueles que sentye falta de mais informações aqui do futebol amador de Ubatuba, no momento eu encontro dificuldades para obter as mesmas, já solicitei a LUF - Liga Ubatubense de Ubatuba , informações semanais e atualizadas.


MUNDO CURIOSO : O nome já diz , aqui apenas notícias pora lá de curiosas e bizarras sobre nosso Mundo Curioso.

TV FONSECA : Uma página reservada a vídeos selecionados para o deleite dos internautas de plantão : Veja elas no roda pé da página.

CAIÇARA NEWS : Página criada , com notícias sobre Ubatuba ( de ponta aponta) e matérias especiais..

CULINÁRIA CAIÇARA : EM BREVE : Página com receitas caiçaras, somente receitas do Litoral seje ele ubatubense ou brasileiro. Aguarde as mais deliciosas receitas além de outras histórias sobre a culinária caiçara.

Aguarde para mais novidades no O CAIÇARA , a sua nova Revista Eletrônica.

COM VOCÊS........O UBATUBENSE, SUA PÁGINA 100% HISTÓRIA DE UBATUBA...




CAROS AMIGOS INTERNAUTAS, no ar uma página especialmente dedicada a contar a verdadeira história de Ubatuba, minha bela cidade , localizada no Litoral Norte Paulista, assim com a criação do site " O Caiçara", esta página é a minha colaboração para esta cidade que me viu nascer e crescer, uma cidade que eu sempre amei, da qual eu espero jamais sair em definitivo, aqui me formei (estudos), me casei e tive o previlégio de ter dois belos filhos, a eles, a minha esposa e aos meus pais e irmãos eu lanço está pagina, a qual vem valorizar ainda mais a minha Revista Eletrônica " O Caiçara".
Tendo principalmente como documento principal, a obra literária do meu mano Jorge Otávio (em dupla com Juan Drouguet) : UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA, entre outras fontes, farei o possivel para contar a verdadeira história de Ubatuba.
Não sou escritor e nem jornalista, eu apenas gosto de ler, escrever e repassar aquilo que aprendi de bom nesta minha nada mole vida...

UBATUBA É UMA ESTÂNCIA BALNEÁRIA...

Ubatuba é um município do estado de São Paulo, no litoral norte. A população estimada em 2003 era de 72.857 habitantes e a área é de 712 km², 83 por cento dos quais localizados no Parque Estadual da Serra do Mar. A densidade demográfica de 102,33 hab/km².

Ubatuba Estância Balneária

Ubatuba é um dos 15 municípios paulistas considerados estâncias balneárias pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei Estadual. Tal status garante a esses municípios uma verba maior por parte do Estado para a promoção do turismo regional. Também, o município adquire o direito de agregar junto a seu nome o título de Estância Balneária, termo pelo qual passa a ser designado tanto pelo expediente municipal oficial quanto pelas referências estaduais.

RÁDIO IPEROIG AM , A 1 ª DE UBATUBA-SP

A primeira estação de rádio de Ubatuba – Rádio Iperoig – AM. A Rádio Iperoig foi a primeira emissora de rádio de Ubatuba e, segundo informações fornecidas pelo radialista Clementino Soares, ubatubense, cooperador e locutor nos primeiros anos da rádio Iperoig, o surgimento da rádio se deu por volta do ano de 1957. Antonio Topedini Pagâno, engenheiro eletrônico e também funcionário da VASP - Viação Aérea São Paulo - recebeu a autorização para a implantação da rádio no Litoral Norte – Ubatuba e Caraguatatuba – o Sistema de Radiofônica em A.M. O próprio Topedini foi quem montou os dois transmissores e outros aparelhos para as rádios na oficina da própria VASP e, na mesma época são inauguradas as Estações de Rádio-difusão: Iperoig de Ubatuba e a Oceânica de Caraguatatuba.

A rádio Iperoig teve inicialmente as suas instalações, transmissores e a torre em um pequeno prédio no encontro da Avenida Rio Grande do Sul com a Rua Dona Maria Alves, centro da cidade de Ubatuba. O alcance das ondas médias de transmissão da rádio Iperoig, prefixo ZYR – 205, na freqüência de 1540 KHZ. Tinha apenas 75 wats de potência, um alcance de 50 km, percorrendo alguns bairros da cidade, mas com dificuldades de atingir a região sul do município, à região norte chegava com mais facilidade, alcançando até a praia Picinguaba.

O primeiro locutor e gerente da Rádio Iperoig foi Antonio Marques do Vale Filho, e seu auxiliar na locução José Luiz Soares, que mais tarde foi contratado para gerenciar a Rádio Oceânica de Caraguatatuba, deixando a vaga para Clementino Soares. Antonio Marques e Clementino Soares se revezavam nas locuções e nos programas de apresentação de calouros, em transmissões de sessões da Câmara Municipal e outros eventos transmitidos pela rádio. Logo, o estúdio da rádio transferiu-se para um novo endereço, na Rua Cel. Domiciano, no centro da cidade.

Nomes como Elza Costa Ferreira, Olga de Andrade, Ivone Vianna, Odair Rofino, Luiz Marques, Alcebíades Brasil Rofino, todos eles locutores que emprestaram sua voz a esta rádio, uma precursora que marcou o primeiro momento na história da imprensa oral ubatubense.

Existia uma enorme variedade na programação, por exemplo, nos dias de domingo, existia um programa, “Gente que Brilha”, que trazia calouros ao vivo, como “Maneco e seu Regional”, que era um dos mais ouvidos. Outros nomes como Jorge Fonseca, Filhinho Fragoso e o “Cacareco”, cantavam músicas de carnaval, samba-canção, serestas e outros tipos de músicas da época. A rádio costumava entrar no ar às 7 horas da manhã e durava até às 23 horas.

O Governador do Estado de São Paulo, o senhor Jânio da Silva Quadros, foi a primeira pessoa famosa a ser entrevistada na rádio, no ano de 1959. A entrevista ocorreu nas dependências da Pensão Aeroporto de propriedade de Dona Gení Viana.

Foram quase duas décadas de participação da Rádio Iperoig na história cívica ubatubense. Contudo, a trajetória da primeira rádio de Ubatuba finalizou por volta dos anos 1975/1976. Em seus últimos anos de vida, um locutor, José Benedito Rodrigues (JB), hoje locutor da Rádio Costa Azul, também nos forneceu algumas informações sobre o fechamento da rádio Iperoig. Segundo JB, em 1974 a rádio Iperoig estava arrendada pelo empresário de comunicações Douglas Melhen, que era sócio proprietário da rede de Piratininga de Rádio. A emissora de Ubatuba havia sido dirigida por Alfredo Breneizer, depois substituído pelo senhor Otávio Ceschi, que é pai do apresentador da Rede Bandeirantes de Televisão: Otávio Ceschi Júnior. Com a cassação da Rádio Piratininga pelo AI-5 - um Ato Institucional do governo federal da época, o arrendatário perdeu o interesse pelas afiliadas, abandonando completamente o contrato em vigor. Assim, o proprietário da Rádio Iperoig, o senhor Topedini Pagâno, não se interessou em retomar a direção da mesma, que já passava por sérios problemas de ordem financeira e documental. O pedido de renovação de autorização para o funcionamento da rádio junto ao Ministério das Comunicações não foi efetuado, levando a sua concessão a ser cassada por volta do ano de 1976.

TEXTO EXTRAÍDO do livro ' UBATUBA, ESPAÇO , MEMÓRIA E CULTURA ", escrito pelos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005.

INDO PARA A PESCA...





UMA CENA CADA VEZ MAIS RARA EM UBATUBA, PESCADORES CAIÇARAS COLOCAM UMA CANOA NA ÁGUA, PARTINDO PARA A PESCA ARTESANAL, PESCA ESSA OUTRORA "FARTA" , HOJE .....

UBATUBA JÁ TEVE A SUA FABRICA DE VIDRO...

Ruínas da Fábrica de Vidro

Ruínas da primeira fábrica de vidros do Brasil. Distante a 25 Km. do Centro da cidade pela Rodovia SP-055, no Bairro da Lagoinha, do lado esquerdo da pista. Segundo relatos orais e recentes pesquisas, Capitão Romualdo, o proprietário das terras na época, era possuidor de vasta cultura de café e cana de açúcar, fabricante e exportador de aguardente e açúcar mascavo. Ele teria iniciado a construção da primeira fábrica de vidros no Brasil, para embalar a aguardente para exportação

Fonte :

www.ubatuba.sp.gov.br

UBATUBA SEDIA A " CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS"

A Conferação dos Tamoios

Antes da conquista e colonização do Brasil pelos europeus, existiam várias comunidades indígenas ou Brasil índios no extenso litoral brasileiro. Culturalmente diferentes entre si, falavam várias línguas com diversos dialetos e, numerosos, habitavam aos milhares as centenas de aldeias. Os índios da Comunidade Tupinambá (excelentes canoeiros) possuíam várias aldeias, sendo que uma delas, a Aldeia Iperoig, localizada na região de Ubatuba quando da chegada dos portugueses.

Durante o processo de conquista, que envolveu a catequização de índios pelos jesuítas, os portugueses aliaram-se a comunidades indígenas que habitavam a região de São Vicente e de São Paulo de Piratininga como Tupiniquins e Guaianazes. Os portugueses e seus aliados passaram a invadir aldeias e escravizar índios de outras comunidades, utilizando-os como mão-de-obra escrava.

Ao serem atacados, os índios Tupinambás e de outras comunidades organizaram-se e formaram a "Confederação Tamuya" (da antiga língua Tupi, o Tupi arcaico, origem da língua Tupi-Guarani, que significa: o mais antigo, os primeiros e verdadeiros donos da terra) ou, como é conhecida hoje, Confederação dos Tamoios (na língua indígena não existe o plural e o uso do "s" como na língua portuguesa), passando a enfrentar os portugueses. "A Confederação foi, então, a união dos índios verdadeiros donos da terra".

FONTE : www.ubatuba.sp.org.br

FOTO DA SEMANA : O CAIÇARA



Na foto acima um caiçara confere a rede puxada recentemente, foto de Renê Nakaya, tirada na Praia do Itaguá, região central de Ubatuba, e extraída do site da Prefeitura Municipal de Ubatuba-SP.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

LITERATURA : LIVRO : UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA



Em 2005, com base num trabalho para a Faculdade, meu mano caçula Jorge Otávio Fonseca, recebeu a honra de escrever um livro (fato inédito em sua vida) à quatro mãos, convite este feito pelo professor Juan Drouguet, meu mano aceitou o convite e o desafio e posso dizer que ele realizou um belo traballho, pois após longas pesquisas, filtrando vários livros, trabalhos, realizando várias pesquisas em conjunto com o professor e escrito renomado Juan Drouguet, Otávio conseguir dar a sua importante contribuição literária à Ubatuba, editando e lançando uma obra digna e comparada à grandes obras literárias do Brasil. Este livro cuja a capa você vê acima servirá como base para está página, a qual vem enriquecer esta Revista Eletrônica , intitulada " O Caiçara". No decorrer deste e do próximo ano você terá o prazer de viajar pela rica história da minha querida Ubatuba, graças ao livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA.

UBATUBA , DEMANDA TURÍSTICA...

Demanda Turística

A demanda turística varia de acordo com o ponto de vista a ser considerado, uma vez que Ubatuba é, como já mencionamos, um destino turístico, e isso define toda e qualquer praia como um recurso natural de interesse, demanda e desejo por parte do turista. Na economia, a demanda turística está atrelada à relação de quantidade de qualquer produto, bem ou serviço que o público em geral queira e possa comprar por um preço específico, dentro de um conjunto de preços possíveis em um tempo determinado.

A demanda turística anual, segundo pesquisas realizadas pela Secretaria de Turismo de Ubatuba SETUR, a COMTUR e a empresa MEDIMIX em janeiro de 2004, referem que o período considerado “alta temporada” vá do dia 26 de dezembro até o 31 de janeiro Também são considerados Carnaval, Semana Santa e os feriados prolongados tradicionais como 7 de setembro, 12 de outubro e Finados, em 1 e 2 de novembro. A baixa temporada, que vai de março a dezembro, registra movimento médio de 20% a 40% do fluxo turístico. O mês de julho, considerado de baixa temporada, tem aumento de 40 a 60% populacional, devido à visita dos turistas. A população flutuante na alta temporada mantém a média –de 300 mil turistas com permanência média de sete a dez dias, chegando a picos de 800 mil no Réveillon e Carnaval. Em geral, o turista busca lazer (94,6%), um número menor encara a viagem como de “caráter familiar (4,2%), outros dão preferência à prática de esportes (2,4%), e apenas 1% têm interesse ecológico ou paisagístico”. O restante (4,2%) vai à cidade em viagens de negócios, ou tratamento de saúde, entre outros.

As pesquisas também mostram que o mais desagradável para os turistas é a falta de infra–estrutura local, não adequada para recebê-los. Os documentos também citam a falta de planejamento na recepção, até mesmo a “impressão”, mantida por alguns visitantes, de Ubatuba ser uma cidade “abandonada”.

* * *

Ubatuba tem mais de 84 praias, ao longo de cem quilômetros de costa . Algumas ainda sofreram pouca interferência humana, enquanto outras localidades já abrigam uma ampla infra-estrutura para receber os turistas, com várias opções de atividades para lazer ou esportes.

Fazem parte do litoral sul de Ubatuba, as praias de Galhetas, Figueira, Ponta Aguda, Mansa, Lagoa, Frade, Saco da Banana, Raposa, Caçandoquinha, Caçandoca, Pulso, Maranduba, Barra/Palmira, Domingas Dias, Lázaro, Sununga, Sete Fontes, Flamenguinho, Flamengo, Ribeira, Saco da Ribeira, Lamberto, Perequê – Mirim, Santa Rita, Sapé, Lagoinha, Oeste, Peres, Bonete, Grande do Bonete, Deserto/Cedro do Sul, Fortaleza, Brava da Fortaleza, Costa, Vermelha do Sul, Dura, Enseada, Fora, Godoi, Toninhas, Grande, Tenório, Vermelha do Centro e Cedro.

No litoral central de Ubatuba encontramos as praias de Itaguá, Iperoig/Cruzeiro e Matarazzo.

O litoral norte de Ubatuba tem as praias de Perequê-Açú, Barra Seca, Saco da Mãe Maria, Vermelha do Norte, Alto, Itamambuca, Prainha, Félix, Lúcio/ Conchas, Prumirim, Camburi, Léo, Meio, Puruba, Justa, Ubatumirim. Almada, Brava do Norte, Fazenda, Picinguaba e Brava.

Portanto, em posse de todas estas coordenadas que nos servirão para percorrer o litoral de Ubatuba, sugerimos os dois itinerários a seguir, traçados de acordo com a divisão espacial do litoral. As dez primeiras praias escolhidas seguem o recorrido da visão: norte, centro e sul, as dez seguintes, o percurso do olhar: sul, centro e norte.

TEXTO DO LIVRO " Ubatuba, espaço, memória e cultura, dos autores Juan Douguet e Jorge Otávio Fonseca , editado em 2005.

SIMPLEMENTE UBATUBA-SP...




NO DESENHO ACIMA UMA ILUSTRAÇÃO DE UBATUBA , DATADA DE 1890


O Município de Ubatuba encontra-se no território nacional do Brasil, exatamente dentro do Estado de São Paulo, na região Sudeste do país. Esta zona compreende toda a orla marítima muito recortada numa sucessão de baías, angras, enseadas e sacos. Disto resulta uma infinidade de praias de médio e pequeno porte quase sempre junto aos paredões da Serra do Mar, que ali termina em forma de costões. As suas baixadas são de pouca extensão e, devido ao declive mais acentuado, os rios não chegam a ser caudalosos. Esta configuração proporciona maior facilidade para a pesca, oferecendo terrenos mais férteis para a agricultura e um clima mais salubre, dando margem para o estabelecimento de grupos humanos com melhores condições de vida.


Localização

Ubatuba está situada na zona do Litoral Norte de São Sebastião, no nordeste da costa Atlântica, nas seguintes coordenadas geográficas: 23º 26’ 14 “latitude sul e 45º 05’ 09” de longitude oeste do meridiano de Greenwich, a 16 quilômetros em linha reta da capital do Estado de São Paulo.

Os limites municipais de Ubatuba foram traçados na época do Império, datados de 20 de abril de 1865 e 22 de março de 1870. Ao norte, a cidade de Ubatuba faz limite com o município de Cunha, pela Serra do Mar; ao sul, sudeste e leste com o Oceano Atlântico; ao nordeste com Parati (RJ), pela Serra do Corisco, contraforte da Serra do Mar e pela Cachoeira da Escada, que vai terminar na Ponta da Trindade; ao sudeste, com Caraguatatuba pelo rio Tabatinga; ao oeste, com os municípios de Natividade da Serra e São Luiz do Paraitinga pelas vertentes da Serra do Mar (Florençano, 1951: s/p; De Oliveira, 1977:43; Alves F. de Camargo, 1994: 17) .



Acesso

A partir de São Paulo, existem dois caminhos para chegar até as praias de Ubatuba. O mais curto é utilizar o acesso da marginal Tietê à via Dutra (SP 070), no km 17, seguindo até a cidade de São José dos Campos. Depois, o caminho segue pela rodovia dos Tamoios (SP 099) até Caraguatatuba. Dali, o motorista pode utilizar a rodovia Dr. Manuel Hipólito do Rego (SP 055) ou BR 101 – até a cidade de Ubatuba.

Outro caminho, sete quilômetros mais longo, é pela antiga rodovia dos Trabalhadores, atualmente chamada de Ayrton Senna. A partir do km 22 da Marginal Tietê, é possível entrar na rodovia Carvalho Pinto no trecho Guararema–Taubaté. Nesse trecho de Taubaté, existem indicações rumo ao litoral pela rodovia Oswaldo Cruz (SP 125), em um percurso de 94 km que inclui a impressionante descida da Serra do Mar.

As empresas rodoviárias que operam no circuito das praias de Ubatuba são a Litorânea e a Cidade Ubatuba. O acesso aéreo é pelo aeroporto Estadual Gastão Madeira, mas o avião só opera com transporte de cargas. O acesso marítimo se dá pela marina do Saco da Ribeira que movimenta cerca de 2.000 embarcações com aproximadamente de 15 a 20 garagens náuticas. O Saco da Ribeira é a maior marina fluvial do litoral norte em Ubatuba.



Texto acima extraído do Livro " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005.

UBATUBA, O VERÃO COMEÇA AQUI...

UBATUBA, O PRIMEIRO SOL DO VERÃO.

Quem acompanhar a trajetória do Trópico de Capricórnio no mapa, verá que ele se encontra, em sua rota imaginária ao redor do globo, com a cidade Ubatuba, localizada ao norte do litoral de São Paulo. E todos os anos, em 22 de dezembro, suas praias recebem os primeiros raios de sol do hemisfério sul, consagrando o início do verão. Essa metáfora espacial serve como ponto de partida para abordar a cidade desde uma perspectiva turística, uma das principais fontes de reconhecimento que se faz desta região do litoral norte de São Paulo.

Apesar de o Trópico de Capricórnio não ser conhecido como uma referência geográfica importante pelos meios de comunicação de massa e pelo público em geral, ele determina um dos motivos pelos quais Ubatuba é, em uma das estações do ano, a primeira a desfrutar do solstício de verão. O calor, a qualidade do clima e das águas coloca Ubatuba como um dos mais importantes recursos turísticos do litoral norte de São Paulo. As pessoas vão ao lugar em férias, pois o clima ameno atrai um fluxo turístico considerável à procura do sol e da Serra do Mar.

A linha imaginária que atravessa Ubatuba passa pela praia do Cruzeiro, próxima ao campo de aviação Gastão Madeira. Um símbolo concreto desse cruzamento é um globo de metal, sobre uma estrela dos ventos, localizado em uma das praças que hoje serve de marco de referência para o lazer e a recreação dos habitantes de Ubatuba. A função simbólica deste lugar convencionado para este fim reveste, o mesmo de um valor ímpar em termos de localização espacial.

Assim, o sol oferece em Ubatuba um espetáculo privilegiado, um dos cenários mais primorosos da aurora do verão de nosso país tropical. Tal explosão de beleza desenha o visual colorido do Cruzeiro e, junto às águas que banham a baía do centro, desenham um belíssimo cartão postal de Ubatuba.

“O primeiro sol do verão brilha aqui”. Foi esse um dos slogans usados pela mídia na divulgação das imagens da cidade, que teve o objetivo de atrair turistas e visitantes. Talvez essa tenha sido a única investida feita na tentativa de explorar turisticamente o potencial do fenômeno imaginário, expresso no visual real da paisagem “deslumbrante” de Ubatuba.

OBSERVAÇÃO


O titulo acima é de autoria do editor deste site, mas a matéria acima foi extraída do belo livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura", dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005 .

PATRIMÔNIOS UBATUBENSE : IGREJA DA MATRIZ




1. A IGREJA MATRIZ

Localização


A Igreja Matriz encontra-se na praça situada bem no centro da cidade de Ubatuba com as ruas nas laterais: Dona Maria Alves e Condessa de Vimieiro, atrás a Rua Jordão Homem da Costa e à frente a Rua Dr. Félix Guisard.

Horário de Funcionamento

Missas durante a semana e sábado: às 7 h e 19:30 h.
Domingos: 7, 9, 18 e 19:30 h.
Escritório Paroquial: durante a semana das 13:30 às 17:30 h.

A Igreja Matriz de Ubatuba é um prédio histórico capaz de satisfazer o interesse do público pelo passado. A primeira construção da Igreja Matriz foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição, segundo nos relata Washington de Oliveira, no seu livro Ubatuba – Documentário (1977), antes das ruas serem asfaltadas podiam ser vistas a olho nu, as lajens que serviam de alicerces à Igreja . Nas escavações feitas no lugar, acharam-se ossadas humanas, cadáveres que foram sepultados de acordo com a tradição eclesial, provavelmente sejam corpos pertencentes a clérigos ou nobres da época a quem correspondia tal privilégio.

O primeiro templo devia ser pequeno e em mal estado – observa o historiador -, por essa razão, providenciou-se a construção de uma nova Matriz que teve início na segunda metade do século XVIII. Por decisão da Câmara de São Sebastião, da então Província de São Paulo, que legislava a respeito da Vila de Ubatuba, determinou-se a construção de uma nova Igreja Matriz em vistas de que a existente estava em estado “deplorável”, e assim foram fixadas contribuições para este nobre propósito.

Muitos foram os empecilhos após a declaração da Câmara de São Sebastião (1798), que assombraram o projeto da Igreja Matriz. Problemas nos alicerces, madeiras corrompidas e irregularidades nas paredes constituíam um vexame para o Império que na Matriz de Ubatuba visualizava um emblema de seu poder temporário.

O dilatamento da burocracia em relação ao início das obras deixou-se ver até o ano de 1835, quando a Igreja Matriz ainda estava nos inícios de sua edificação. Por esta razão, os habitantes da cidade procuraram organizar uma loteria beneficente em prol das obras do empreendimento religioso . Documentos da época caracterizam um tipo de discurso persuasivo em função do louvor e das preces a Deus como primeiro e último beneficiário de tal elevação, vale a pena esclarecer que o destinatário direto de tais benefícios era o próprio Rei ou Imperador que, em última instância, mediava as leis que regiam a ordem celeste e terrena.

A grande contribuição para a Igreja veio do povo, principalmente, como reafirma o historiador anteriormente citado, “do suor derramado pela mão escrava”, desejosa de conciliar: os interesses públicos com os privados, em torno de um templo de arquitetura colonial no litoral paulista.

A morosidade da época e a grandiosidade da empresa Matriz arrastaram a obra até os alvores do século XX, momento a partir do qual Washington de Oliveira passa a ser testemunha ocular . O historiador, pesquisador e ex – prefeito de Ubatuba descreve por meio de fotogramas da cidade, o estado da Matriz no século XIX, uma Igreja totalmente erguida, mas sem torres, ostentando uma pequena água – furtada onde estariam os sinos. Nessas fotografias aparecem as atuais palmeiras plantadas pelo Intendente Municipal Francisco Pires Nobre e, segundo testemunhas, funcionava também um relógio visível à distância e que por muito tempo marcou as horas da cidade .

A Igreja Matriz hoje tem uma torre que lhe dá o aspecto de inacabada. Até 1904, relata “Seu Filhinho” não existiam bancos no interior da Igreja, as devotas ubatubenses assistiam a missa em pé ou ajoelhadas. Nesse mesmo ano, o Coronel Francisco Pereira foi o festeiro do Divino Espírito Santo que conseguiu que esta festa patrocinasse as despesas na melhoria da Igreja.

O Padre Paschoal Reale, reconhecido vigário na história de Ubatuba atendia esta cidade e a Ilha Bela, na sua gestão demoliu a Igreja do Rosário que ficava na atual Praça Nossa Senhora da Paz. Aproveitando o material e os auxílios angariados fizera rebocar, forrar e dotar o piso da Capela – Mor e transferiu para lá o Altar – Mor de Exaltação à Santa Cruz.

Em 1956, os Frades Franciscanos Conventuais: Frei Tarcísio Miotto, Frei Vittorio Valentini e Frei Vittorio Infantino tomaram conta da Igreja Matriz oferecendo todos os cuidados que ela precisava. Desde 1980, o vigário Frei Mangélico Maneti empreendeu a restauração do templo trocando a madeira, o decorado interior da nave principal restaurando os corredores e substituindo todo o reboco externo até a pintura total da fachada.

Este espaço de devoção é um dos principais atrativos culturais de Ubatuba, a memória viva da evangelização na configuração do contexto urbanístico do Novo Mundo. Além de a Igreja Matriz representar o esforço de sua população, ela é uma imagem fiel do sacrifício da Santa Cruz e do espírito de luta de São Pedro Pescador que hoje é um reflexo da identidade caiçara de Ubatuba.


FONTE : Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura ", dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005

O QUE É SER CAIÇARA.....

Claudia de Oliveira, que se auto-reconhece como caiçara, nos oferece um belíssimo depoimento do que é ser caiçara, atrelado à forma simbólica de representação do mundo.

Eu, caiçara... uma mistura de gente de toda gente! Cheiros, formas e cores... diferentes! Ingleses, bugres, alemães, portugueses e tantos outros que por aqui passaram; sem contar o sangue que corre nas veias, herança tupinambá. Este povo que guerreou até o fim, lutando pela terra da qual eram donos por direito, pois ‘eram os primeiros’ (os denominados tamoio). Da fusão das etnias surgiram os caiçaras, moradores à beira-mar, os também conhecidos como barriga-verde (devido ao fato de alimentar-se do peixe cozido com a banana verde).

Nós também somos um povo guerreiro que luta pela sobrevivência de nossa infinita e rica cultura, que percorre os mares e ilhas, alojasse nos mangues, brinca nas ondas do mar, caminha pela sombra do chapéu de sol, canta suas tristezas, conta em verso suas alegrias, trilha pelas colinas, banha-se nas cachoeiras...

Faço parte de um povo sábio que traz na alma a sabedoria de ser nobre na simplicidade. Contemplamos o sábio dos sábios, o sr do tempo, um guru tão complexo! Mas que quando o entendemos a vida fica ‘mais...deliciosa’, ele que nos diz em um simples olhar quando vai chover ou vai fazer sol ou mesmo que hora é. É ele que determina a época da colheita, se ela vai vingar ou mesmo quantas luas são necessárias para apanharmos o alimento na hora certa. Os ventos, aquele que leva as coisas ruins e traz as boas também é dito por ele, quando solta no ar o cheiro da vassourinha (planta da região), não tarda muito, o vento noroeste esta por chegar, logo atrás dele vem o vento que traz a chuva; é hora de ‘apoitá os barco’. O alimento ofertado pelo mar também tem época certa, garoupas, paratis, sargos, infinita quantidade, mas que para ter seu merecimento no prato, tem-se que entender muito do traiçoeiro mar, e ficar atento de sol a sol, lua a lua... Ah! A lua, que surge com fases diferentes de tempos em tempos, ela que determina quase tudo na vida de todo ser vivo, imagina então de nós caiçaras, que mesmo sabendo que hoje muitos são estudados, tantos outros moram em lugares que ainda se usa o lampião. Amores, rumores de estórias de lobisomem, apanhar a madeira na lua minguante para que não tenha caruncho, não pegar o pescado na lua cheia pois a fêmea esta em algum mangue parindo novas vítimas. Enquanto isso embalamos em algum lual, no ritmo da xiba e depois um banho de mar; ou ainda aproveitamos para pagar alguma promessa dançando de noitinha até ao amanhecer a dança de São Gonçalo. Eu, como todos os outros caiçaras, vítimas do mundo globalizado, estou aqui digitando estas palavras na tela de um computador, do qual para muitos leitores soará como um achado. Puxa! Ninguém mais ouve minha gente, acham que somos preguiçosos quando estamos quietos, apenas a observar, esperando o tempo certo para plantar, ou colher. Pobres daqueles que não percebem que para tudo tem um tempo certo, pois, se ele é demais o fruto apodrece, os amores passam... se ele é de menos o fruto é verde, o amor ainda não está pronto! A velocidade das informações onde tudo que falamos hoje, amanhã é informação ultrapassada! O mundo gira em uma velocidade atroz, produzindo uma nova raça que agem como donos da verdade!! Apenas suas verdades! Uma raça confusa, que vivem em busca do outro, fugindo de si mesmo! Para fazer paz, usam armas de fogo! Dizem ser ecológicos por modismo, mas tiram do caiçara o direito de plantar em seu quintal! Amor não é mais embalado pelo reflexo da lua cheia, é sim através da projeção da mesma em uma tela computadorizada em qualquer momento do dia ou noite que possa desejar! Em nome do progresso construíram seus muros. E quanto maiores, ‘é-difícios’ foi ficando! Assim, só nos resta lutarmos até o fim para preservarmos nossa raça, nossa cultura, nossa história, uma gente que apesar de estar dia a dia sendo massacrada pela evolução do século XXI, vítimas de demagogos, ainda assim, somos uma gente que cai- e-çara!!!! Até o fim... contando para todos quem somos, interferindo na história, sobrevivendo e aprendendo com o mundo contemporâneo, mas nunca deixando de observar, a lua... o mar, estes que muito tem a nos falar, a sabedoria, que ficou de herança, como havia mencionado dos tupinambá. Assim vivemos com nossas tragédias, fazendo poesia, com um sorriso no rosto e a felicidade na alma, sofrida e aprendiz. Não tomamos mais café com caldo de cana; puxamos o picaré (rede puxada por dois homens beirando a orla) ou consertamos (limpar) o peixe, mas nossas praias tem nomes indígenas, como Itaguá, Itamambuca, Puruba, e tantos outros assim como nosso município Ubatuba; já nossos nomes tem variações como Rocha, Santos, Cabral, eu mesma, Claudia que guardo o Gonzaga e só uso Oliveira, sobrenomes portugueses, espanhóis, tupis; raízes tão entrelaçadas que unidas construíram um país, aqui mesmo nas terras de Yperoig (hoje Ubatuba), Hans Staden, Padre José de Anchieta, Ciccillo Matarazzo, ´Confederação dos Tamoio’, etc, etc, etc, quem somos? Somos filhos da história de um país que se chama Brasil.

FONTE : LIVRO " Ubatuba, Espaço, Memória e Cultura, dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca , editado em 2005.

Sobre o livro : Ubatuba – espaço, memória e cultura é uma obra que se origina de uma amizade entre um habitante da cidade e um estrangeiro, para situar-se como um projeto de sistematização regional, visto na perspectiva do turismo, da história e da cultura local

O QUE SIGNIFICA " CAIÇARA "


Texto extraído do livro " Ubatuba,espaço, memória e cultura", de Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca - Editado em 2005.



Caiçara é a denominação dos habitantes do litoral do Estado de São Paulo. Etimologicamente, a palavra caiçara provém de caá – icara, o cercado de paus a pique, defesa da taba, segundo o Vocabulário Geral – tupi – guarani de Silveira Bueno (1998:87). Provavelmente esta designação responda a um modo particular de pesca que esses habitantes do litoral praticavam em função de interesses alimentares.

JORGE FONSECA UM CAIÇARA DA GEMA... 1 ª Parte

O texto extraído abaixo sobre o caiçara Jorge Fonseca foi extraído do Livro " Ubatuba - Espaço, memória e cultura " dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca, este último meu irmão, editado em 2005.

Jorge Fonseca, nascido e criado no litoral. Ele aprendeu a conhecer seu espaço e dele obter informações para garantir sua sobrevivência e de seus numerosos descendentes. Este depoimento nos mostra a força e a sabedoria do cotidiano de um caiçara.

Jorge Fonseca tem 81 anos, nascido em Ubatuba, é filho de Jesuíno Joaquim da Fonseca e Donária Maria da Conceição. Ele fala da origem de sua família e diz que seu avô, pai de Donária, era Antônio Lopes Guimarães - neto de francês, que juntamente com Dona Maria Alves, chegou ao município vindo de Rio de Janeiro. Antonio já estava viúvo, porém casou-se novamente com Izabel da Conceição, uma índia mestiça descendente de escravos. Antônio Lopes, avô de Jorge Fonseca adquiriu terras em Ubatuba de Dona Maria Alves, transformando-as em fazenda. Eram grandes áreas localizadas nas Toninhas, Casanga e Cedro, onde se cultivava plantações de fumo, café e cana, que depois transportavam à Santos em canoa de voga.

A família de Jorge Fonseca era formada por mais sete irmãos, eram eles: Hortência, Nestor, Maria, “Guaiá”, Luiz e “Biscoito”. Este último, tornou-se muito conhecido em Ubatuba pelo ofício de tintureiro. Biscoito, como era carinhosamente conhecido por todos, morava bem no centro de Ubatuba, nas proximidades onde hoje se encontra a casa lotérica, ao lado do Cartório Eleitoral. Biscoito passava roupas para os clientes da lavanderia de sua mulher: eram ternos, camisas e vestidos. Sua janela, que fazia frente à Rua Coronel Domiciano, era local conhecido por muitos ubatubenses, pois ao mesmo tempo em que Biscoito passava as roupas, sua televisão - a primeira de Ubatuba vivia ligada, servindo de passatempo para muitas pessoas que ali paravam para jogar uma conversa fora e assistir a programação diária.

Jorge morou até os 15 anos em uma área, onde hoje se encontra a Praça Treze de Maio, uma propriedade de seu pai Jesuíno Joaquim da Fonseca que plantava e criava animais, não só ali como também em áreas localizadas no Horto. Trabalhou de sol a sol até o final de sua vida, de forma trágica aos 86 anos. Segundo Jorge Fonseca, em um sábado de Aleluia, seu pai e mais dois irmãos foram à costeira, na praia do Perequê Açu para “catar” marisco e, na volta, no meio do caminho, seu Jesuíno decide apanhar mais um pouco, e estando de costas para o mar agachado, uma onda forte o derrubou e o arrastou para o fundo do mar. No dia seguinte, no domingo de Ramos acharam seu corpo com a cabeça ferida, na praia do Perequê Açu e ajudado pelo Félix Guisard, o levaram, na sua camionete, até a Santa Casa, mas sem vida. Já, Donária Maria da Conceição, mãe de Jorge Fonseca, era parteira muito conhecida em Ubatuba, era difícil encontrar algum cidadão que não houvesse nascido nas mãos de Donária. Ela, depois de muitos anos de Ubatuba, decidiu morar em Taubaté nos anos 40, retornando à Ubatuba onde veio a falecer anos depois.

Continua......

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

AGUARDEM..........

Amigos internautas, estou "remodelando" está página, a qual tratará apenas de divulgar a história de Ubatuba , suas curiodades e etc. Poranto aguardem, pois ainda esta semana estarei publicando aqui a verdadeira história de Ubatuba, sua gente e as curiosidades acerca de Ubatuba-SP...

domingo, 7 de outubro de 2007

CAROS AMIGOS

A partir desta 2 ª feira, dia 8 de outubro em homenagem ao aniversário da minha querida Ubatuba, eu passarei a dedicar está págima a divulgar a hitória de Ubatuba , a sua verdadeira história, com base no livro escrito pelo meu mano Jorge Otávio e Juan Drouguet " UBATUBA , espaço, memória e cultura" ,um livro com "L" maiúsculo , um livro sério , eu estarei publicando nesta página a verdadeira história de Ubatuba-SP...Boa leitura e ao meu mano Otávio
OBRIGADOOO............

FUNDART INFORMA : Confira o Calendário Cultural de Ubatuba...





10 – Quarta-feira – Teatro de Bolso de Ubatuba

20:30h Auditório Fundart



11 a 13 – Caiçarada

19:30h Apresentações folclóricas

Avenida Iperoig – Centro



LIRA “PADRE ANCHIETA”Apresentações, oficinas musicais.

Tel.: (12) 9767-6311 com Júlio ou dahoramusica@yahoo.com.br



NOVA CASA DO ARTESÃO DE UBATUBA

SEGUNDA À SEXTA DAS 9h ÀS 19h

SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS DAS 9h ÀS 22h

Espaço Azul Marinho – Avenida Iperoig, 10 - Centro.



PRESTIGIE OS ARTISTAS DE UBATUBA

SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS, A PARTIR DAS 15h


Adquira e indique obras da Praça das Artes Plásticas.

Praça das Artes Plásticas
Avenida Iperoig (em frente à Câmara Municipal)

Grupo Setorial de Artes Plásticas da FUNDART.




PARTICIPE DAS REUNIÕES DOS

GRUPOS SETORIAIS DA FUNDART

06 - SÁBADO - Local: FUNDART - 18h

Grupo Setorial de História e Geografia.

10 - QUARTA -FEIRA - Local: FUNDART - 18h

Grupo Setorial de Música.

17 - QUARTA -FEIRA - Local: FUNDART - 18h

Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança.

18 – QUINTA- FEIRA - Local: FUNDART – 18:30h


Grupo Setorial de Folclore e Tradições Populares.

24 – QUARTA-FEIRA - Local: FUNDART - 18h

Grupo Setorial de Fotografia, Cinema e Vídeo.

26 – SEXTA- FEIRA - Local: FUNDART – 18:30h

Grupo Setorial de Artes Plásticas.

30 - TERÇA-FEIRA - Local: FUNDART – 18:30h

Grupo Setorial de Artesanato.



Acesse nosso site:
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Nossa cultura em um clique!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

NOTÍCIAS DA FUNDART

NOTÍCIAS DA FUNDART

III Festival de Cultura Popular – Caiçarada




Será nos dias 11, 12 e 13 próximos sempre, a partir das 19:30 horas, o III Festival de Cultura Popular – Caiçarada, este ano em homenagem a Ney Martins, seu criador em 2005.

O evento consiste na valorização da cultura de raiz e mostrará não só as tradições populares caiçaras como também a de outros lugares do litoral e do interior.

Este ano a Caiçarada vai acontecer na Praça de Eventos da Avenida Iperoig, ao lado da Praça Capricórnio. Parceria Fundart/Prefeitura de Ubatuba “pretendemos firmar cada vez mais este que é um ícone de nossa cultura, bem como a Festa de São Pedro Pescador que ocorre a partir de 29 de junho”, salientou o prefeito Eduardo César.

“A Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba vem desenvolvendo trabalho marcado pelo interesse de fomentar tudo aquilo que representa nosso patrimônio histórico, material, imaterial e paisagístico, fundamentais para o desenvolvimento de uma política cultural realista e necessária na afirmação da nossa memória e identidade”, disse Pedro Paulo, presidente da Fundart.

Fato importante nesse sentido é o Projeto Acervo Memória Caiçara da Profª. Drª. Kilza Setti, com base em sua tese de doutorado na USP, publicada pela Editora Ática no livro Ubatuba no Canto das Praias. Esse projeto, aprovado e apoiado pelo Ministério da Cultura e Petrobrás, está sendo instalado na sede administrativa da Fundart.

A pesquisa já vem sendo multiplicada a partir de trabalho prático com músicos, estudantes, etc., sob a orientação da própria Profª. Kilza Setti e representa uma referência cultural da maior importância para o município dando-lhe grande visibilidade e mereceu todo o apoio da Prefeitura de Ubatuba e da Fundart.

“O que estamos fazendo, na prática, é a implantação de uma política cultural de raízes sólidas que produza ações construtivas na fundamentação de pontos que assegurem ao município conteúdo enriquecedor não só para a população local como também para aqueles que nos visitam. Todo e qualquer trabalho nesse sentido deve focar a revitalização constante dos nossos patrimônios: histórico, material, imaterial e paisagístico(ecológico). A partir daí é que vamos enriquecer a personalidade própria de Ubatuba e criar as bases fundamentais para nosso desenvolvimento em todos os sentidos”, disse o presidente da Fundart, que concluiu: “não podemos falar de cultura popular e de Caiçarada, sem se referir ao que fundamenta esse e outros eventos que promovemos.

Programação – Caiçarada
11, 12, 13 e 21 de Outubro de 2007



Dia 11/10 – Quinta-Feira
19:30h – Execução do Hino Nacional e Hasteamento das Bandeiras

20:00h – Apresentação de Danças Indígenas – Aldeia Guarani (Ubatuba)

20:30h – Grupo Folia de Reis Sertão da Quina (Ubatuba)

21:00h – Grupo Folia de Reis Maranduba (Ubatuba)

21:30h – Grupo Canoá (Ubatuba)

22:00h – Grupo Fandango Caiçara (Ubatuba)



Dia 12/10 – Sexta-Feira
19:30h – Grupo Congada de São Benedito (Ubatuba)

20:00h – Grupo Cirandeiros Sete Unidos (Paraty)

20:30h – Grupo Guaruçá (Ubatuba)

21:00h – Grupo Ass. Cultural Congadeiros do Bairro S. Francisco (São Sebastião)

21:30h – Grupo Raízes de Ilhabela (Ilhabela)

22:00h – Grupo Folia de Reis Pontal da Cruz (São Sebastião)

22:30h – Grupo Fandango Caiçara (Ubatuba)



Dia 13/10 – Sábado
19:30h – Grupo Moçambique da Fundacc (Caraguatatuba)

20:00h – Grupo Moçambique Alto do Cruzeiro (São Luiz do Paraitinga)

20:30h – Grupo Moçambique São Benedito (Lorena)

21:00h – Grupo Congada São Benedito (Lorena)

21:30h – Grupo Moçambique Vermelho e Branco (Guaratinguetá)

22:00h – Grupo Moçambique União São Benedito (Redenção da Serra)

22:30h – Grupo Maracatu Baque do Vale (Tremembé)

23:00h – Grupo Folia de Reis Paulista (Redenção da Serra)



Dia 21/10 – Domingo
10:00h – Corrida de Canoas na Barra Seca

10:00h – Campeonato de truco e de tranca na Barra Seca



V Salão Nacional de Belas Artes de Ubatuba encerra inscrições



Foram encerradas as inscrições para o V Salão Nacional de Belas Artes de Ubatuba. Com 341 obras, 153 artistas, 23 cidades e 02 estados participantes, o evento que será aberto no próximo dia 26 com encerramento dia 18 de novembro já tem assegurado seu sucesso.

O Grupo Setorial de Artes Plásticas, da Fundart, estima que a promoção do V Salão alcançará visitação recorde, “considerando que neste 2007 o local da exposição irá atrair maior público. O Salão de Exposições da Fundart, no Sobradão do Porto tem ótima localização, na Praça Anchieta, início da Avenida Iperoig, e trará maior visibilidade à mostra”, disse Bruno Pizzuto, Coordenador do Grupo Setorial de Artes Plásticas.

O número de inscritos demonstrou o interesse despertado pelo Salão de Ubatuba e foi grande a movimentação de artistas que procuraram a Fundart para inscrever seus trabalhos, na última semana de setembro, notadamente.

Os artistas plásticos de Ubatuba, participantes do Grupo Setorial, na Fundart, durantes este ano vêm mostrando seus trabalhos na grande maioria dos salões do Estado de São Paulo e conquistaram vários prêmios importantes.

Para o presidente da Fundart, Pedro Paulo, “a atuação dos artistas, através do Grupo Setorial, e o apoio decisivo da Prefeitura e da Fundação, têm assegurado o trabalho e a união, necessários à boa ação executiva que vem sendo colocada em prática com sucesso”.

As cidades participantes


São Paulo, Taubaté, Pindamonhangaba, Caraguatatuba, Cunha, Mogi Guaçu, São José dos Campos, Piracicaba, Caçapava, Pirassununga, Volta Redonda, Campos de Goytacazes, Tremembé, Ilhabela, Jacareí, Agulha, Fernando Prestes, Guaratinguetá, São Roque, São Sebastião, Aparecida, Jandira e Ubatuba.



Vem aí o Baile do Menino de Deus
Você não perde por esperar.



Solstício Maior e Grupo Canoá



Os dois grupos musicais estarão se apresentando na Praça Matriz no próximo dia 6, sábado, às 20:45h.

O Solstício Maior é da Banda Sinfônica Lira “Padre Anchieta”, e o Canoá há quatro anos se apresenta mensalmente na Fundart com o programa Serestas e Seresteiros.



Autor infanto-juvenil conta histórias no Auditório Fundart


O escritor infanto-juvenil e contador de histórias, Jonas Ribeiro visitou a Fundart na última semana e deu uma “canja”. Apresentou-se na última segunda-feira no Auditório Fundart.

Exímio contador de histórias, Jonas Ribeiro é autor de 67 livros, pela Editora Nacional.

O elenco da Cia. de Teatro Abençoados por Cunhambebe, que na última quarta-feira interpretou um texto de Jonas Ribeiro, se fez presente.



Concurso Literário Ubatuba - 2007 encerra inscrições



Encerra-se nesse 5 de outubro próximo, às 18:00h, o prazo para as inscrições do Concurso Literário Ubatuba – 2007 (Concurso de Contos Washington de Oliveira; Concurso de Poesias Idalina Graça e Concurso de Teatro Infantil Tia Hêlo).



Teatro de Bolso


A Cia. de Teatro Abençoados por Cunhambebe do Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança da Fundart segue sua temporada de sucesso, apresentando-se semanalmente, nas quartas-feiras, às 20:30h no Auditório Fundart, com o espetáculo Ensaio Geral.

Sob a direção de Marilena Cabral e Fernando Moreno o grupo vem se apresentando com muita criatividade, e o propósito, além de fomentar a atividade teatral em Ubatuba, é a criação de público de teatro, com vistas a construção do teatro da cidade, projetado para o local que abrigava o Cine Iperoig, na Praça da Matriz, e a inauguração do auditório da Casa da Cultura, no antigo Fórum, hoje com a Fundart, que receberá o nome de Ney Martins.



Fundart e Secretaria da Cultura do Estado firmam parceria


A Secretaria de Estado da Cultura e a Fundart firmaram parceria e a partir do último final de semana tiveram início as ações do Projeto “Ademar Guerra”, que tem por objetivo capacitar os grupos de teatro amador, com técnicas que assegurem o melhor desempenho artístico desses grupos.

Paulo Cardoso é o professor indicado para Ubatuba. Detentor de currículo que o capacita profissionalmente a preparar atores e diretores, Cardoso ainda presta assessoria técnica para projeto e construção de casas de espetáculos. Fernando Moreno, Coordenador do Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança, da Fundart, e Marilena Cabral coordenam os trabalhos pela Fundart.

Para Paulo Cardoso “o grupo com quem trabalhei no final de semana é bom, e podemos desenvolver um trabalho interessante que irá melhorar as produções que já vêm sendo feitas, com apresentações públicas do Teatro de Bolso de Ubatuba”.

Marilena Cabral e Fernando Moreno salientam a importância do trabalho que resultará na formação de público de teatro sabendo-se que o projeto do teatro de Ubatuba já está pronto.



Teatro de Bolso, a opção que deu certo

Texto: Celso T. Leite




A “Cia. de Teatro Abençoados por Cunhambebe” será uma alternativa positiva para a famigerada maldição de Cunhambebe usada para justificar tudo o que deu errado em Ubatuba. É o próximo passo da oficina de teatro da Fundart, coordenada por Marilena Cabral que atualmente desenvolve em parceria com Fernando Moreno, coordenador do Grupo Setorial de Artes Cênicas e Dança, o “Ensaio Geral” todas as quartas-feiras, a partir das 20:30h, no Sobradão do Porto.

É um Teatro de Bolso com textos versando sobre diferentes situações do dia a dia extraídos de autores consagrados como Drummond e Veríssimo. Os 7 quadros permitem o aproveitamento de 18 atores que se revezam e ganham muitos aplausos, pois são criadas situações cômicas. Vale a pena conferir, a diversão é garantida. Até o final do ano será mantido o mesmo repertório. Depois de Ensaio Geral, entrará em cena novo texto batizado de “Sem Título”, ainda em fase de preparação.

A oficina de teatro da Fundart, com ensaios às segundas, terças e quintas, no prédio do antigo Fórum, na Praça Nóbrega, conta com 35 participantes a partir dos 10 anos de idade. Segundo Marilena Cabral, vivendo nova experiência na direção artística sem abandonar o palco, a cidade conta com atores de talento que certamente serão reconhecidos mais tarde. A criação de uma companhia de teatro, a exemplo da Lira “Padre Anchieta”, é uma forma de avançar e profissionalizar o setor, diz Marilena.

O coordenador do grupo setorial, Fernando Moreno, ator e produtor, é outro que aposta no teatro de bolso como modalidade mais apropriada, pois com a seleção de vários temas torna-se possível a movimentação do maior número de atores e atrair público.

Depois da encenação, em julho deste ano, da “Rebelião da Ilha Anchieta”, com mais de 30 atores no próprio local do levante de 1952, o grupo de teatro da Fundart já vem estudando a montagem de outra peça até o final do ano.



"A música além da sala de concerto"

Por: Amarildo da Hora




O música na praça, evento realizado pela Fundart e Sociedade Lira “Padre Anchieta” apresenta neste sábado 06/10 às 20:45h na Praça Exaltação a Santa Cruz, toda a arte do Grupo Canoá e Grupo Solstício Maior. O duo promete uma noite de muito lazer, cultura, humanização para toda a família ao som da melhor música do mundo, a música brasileira.



Em breve o maior espetáculo de dramaturgia musical do litoral norte:

O BAILE DO MENINO DEUS.



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