sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " 8 ª Parte.

9. PRAIA DA MARANDUBA

Localização


A Praia da Maranduba localiza-se ao sul, a 28 km do centro de Ubatuba sendo o penúltimo bairro do município. Sua localização geográfica fica entre as praias do Pulso e Sapé, esta última é continuação na mesma faixa de praia da Maranduba.

Acesso

Assim como tantas praias de Ubatuba, Maranduba é em toda sua extensão margeada pela rodovia Rio – Santos, BR-101, sendo esta o único acesso principal vindo do sul – Caraguatatuba, ou, do Norte, centro de Ubatuba. As linhas de ônibus da empresa Cidade de Ubatuba oferecem vários horários, a empresa Litorânea que faz a linha Ubatuba - Caraguatatuba – Ubatuba, oferece a toda hora o transporte coletivo.

Visão
Maranduba, grande em sua extensão, bela em sua paisagem nos faz lembrar um pouco a praia Grande com seus quiosques e muita gente bonita à beira mar. Praia de ondas não tão grandes que agrada a todos, famílias e alguns surfistas principiantes. Possui poucas árvores e algumas casas ou pousadas. Faz divisa com a praia do Sapé, onde em uma única faixa de praia formam um trio: Lagoinha, Sapé e Maranduba. Logo à frente da praia podemos visualizar uma ilha muito próxima com o mesmo nome, Maranduba, ou Ilha do Tarmerão.

As opções para lazer, além de suas águas podem ser os passeios de escuna na baía seguindo até a ilha da frente ou até a praia Grande do Bonete, outro lugar incrível, correndo o risco de ver os graciosos golfinhos e até baleias em determinada época do ano. Uma das atrações principais é o tobo àgua, ou tobocean que fica flutuando em alto mar, e também se divertir com caiaques e banana boalt disponível para aluguel.

Para quem gosta de praticar traiking, mais conhecida como caminhada, no final da mesma faixa longa das três praias, saindo da Maranduba, passando pelo Sapé e finalizando na Lagoinha, bem no canto começa uma trilha de no máximo 40 minutos, passando pelas praias do Perez, do Bonete, Grande do Bonete até a do Deserto. Uma trilha fácil de fazer e ideal para principiantes nesta prática com um visual de mar e mata fantástico.

Maranduba também tem algumas histórias: em 1827, o Sr. João Agostinho Stevemé foi dono de quase toda a área plana e de plantações próxima à faixa costeira do bairro. Próximo desta praia, na Fazenda Bom Retiro, localizadas hoje as Ruínas da Lagoinha, utilizava-se o atracadouro de Maranduba para assim transportar a pinga fabricada neste lugar na época do Império, no auge da cana de açúcar.

Curiosidades à parte, a palavra Maranduba, era a denominação Brajahimerinduba, supõe-se que esta estranha palavra tenha sido uma junção de Brejaúva4 e Maçaranduba5. Também Maranduba que em língua indígena quer dizer conjunto de histórias bonitas refere-se ao relato das gerações que são contadas onde os valores e cultura, conquistas e atos de heroísmo atravessam o tempo e permanecem vivas nas memórias do presente de um povo.

Maranduba é cercada pela Mata Atlântica, fazendo com que a imagem do local seja de uma região interiorana. Dali, próximo, existe uma estrada que leva em questão de minutos ao Sertão da Quina, um bairro grudado com a Maranduba que é uma opção diferente com esse ar interiorano para àqueles que se cansam do mar. Lá dentro é possível desfrutar de um conjunto de maravilhosas cachoeiras, onde a mais famosa é a da Renata, tendo como opções de hospedagens ótimas posadas e chalés. A paisagem que pode ser vista de alguns pontos da região é linda. Mas, Maranduba desenvolveu sua independência por conta da distância, quase 30 km do centro de Ubatuba. Tanto que possui um mini centro comercial com lojas, farmácia, supermercado, posto de atendimento médico, inclusive uma subprefeitura regional dando assistência a uma espécie de desenvolvimento social na região.

Uma rede hoteleira razoável que atende a grande demanda de visitantes e turistas freqüentadores assíduos da região sul, existe com muitas pousadas e chalés e também para àqueles que procuram algo mais simples existem campings bem próximos da praia.

A alimentação pode ser bem diversificada a gosto do cliente. Além dos quiosques com drinks gelados que acompanham sabores exóticos dos pratos de frutos do mar, existem restaurantes e lanchonetes no seu mini centro comercial, e também mercados com variedades em alimentos.

Demanda Turística
Sua demanda é bem variada, recebendo todo tipo de turistas ou excursionistas, são na maioria de classe média. Por sua fácil localização e acesso, Maranduba tem um grande movimento mesmo fora de temporada, e na “alta temporada” chegando a dobrar, principalmente porque atende a uma demanda de turistas e visitantes da cidade vizinha, Caraguatatuba.





10. PRAIAS DA CAÇANDÓCA E CAÇANDOQUINHA

Localização


A praia da Caçandoca e a Caçandoquinha localizam-se ao sul, a 30 km do centro de Ubatuba. Geograficamente, Caçandoca está entre a Caçandoquinha e a praia do Pulso, e a Caçandoquinha entre a praia da Raposa e Caçandoca.

Acesso


O acesso de carro às praias da Caçandoca e Caçandoquinha é pela rodovia Rio – Santos, exatamente no Km 78 da Br 101. Uma estrada, a partir da rodovia principal de 3 km de percurso, leva à Caçandoca, onde ao lado direito dessa, por uma trilha curta, chega-se à praia da Caçandoquinha. O acesso de ônibus para ambas é pela rodovia, por meio da empresa Atlântico que faz a linha Ubatuba–Caraguatatuba– Ubatuba. O ônibus não entra pela estrada de terra até a praia, e o restante do caminho tem que ser feito a pé.

Visão

Tanto Caçandoca como Caçandoquinha são praias com uma vegetação variada da Mata Atlântica, e suas águas, são de um azul intenso, com poucas ondas. Na Caçandoquinha há areia monazítica, ideal para tratamento medicinal. Laranjeiras, coqueiros, amendoeiras, caraguatás fazem atraem arapongas, baitacas, periquitos, sabiás, tucanos e pica-paus.

Como tantas outras praias de Ubatuba, Caçandoca e Caçandoquinha guardam, além da beleza natural e exuberante, histórias dos negros quilombolas de Ubatuba. Caçandoca e Caçandoquinha abrigam famílias, moradores que são descendentes dos quilombolas. A colonização desse trecho foi feita por José Antonio de Sá, que tinha o monopólio de Caçandoca em 1881. As terras foram deixadas, depois, como herança a seus filhos.

Caçandoca e Caçandoquinha não têm infra-estrutura turística, e o visitante deve encontrar pousadas e hotéis nas praias próximas.

Demanda Turística

As duas praias são procuradas por excursionistas e adeptos de aventuras, instigados pelas belezas naturais da paisagem que desafia. O longo caminho de terra até suas areias e as trilhas fabulosas e históricas, longe do movimento de multidão, impressiona o turista que acha neste recanto da natureza selvagem um saudosismo de origem africano que paira por essas redondezas.


CONTINUA.......

A PAZ DE IPEROIG " 2 ª Parte " Segundo o livro " Ubatuba, espaço,memória e cultura"

Por estas e outras razões, Aimberé não confiava nos padres intercessores da paz, que deveria ser selada na aldeia de Iperoig. Anchieta sabia que o líder da Confederação estava à par do seu jogo e temia a fúria daqueles chefes índios que os haviam deixado em cativeiro.

A primeira assembléia da Confederação foi tumultuada, as queixas contra os portugueses eram: atrocidades, traições, incêndios, intrigas e capturas de índios tratados a ferro de escravos. A voz de Aimberé fez se ouvir em toda a aldeia de Iperoig: “A libertação de todos os Tamoio escravizados e a entrega dos caciques que se haviam unido com os inimigos”. Os jesuítas não aceitaram a proposta e Aimberé os ameaçou com o seu “tacape”. Segurado pelo braço, o grande chefe Aimberé, tumultuou a sessão que encerrou sem nenhum acordo de paz. Nóbrega propõem uma nova assembléia, mas os índios encontravam-se divididos: uns queriam a paz, outros a continuidade da guerra que começaria com a morte dos padres.

Enquanto esperava pelo desfecho de sua missão, Anchieta escreveu nas areias da praia de Iperoig, o célebre poema à Virgem Maria, segundo conta a lenda . Sentimentos e superstições, costumes e perfis indígenas são descritos em figuras e episódios nas Cartas de Iperuig, sob a forma de poema laudatório da Virgem - De Beata Virgine Dei Mater Maria, composição de 5.902 versos ou 2.950 e um dístico. A respeito da natureza desse poema, se foram efetivamente escritos na areia da praia, nos parece algo de menor importância, o relevante sim é a caracterização das circunstancia em que este foi concebido. O ritmo bárbaro da atmosfera do poema é um elemento de luta da inteligência e da fé sobre o instinto, transparecendo muitas vezes a angústia do conflito que motivava a narrativa do evangelizador.

O isolamento de Anchieta em Iperoig fez com que este prometesse à Virgem Maria, compor o poema de sua vida, com o fim de vencer as tentações da carne. Papel, tinta e pena, foram ministradas por José Adorno. Mas, nos momentos do cativeiro, o ambiente era tenso e inóspito para o religioso atormentado com os fantasmas da guerra .

Celso Vieira descreve que Anchieta sem buril concebeu no ermo, idealizando em versos latinos e elegíacos esse poema à Virgem para sobreviver ao instante genésico e fugaz do cativeiro, o apóstolo só contava, portanto, com a sua memória afetiva comprometida com os exercícios espirituais de sua Ordem. A lenda diz que não tinha mais do que a areia molhada pelas ondas, batidas pelo vento para escrever. Preferimos pensar que se trata de uma composição realizada com o tempo, nesse clima de cativeiro e que talvez as praias de Iperoig tivessem servido de esboço para esses rascunhos idealizados no retiro espiritual em que Anchieta se encontrava.

Junto do mar, um dia – conta Vieira -, ele traçou na fimbra espumante e arenosa o verso inicial do poema: “Eloquar? Na silean, sanctissima Mater Jesu?” Falar ou emudecer? Anchieta oscilava entre a ação ritual e a mística da fé que inspirava seu canto.

Tu mihi cum chara sis única Prole voluptas,
Tu desiderium cordis, amorque mei.

Desta forma, o jesuíta desdobra os motivos do primeiro canto que passaremos analisar, de acordo com o contexto no qual Anchieta está inserido: um cativeiro onde as lutas entre corpo e espírito, configuram a saga do desejo.

O primeiro canto leva o nome: De conceptione Virginis Mariae. A concepção de Maria antecede a modelagem da criação. É interessante mencionar aqui que o espírito mariano da maioria dos espanhóis encontra na figura feminina de Maria uma tabua de salvação .

Continua......

O ESPORTE MAIS POPULAR DE UBATUBA - SP É O SURFE



Não tem como negar, o esporte que mais destaca o nome " UBATUBA" na mídia é sem duvida o mais popular de Ubatuba.
O Surfe tranformou Ubatuba , na Capital do Surfe, isto a nível brasileiro.
Praia Grande e a Praia de Itamamcuca são os principais points do Surfe em Ubatuba, destaque também para a Praia do Félix e a do Perequê-Açu.
Visite Ubatuba o ano inteiro e comprove se Ubatuba é ou não a capital do Surfe....

ISTO É UBATUBA : Por do sol na Praia do Itamambuca

UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " Apresentação"

Ubatuba – espaço, memória e cultura é uma obra que se origina de uma amizade entre um habitante da cidade e um estrangeiro, para situar-se como um projeto de sistematização regional, visto na perspectiva do turismo, da história e da cultura local.
A cidade de Ubatuba como destino turístico constitui o ponto de partida para dois itinerários diferentes que se fundem para mostrar, conjuntamente, o lado perceptivo daquele que mora na cidade de Ubatuba, e o lado reflexivo do turista que interpreta os efeitos da paisagem e da história com a qual se reveste a cidade ao longo da escrita.

Trata-se de um tipo de construção teórica importante, no sentido de oferecer dados para toda e qualquer pesquisa que se venha a fazer sobre a região. Uma das maiores dificuldades que enfrentamos, uma vez que decidimos fazer frente à esta aventura foi justamente a falta de registro escrito das tradições orais de Ubatuba. Esta questão conferiu a nossa obra um caráter inter e multidisciplinar, desafiando-nos o tempo todo a criar interstícios com as teorias do turismo, com a história do Brasil e, sobretudo, com a fenomenologia do espaço inscrita no imaginário cultural dos habitantes de Ubatuba. Acreditamos que do resultado deste refrescante mergulho, a imagem da cidade possa sair beneficiada plenamente, da mesma maneira que saímos nós uma vez que empreendemos esta travessia e que hoje apresentamos seu resultado.

Há, entretanto, alguns pontos que queremos advertir logo de entrada sobre nosso livro. Em primeiro lugar, o desafio do turismo em Ubatuba às políticas públicas e à iniciativa privada no sentido de investir na cultura local como fonte de conhecimento e progresso; em segundo lugar, reivindicar o valor identitário da cultura tupi no seu viés tamoio para reconhecer um traço importante do caráter brasileiro; e, finalmente, lançar uma proposta à universidade, responsável pela articulação institucional, mais do que necessária dos componentes humanos, que configuram a vida social de uma cidade que tanto tem a oferecer ao desenvolvimento cultural do país. Por esta razão, acreditamos que este seja só um passo de um projeto maior que se desdobrará em futuras publicações, pois o nosso desejo é comunicar um saber fruto da experiência e reivindicar o espaço físico e humano no qual a cultura se insere e se projeta no cenário nacional.

Desta forma, a estrutura do livro é também uma proposta de travessia, um roteiro turístico que se inicia pelo reconhecimento do espaço e do tempo passado, presente e futuro de Ubatuba.

No primeiro capítulo trataremos Ubatuba como um destino turístico, caracterizando os principais atrativos naturais e culturais que fazem do turismo e da pesca os principais eixos de sustentação econômica do município.

No segundo capítulo, apresentaremos um panorama histórico de Ubatuba, outrora conhecida como aldeia de Iperoig, habitada pelos mais aguerridos índios de raiz tupi, os tamoios – que preferiam ser chamados de tupinambás - cuja saga em prol de seus valores ancestrais formou um dos episódios mais originais da história do Brasil, traçando os moldes de uma identidade litorânea .

No último capítulo, desenharemos o quadro da atual configuração da cultura ubatubense delineada no progresso de suas instituições, modelada na imagem veiculada pela mídia e assumida pela universidade como missão a favor da pesquisa e da produção de conhecimento.

Convidamos a nossos leitores, habitantes de Ubatuba em primeiro lugar, turistas, comunicadores e interessados na cultura de modo geral, a percorrer o itinerário para redescobrir as encenações de uma cidade encantada de chuva e de sol.


Texto extraído do Livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura", editado em 2005.

TUPÃ , O PRINCIPAL DEUS DOS INDIGENAS...

Tupã é outro herói civilizador do povo Tupinambá, o demônio do trovão. Cabe salientar que quando os missionários quiseram encontrar um correspondente a seu Deus, escolheram, ante a falta de expressão – diz Métraux – Tupã como o nome equivalente a “coisa sagrada e misteriosa”, no qual os Tupinambá viam a manifestação de um poder sobrenatural. Tupã é o autor do trovão e dos relâmpagos, sendo o criador do raio, tal onipresença celeste confere a este um poder significativo na mitologia Tupinambá. Para Thevet é só uma personagem secundária, quando os homens queimaram Irin – Pagé, provocou-se um milagre, abriu-se a cabeça deste com tal impetuosidade e tão horroroso estrondo que o estampido atingiu o céu, daí em diante Tupã virou trovões e relâmpagos, não tendo o relâmpago predecessor, o significado do fogo e isto é o que fica em maior evidência neste relato.

Dois fatos merecem a nossa atenção, a associação que a passagem estabelece entre Tupã e o trovão e, a relação existente entre o fenômeno e o incidente de vida de Irin – Pagé, um dos grandes heróis civilizadores. Portanto, Tupã foi criado logo após as metamorfoses sucessivas sofridas por um dos ancestrais Tupinambá.

A questão missionária parece estar ligada ao habitat celeste e ao poder sobre os elementos naturais, mais do que aos atributos divinos da onipotência, onisciência e onipresença. Esta questão reforça a nossa hipótese de como os Tupinambá se relacionavam com seu universo simbólico construído em função dos poderes e na força da natureza.

Fonte : do Livro "Ubatuba,Espaço,Memória e Cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca , editado em 2005.
Este livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal de Ubatuba, Praça 13 de Maio, centro

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

LIVRO " Ubatuba, espaço, memória e cultura " 7 ª Parte

Continuo a mostrar para vocês na integra o livro " Ubatuba, Espaço, memória e cultura " , editado em 2005 , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca. Nesta 7 ª parte você conhecerá um pouco da Praia Grande ( a mais famosa de Ubatuba ) e a Praia da Fortaleza, na opinião da maioria dos turistas a " Mais bela de Ubatuba".

Você pode encontra o livro na Biblioteca Municipal de Ubatuba, localizada na Praça 13 de Maio- centro.



7. PRAIA GRANDE

Localização

A Praia Grande localiza-se a 6 km do centro de Ubatuba, entre as praias do Tenório e Toninhas. Por toda sua extensão a rodovia Rio - Santos, BR-101, beira sua orla.

Acesso

O acesso à Praia Grande é fácil. A rodovia BR-101 beira toda sua orla. De quem vem do centro, passando pelo bairro e a praia do Itaguá, chegando até a Avenida Capitão Felipe, após o trevo da rodovia Rio -Santos já é possível avistar a praia Grande. Ou, ainda por dentro do bairro do Itaguá passando pela Praia do Tenório o acesso é único até o início da praia Grande. A empresa de ônibus coletivo Cidade de Ubatuba tem várias linhas que passam por esta praia, indo em direção às outras praias do sul e de Caraguatatuba.



Visão

A Praia Grande não é tão grande assim, como seu nome o indica, mas guarda histórias, lendas e curiosidades que até hoje são ditas pelos nativos caiçaras. Antigamente, Grande era o único acesso que ligava a região central ao sul de Ubatuba e por suas areias passavam todos àqueles que tinham que fazer este caminho obrigatório, aos seus olhos realmente parecia ser uma longa distância toda a faixa de praia, dando a sensação de grande.

Antes mesmo de a rodovia cortar toda sua extensão, a largura da praia era bem maior e havia mangues, berçário de peixes e plantas nativas típicas do litoral e beira de praias. Com o corte da estrada foi consideravelmente diminuída, transformando-a em uma das mais valorizadas áreas habitacionais de Ubatuba.

Por esta mesma rodovia onde todos passam, dificilmente não voltam seus olhos em direção do mar, suas águas azuis, areais brancas, todo o movimento de pessoas com guarda-sol e os surfistas com suas pranchas desenham um grande espetáculo no verão. Praia Grande oferece uma vista fantástica em época de muito movimento. De quem vem da região sul sentido centro, quando chega na curva das Toninhas e tem a vista de toda a praia Grande se deslumbra com tamanha explosão de cores contrastando com o azul do mar e as espumas brancas da arrebentação, sendo esta praia outro cartão postal.

Suas características naturais são as melhores possíveis. Água cristalina, ondas perfeitas que crescem enormes ao fundo e terminam por deslizar em marolas até suas areias brancas e firmes à beira mar. Toda sua extensão em cumprimento não chega a 2 km, mas ela é larga proporcionando aos turistas e visitantes passeios e caminhadas, corridas e até pedaladas de bicicletas. Todo tipo de esporte é muito freqüente como a famosa “pelada” - futebol, o frescobol e o principal esporte praticado em Ubatuba, não poderia faltar nas ondas da praia Grande, o surf. Para diversão geral do público o banana boalt faz a alegria não só das crianças como dos adultos.

Os quiosques instalados na praia ajudam para alegria da população com as mais variadas musicas de todos os gêneros da música popular brasileira e também muito rock nacional e internacional. Ambulantes vendem alimentos a gosto de cada turista ou visitante. Desde espetinhos, água de coco, milho verde cozido, cachorro-quente, até mesmo roupas, chapéus, óculos, redes, etc.

A costeira da Praia Grande é um atrativo para àqueles que gostam de aventuras sobre as pedras e um caminho alternativo até a praia do Tenório que pode ser feito pelo lado esquerdo de quem de frente olha para a praia. O turista, com muito cuidado, segue pelas pedras alguns minutos de trilha quando no meio do caminho visualiza a paisagem do horizonte entre as duas praias de ponta a ponta, impressiona pelo movimento de pessoas e por uma mistura entre o som do mar, a músicas dos quiosques e das pessoas, podendo ainda avistar a bela Ilha Anchieta. Costuma-se sentar nas pontas das grandes pedras logo na curva da costeira e de lá ficar admirando as grandes ondas estourarem contra as pedras. Ainda, no trajeto deste caminho, tendo sorte os turistas e visitante podem avistar tartarugas marinhas bem próximas às pedras se alimentando. Lembrando que estes animais costumam em determinada época do ano nadar quilômetros e quilômetros nos oceanos até Ubatuba para esta finalidade, segundo o Projeto TAMAR .

Em se tratando de hospedagem, praia Grande tem um número considerável de hotéis, pousadas e muitos prédios de apartamentos e casas de aluguel. Para alimentação, além de seus quiosques, a praia possui restaurantes e lanchonetes de variados estilos e sabores.

Demanda Turística

Praia Grande é muito freqüentada por todo tipo de visitantes e turistas, sem distinção. Em época de grande movimento, esta praia tem o maior número de pessoas por metro quadrado. Suas águas ficam repletas de gente. Até mesmo fora da temporada, nos finais de semana, a praia Grande é bem visitada e costuma ser um lugar de encontro em Ubatuba o ano todo.

8. PRAIA DA FORTALEZA
Localização


A Praia da Fortaleza está localizada ao Sul, a 20 km do centro de Ubatuba, aproximadamente a 8 km da rodovia Rio - Santos, BR 101. Entre a praia Brava da Fortaleza e o Cedrinho, Fortaleza pertence a uma grande baía do mesmo nome.

Acesso


O acesso à Praia da Fortaleza, como tantas outras praias em Ubatuba é pela rodovia Rio-Santo no km 67, entrando pela Praia Dura por uma estrada bem cuidada e asfaltada de 8km até a praia, levando em média 20 minutos de carro. A empresa de ônibus coletivo Cidade de Ubatuba disponibiliza algumas linhas específicas à praia da Fortaleza. São poucos os horários durante o dia por isto há de se ficar atentos.

Visão

A praia da Fortaleza, como diz o nome, parece uma verdadeira fortaleza, sua geografia é constituída por enormes pedras das costeiras que invadem o mar como se fossem abraçar toda a praia. Esta formação da natureza proporcionou abrigo aos antigos navegadores e corsários quando o mau tempo impedia o transporte de mercadorias ou simplesmente a passagem por esta baia.

Suas águas, na maioria das vezes mansa proporcionam agradáveis banhos de mar. Ao final, próximos da costeira, seguindo seu “braço” de pedras enormes que se submergem, escondem-se maravilhas da vida aquática que proporcionam aos adeptos da prática do mergulho e curiosos, verdadeiras aventuras submersas da vida oceânica.

Em toda sua extensão, a praia possibilita agradáveis caminhadas admirando o belo visual daquela que se parece com uma fortaleza verde de Mata Atlântica.

Vale ressaltar que o caminho desde a entrada pelo portal da praia Dura até a praia da Fortaleza é de extrema beleza, um caminho que em meio a uma vegetação exuberante e ao som dos pássaros e cigarras atordoa os sentidos. Algumas casas, pousadas e hotéis se contrastam com o belo visual natural, mas no meio deste percurso, os nossos olhos podem se deleitar em um mirante extraordinário com a paisagem de praias que antecedem a Fortaleza. A primeira é a praia Dura, logo a Vermelha do Sul, a seguir, Costa e Brava da Fortaleza.

A cultura do local é muito interessante, com uma história que impressiona. Em época anterior, com apenas 44 habitantes que viviam praticamente do plantio e da pesca, uma forma digna de subsistência aproveitando os dons da mãe natureza. O fruto do trabalho no plantio e na pesca servia como capital na troca de produtos e outros materiais vindos de fora. Uma comunidade que sabia viver de uma cultura múltipla trazendo em suas almas a alegria de participar em essa interação com o meio. Em suas festas religiosas celebravam com danças do bate-pé este prodígio e se divertiam ao som das músicas regionais, estes costumes continuam presentes nos festejos, fazendo parte do folclore até hoje.

Para hospedagem aos visitantes e turistas na praia há um meio só, um dos mais completos e interessantes hotéis da região e uma Pousada, algumas casas residenciais de aluguel ou ainda no caminho e na Praia Dura existem alternativas.

A alimentação fica por conta dos bares e quiosques restaurante e mercados próximos da praia.

Demanda Turística

A demanda de turistas e visitantes é freqüente, em finais de semanas prolongados e na “alta temporada”, fora isso, a praia costuma ter poucas pessoas por ser mais distante e isolada. É para freqüentadores que preferem praias mais isoladas e adeptos a prática de mergulho oceânicos em praias mais sossegadas, tranqüilas em meio da natureza mais preservada embora existam muitas casas e comunidade local.

PADRE ANCHIETA : Produção literária

A produção literária de José de Anchieta é copiosa e constante no Brasil, observa-se nela o espírito e a sensibilidade do evangelizador, precursor da tradição escrita da época colonial. O testemunho de Anchieta sobre seu contato com os Tupinambá – Tamoio vá desde descrições de festas na aldeia às pregações onde ele foi o principal orador. O material bibliográfico é disperso e as fontes podem ser encontradas nos Arquivos da Companhia de Jesus. A variedade epistolar, de modo geral, e o Poema à Virgem Maria, em particular, podem ser encontradas nas Obras Completas de Anchieta (1990), que compreende textos, além de trabalhos didáticos: cartas, cantos, mistérios, sermões, poemas religiosos, heróicos e biografias escritas sobre a natureza ou a formação do Brasil colonial.

As tentações da carne adquirem neste episódio, uma conotação que vai além do sexual, isto é, referem-se aos aspectos humanos do religioso, também relacionados com a ira e o desejo de aniquilação do outro por meio de uma ação transgressiva incompatível com o exercício de sua causa, nesse momento mediadora. Mas, essa sempre foi uma das fases de um “retiro espiritual”, vencer as tentações que a imediatez do corpo apresentava.

Trecho do livro " Ubatuba , espaço, memória e cultura "

A PAZ DE IPEROIG " Segundo o livro " Ubatuba, Espaço, Memória e Cultura " editado em 2005

1 ª ParteA PAZ DE IPEROIG – Logo no início deste capítulo, fizemos referência à intervenção jesuíta no processo de colonização portuguesa. Os padres haviam chegado de barco a Iperoig, em companhia de José Adorno. Na chegada foram rodeados “de canoas” e deram de cara com Coaquira e Pindabuçu. Encabeçando a expedição, ergue-se Anchieta que foi, em seguida, reconhecido junto com Nóbrega pelos chefes índios. A imagem destes dois jesuítas inspirava para eles respeito e consideração. Nessa ocasião, as palavras de Anchieta foram revestidas em um discurso afável, dizendo que ambos sacerdotes não partilhavam dos mesmos sentimentos dos portugueses que matavam e escravizavam os índios, os lembrou daquilo que ele já tinha feito em favor das aldeias: educar crianças, tratar doentes, consolar velhos e defender os fracos contra os opressores (Torres, 2000:65).

Coaquira hospedou os embaixadores da paz, oferecendo hospitalidade na Aldeia de Iperoig que seria o sitio de tais negociações e assim foram convocados os cinco chefes da Confederação: Cunhambebe, Aimberé, Pindabuçu, Coaquira e Araraí. Destes cinco chefes Tupinambá, Aimberé era considerado por Anchieta o mais cruel de todos, o sucessor de Cunhambebe que havia morrido por causa das epidemias trazidas pelos europeus e que dizimaram grande parte dos índios. No lugar do líder, outro Cunhambebe, provavelmente filho deste grande guerreiro que anteriormente liderou a Confederação.

Aimberé tinha razões de sobra para não confiar nos portugueses, pois estes o tinham aprisionado na fazenda de Brás Cuba junto com seu pai, também a sua mulher Iguaçu na toma do Forte Coligny foi feita escrava. Tudo isto se agravava uma vez que Anchieta traiu um segredo de confissão ao revelar o plano de ataque dos Tamoio a Piratininga, plano confesso por Tibiriçá, o cacique aliado dos portugueses, sogro de João Ramalho, grande proprietário de terras e pioneiro no tráfego de escravos no Brasil.

João Ramalho era um homem lendário, possivelmente náufrago e degradado; audacioso, aventureiro que controlava o litoral e o planalto paulista, situando-se acima dos poderes temporais estabelecidos pela Coroa. Possuía um harém de mulheres, entre as quais estava Bartira, sua predileta, filha de Tibiriçá. Tinha muitos filhos, considerados “mamelucos”. Para os jesuítas esta situação irregular de João Ramalho resultava motivo de ex-comunhão, até ele consentir posteriormente o casamento oficial. João Ramalho inaugurou um novo sistema de escambo com os europeus, no qual a madeira tão prezada, o pau – Brasil foi substituído pelo escravo – indígena. Ramalho escravizou guaianases, carijós e tupiniquim. Por esta razão, transformou-se desde seus inícios em alvo da Confederação.

Os relatos de cronistas contam que certo dia, Tibiriçá recebeu a visita de um emissário dos Tamoio, seu sobrinho Jogoanharo, filho de Araraí seu irmão, que trazia noticias de Aimberé, desejoso de contar com ele na luta da Confederação. Aimberé queria de volta Tibiriçá a seu antigo povo, e assim superar o conflito entre Tupinambá e Tupiniquim. Tibiriçá sentiu-se honrado com o convite, no entanto, questionava sobre o tempo do ataque que seria no prazo de três luas, pedindo um adiamento a seu sobrinho. Este último fala da impossibilidade da postergação, até porque ele era apenas um emissário da notícia, mas volta confiado na adesão para dar a boa nova ao povo Tamoio.

Anchieta percebe que logo após este acontecimento, Tibiriçá não estava em paz consigo, angustiado, o velho cacique Tupiniquim, procura o jesuíta que o induz à confissão. O plano dos Tamoio foi um segredo de confessionário violado por José de Anchieta, em uma tentativa de salvar o exercício de seu apostolado, politicamente engajado. Assim, Anchieta orienta o líder Tupiniquim a voltar a sua posição original em favor dos interesses religiosos e políticos da Coroa, que ele representava, e conta para João Ramalho quando o ataque aconteceria, a idéia era preparar os portugueses para o ataque. Dessa batalha, os Tamoio saíram vitoriosos, mas com muito ódio de Tibiriçá que terminou matando seu próprio sobrinho Jogoanharo.

Por estas e outras razões, Aimberé não confiava nos padres intercessores da paz, que deveria ser selada na aldeia de Iperoig. Anchieta sabia que o líder da Confederação estava à par do seu jogo e temia a fúria daqueles chefes índios que os haviam deixado em cativeiro.


Continua ........Próximo dia 17/12......

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Um pouco sobre UBATUBA


Ubatuba faz divisa ao norte com a cidade histórica de Parati, no estado do Rio de Janeiro, ao sul com Caraguatatuba (SP) e a oeste com o Vale do Paraíba. O município, que está ao extremo norte do litoral de São Paulo, tem 74 praias, algumas delas com acesso apenas por trilhas. O centro da cidade fica na praia do Cruzeiro onde se encontram as mais belas paisagens naturais.

O Parque Estadual da Serra do Mar, no Núcleo Picinguaba, e o Parque Estadual da Ilha Anchieta colaboram para a preservação da rica Mata Atlântica que ainda existe na região.

O município recebe hoje, na alta temporada, cerca de 800 mil visitantes, sendo um dos principais pólos turísticos do litoral paulista. É considerada a "Capital do Surf Paulista" devido aos famosos festivais de surf que aconteciam na praia de Itamambuca na década de 70.

Muitas interpretações são possíveis em torno do significado do nome Ubatuba. Ubá significa canoa, ubá é o nome de uma gramínea, uma espécie de cana. Tyba ou tuba significa um lugar, um sítio. Assim, Ubatuba pode ser interpretado como "sítio das canoas ou das canas".

Um pouco da história de Ubatuba

Estudos arqueológicos apontam para a existência de populações nômades nos sítios do Tenório e ilha do Mar Virado desde o início da era cristã. O Museu da Fundart, em Ubatuba, conserva utensílios milenares obtidos em escavações.

Durante todo o período colonial, Ubatuba foi motivo de disputas entre brancos e índios. Em 1554, a tribo dos tupinambás liderou a Confederação dos Tamoios, disputa entre os caciques da tribo e os portugueses. Em 1563, os padres jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega intercederam para conseguir o primeiro tratado de paz no continente americano, a Paz de Iperoig, nome pelo qual os tupinambás chamavam a região. O tratado de paz durou pouco. A tribo foi derrotada e a cidade ficou livre para a colonização portuguesa.

Fundada em 28 de outubro de 1637, Ubatuba tinha o nome de "Vila da Exaltação da Santa Cruz do Salvador de Ubatuba".

Tempos difíceis

Durante a primeira metade do século XIX o Litoral Norte conheceu uma fase de crescimento. No início do século os tempos foram difíceis devido às investidas e constantes ameaças dos piratas que percorriam a costa, levando o terror às populações. Esse período só desapareceria a partir de 1830.

Além disso o litoral ressentia-se da falta de comunicações com o Planalto. São desse século os caminhos do padre Dória, ligando São Sebastião ao reverso da Serra, e o de Ubatuba a São Luiz do Paraitinga.

A abertura desses caminhos foi estimulada por um novo produto, o café, sobressaindo-se Ubatuba e São Sebastião em seu cultivo e exportação. A melhoria das estradas só viria com o desenvolvimento turístico, a partir dos anos sessenta do século XIX.

Decadência

Tendo tido importância como portos do café, São Sebastião e Ubatuba entraram em declínio quando, a partir de 1867, inaugurou-se uma ferrovia entre São Paulo e Santos. Em 1877 definiu-se a ligação ferroviária entre São Paulo e Rio de Janeiro. Estas estradas de ferro contribuíram para a marginalização do Litoral Norte.

Além da lavoura de subsistência e pesca, o Litoral Norte desenvolveu o cultivo da banana, cultura introduzida a partir da Baixada Santista, no século XVIII, e intensificada no século XIX. Em relação a São Sebastião, muitas iniciativas visavam ligar o Litoral ao Planalto por ferrovia.

Ubatuba chegou a construir parcialmente uma ferrovia, com tecnologia francesa. Para sorte dos futuros turistas, não deu certo. A região reservou sua beleza para um novo descobrimento. Hoje guarda um passado magnífico e praias desertas, à espera dos novos aventureiros em seus carros, motos, lanchas e iates. Além de marinas, ampla rede de hotéis, vida noturna movimentada e comércio dinâmico.

As ondas

As ondas quebram de diferentes formas variando com o swell, mas são manobráveis e estão em toda a extensão da praia. Há dois picos bons para o surf, no canto direito e no meio da praia. No entanto, o canto direito, onde rolam os campeonatos, é o melhor lugar. O fundo é de areia.

Atrativos turísticos de Ubatuba

Cachoeiras


Promirim - Localizada junto à BR-101, sentido Rio de Janeiro, a 500 metros da entrada para a praia de mesmo nome. É uma das mais bonitas do município, com quedas e cortinas d‚água, piscina natural e escorregos.
Ipiranguinha -A entrada desta cachoeira fica na Rodovia Oswaldo Cruz, 7 Km do Centro, no sentido Ubatuba-Taubaté. Pegar a esquerda e ir até o fim na estrada.
Da Escada - Fica junto à estrada BR-101, a 45 Km do Centro de Ubatuba e a 1 Km da divisa com o Rio de Janeiro.

Mergulho

Os melhores pontos são a costa leste, o ilhote sul da Ilha Anchieta, as ilhas das Couves, das Cabras, Palmas e Ramadas. Algumas empresas dão curso de mergulho autônomo com duração de dois dias nos finais de semana.

Passeios

Parque Estadual da Serra do Mar: tem como atrativos o mar, mangue, costões, praia, restinga e fauna exuberante. De lá saem diversas trilhas como a Picadão da Barra (2h30 de caminhada), Jatobá (1h30) e Corisco (9h até Parati).

Acesso pela praia da Fazenda.

Aquário: São 13 tanques com 70 espécies marinhas. Funciona todos os dias, das 10h às 22h. De março a novembro, não abre às quartas-feiras. Rua Guarani, 859, Centro de Ubatuba.

Informações à Imprensa: Patrícia Boudakian e Maria Helena Antoniadis - Tel.: 3021-5444 / 9625-9177
ou aegimprensa@terra.com.br

CÃMARA MUNICIPAL DE UBATUBA - SP "TODOS OS PRESIDENTES"

Galeria de Ex-Presidentes da Câmara Municipal de Ubatuba.

Período Presidente

de 01/01/1948 a 31/12/1949 Domingos Chieus Filho

de 01/01/1950 a 31/12/1951
Milton de Oliveira

de 01/01/1952 a 31/12/1953 Jehú Nunes de Souza

de 01/01/1954 a 31/12/1955
Leovegildo Dias Vieira

de 01/01/1956 a 31/12/1958
Wilson Abirached

de 01/01/1959 a 31/12/1959
Benedito Vicente de Almeida

de 01/01/1960 a 31/12/1960
Alexandre Radovitch

de 01/01/1961 a 31/12/1963
José Alberto dos Santos

de 01/01/1964 a 31/12/1964

Washington de Oliveira

de 01/01/1965 a 31/12/1965
Wilson Abirached

de 01/01/1966 a 04/03/1967
José Hércules Cembranelli

de 05/03/1967 a 31/12/1967
Fiovo Frediani

de 01/01/1968 a 31/01/1969
Mário Celso Guizard Cembranelli

de 01/02/1969 a 31/01/1970
Olney Valim Rodrigues

de 01/02/1970 a 19/11/1970
Basílio de Morais Cavalheiro Filho

de 20/11/1970 a 30/06/1971

Benedito Ciro dos Santos

de 01/07/1971 a 31/01/1972
Basílio de Morais Cavalheiro Filho

de 01/02/1972 a 31/01/1973
Moacyr Carpinetti

de 01/02/1973 a 05/02/1975

Ernely Fragoso

de 06/02/1975 a 31/01/1977
Eduardo Antônio de Souza Netto

de 01/02/1977 a 31/01/1979
Luiz Carlos Vianna

de 01/02/1979 a 31/01/1981
Othoniel dos Santos

de 01/02/1981 a 31/01/1983
José Alves Barreto

de 01/02/1983 a 31/01/1985
Cícero José de Jesus Assunção

de 01/02/1985 a 02/02/1986
Nazir Caetano da Silva

de 02/02/1986 a 31/01/1987
Ademir Peres Tomé

de 01/02/1987 a 31/12/1988
Edson José Pereira de Barros

de 01/01/1989 a 31/12/1990
Sebastião Ferreira Pindá dos Santos

de 01/01/1991 a 31/12/1991
Ademir Peres Tomé

de 01/01/1992 a 18/03/1992
Agamenon Batista de Oliveira

de 19/03/1992 a 31/12/1992

Douglas Liberti Incáo

de 01/01/1993 a 31/12/1993
Luiz Carlos Tuta Castilho

de 01/01/1994 a 31/12/1994
Gerson de Oliveira

de 01/01/1995 a 01/02/1995
André Luiz dos Santos

de 01/02/1995 a 31/12/1995
Eduardo de Souza César

de 01/01/1996 a 31/12/1996
Gerson de Oliveira

de 01/01/1997 a 31/12/1997
Moralino Valim Coelho

de 01/01/1998 a 31/12/1998
Antônio Epifânio de Oliveira Neto

de 01/01/1999 a 31/12/1999
José Cândido de Souza

de 01/01/2000 a 31/12/2000
Andra de Henrique dos Santos

de 01/01/2001 a 31/12/2001
Gerson de Oliveira

de 01/01/2002 a 31/12/2002
Gerson de Oliveira

de 01/01/2003 a 31/12/2003 Rogério Frediani

de 01/01/2004 a 31/12/2004 Rogério Frediani

de 01/01/2005 a 31/12/2005
Jairo dos Santos



FONTE : CÃMARA MUNICIPAL DE UBATUBA

domingo, 25 de novembro de 2007

ADQUIRA O LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA ...


Ubatuba espaço memória cultura

LINKS : http://www.arteciencia.com.br/arteciencia/eco/ficha.asp?codlivro=203


Código:
0203

Autor:

Juan Droguett

ISBN:
8574733091

Nº de páginas:
300p.

Formato:
14x21cm

Orelha:
Não

Preço:
R$ 75,50

Situação:

Disponível


Sinopse

O livro trata de um olhar estrangeiro e de uma visão nativa sobre a história, a cultura e o turismo do município de Ubatuba. Com uma pesquisa detalhada e profunda, desperta o leitor para o potencial turístico do ponto de vista da preservação do patrimônio histórico, cultural e ambiental. A intenção deste trabalho é sistematizar e reconhecer as informações e conhecimentos sobre os grupos humanos que formaram Ubatuba, a partir da recuperação da memória como direito social.

CONHEÇA O LIVRO : Ubatuba. espaço, memória e cultura - 6 ª parte

5. PRAIA DO ITAGUÁ

Localização


A Praia do Itaguá localiza-se bem próximo ao centro de Ubatuba, sendo toda margeada pela Avenida à beira mar, Leovegildo Dias Vieira, formando uma longa extensão de praia e orla da baía central de Ubatuba.
Acesso

Para o acesso de quem chega à Ubatuba pela rodovia Rio Santos, BR 101, vindo de Caraguatatuba, passando o primeiro trevo após a praia Grande se faz o contorno sentido centro pelo bairro do Itaguá, pela via da Avenida Capitão Felipe até o final na rotatória que fica na frente da praia.

Pela Rodovia Oswaldo Cruz, vindo de Taubaté, passa-se pelo trevo na entrada da cidade sentido centro e logo em seguida pela Avenida Professor Thomaz Galhardo até o final, chega-se a Avenida Iperoig beirando a praia, segue-se esta até a praia do Itaguá.

A Empresa de ônibus Cidade de Ubatuba oferece 8 linhas em horários diversos com destino Itaguá, mas para quem curtir uma caminhada à beira mar, pode-se, à partir da Avenida Iperoig ou do Cruzeiro, seguir pelo calçadão, ou mesmo de bicicleta pela ciclovia.

Visão

A Praia do Itaguá se destaca por sua areia escura, tornando sua água no mesmo tom. Esta areia, dita por conhecedores como sendo medicinal, é chamada de areia monazítica. Itaguá é uma praia muito mansa, quase sem ondas. Hoje, infelizmente, não muito própria para o banho de mar, pois, a qualidade de sua água costuma estar imprópria e proibida pela SETESB .

Mesmo assim, a praia de Itaguá possui uma beleza própria percorrendo boa parte de toda a baía central de Ubatuba. Para enaltecer este visual, os primeiros raios solares caminham pelo mar chegando até suas areias onde já existe logo cedo a presença daqueles pescadores que na madrugada jogaram suas redes para de manhã fazer o arrastão. Nesta mesma manhã os moradores locais presenteiam os próprios olhos com uma inigualável paisagem.

A sua extensão começa na foz do Rio Acaraú e vai até a foz do Rio Tavares ou Barra da Lagoa, este último fazendo a divisa com a Praia Iperoig. Um aspecto topográfico, já comentado no início deste capítulo, a linha imaginária do Trópico de Capricórnio, passa exatamente nesta praia, contradizendo e sendo mais preciso que o local onde se situa o marco principal na Praça Trópico de Capricórnio frente ao campo de aviação Gastão Madeira na praia Iperoig ou do Cruzeiro.

A bela Itaguá guarda muitas histórias e acontecimentos juntamente com Iperoig e a exemplo disso, no dia 1º de Junho de 1973, de suas areias partiu rumo à Santos, a canoa Maria Comprida que construída por 5 moradores do local, remaram durante 3 dias até chegar ao seu destino em comemoração da Paz de Iperoig.

Turistas e visitantes podem desfrutar de vários atrativos que beiram toda a Avenida Leovegildo Dias Vieira como os dois pequenos shoppings que oferecem algumas lojas, lanchonetes, sorveterias e cinema para garantir a diversão de toda família. Os famosos quiosques a beira mar contam com vários tipos de músicas, inclusive ao vivo para todos os gostos.

Itaguá reúne um número considerável de restaurantes, bares, lanchonetes e pizzarias que oferecem uma variedade de cardápios com todo tipo de comida: caseira, típicas caiçara, massas, e até de cozinha internacional.

Para hospedagem de turistas, as opções são diversas, desde casas de aluguel e pequenas pousadas até hotéis com infra-estrutura de primeira qualidade. Nas ruas que iniciam na avenida da praia adentrando o bairro do Itaguá existe uma variedade imensa de hospedagem.

Demanda Turística

O fluxo do movimento em sua orla é grande, principalmente na “alta temporada”, passagem de ano, carnaval e finais de semana durante o mês de janeiro. Por se tratar de uma avenida de acesso quase que obrigatória para o centro de Ubatuba e por reunir uma diversidade de opções para o lazer e points de encontro, Itaguá ganha um movimento tremendo dia e noite com gente de todos os cantos do Brasil. Jovens crianças e velhos caminham pela orla do Itaguá dando vida a esta praia urbanizada, local de saída de escunas.


6. PRAIA DO CEDRO

Localização

A Praia do Cedro localiza-se num remanso ao norte da Ponta Grossa, a uns 5 km do centro de Ubatuba, passando as praias do Tenório e Vermelha do Centro.

Acesso
Para chegar à Praia do Cedro de carro deve-se ir até a praia Vermelha do Centro, cuja entrada fica próxima do Tenório. Quando terminar toda a extensão da Vermelha, começa uma estrada de terra por uns 2 km, o mesmo caminho que leva ao farol da Ponta Grossa. Quando se chega ao início da parte de paralelepípedos da estrada podem ser avistadas as árvores de cedro. Nas proximidades há um estacionamento com uma trilha, logo na esquerda, a indicação da Praia do Cedro. O acesso de ônibus fica difícil, chegando no máximo, às praias do Itaguá e Grande. O acesso marítimo pode ser realizado através de empresas de turismo em passeio de escunas com saída da Praia do Itaguá com um horário pela manhã e outro pela tarde.

Visão
A Praia do Cedro possui este nome fazendo referência a uma grande plantação de árvores da espécie do mesmo nome existente no local . Pequenina, mas graciosa, sua praia não chega a 100 metros de extensão, mesmo próxima da região central de Ubatuba, porém longe da vista de quem circula pela grande enseada de Ubatuba. Sua vegetação é cerrada e o destaque são as plantações de cedro, lindas e majestosas completando o visual perfeito de um canto primoroso do litoral ubatubense.

Praia de tombo, não tão brava, de águas incrivelmente cristalinas e de areias bem grossas e brancas, um ótimo local para a prática do mergulho em suas lajes submersas.

Vários barcos como escunas, grandes lanchas, cheias de turistas e visitantes param bem próximos da praia para mergulhos e apreciação do belo lugar. O local é preservado pelos moradores que tentam conscientizar os turistas, espalhando latões de lixo nas areias e ao longo da trilha de acesso.

Além do visual paradisíaco, a praia do Cedro é freqüentada por pequenas criaturas como os caxinguelês, um tipo de esquilo, mas a atração principal são as tartarugas marinhas e os golfinhos. Ás vezes as baleias costumam dar o ar da graça em determinada época do ano. Peixes ornamentais, cavalos marinhos, anêmonas, entre outros tantos espécies aquáticos completam o quadro subaquático daqueles que curtem mergulhos submarinos.

Para a hospedagem daqueles interessados em ficar próximo da praia do Cedro: casas de alugueis, pois, hotéis e pousadas podem ser encontrados na Praia Vermelha do Centro. Antes, nas praias do Tenório e Grande.

A alimentação é por conta de um pequeno bar simples e rústicos, mas com aperitivos diversos de frutos do mar e peixes, entre outras comidas e bebidas. A água de coco na melhor temperatura não pode faltar para completar a sensação espetacular de dia ensolarado e quente do verão.

Neste mesmo tipo de bar é possível alugar equipamentos de mergulho para amadores e iniciantes, possibilitando conhecer bem de perto a fauna subaquática daquele verdadeiro aquário natural.



Demanda Turística


A demanda na Praia do Cedro é de turistas e visitantes, ou mesmo, aventureiros em busca de paz e sossego em um local escondido da civilização. Costuma haver um movimento muito fraco, quase ninguém freqüenta esta praia na “baixa temporada”, tornando-se quase deserta.

Veja na próxima 2 ª feira ( 03/12) a 7 ª parte do Livro UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA , dos autores Juan Droguet e Jorge Otávio Fonseca, editado em 2005.
Este livro pode ser comprado através da Editora Arte e Letras , confira oa cesso a o link sobre o livro na Seção LINKS AMIGOS desta páginae encontrado para empréstimo na Biblioteca Municipal de Ubatuba , Praça 13 de Maio, Centro.

RADIO GAIVOTA , Á 1 ª COMUNITÁRIA DE UBATUBA

A Matéria abaixo sobre rádios de Ubatuba é um texto extraído livro "Ubatuba , espaço, memória e cultura" , de Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca.


Outra rádio FM é a Gaivota FM, uma rádio comunitária, reconhecida pela Anatel. Fundada no ano de 2002 por Mauro Lioberali, com o nome artístico de Mauro Lauro. A faixa de sintonia é a 104,9 MHz, com 25 wats de potência, localizada no Shopping Iperoig, no centro de Ubatuba. André Felipe de Camargo é o radialista responsável pelos vários tipos de música, nacionais e internacionais, MPB e Rock. A rádio também faz a prestação de serviço para a comunidade local.

A palavra rádio é derivada de radiodifusão ou radiofonia. A radiodifusão está relacionada com a transmissão pública de mensagens e sons à distância, por meio de ondas eletromagnéticas. A linguagem do rádio se constrói na base do som e do silêncio, entretanto, é o som, a matéria – prima com a qual a rádio arquiteta sua programação. Essas mensagens sonoras funcionam como estímulos auditivos. Neste sentido, a rádio transmite imagens da realidade, comunicando sensações, emoções, sentimentos e difunde informação (Sousa, 2004:342).

A evolução histórica do rádio encontrou na cidade de Ubatuba, um lugar propício para desenvolver-se, capitalizando como mídia os remanescentes de uma cultura, fundamentalmente oral. O sistema sonoro no qual a linguagem do rádio se estabelece em Ubatuba compreende elementos como: o uso da voz, a música e os efeitos sonoros. Quando estes elementos se combinam, perde-se a unidade conceitual, por isso o efeito sensorial baseado nos princípios do ritmo, da melodia e da harmonia (Santaella, 2001:97). A interação de tais elementos no sistema de rádio estabelece um novo conceito de linguagem radiofônica. Assim, a produção de significados para uma mensagem radiofônica depende do conjunto de elementos sonoros e do silêncio. Por esta razão, a estética radiofônica resulta de uma trama na combinação desses elementos sonoros e não na particularidade de cada um deles.

A voz que consagrou reconhecidas figuras da rádio, é um dos instrumentos preferências para a veiculação de mensagens em rádio. A linguagem verbal é polissêmica e a entoação de uma mensagem exerce diferentes funções: imperativa, submissa, irada e amorosa. As características físicas da voz: ritmo, intensidade, volume e tom contribuem para que o ouvinte atribua à mensagem um determinado sentido, fruto do processo de identificação: consigo mesmo ou com um outro. A voz, em última instância, tem o poder de aproximar ou de distanciar.

A linguagem musical também tem esse poder de provocar sensações, emoções e sentimentos, com a musica podem ser recriados ambientes físicos ou psicológicos, recorrendo à aprendizagem do receptor no sentido de promover uma correta decodificação das intenções do emissor.

Os meios de comunicação social promovem efeitos significativos na população. A rádio como veiculo que incentiva a audição de noticias, música e uma variedade de programas religiosos, educativos ou de entretenimento propõem à comunidade de Ubatuba, através de sua programação, uma série de mudanças nos modos de pensar, sentir e agir, de acordo com aquilo que está de moda e que responde aos padrões mais cosmopolitas de ser no mundo de hoje. Aqui visualizamos a influência da mídia nacional e internacional no âmbito restrito da mídia regional. Entretanto, existem honrosas exceções a esta regra nos tempos de globalização, a música é um deles, no livro Ubatuba nos Cantos das Praias – estudo do caiçara paulista e de sua produção musical de Kilza Setti (1985), nele encontra-se um aspecto importante que queremos destacar sobre a cultura caiçara, o cultivo da musica como fonte de preservação da cultura tradicional. A autora afirma que o caiçara tenta, ajustar-se ao que poderia ser o mínimo inevitável de civilização, procurando preservar o máximo possível, as formas tradicionais de equilíbrio. A audição de músicas estranhas a seu repertório não impedem a prática paralela do seu repertório tradicional. Ainda que esteja havendo uma progressiva adesão aos padrões impostos pela mídia – cultura urbana, nota-se - diz a autora – uma combinação desses com os padrões tradicionais de vida.

O rádio representa para a cultura de Ubatuba uma espécie de porta – voz da informação, na qual seus habitantes podem acompanhar o acontecer do mundo em tempo real, da música como expressão do saudosismo de caiçaras, quilombolas, migrantes e imigrantes que vieram a este lugar em busca de paz e progresso, do entretenimento e do lazer como alternativa ao desgaste do cotidiano e de civilidade no que se refere às práticas ritualísticas e urbanas na configuração de uma identidade autóctone que se vê refletida na voz deste meio cujo principal concorrente é a televisão.

MAIS UM BELO PASSÁRO DE UBATUBA : Sábia laranjeira



Eis mais uma passáro muito comum em Ubatuba, o sábia laranjeira é uma pelo passáro d fato.

GENÉSIO DOS SANTOS 100% CAIÇARA - 1 ª PARTE

O exame atento da realidade caiçara nos levou à praia do Camburi para entrevistar a um ícone desta cultura, Genézio dos Santos de 73 anos cuja sabedoria e vivência são sinônimos dos descendentes de quilombolas. Nascido e criado no Camburi, homem de muitas vidas, sobreviveu a um naufrágio com seus 17 anos durante um dia inteiro, sendo levado pela correnteza contra a costeira, superou a nove internações e uma pneumonia. Mas nada disso impede do homem que tem sede e fome da sua bandeira brasileira, de palestrar a todos os que o procuram para relatar tudo que os seus olhos já viram...

Procurado por grupos de historiadores, turistas, escritores e repórter de lugares diversos, senhor Genézio é reconhecido no exterior. Já esteve até no senado em Brasília, acompanhado pelo senhor Inglês de 65 anos - também caiçara, morador do bairro- através do Projeto Martim Pescador. Descendente do mestre Basílio, quilombola, senhor Genézio diz ter nascido em berço de ouro, pois a fartura que a mãe terra oferecia na hora da colheita, era a maior riqueza que um homem poderia almejar. Plantava-se banana, batata doce, mandioca doce, inhame, taiova, milho, cana, que era usado tanto para consumo próprio quanto na alimentação dos animais domésticos como, porcos e galinhas.

O homem naquela época – explica o entrevistado - pescava seis meses, semeava e cultivava outros seis. A liberdade do homem era o trabalho, até onde o suor e a força braçal suportavam. Ele diz que o progresso é bom, mais tem um preço, pois o rio antes navegável onde servia de agasalho para os peixes, hoje com a Rodovia Rio Santos, virou um mangue pobre e assoreado. A natureza que tudo dava, hoje somente pode ser olhada e apreciada. Movido pela fé, ele acredita que há de chegar o dia em que os governantes hão de olhar para o Camburi, ponto final do estado de São Paulo, onde a luz elétrica, a estrada e tantas outras reivindicações são os maiores objetivos da comunidade. Acredita que com esta estrutura possa organizar melhor a vinda de turistas, que hoje usam a praia para acampar ao invés dos campings - na baixa estação- não pagando nada por isso. Ele e os outros moradores gostariam de uma orientação de quem tem o conhecimento de outras fontes de renda, porque com setenta e três anos não se tem mais a força de antes, e só de fé não consegue seu alimento, pois tudo que aprendeu durante toda sua vida foi naquela praia e que hoje só lhe serve para contar histórias. Senhor Genézio, fundou em 1967 o cemitério de Camburi, antes os corpos eram levados para o Ubatumirim. Ele fala que naquela época caixão era coisa raríssima, todos eram enterrados em redes a sete palmos da terra. Seus olhos também testemunharam e o fazem, os aparecimentos de diversos OVNIS - objetos voadores não identificados na região. Pai de sete filhos de criação, ele deixa uma mensagem aos jovens: “Que escutem o conselho e a obediência e sinceridade de todos os familiares, para que cresçam com a mensagem do bom caminho conseguindo na vida adulta o conforto da vida material e principalmente da vida espiritual ao lado de Deus quando perderem o fogo da vida aqui na face da terra”.

CONTINUA NA PRÓXIMA 2 ª FEIRA - 03 / 12


Extraído do livro " Ubatuba, espaço, memória e cultura " de Juan Droguet e Jorge Otávio Fonseca

GENÉSIO DOS SANTOS CAIÇARA

domingo, 18 de novembro de 2007

PÁSSAROS DE UBATUBA - Sairinha 7 cores


Entre sua grande variedade de pássaros, em Ubatuba voc~e também pode encontrar este belo pássaro : saira 7 cores.

UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA - 5 ª PARTE

3. PRAIA DO PROMIRIM

Localização

A Praia do Promirim está localizada a 19 km do centro de Ubatuba, entre as praias do Félix e do Léo.

Acesso

O acesso único, como a maioria das praias de Ubatuba se dá pela Rodovia Rio – Santos, BR 101. Da entrada, passando por uma guarita, um loteamento com ruas asfaltadas e estacionamento até chegar às areias da praia, são mais 2 km. Os meios de transportes podem ser: carro ou o ônibus da empresa Cidade de Ubatuba, que faz o circuito das praias mais ao norte do município.

Visão

O Promirim é um interessante conjunto que se oferece aos nossos olhos numa composição de praia, cachoeira, rio, ilha, sertão e por uma das últimas aldeias remanescentes indígenas da região litorânea. A aldeia da Boa Vista de índios guarani está no sertão da praia. Nessa praia, o turista poderá ter acesso ao artesanato indígenas, que usam como matéria-prima madeira, raízes, penas coloridas e cabaças, vendidas à beira da rodovia, nas proximidades da cachoeira do Promirim.

A praia do Promirim tem água límpida e cristalina. Típica praia de tombo, é mais indicada para a prática de surf do que para banhistas. Há também a praia do Promirim, que pode ser alcançada em minutos. A travessia pode ser feita através de pequenas lanchas com motor de popa.

Há também a cachoeira do Promirim, próxima do centro de Ubatuba. A queda principal está localizada a 15 km da região central da cidade, e seu acesso se dá pela rodovia Rio - Santos, sentido Parati.

Para a hospedagem existem campings e pousadas próximas da praia, com ótimas acomodações e uma infra-estrutura.

Demanda turística

A praia do Promirim oferece uma demanda variada, porém é mais freqüentada por surfistas. A época de grande movimento e pico são os meses de dezembro e janeiro. O local também recebe muita visitação durante o carnaval. No resto do ano, há queda.

4. PRAIA IPEROIG OU CRUZEIRO

Localização


A Praia Iperoig, também chamada de Praia do Cruzeiro, localiza-se bem no centro de Ubatuba, levando toda a avenida principal da cidade o nome de Iperoig – Cruzeiro -, margeando toda a extensão que compreende a barra da Lagoa, divisa com a Praia do Itaguá e o rio Grande que passa sob a ponte que liga com o bairro da praia do Perequê Açu.

Acesso

Os acessos são vários, por algumas das ruas do centro como a Dom João III, Professor Thomaz Galhardo, Dª Maria Alves, Condensa de Vimieiro e a Dr. Esteves da Silva, ou então, pelos bairros do Itaguá ou Perequê Açu. Para quem vem de outros bairros da cidade pode-se fazer uso das linhas de ônibus coletivo da empresa Cidade de Ubatuba, e são vários os horários deste tipo de transporte coletivo.

Visão

A baía do centro de Ubatuba tem em toda sua extensão de orla a Praia Iperoig ou Cruzeiro dividindo este espaço com a sua “irmã”, a Praia do Itaguá. Esta baía proporciona um visual deslumbrante, o maior cartão postal de Ubatuba, onde foram registrados grandes acontecimentos da vida regional e mesmo da história do Brasil .

Na praia do Cruzeiro, as areias são grossas e amareladas, suas águas não tão escuras como as do Itaguá, nesta última as areias são finas e meio acinzentadas. Em época de maré baixa, o mar é tão manso como no Itaguá, mas quando a maré sobe costuma ser fundo e às vezes bravo. A praia é cheia de árvores, chapéus de sol ou amendoeiras e os abricoteiros.

Durante o dia, a beleza e o brilho do nascer do sol, logo pela manhã nos atordoa e os barcos de pescas no horizonte ajudam na composição harmoniosa de uma pintura. À noite, o mesmo visual das águas e de suas amendoeiras tem como deslumbre na composição, o reflexo da lua e das estrelas somado a fresca das brisas oceânicas.

Hoje, o turista e visitante pode desfrutar desta paisagem à beira mar seguindo por um agradável caminho no calçadão de ponta a ponta ou mesmo nas ciclovias em tranqüilas pedaladas. Em toda sua extensão a Praia Iperoig ou do Cruzeiro conta com a avenida, nela grandes acontecimentos da vida cívica e cultural da cidade acontecem aí. Palco para grandes eventos religiosos como a Paixão de Cristo, festas como a de São Pedro pescador, a Feira das Nações, entre outros, e o Carnaval de rua que alcança neste lugar maior expressividade.

Na Avenida Iperoig, existe um grande número de restaurantes e bares nos embalos dos finais de semanas e na alta temporada, lotando-a com pessoas de diferentes procedências.

O artesanato, também está presente em lojas especializadas, ou, na famosa e já tradicional Feirinha Hippye de Ubatuba bem ao lado da Cruz do Cruzeiro. Bem na direção da Avenida Professor Thomaz Galhardo, há o Centro de Informações Turísticas, que atualmente funciona como sede da Secretaria de Turismo de Ubatuba.

As opções de lazer na orla de Iperoig ou Cruzeiro são muitas, desde seus bares e restaurantes como o Parque de diversões fazendo a alegria das crianças e até de adultos e a mais recente pista de skat construída para os jovens esportistas de Ubatuba e da região, em frente ao campo de aviação Gastão Madeira, mais especificamente na recente Praça Trópico de Capricórnio.

Tanto a praia como a Avenida Iperoig são o cenário de uma das festas mais tradicionais da cultura ubatubense, a Festa de São Pedro o pescador, celebrada o dia 29 de junho. A cidade de Ubatuba há mais de oitenta anos aderiu a esta tradição judaico - cristã para enaltecer e homenagear seus pescadores, homens humildes, caiçaras que vivem dos frutos que o mar lhes oferece.

A comemoração inicia-se com a saída da imagem do Santo da Igreja Matriz em uma procissão até a Ilha dos Pescadores onde se encontra com os barcos de pesca já enfeitados e em um deles a imagem do Santo que segue em bela procissão pelo mar. Dezenas de barcos, seguindo o que leva o Santo, cruzam a bela baía central de Ubatuba com direção à Ponta Grossa por uma hora. De volta, assim que entram no boqueirão da Ilha dos pescadores, após o farol é feita uma parada, frente ao Morro da Prainha e da estátua de São Pedro encima do morro.

Ali é feita a benção dos anzóis simbolizando parte desta tradição em homenagem ao Santo padroeiro e aos pescadores. Em questão de minutos o padre dá continuidade à navegação chegando logo ao destino final, próximo de onde seria a missa campal, celebrando a liturgia com toda uma população de cidadãos residentes, turistas e visitantes . A imagem de São Pedro foi trazida para Ubatuba pelo padre alemão Hans Bell, em 1942. Desde então, ela tem-se tornado o motivo da identificação e a conseqüente devoção da população caiçara, sendo uma das festas mais importantes do calendário litúrgico de Ubatuba. A Festa de São Pedro veio a enaltecer e a valorizar a Praia de Iperoig.

A hospedagem nesta praia torna-se fácil aos turistas e visitantes, pois por se tratar de uma região central existe uma série de opções na avenida que beira a sua orla assim como no centro comercial de Ubatuba são várias as opções hoteleiras.

Para alimentação existem: restaurante, lanchonetes e bares com cardápios variados para todos os paladares, desde o lanche rápido até a um prato específico da culinária caiçara.


Demanda Turística

A praia de Iperoig não é mais tão freqüentada como antigamente, e nem tão indicada. Mas, por se tratar de uma praia tão centralizada e com tantas opções de lazer como o calçadão e a ciclovia em toda sua extensão vêm sendo muito requisitados por turistas e visitantes que fazem caminhadas pelo calçadão desfrutando do bonito jardim e das muitas sombras de suas amendoeiras. Costuma ter grande movimento de visitantes e turistas na “alta temporada” e em determinadas datas, como no Ano Novo e nos dias de Carnaval. Nela, ainda, há campeonatos de pesca, fazendo parte do calendário de atrativos esportivos da cidade.

Enfim, a Praia de Iperoig, localizada no marco perfeito da baia do centro de Ubatuba, em suas manhãs oferece um espetáculo privilegiado em um dos cenários mais primorosos que se possa ter do litoral ubatubense. A luz do sol dourada, ao fundo o horizonte em duas tonalidades, o azul do mar e do céu, contrastando com o verde das montanhas. Os pássaros e, às vezes, os pequenos barcos de pesca completam o cenário da aurora do verão, desenhando na baía de Iperoig um dos mais belos espetáculos naturais.


CONTINUA ...........Veja no dia 25/11/07, a 6 ª parte do Livro "Ubatuba, Espaço,Memória e Cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca - Editado em 2005 . Você encontra este livro na Biblioteca Municipal , na Praça 13 de Maio - centro, em Ubatuba é claro.

A HISTÓRIA DAS RÁDIOS FM EM UBATUBA-SP

Trechos do livro " Ubatuba, espaço , memória e cultura" , dos autores Juan Drouguet e Jorge O. Fonseca.

Houve também, com o passar dos anos, a entrada das rádios FMs, a primeira foi a Maré FM, com pelo menos 13 anos de existência. Seus fundadores e proprietários era Flávio Sherman, já falecido e Luiz de Gonzaga, mais conhecido como “Jim”, residente em São Paulo. Por um curto período esta rádio passou a retransmitir a programação da Rádio Jovem Pan FM, chamando-se Joven Pan de Ubatuba. Como não havia um retorno financeiro lucrativo nas propagandas para a matriz da Jovem Pan de São Paulo, o contrato foi cancelado. Em Janeiro de 2005, a Maré FM passou a chamar-se Beira Mar FM, o mesmo nome da rádio de São Sebastião, cujo dono também é Luiz Gonzaga. Esta rádio leva entretenimento a todos seus ouvintes, na faixa de estação de 101,5 MHz tocando durante as 24 horas vários tipos e ritmos de músicas nacionais, internacionais, também esta transmissora presta serviços à comunidade local.

Outra rádio FM é a Gaivota FM, uma rádio comunitária, reconhecida pela Anatel. Fundada no ano de 2002 por Mauro Lioberali, com o nome artístico de Mauro Lauro. A faixa de sintonia é a 104,9 MHz, com 25 wats de potência, localizada no Shopping Iperoig, no centro de Ubatuba. André Felipe de Camargo é o radialista responsável pelos vários tipos de música, nacionais e internacionais, MPB e Rock. A rádio também faz a prestação de serviço para a comunidade local.

A palavra rádio é derivada de radiodifusão ou radiofonia. A radiodifusão está relacionada com a transmissão pública de mensagens e sons à distância, por meio de ondas eletromagnéticas. A linguagem do rádio se constrói na base do som e do silêncio, entretanto, é o som, a matéria – prima com a qual a rádio arquiteta sua programação. Essas mensagens sonoras funcionam como estímulos auditivos. Neste sentido, a rádio transmite imagens da realidade, comunicando sensações, emoções, sentimentos e difunde informação (Sousa, 2004:342).

A evolução histórica do rádio encontrou na cidade de Ubatuba, um lugar propício para desenvolver-se, capitalizando como mídia os remanescentes de uma cultura, fundamentalmente oral. O sistema sonoro no qual a linguagem do rádio se estabelece em Ubatuba compreende elementos como: o uso da voz, a música e os efeitos sonoros. Quando estes elementos se combinam, perde-se a unidade conceitual, por isso o efeito sensorial baseado nos princípios do ritmo, da melodia e da harmonia (Santaella, 2001:97). A interação de tais elementos no sistema de rádio estabelece um novo conceito de linguagem radiofônica. Assim, a produção de significados para uma mensagem radiofônica depende do conjunto de elementos sonoros e do silêncio. Por esta razão, a estética radiofônica resulta de uma trama na combinação desses elementos sonoros e não na particularidade de cada um deles.

A voz que consagrou reconhecidas figuras da rádio, é um dos instrumentos preferências para a veiculação de mensagens em rádio. A linguagem verbal é polissêmica e a entoação de uma mensagem exerce diferentes funções: imperativa, submissa, irada e amorosa. As características físicas da voz: ritmo, intensidade, volume e tom contribuem para que o ouvinte atribua à mensagem um determinado sentido, fruto do processo de identificação: consigo mesmo ou com um outro. A voz, em última instância, tem o poder de aproximar ou de distanciar.

A linguagem musical também tem esse poder de provocar sensações, emoções e sentimentos, com a musica podem ser recriados ambientes físicos ou psicológicos, recorrendo à aprendizagem do receptor no sentido de promover uma correta decodificação das intenções do emissor.

Os meios de comunicação social promovem efeitos significativos na população. A rádio como veiculo que incentiva a audição de noticias, música e uma variedade de programas religiosos, educativos ou de entretenimento propõem à comunidade de Ubatuba, através de sua programação, uma série de mudanças nos modos de pensar, sentir e agir, de acordo com aquilo que está de moda e que responde aos padrões mais cosmopolitas de ser no mundo de hoje. Aqui visualizamos a influência da mídia nacional e internacional no âmbito restrito da mídia regional. Entretanto, existem honrosas exceções a esta regra nos tempos de globalização, a música é um deles, no livro Ubatuba nos Cantos das Praias – estudo do caiçara paulista e de sua produção musical de Kilza Setti (1985), nele encontra-se um aspecto importante que queremos destacar sobre a cultura caiçara, o cultivo da musica como fonte de preservação da cultura tradicional. A autora afirma que o caiçara tenta, ajustar-se ao que poderia ser o mínimo inevitável de civilização, procurando preservar o máximo possível, as formas tradicionais de equilíbrio. A audição de músicas estranhas a seu repertório não impedem a prática paralela do seu repertório tradicional. Ainda que esteja havendo uma progressiva adesão aos padrões impostos pela mídia – cultura urbana, nota-se - diz a autora – uma combinação desses com os padrões tradicionais de vida.

O rádio representa para a cultura de Ubatuba uma espécie de porta – voz da informação, na qual seus habitantes podem acompanhar o acontecer do mundo em tempo real, da música como expressão do saudosismo de caiçaras, quilombolas, migrantes e imigrantes que vieram a este lugar em busca de paz e progresso, do entretenimento e do lazer como alternativa ao desgaste do cotidiano e de civilidade no que se refere às práticas ritualísticas e urbanas na configuração de uma identidade autóctone que se vê refletida na voz deste meio cujo principal concorrente é a televisão.

DO LIVRO " Ubatuba, espaço , memória e cultura " : Os gênios da mata" - 1 ª Parte

Os gênios da mata são na mitologia Tupinambá, seres sobrenaturais pertencentes a duas categorias: potências malévolas e espíritos propriamente tais. Thevet recolhe tradições que falam do diabo com distintos nomes como Yurapiri. Segundo os missionários advindos ao Novo Mundo, este espírito do mal, guarda uma estreita relação com o diabo da religião católica. Sob a dependência deste espírito, outros agem em função dessa causa escura da humanidade. Yurapiri teria sido um empregado de Deus que devido a suas maldades foi dispensado do serviço divino. Tal demônio odeia a humanidade e impede com que as chuvas garantam a coleta de sobrevivência, maltrata os homens inspirando-lhes o medo e traindo-os diante da guerra contra os inimigos da tribo. Yurapiri é um demônio que “não presta e não vale nada”, associado em algumas oportunidades aos espíritos dos mortos e ao perambular por aldeias abandonadas, especialmente onde estão sepultados os corpos de seus parentes.

A natureza de Yurapiri está relacionada com o lugar que este freqüenta, isto é, com os bosques. É uma espécie de duende túpico, ogre ou divindade que aparece de acordo com cada tribo, em nenhum caso, afirma Métraux, opondo-se a Yves d’ Évreux, tem a ver com a alma dos mortos.

Os Tupinambá estabeleceram certa afinidade entre Yurupari e certas aves cujo canto ou aspecto pudessem inspirar sentimento de terror. Algumas das lendas chegam a sugerir intimidade sexual entre este espírito do mal e as aves de rapina.

Agnan ou Anhangá é um ser comparável a Yurupari, cuja ação principal era atacar as pessoas vivas, causando o maior terror entre os Tupinambá. Agnan provocava grandes violências repentinas em público, mas sob uma forma invisível. Os índios que relataram possessão deste espírito do mal afirmavam vê-lo na forma de um animal, de uma ave ou de qualquer outra forma esquisita. Para defender-se dos ataques desse malévolo que lhes ocasionava angústia, os Tupinambá não saiam de noite sem levar consigo um archote . Agnan ficava perto de túmulos abertos, devorando cadáveres quando nestes não eram depositados alimentos e bebidas de acordo com o costume. Agnan surge na mitologia Tupinambá episodicamente, no final da história dos gêmeos míticos, no papel do ogro, com o qual os dois “manos” entram em luta. Os gêmeos fazem deste personagem o bode expiatório, sem recear nenhuma represália por parte do mesmo.

Métraux interpela missionários e viajantes na ora de afirmar que Agnen é um “diabo” e atribui como causa desta confusão o caráter homonímico das palavras “añanga” e “agn” que é um designativo de alma, também com “angueré” que significa as almas destacadas do corpo. Talvez Agnen, um simples espírito da mata foi promovido pelos missionários, o mesmo que Tupã, à dignidade de diabo, em virtude dos malefícios causados por estas entidades à humanidade Tupinambá.

Kurupira é outro demônio das matas, protetor da caça e muito mal humorado a respeito dos homens. Sua forma mais conhecida entre os Tupinambá é a de um homenzinho que anda com os pés para trás. Kupira é uma imagem própria do litoral à qual Anchieta faz referência nas suas cartas. Para o jesuíta, os cupiras eram os espíritos que assaltavam os índios na floresta, açoitando-os, maltratando-os e até matando-os. Por esta razão, os selvagens - diz José de Anchieta, depositam flores e outros objetos em oferenda a tais demônios.

Os coropiras, cupiras e outras designações achadas nas tradições Tupinambá são fantasmas de Kurupira, desdobramentos deste espírito de aspecto humano, pois tinham a cabeça pelada e a semelhança dos Tupinambá andavam nus no só no meio da mata, mas também nas praias.

Um outro espírito é reconhecido na mitologia Tupinambá com o nome de Macachera, espírito das estradas que vai à frente do viajante, os Tupinambá viam nesse demônio um inimigo da saúde.

O padre José de Anchieta descreve nas suas epístolas que havia também nos rios outros fantasmas, Igpupiára, isto é, aqueles que moram na água e que também costumavam matar os índios. Os que viviam nas proximidades do mar ou dos rios eram chamados de Beatatá, que quer dizer, coisa de fogo ou todo fogo. Anchieta provavelmente se referia ao espírito dos mortos com os quais os Tupinambá lidavam ante a falta de um Deus.

Os espíritos nas crenças Tupinambá perambulavam por toda parte, principalmente na mata e em lugares escuros, manifestando-se de forma sinistra. Os espíritos dos mortos freqüentavam a proximidade das tumbas e seu comportamento era hostil em relação aos homens, causavam doenças, dificultavam o devir das chuvas e propiciavam a derrota na guerra. Estes espíritos agrediam fisicamente e atormentavam os índios de diversas maneiras.

CONTINUA..........Veja a 2 ª parte no dia 25/11/07

domingo, 11 de novembro de 2007

CONFIRA A 4 ª PARTE DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO,MEMÓRIA E CULTURA"

ITINERÁRIO DA VISÃO

1. PRAIA DA PICINGUABA

Localização


A Praia da Picinguaba está localizada ao norte do município, a 40 km do centro de Ubatuba. Da entrada no km 8 da Rodovia Rio – Santos, BR 101, até suas areias são mais 6 km. Picinguaba está entre as praias de Bicas e Brava do Camburi.

Acesso

O acesso à praia é pela rodovia Rio Santos, BR 101. Existe uma linha de ônibus Centro - Picinguaba da empresa Cidade de Ubatuba, com alguns horários, que chega até a Vila da Picinguaba.

Visão

Com apenas 50 metros de praia, Picinguaba é uma charmosa vila, onde podem ser reconhecidas as típicas formas de vida caiçara . A pouca praia é compensada por diversas belezas que o mar e a mata oferecem àqueles que lá ainda mantêm suas raízes e aos que lá chegam para sentir a verdadeira sensação da vida tranqüila dos seus típicos moradores.

Embora suas muitas casas de alvenaria se destaquem no meio da paisagem natural do local, a praia mantém um visual esplendoroso e selvagem. Essas casas rústicas abrangem também alguns morros.

Adentrando nas matas das proximidades da praia, pode-se aventurar por trilhas e em 30 minutos de caminhada chegar na Cachoeira do Saco da Guarda ou então no Saco da Cabeçuda. Ainda, no percurso de uma outra trilha mais longa, atravessando o Morro do Baú, está a praia do Praiano. As histórias locais - lendas repassadas oralmente - advertem aos turistas a nunca chegar em altos gritos, pois correm o risco de nunca mais voltar.

Vale ressaltar que a baía da Picinguaba reserva aventuras para todos os gostos e, além da pescaria, dos passeios de traineiras e canoas disponíveis na vila, pode-se daí avistar ilhas como a Comprida, das Couves, entre outras, e praias vizinhas como as das Bicas, Fazenda, Brava e Camburi.

Demanda turística

A demanda turística da praia de Picinguaba chega a ser seleta principalmente devido à sua localização, distante do centro de Ubatuba. Nos meses do verão, o movimento é maior de turistas, com maior presença de estrangeiros, artistas plásticos, entre outros.


2. PRAIA DO UBATUMIRIM

Localização

A Praia do Ubatumirim está localizada a 28 km do centro de Ubatuba, ao norte da cidade . Da entrada a partir da rodovia Rio – Santos, BR 101, exatamente no km 18. Depois, são mais de dois quilômetros de estrada de terra. Ela está entre as praias do Estaleiro do Padre, na mesma faixa de praia após o rio Ubatumirim e a pequena praia da Justa.

Acesso

O acesso para Ubatumirim se dá pela rodovia Rio – Santos, km 18. A mesma linha de ônibus existente para Picinguaba passa por esta praia. A empresa que faz a linha tem vários horários, existem ônibus que chegam a entrar no Sertão do Ubatumirim, mas nenhum deles chega até a praia.

Visão
Com uma extensão de 3.800 metros, juntamente com a Praia do Estaleiro, a praia de Ubatumirim é uma continuação da mesma, mas separadas pela foz do rio que leva o mesmo nome da praia e que pode ser avistada em todo seu esplendor do mirante da Almada.

A beleza dessa praia levou o local a ser palco de produções cinematográficas e televisuais.

A longa extensão da praia do Ubatumirim nos permite enxergar um panorama vasto. A praia agrada aos que procuram sossego, tranqüilidade, longe dos grandes centros urbanos. Ao lado direito da praia existe um pequeno rio de água escura que desemboca no mar. Seguindo pela orla marítima é possível, em períodos de marés baixas, atravessar a costa, sentido à praia da Justa. Também é possível, com a maré muito baixa, atravessar em questão de poucos metros até a ilhota das Cobras, muito próxima do continente, entre as praias de Ubatumirim e a Justa.

Turistas ou visitantes que pretendem passar dias na Praia do Ubatumirim e desfrutar melhor de suas belezas naturais, os meios de hospedagem mais imediatos são os campings: o da Zita, do Damásio, do Geraldo, do João, ou a pousada da Zita e do Lucasmar Chalés, todos com uma infra-estrutura razoável, com estacionamento, iluminação, sanitários e chuveiros.

Demanda turística

A demanda da praia de Ubatumirim é bem variada, principalmente na “alta temporada”, chegando a lotar, como no ano novo, no mês de janeiro e no carnaval.



CONTINUA..............DIA 18/11, VEJA À 5 ª PARTE do Livro UBATUBA, ESPAÇO,MEMÓRIA E CULTURA", dos autores : Juan Drouguet e Jorge Otavío Fonseca, editado em 2005.
Este livro pode ser encontrado na Biblioteca Municipal " Atheneu Ubatubense"

a história da Rodovia Rio - Santos em Ubatuba

Segundo o site http://estradas.com.br/histrod_riosantos.htm , a Rodovia Rio – Santos foi entregue em três etapas, nos anos de 1973, 1974 e finalizando em 1975, e que sem uma inauguração oficial, esta rodovia atendia a três objetivos principais: 1) unir dois importantes pólos econômicos, em opção lógica e muito vantajosa, seguindo a Serra do Mar; 2) podendo servir de meio de fuga no caso de problemas graves na Usina Nuclear para os moradores na região de Angra dos Reis; 3) exibir os encantos da exuberante natureza da região ao turismo, com suas mais de mil praias, ilhas, cachoeiras além de suas matas e montanhas.

Foi nesta época da construção da rodovia BR-101, que aconteceu a maior migração de mineiros e alguns baianos para o município de Ubatuba. Naquele momento da história nacional, o desemprego era grande e estas pessoas, homens ansiosos por trabalho e assim sustentar suas famílias, largaram suas cidades natais, em direção ao litoral paulista. Segundo o senhor Barhouch as pessoas em Ubatuba não se habituaram ao esquema de trabalho da empreitada nas obras da rodovia, forçando a contratação destes mineiros e baianos. Razão que justifica hoje a boa parcela destes imigrantes, fazendo parte dos habitantes de Ubatuba.


Veja a matéria extraída do Livro " Ubatuba, Espaço, Memória e Cultura" dos autores : Juan Droguet e Jorge Otávio Fonseca

A rodovia Rio – Santos é um elo econômico, um verdadeiro cartão postal que permite aos turistas percorrer e apreciar durante o trajeto, as paisagens consideradas uma das mais bonitas do mundo. Começando no Estado do Rio de Janeiro, com início em Itacuruçú, passando por Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati; e, já no Estado de São Paulo, cortando o município de Ubatuba com as paisagens das lindas praias; passando ainda por Caraguatatuba, São Sebastião, com acesso a Ilha Bela, Bertioga, Guarujá. Um trajeto cheio de sinuosas curvas, caminhos que levam as praias paradisíacas, cenários maravilhosos em lugarejos com rica história caiçara, natureza exuberante a todo instante. Uma viagem que encanta a turistas, visitantes e aventureiros por todos seus 457 km desta rodovia que liga dois grandes pólos econômicos importantes do país .

Said Barhouch Filho conta que a rodovia BR-101, trecho que compreende a cidade de Ubatuba, teve o início de suas obras por volta do ano de 1972, ano que ele veio à Ubatuba, mais especificamente no dia 16 de Março, para auxiliar o engenheiro responsável Abid Elias Cadah, ficando no município definitivamente. Há 33 anos em Ubatuba é responsável hoje pela manutenção e cuidados da estrada nos trechos de Ubatuba, ao longo da rodovia BR 101.

A extensão da estrada dentro do perímetro urbano do município de Ubatuba, das divisas entre Caraguatatuba – SP e Parati – RJ, tem um percurso de 83.260 kms. A suas obras foram divididas em duas etapas, sendo a primeira compreendida desde o Rio da Praia da Fazenda até o Rio Grande próximo ao Trevo, saída para Taubaté. A segunda etapa compreendia do Rio Grande – Trevo - até o Trevo da Praia Grande. Vale lembrar que o trecho da rodovia entre Ubatuba e Caraguatatuba já existia, e para concluir a ligação entre as duas grandes capitais portuárias do país, Rio e Santos, foi necessário utilizar trechos da rodovia paulista, hoje SP 055, que percorre as cidades do litoral norte.

A primeira base em que funcionavam as instalações do DNER, o seu escritório montados em madeira, localizava-se onde hoje funciona a atual sede da Prefeitura Municipal, construída pela mesma. Eram muitas as frentes de serviços, equipes em trechos diferentes no trajeto da estrada como no trecho do Rio Grande - Trevo, no Itamambuca onde havia o acampamento da Construtora mantida pelo DNER e no trecho do Rio da Praia da Fazenda. Enquanto uma equipe desbravava matas fechadas, desmatando, outra se dedicava aos destroncamentos e encravamentos de estacas metálicas para construção de pontes. Eram vários os trabalhadores braçais, uma média de mais de 500 homens, todos vindos dos Estados de Minas e da Bahia .

As dificuldades eram muitas, pois, o lado norte do município não possuía nenhum caminho por simples que fosse. A estrada da Casanga era um caminho que possibilitava o acesso até o acampamento no Itamambuca, mas de difícil percurso. As muitas máquinas de terraplanagem eram transportadas por “chatas”, tipos de balsas que pelo mar seguiam até as praias da Fazenda e Ubatumirim. Os serviços eram 24 horas, todos os dias e com dois turnos e que durante a noite costumava-se escutar os barulhos das máquinas trabalhando do centro da cidade.

De acordo com Barhouch, o trecho da estrada sob sua responsabilidade da obra finalizada era até a região do Rio da Praia da Fazenda, terminado o trecho paulista. Até ali viria de encontro com a abertura da estrada, obra do trecho que vinha do Estado do Rio de Janeiro. O percurso da estrada cortando o município de Ubatuba passava por algumas fazendas de café, grandes áreas que foram desapropriadas pela Procuradoria Jurídica Federal. Muitos loteamentos, como o Mato Dentro, o Jardim Carolina e da Estufa (dividida em Estufa I e II), tiveram os imóveis, terrenos com casas próximo ao centro da cidade, cortados pela rodovia.

Hoje a manutenção da estrada é feita por equipes terceirizadas, contratadas por empreiteiras sob a responsabilidade da DNIT com sede à Rodovia BR-101, a altura do km 49, juntamente do o Departamento de Polícia Rodoviária Federal. Said Barhouch Filho é o engenheiro responsável desde o ano de 1974, sendo este departamento pertencente à Regional de Taubaté, sob a responsabilidade do engenheiro Nilson Franco Martins, e ao Estado de São Paulo do 8º UNIT .

domingo, 4 de novembro de 2007

JORGE FONSECA 100% CAIÇARA - Última parte

Jorge Fonseca lembra que o carnaval era realizado na maioria das ruas do centro e o corso parava em frente de casas que pediam. Até o Hotel Felipe marcava a presença dos blocos carnavalescos que desfilavam pelo local onde mais tarde seria a Avenida Iperoig. Bares convidavam o bloco do seu Jorge a tocar no local e também no antigo Hotel Atlântico. A alegria era tanta que as pessoas amanheciam nas ruas , pura diversão, sem perigo e sem maldade. Ele relembra dos blocos “os mascarados” que anunciavam o carnaval a partir das duas horas do primeiro dia, domingo, fantasiados de forma assustadora.. Eram sacis, caveiras, fantasias de vermelho imitando o diabo, personagens que corriam atrás das crianças para assustá-las. A partir das dez da noite, alguns se vestiam de morte e saiam fantasiados de caveiras, carregando foices. O último dia era na terça-feira, respeitando a quarta-feira de cinzas quando religiosamente, nenhuma alma viva saia às ruas em sinal de sacro respeito.

Jorge Fonseca era um grande carnavalesco, chamado de mestre, levava a sério os ensaios e as marchas que eram escritas por ele, por exemplo a marcha “Pela primeira vez”, entre outras de sua autoria. Ensaiavam em um mês e meio e o numero de pessoas era de 70 integrantes fantasiados. Sua esposa, Dona Celina ficava responsável por sua fantasia pronta e no cabide, depois ela poderia confeccionar as outras, atravessando, para isso, noites em claro. Os ensaios aconteciam em salões emprestados como no Ateneu, perto da igreja Matriz que foi liberado pelo Padre João. Em outros anos, tais ensaios foram no salão de Dona Idalina Graça: “As de Ouro” e “O boêmio de ouro”.

Eram realizados campeonatos entre os blocos, disputas que davam prêmios em dinheiro e troféus recebidos das mãos do Matarazzo, quando prefeito. Jorge Fonseca diz que todos os anos tirava blocos nos carnavais da cidade, entre os anos de 1940 à 1972. Depois parou, viu que não era mais a mesma coisa, que as pessoas começaram a querer bagunça em vez de diversão sem violência. No início dos anos oitenta, ele volta atendendo ao convite de seu compadre e amigo Toninho Marques, sendo esse o último de seus carnavais frente a um bloco de rua. O bloco foi o “Pé de Cana”, onde as pessoas em uma fantasia muito simples, feita de saco de pano, empunhando uma ponta de cana em folhas pulavam descalços pelas ruas do centro da cidade relembrando décadas anteriores de sua juventude carnavalesca. Jorge Fonseca termina a nossa entrevista falando sobre os carnavais antigos de Ubatuba, lembrando nomes de pessoas da época que tiravam blocos: Mane Raé (Moçambique), Joaquim Rita (Banda Cipó), João Vitório (Dança da Fita); Antonio Argeu (Dança do Bugre) e Dona Maria do Paulo (Dança Sempre Viva), estes os mais antigos. A partir dos anos 40, quando ele começou junto com Bibaco, Ditos Roque, Evaristo, Jonas, Antonio Barbosa, Bideco, Cacareco, Emílio, Miguel Argel, Zé Graciano, Quinzhinho, Virgínia, Benedita Efigênia, Maria di Bê, Catarina, Iracema entre outras pessoas que vinham, inclusive de outras cidades.

Os enunciados do discurso de Jorge Fonseca são signos de uma realidade que dialoga o tempo todo com o passado, de forma imediata e prática. A revitalização do entrevistado parece vir de sua voz, meio pelo qual ele se transforma em protagonista principal da história. As palavras assim cobraram vida e nos envolveram. As palavras percorreram todos os domínios, costurando as informações sobre as origens de sua família, sobre seu trabalho e sobre o carnaval no qual ele era festeiro. Esse saber do cotidiano parece ser, na a concepção caiçara essencial à própria existência, centro de organização de toda a fala de Jorge Fonseca, assim como de todos os entrevistados, é a expressão do interior e do exterior, situada no âmago do meio social do qual o caiçara faz parte. Ele é o espaço privilegiado dessa dinâmica humana em que o ser constrói e se desconstrói no cotidiano, lugar onde penetram os meios de comunicação.

TEXTO EXTRAÍDO DO LIVERO : " Ubatuba, espaço, memória e cultura " , dos autores Juan Drouguet e Jorge Otávio Fonseca.

UBATUBA , ESPAÇO , MEMÓRIA E CULTURA ....3 ª PARTE

Demanda Turística
A demanda turística varia de acordo com o ponto de vista a ser considerado, uma vez que Ubatuba é, como já mencionamos, um destino turístico, e isso define toda e qualquer praia como um recurso natural de interesse, demanda e desejo por parte do turista. Na economia, a demanda turística está atrelada à relação de quantidade de qualquer produto, bem ou serviço que o público em geral queira e possa comprar por um preço específico, dentro de um conjunto de preços possíveis em um tempo determinado.

A demanda turística anual, segundo pesquisas realizadas pela Secretaria de Turismo de Ubatuba SETUR, a COMTUR e a empresa MEDIMIX em janeiro de 2004, referem que o período considerado “alta temporada” vá do dia 26 de dezembro até o 31 de janeiro Também são considerados Carnaval, Semana Santa e os feriados prolongados tradicionais como 7 de setembro, 12 de outubro e Finados, em 1 e 2 de novembro. A baixa temporada, que vai de março a dezembro, registra movimento médio de 20% a 40% do fluxo turístico. O mês de julho, considerado de baixa temporada, tem aumento de 40 a 60% populacional, devido à visita dos turistas. A população flutuante na alta temporada mantém a média –de 300 mil turistas com permanência média de sete a dez dias, chegando a picos de 800 mil no Réveillon e Carnaval. Em geral, o turista busca lazer (94,6%), um número menor encara a viagem como de “caráter familiar (4,2%), outros dão preferência à prática de esportes (2,4%), e apenas 1% têm interesse ecológico ou paisagístico”. O restante (4,2%) vai à cidade em viagens de negócios, ou tratamento de saúde, entre outros.

As pesquisas também mostram que o mais desagradável para os turistas é a falta de infra–estrutura local, não adequada para recebê-los. Os documentos também citam a falta de planejamento na recepção, até mesmo a “impressão”, mantida por alguns visitantes, de Ubatuba ser uma cidade “abandonada”.

* * *

Ubatuba tem mais de 84 praias, ao longo de cem quilômetros de costa . Algumas ainda sofreram pouca interferência humana, enquanto outras localidades já abrigam uma ampla infra-estrutura para receber os turistas, com várias opções de atividades para lazer ou esportes.

Fazem parte do litoral sul de Ubatuba, as praias de Galhetas, Figueira, Ponta Aguda, Mansa, Lagoa, Frade, Saco da Banana, Raposa, Caçandoquinha, Caçandoca, Pulso, Maranduba, Barra/Palmira, Domingas Dias, Lázaro, Sununga, Sete Fontes, Flamenguinho, Flamengo, Ribeira, Saco da Ribeira, Lamberto, Perequê – Mirim, Santa Rita, Sapé, Lagoinha, Oeste, Peres, Bonete, Grande do Bonete, Deserto/Cedro do Sul, Fortaleza, Brava da Fortaleza, Costa, Vermelha do Sul, Dura, Enseada, Fora, Godoi, Toninhas, Grande, Tenório, Vermelha do Centro e Cedro.


No litoral central de Ubatuba
encontramos as praias de Itaguá, Iperoig/Cruzeiro e Matarazzo.

O litoral norte de Ubatuba tem as praias de Perequê-Açú, Barra Seca, Saco da Mãe Maria, Vermelha do Norte, Alto, Itamambuca, Prainha, Félix, Lúcio/ Conchas, Prumirim, Camburi, Léo, Meio, Puruba, Justa, Ubatumirim. Almada, Brava do Norte, Fazenda, Picinguaba e Brava.

Portanto, em posse de todas estas coordenadas que nos servirão para percorrer o litoral de Ubatuba, sugerimos os dois itinerários a seguir, traçados de acordo com a divisão espacial do litoral. As dez primeiras praias escolhidas seguem o recorrido da visão: norte, centro e sul, as dez seguintes, o percurso do olhar: sul, centro e norte.


CONTINUA............Próximo Capítulo será editado dia 11/11/07