
Foto de 1950, a qual mostra a Rua Salvador Correa e ao fundo a esquerda a Torre da Igreja da Matriz
![]() |
Eu e Estevan defronte a Toca da Velha, na Ilha Comprida (Arquivo Helen) |
A história da nossa Biblioteca Pública Municipal pelo saudoso Eduardo Antonio de Souza Netto - Cortesia do site UBAWEB www.ubaweb.com |
Dentre as coisas desta cidade a que sou grato, tenho a satisfação de mencionar sempre a nossa Biblioteca Municipal Atheneu Ubatubense. Criada através de decreto, pelo prefeito Ciccillo Matarazzo, e inaugurada em 28 de outubro de 1967, foi instalada numa das salas do prédio da Câmara Municipal. Lembro-me da satisfação em ajudar dona Geny Bueno, a primeira bibliotecária, e suas auxiliares, dona Georgina e dona Benedita Ifigênia, a guardar os livros nas poucas estantes que havia na pequena sala. Minha ficha de usuário era a de número 8, a do editor chefe desta revista a de número 5 e a de dona Idalina Graça a de número 4. Naquela época, os meios de obtermos conhecimentos e informações sobre o que acontecia além do Atlântico e da Serra do Mar limitavam-se à banca de revistas e jornais do Seu Felix, o rádio, o Cine Iperoig, o jornal local Tribuna de Ubatuba e os turistas que nos visitavam nas férias. |
Quem aí já comeu cambucá levanta a mão! Como é? Que gosto tem? Como falar do cambucá se no mundo semelhante coisa não há? O cambucazeiro é árvore silvestre, nativa, esguia de porte, de tronco liso e a ramagem fica lá no bem alto onde frutificam. |
Para quem conheceu este mar nesta mesma baía há trinta, quarenta anos, o cenário desta foto é deprimente. Sabemos que os peixes, se apanhados, talvez mal dêem para encher um samburá. Mas os pescadores insistem, talvez porque não saibam fazer outra coisa, ou porque não haja outra coisa a fazer para ganhar o sustento. E as aves estão ali, atentas, esperançosas, dependentes desses homens para matar a fome. Além dos pescadores, é melancólica também a presença das pequenas garças brancas que estão se tornando aves marinhas por força das circunstâncias. É a luta pela sobrevivência. |
|
O legítimo caiçara era aquele que tinha vida própria. Diferente do caiçara de hoje que segue as normas da globalização. Que pressionado pelo caminho evolutivo, tenta manter suas tradições tanto quanto possível, mas bastante deturpado pelo progresso que Ubatuba atingiu. Um progresso que lhe apresenta melhores condições de vida, mas que na verdade é somente um foco ilusório. Muitos desses remanescentes de caiçaras de vida própria tiveram que se desfazer de suas propriedades, terras onde viviam tranqüilos para irem viver na cidade contraindo uma vida de incertezas e preocupações. De 1500 ao começo do século XX, os caiçaras usavam técnicas não predatórias, tanto na pesca como na lavoura. Então essa vida própria se dava pela organização social econômica chamada de “Quinhões”. Muito mais lucrativa naquilo que lhes cabia. Naquilo que lhes era possível de trabalhar. Na pesca, um pescador camarada ou proprietário de rede, por exemplo, tinham lucro certo e exato. Como não tinha mercado de peixe, o pescador vendia seu produto diretamente na cidade. Eles faziam o preço do peixe em fieiras ou balaios, e tinham o lucro certo. |
Cruzeiro de Anchieta (Arquivo Ubatuba Antiga) |