terça-feira, 28 de janeiro de 2014

ATÉ CIPÓ?

Foto: Canoas em miniatura feitas por um autêntico caiçara, meu pai! =D
Canoas do tio Aristides Félix, o Caneco  (Foto: Anita)

        Os caiçaras mais antigos sempre souberam das épocas em que apareciam a diversidade de pescados em nossas praias e largos. Por isso sempre estavam às voltas com novas linhadas, preparando espinhéis, emendando e remendando redes etc. Assim diziam: “As águas estão esfriando...Logo logo chegam as tainhas”.  “De agora pra frente, chegando o tempo quente, o peixe-porco e o baiacu enchem o largo”.  “É tempo de mergulhar para pegar preguaís”.

    No começo de 1970, na Praia do Perequê-mirim, papai , o Carpinteiro, Vicente Preto e Angelino Barreto estavam se preparando para pescar baiacu. A “pegadeira” estava perto da costeira, entre as praias da Dionísia e Flamengo. Papai recomenda ao Vicente:

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

ESPECIAL LIVRO " UBATUBA, ONDE A LUA NASCE MAIS BONITA " - PARTE 23




REGISTRO OBRIGATÓRIO.


A  primeira prova aconteceu  no dia 29 de maio de 1960,no último domingo de maio. A 1 ª Comissão a dirigi-la , estava assim formada:  Presidente Justo Arouca;   1 º Secretario : Ailton Correa de Figueiredo; Tesoureiro : Pedro Paulo Teixeira Pinto; Membros : William Sebastião Duarte, Luiz Alves Torres, José Luiz de Freitas  e Luiz Carlos Vianna. Juíz da prova:  Mario Coutinho de Oliveira. Fiscais e Mesa de Entrega de Prêmios : Benedito Ciro dos Santos, Hélios Heber Lino, Maria Zeleia Waruna Swirski, Ponciano Eugenio Duarte, Vereadores : Arlindo Alves Torres  e Silvio Teixeira Leite.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

SOBRE OS TAMOIOS ...

Trecho do capítulo, na edição de 1938 da Biblioteca Pública Alberto Sousa
PRIMEIRA PARTE - ROTEIRO GERAL DA COSTA BRASÍLICA
Capítulo LVIII
Em que se declara quem é o gentio tamoio de que tanto falamos.
Ainda que pareça ser já fora do seu lugar tratar aqui do gentio tamoio, não lhe cabia outro, por a costa da terra que eles senhorearam passar além do Rio de Janeiro até Angra dos Reis, pelo que se não podia dizer deles em outra parte mais acomodada.
Estes tamoios, ao tempo que os portugueses descobriram esta província do Brasil, senhoreavam a costa dele desde o rio do Cabo de São Tomé até a Angra dos Reis; do qual limite foram lançados para o sertão, onde agora vivem. Este gentio é grande de corpo e muito robusto, são valentes homens e mui belicosos, e contrários de todo o gentio senão dos tupinambás, de quem se fazem parentes, cuja fala se parece muito uma com a outra, e têm as mesmas gentilidades, vida e costumes, e são amigos uns dos outros.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O BENTINHO DO GUATURA...


Gastão Madeira (wikimedia commons)
Gastão Madeira (wikimedia commons)

Por Renato Teixeira
Fui criança em Ubatuba, nosanos cinqüenta. A cidade iado Aeroporto Gastão Madeira,um ubatubano que desenvolveu a bússola aérea, e que a meninada conhecia apenas como “Campo de Aviação”, até as duas pontes sobre o Rio Grande (ao lado da famosa “rampa” onde se comercializava o pescado e se comia o magnífico cuscuz do Gaiato) e o cais dos barquinhos de pesca que saíam em revoadas marítimas todas as manhãs, com seus motores a diesel pipocando sobre as ondas, em direção ao alto mar.
A cidade da minha infância era transparente como um vidro; todos se conheciam e “se sabiam” pois a comunidade urbana e rural somadas, não passava de cinco mil pessoas. Se alguém morria, a noticia corria rápido, numa espécie de internet boca a boca. Digo mais, se alguém desse um grito no meio da noite, toda a cidade acordaria em pânico.

ESPECIAL DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO , MEMORIA E CULTURA " - PARTE 110




Jorge morou até os 15 anos em uma área, onde hoje se encontra a Praça Treze de Maio, uma propriedade de seu pai Jesuíno Joaquim da Fonseca que plantava e criava animais, não só ali como também em áreas localizadas no Horto. Trabalhou de sol a sol até o final de sua vida, de forma trágica aos 86 anos. Segundo Jorge Fonseca, em um sábado de Aleluia, seu pai e mais dois irmãos foram à costeira, na praia do Perequê Açu para “catar” marisco e, na volta, no meio do caminho, seu Jesuíno decide apanhar mais um pouco, e estando de costas para o mar agachado, uma onda forte o derrubou e o arrastou para o fundo do mar. No dia seguinte, no domingo de Ramos acharam seu corpo com a cabeça ferida, na praia do Perequê Açu e ajudado pelo Félix Guisard, o levaram, na sua camionete, até a Santa Casa, mas sem vida. 



domingo, 12 de janeiro de 2014

ESPECIAL DO LIVRO " UBATUBA, ESPAÇO, MEMÓRIA E CULTURA " - PARTE 109





Claudia de Oliveira nos forneceu neste relato, uma idéia do pensar e do sentir caiçara, embora ela mesma se reconheça contagiada com o ritmo do tempo na era da informática, pode se observar conhecedora de sua cultura e costumes no fluir de sua escrita. Mas, esse modo próprio de ver e de analisar o mundo, o caiçara de um modo geral, o baseia na sua percepção sensorial “olhar o tempo, a chuva, o sol e sentir o vento”, capaz de estabelecer a partir dela a ordem social que pauta, em termos de comportamento, seus procederes éticos e morais, e a criação de padrões estéticos sobre o mundo admirável do seu entorno. No relato caiçara há sempre um saudosismo do passado, a inevitável evocação, daqueles que outrora foram por direito “os donos da terra” e os conquistadores do mar, pois tiravam dele os frutos que garantiriam sua sobrevivência. O apelo do cântico poético esboçado por esta amante da Ubatuba é claro “ninguém mais ouve minha gente”, neste sentido, a reivindicação da cultura autóctone caiçara, deslocada de seu próprio habitat, interrompida e distanciada de suas tradições, há de ser uma força motriz para as instituições que têm como último fim, amparar a pesquisa e a produção de conhecimento nos interditos da cultura.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

DA MOTTA............Aprendendo com a natureza a ciência de esculpir e pintar!



“Viver é uma ciência para poucos... Alguns passam pela vida, outros fazem história... Fazer do trabalho sua inspiração é um dom, aprender com o ritmo da natureza e transportar toda sabedoria para suas obras de arte é o que o nosso ilustre escultor Da Motta mais sabe fazer!”

O renomado escultor José Vicente Doria Da Motta Macedo, 70, reconhecido artisticamente como Da Motta, seis filhos, 18 netos e cinco bisnetos, esposo da cúmplice Isabel há 44 anos, vive a vida fazendo arte!


2001...........Ubatuba poderá ter seu próprio símbolo


Está tramitando pela Casa de Lei do município o projeto de lei nº 79/01, que constitui uma comissão para realizar os estudos e projetos para a construção de uma “Estátua do Pescador” no trevo da rodovia Mário Covas, na saída para Taubaté. Este monumento deverá tornar-se símbolo do município, valorizando a figura importante do caiçara (nascido à beira-mar) e sua cultura.
A comissão está composta pelo jornalista Luiz Ernesto Kawall, o professor Júlio César Mendes, o artista João Teixeira Leite e o folclorista Ney Martins, que estão fazendo os estudos de custos, localização e avaliação da obra de arte que representará o pescador ubatubense. Na ocasião, a comissão sugerirá que o representante deste importante símbolo seja o conhecido pescador da década de 50, o Zé Capão, antigo morador do bairro do Itaguá, que também participava das folias realizadas no município e sempre estava integrado no que se diz a “nossa cultura”. 


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

BIGODE, NOSSO GRANDE ARTISTA UBATUBENSE........

FAZENDO CARETA NO PAU


Mestre Bigode - Fotografia: Cristina Prochaska e Lucas Conejero.

Achei fantástica a fotografia do Bigode, o mestre-artesão! Parabéns às pessoas que não se esquecem de importantes detalhes da nossa história!

        João de Souza, um grande amigo do Bigode, dizia que ele era "o mestre em fazer careta no pau".

Já faz tempo que eu escrevi a respeito desse caiçara que tanto já fez pela nossa cidade, mas que tão poucos hoje reconhecem a suaimportância. "É mais um desconhecido entre tantos desconhecidos" já dizia o velho Sabá. Olhando um antigo encarte, achei uma preciosidade que vem a calhar:

domingo, 5 de janeiro de 2014

VELHO RITA -Parte 3



Peixe no muro descascado (Arquivo JRS)

Lembrar do Velho Rita é lembrar do contador de causos que foi o seu filho João de Souza. Ontem mesmo, ao ver as conchas de algumas ostras, lembrei-me do caso dos patinhos no Rio Puruba. Conto eu outra ocasião!