quinta-feira, 30 de outubro de 2008

GRANDES UBATUBENSES... Ricardo Nunes Pereira (Artesao)

Personagens que marcam épocas

Ao som da sabedoria caiçara“O único rabequeiro de toda região é de Ubatuba. Autodidata, o caiçara da praia de Ubatumirim aprendeu apenas no olhar a confeccionar as mais belas rabecas que os olhos já viram. O instrumento de um tronco só já está começando a ser valorizado como objeto de arte pela população que pouco tem contato com as danças tradicionais como a Folia de Reis. E isto só é possível porque existe as mãos... do sr. Ricardo Nunes Pereira” Ricardo Nunes Pereira, 69, é filho das terras de Ubatumirim, região norte de Ubatuba. Toda sua família sempre foi daquela localidade: seu bisavô Cabral foi o primeiro proprietário de todas aquelas terras. Com o passar do tempo, as coisas mudaram e hoje a dificuldade econômica reina no lugar. Sua mãe, falecida há dois anos com seus 105 anos, nunca conheceu outro bairro ou praia. Seo Ricardo tem com Dª Francelina Maria Pereira nove filhos e este é um dos principais motivos que tem que trabalhar, e para seu sustento ele já fez e faz um pouco de tudo, pesca, limpa roça, vende ostras na praia de Enseada e Almada, faz artesanato de madeira e taquara e dá aula (recentemente) do oficio que mais se orgulha e traz experiência de toda uma vida: a arte de fazer rabecas. Este instrumento é uma espécie de violino de som fanhoso. A diferença do mesmo para o instrumento industrializado é que não tem nenhuma durabilidade e o som não é tão perfeito. Seo Ricardo escolhe carinhosamente a madeira que sua experiência lhe permite e afirma que as melhores são a guairana e o cedro e as esculpe cuidadosamente, trabalhando primeiramente sua forma exterior e depois interior. Sua rabeca tem uma durabilidade infinita, ele as afina e pronto: já está pronta para o próximo rabequeiro, o admirador do instrumento. Uma rabeca para ficar pronta se for dedicar-se quase todo o tempo neste oficio demora cerca de trinta dias. Seo Ricardo diz que aprendeu apenas olhando a Folia na roça. “Quando o violinista ia andando, saía de uma casa e entrava na outra, eu vinha olhando na rabeca dele. Aí, ele ia embora e eu entrava no bosque, cortava uma madeira e fazia uma. Com dez anos de idade eu já comecei a fazer rabeca; ninguém ensinou, eu olhava o violinista da folia e recortava a madeira e fazia”, diz ele. Suas rabecas já foram até para o exterior (França e Portugal) adquiridas como obras de arte. Ele é o único rabequeiro que se tem notícias e agora está ensinando a arte para as crianças da fundação “O Menino e o Mar” e adultos na Fundart. Ele diz que quando é convidado a estar nas danças folclóricas como a Xiba, São Gonçalo e Folia de Reis sempre participa tocando uma de suas rabecas, mas tocar não é seu forte. Para conhecer seo Ricardo e sua arte ou encomendar um dos seus artesanatos, pode procurá-lo na rua Altídia, 230 - Jd Carolina, ou em uma das duas Fundações, nas quais ele dá aula.
Hino de Ubatuba, há controvérsias
Em 28 de outubro de 1.937, comemorava-se o Terceiro Centenário de Ubatuba. Esta data tão especial foi comemorada com toda pompa merecida, recebendo atenção especial por parte de autoridades de todo o estado. Para a solenidade, foi criado e cantado pela primeira vez em público pelas crianças das escolas, escoteiros e pessoas do povo o “Hino de Ubatuba”, letra do Dr. Antônio Paulino de Almeida e música do maestro E. Bourdot, cuja letra é: até mesmo em LP compacto; com a facilidade da musicalidade todos a cantavam. Com o passar dos anos, as pessoas esqueceram-se do verdadeiro hino da cidade e passou a considerar a marchinha como tal. Assim, a Fundart e a Secretaria de Educação estão promovendo a gravação em vídeo e CD da música “Ubatuba Sim”, convidando o maestro Valdeci dos Santos e o professor de canto Marco Antônio Câmara para discutirem os detalhes da gravação, que deverá ocorrer no próximo dia 24 de agosto, nas dependências da Fundação. O secretário de Educação, Corsino Aliste Mezquita, diz tratar-se de um projeto que valoriza a tradição e garante um material de divulgação nas escolas e na comunidade em geral.
Hino de UbatubaINum poema, que é um canto de glóriae em que a Fé Anchieta exaltou,Ubatuba! no bronze da Históriao teu nome gravado ficou.IIPoema de luz, que é Teu pendor,O’ Santa Cruz do SalvadorIIISob o canto das aves marinhasque passavam voando no ar,foi trançado as estrofes, em linhas,ao soluço das vagas do mar.IVE sofrendo entre impávida gente de uma tríbu guerreira e audaz,poude um dia, feliz e contente, desfraldar a bandeira da Paz.V Salve, salve, Ubatuba, querida,Ubatuba de paz e de amor,sentinela gentil protegidapelos braços da Cruz do Senhor.(extraído do livro: Chronica do Semestre - Terceiro Centenário de Ubatuba - editado pelo Instituto Histórico e Geographico de S.Paulo)Ubatuba, simUbatuba sim, sim, sim.Ela tem lindas praias, de areias douradas.Ubatuba sim, sim, sim.Viver no Perequê, no Itaguá, na EnseadaUbatuba sim, sim, sim.Horizontes de mar ede montes sem fim.Seu céu estreladoDe azul anilado,suas matas, seus rios,seu povo abençoado.Eu amo Ubatubaassim como ela é,sozinha, isolada, só com sua fé.Enquanto ela aguarda o progresso que vemQue fique guardado Com de tudo que tem.

FONTE : www.ubaweb.com

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