domingo, 29 de setembro de 2024
ESTUDANDO NA PRAIA DO SACO DA RIBEIRA DA UBATUBA DA DÉCADA DE 60
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Conheça praia do Litoral de SP que tem um muro construído no fundo do mar.
Ilha das Couves fica em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo / Divulgação
LUANA FERNANDES
Publicado em 26/09/2024 às 19:27
Atualizado em 26/09/2024 às 20:23
Localizada no Litoral de São Paulo, em Ubatuba, a Ilha das Couves é um verdadeiro paraíso escondido. Famosa por suas águas cristalinas, rica biodiversidade marinha e atmosfera tranquila, a ilha também carrega um ar de mistério que intriga os visitantes. A beleza natural da ilha, aliada às histórias contadas pelos moradores e aventureiros, transforma o local em um destino repleto de curiosidades e enigmas.
As duas praias da Ilha das Couves, chamadas de Praia de Terra (ou das Couves), com cerca de 100 metros, e a Praia de Fora, maior que a primeira com cerca de 250 metros, permitem um desembarque fácil, e são frequentadas por banhistas e apneístas que exploram seus costões. Ambas tem águas de um verde turquesa impressionante, cercadas por mata atlântica preservada.
A ilha é ideal para a prática de snorkeling e mergulho, oferecendo aos visitantes a chance de nadar com tartarugas marinhas, cardumes de peixes coloridos e, ocasionalmente, observar golfinhos. A biodiversidade da ilha é tão exuberante que muitas áreas são verdadeiros jardins subaquáticos, com corais e anêmonas de impressionar qualquer mergulhador.
Apesar de ser um local bastante preservado, a Ilha das Couves tem enfrentado os desafios do aumento do turismo, o que levou as autoridades a limitar o número de visitantes diários, uma tentativa de manter a sustentabilidade do ecossistema local.
Os mistérios da Ilha das Couves
Muitas histórias e mistérios rondam a Ilha das Couves, no Litoral Norte de São Paulo. Uma das mais controversas é que, no auge da guerra fria, na iminência de uma batalha nuclear, um membro da família Rockefeller (uma das mais ricas dos EUA) resolveu construir uma casa no arquipélago. Dizem que ele havia pedido um estudo e aquela região seria a menos afetada pela radiação das bombas nucleares. Realmente há vestígios de uma grande construção na Ilha das Couves, mas nada foi confirmado.
Outra história intrigante e cheia de enigma é o muro de pedra (construído pelo homem) no fundo do mar em frente a uma das praias. Apesar de, hoje ser um dos melhores destinos para a prática de mergulho, ninguém sabe dizer como a construção foi parar lá.
E tem mais casos estranhos que rondam a ilha. Em 1987, quando um navio indonésio
teve que se livrar rapidamente de sua carga, milhares de latas foram encontradas no Litoral brasileiro, do Espírito Santo à Santa Catarina, mas estranhamente, uma quantidade enorme foi parar na Ilha das Couves.
Esotéricos dão uma resposta ao mistério: ele acrediram que o arquipélago tem uma energia diferente e uma força magnética mística. Por isso, no final dos anos 1990, muitas festas “raves” foram feitas na ilha. Buscando uma conexão holística, pessoas de todo Brasil acampavam e dançavam ao lado de caixas de som que não paravam de tocar música eletrônica por até sete dias na sequência.
Como chegar a Ilha das Couves
O caminho mais comum para o turista visitar a ilha, é via barco a partir da Praia de Picinguaba, um percurso de 15 minutos, contratando o passeio diretamente com a ABPP (Associação dos Barqueiros e Pescadores de Picinguaba). Também existem passeios de escuna ou lancha que partem da Praia da Almada, Praia do Estaleiro, Ubatumirim, e Praia do Itaguá próximo ao centro de Ubatuba.
Como infraestrutura local, a Ilha das Couves tem um quiosque na Praia de Terra, aberto principalmente durante a alta temporada, feriados e finais de semana. O local oferece desde porções rápidas, até refeições mais elaboradas. Em função do crescente número de visitas que a Ilha das Couves tem recebido, e visando a preservação ambiental se fez necessário o controle do número de barcos e turistas presentes na Ilha simultaneamente. Lembrando que é expressamente proibido pescar, ou deixar o lixo nas áreas deste paraíso.
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
Exposição fotográfica sobre cotidiano caiçara começa nesta semana em Ubatuba
A exposição “Imagens do Povo de um Lugar”, do fotógrafo Thiago Mariano, será inaugurada oficialmente nesta sexta-feira, 27 de setembro, às 19h, no Salão do Paço Nóbrega, atual sede da Secretaria de Turismo. O coquetel de abertura, com entrada franca para toda a população, contará com café caiçara e apresentação de fandango
Com uma trajetória de quase 10 anos, Thiago Mariano retrata em suas fotos o cotidiano da vida caiçara, celebrando a força e a luta desse povo. A exposição estará disponível para visitação gratuita até 27 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A iniciativa oferece a moradores e turistas a oportunidade de apreciar imagens que refletem a identidade e as tradições caiçaras
O projeto é viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, por meio da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart), e conta com o apoio da Secretaria Municipal de Turismo.
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
Criada em 28 de Outubro de 1676 a Villa de Ubatuba
FONTE : Patricia Madeira
domingo, 22 de setembro de 2024
MINISTRO DOS TRANSPORTES MARIO ANDREAZZA VISITA UBATUBA EM 1973
Silvio Rangel De Oliveira Rangel - Memoria de Ubatuba - Retalhos Históricos
PROFESSOR THOMAZ GALHARDO
Ubatuba significa sítio das canoas ou das canas
Salvador Corrêa de Sá e Benevides, Governador Geral do Rio de Janeiro, agilizaram a ocupação da região, após a Paz de Iperoig, transformando-a em pólo colonizador fixo. Após tanta demonstração de bravura, Ubatuba foi fundada em 28 de outubro de 1637. Em 1728, foi elevada a vila, com o nome de Vila Nova da Exaltação à Santa Cruz do Salvador de Ubatuba, e em 13 de março de 1855, à cidade.
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Ongs de Ubatuba assinam convênio com a Petrobras - Ano 2015
Dia 12/04/2015, em Cubatão, houve a cerimônia de assinatura de convênio entre a Petrobras e as entidades que tiveram seus projetos relacionados ao Edital Petrobras Socioambiental selecionados. De quase 300 projetos, 56 foram selecionados. Apenas 13 são do litoral de São Paulo. De Ubatuba foram selecionados os projetos do Instituto da Árvore e do Gaiato. O primeiro se refere a ampliação e regularização de um viveiro de árvores e plantas medicinais e ornamentais. O Projeto do Gaiato se propõe a formação de lideranças juvenis. Um dado interessante é que o Zeca Cury, atual presidente do Gaiato foi um dos maiores incentivadores do Instituto da Árvore, doando um galpão pré-moldado de madeira e vidro, garantindo condições para o funcionamento, tendo, portanto, uma importante atuação nas duas entidades selecionadas. O trabalho de produção de mudas de plantas e de oficinas culturais destinadas a crianças, jovens e adultos do bairro Usina Velha e adjacências, também não teria sido possível sem o trabalho contínuo de voluntários e sem a cessão do terreno pelo Sr. Mauricio Coutinho Bastos. Esse trabalho e essa entidade surgiu com a união de um grupo liderado pela professora Maria Ednalva Barbosa e pela paisagista Lucrecia Abbatepaulo. Durante esses dez anos de existência, que vamos comemorar em maio, muitas outras pessoas contribuíram para a continuidade desse trabalho. Entre elas devemos destacar os membros da Câmara Municipal que conferiram ao IA o título de utilidade pública, título este que facilita a participação em editais de apresentação de projetos para financiamento. Usando a palavra, o professor Rui Alves Grilo, destacou que, neste ano em que o IA completa dez anos de existência e de resistência, sobrevivendo com recursos dos associados e simpatizantes, a verba de trezentos mil, distribuídos ao longo de dois anos, vai permitir a construção de um viveiro para produção em larga escala e para a contratação de assessoria técnica e de profissionais para o trabalho cotidiano. O projeto selecionado foi elaborado inicialmente pela Lirca, uma jovem espanhola que escolheu o Brasil para morar e que tem se preocupado com a articulação social e geração de renda. Para essa primeira etapa, contou com a colaboração de muitas entidades e pessoas, às quais agradecemos. Foi finalizado pelo arquiteto Fernando Reis, que deverá coordená-lo. Um dos diretores da Petrobras enfatizou o rigor com que os projetos foram selecionados e um maior rigor na análise da prestação de contas e da execução das metas. Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular. FONTE : https://www.ubaweb.com/revista/g_mascara.php?grc=51797 |
Viajando para Ubatuba via Serra Taubaté - Ubatuba , ano 1950
Viajando para Ubatuba via Serra Taubaté - Ubatuba , ano 1950 Fonte : Radio e Editora Cancioneiro Caiçara via facebook. Foto de Rubens Negrini Pastorelli.
domingo, 15 de setembro de 2024
sábado, 14 de setembro de 2024
A Paz de Iperoig – Diplomacia e Traição na Terra Tamoia
As negociações aconteceram ainda no Brasil nascente. Os portugueses estavam sendo ameaçados. A Confederação dos Tamolos estava fortalecendo alianças. Após o susto em Piratininga, Nóbrega e Anchieta resolveram agir. Os Jesuítas partem de Bertioga rumo à aldeia do cacique tamolo Coaquira, em Iperoig. Em 5 de Maio de 1563 Anchieta e Nóbrega chegaram à aldeia de Iperolg. Lá chegando, foram rodeados de canoas e deram de cara com Coaquira e Pindabuçu. Os Jesuítas ouviram um rosário de queixas dos tamoios e eles propõem um acordo de paz. Coaquira hospedou os embaixadores na aldeia, que foi o sitio das negociações. Tudo parecia Ir bem quando Almberê, considerado por Anchieta o mais cruel, se posicionou contra a paz com os colonizadores. A primeira assembleia da Confederação foi tumultuada, havia multas queixas contra os portugueses: atrocidades, traições, incêndios, intrigas, capturas dos indígenas tratados a fogo e a ferro. Almberê, bravo e de voz alta pediu: “A liberdade de todos os tamolo escravizados e a entrega dos caciques que se uniram ao inimigo “pero”.
(*) Tamuya” quer dizer “o avó, o mais velho, o mais antigo”, por isso essa confederação de chefes chamou-se Confederação dos Tamuya, que os portugueses transformaram em Confederação dos Tamoios. Outra curiosidade é que a palavra tamoio usualmente é empregada da mesma forma no plural, sem o “s”.
Anchieta se pôs contra e Almberê o ameaçou com seu “tacape”. Tumultuada a sessão, nenhum acordo havia sido fechado. Aimberê tinha razões de sobra para não confiar nos portugueses, pois eles o tinham aprisionado junto a seu pai, também a sua mulher que foi feita escrava. Tudo Isto se agravava, uma vez que Anchieta traiu um segredo de confissão ao revelar o plano de ataque dos indígenas a Piratininga (São Paulo), plano este confesso por Tibiriçá, contado por seu sobrinho Jogoanhara, filho de Araraí. Jogoanhara havia visitado o tio Tibiriçá e havia lhe entregue a noticia dos confederados, através de Aimberê, que queriam a volta de Tibiriçá a seu antigo povo, com isto contou ao tio que no prazo de três luas haveria um conflito, um ataque aos portugueses. Sem paz consigo mesmo, Tibiriçá procurou o jesuíta para se confessar, lá contou da visita do sobrinho e do conflito futuro. Temendo assim perder o apostolado e a vida, Anchieta viola o segredo de confessionário. Nóbrega, com os nervos a flor da pele, propõe uma nova assembleia.
Os indígenas estavam divididos, uns eram a favor da paz, outros queriam a guerra começando pela morte dos padres. Enquanto o desfecho para a segunda assembleia não saía, o padre (abaré) José de Anchieta, num ambiente tenso e com uma guerra iminente escreve, pedindo proteção, nas areias da Praia de Iperolg, o poema a Virgem Maria, que compunha sentimentos e superstições, costumes e perfis indígenas descritos na composição de 5.902 versos (de Beata Virgine Del Mater Maria). Iniciaram-se os entendimentos, mas os indígenas, cautelosos e desconfiados, exigiam provas concretas de sinceridade por parte dos padres. Vale lembrar que como fator agravante da situação já por si só delicada, alguns franceses foram inseridos na vida tribal e na decisão do possível acordo. Os confederados, povo de muitas armas e astúcias por excelência, eram dez mil arcos com que passou o francês a contar sobre os próprios recursos, que já seriam suficientes para enfrentar os portugueses em qualquer emergência. Até então, nunca haviam sido razoáveis sequer as relações entre portugueses e tamoios. Por isso o acordo era tão importante.
O padre Manoel da Nóbrega era dotado de extraordinária visão politica. Sabia ele e com fundadas razões que o indígena insistiria no ataque. Refeito do sofrimento, reaparelhado nos seus petrechos de guerra, o indígena voltaria, para a desforra. E o faria sucessivamente, cada vez com mais raiva até que levasse o desanimo ao bloco civilizado. Era da natureza do indígena defender suas terras e suas tribos, já que não temia a morte. Sobre isso não mantinha ilusões o padre Manoel da Nóbrega. Que fazer, no entanto? Noites intermináveis de ansiedade e insônia povoavam de trágicas visões a mente do genial jesuíta, responsável, perante Deus e perante o rei. De repente, teve uma fantástica ideia, porque não tentar a paz. Pesou-lhe os prós e os contras. Amadurecida a ideia, despertou José de Anchieta, seu discípulo. Aprovado pelo discípulo o plano do mestre, puseram-se os dois a caminho de São Vicente. Empenhados sempre estiveram na luta em prol da preservação da unidade da pátria em formação, assim como os dizeres em latim do brasão de Ubatuba: Manteve a Unidade da Fé e da Pátria.
A segunda assembleia não foi fácil, Nóbrega e Anchieta ouviram muitas reclamações. Anchieta, em tom alto e calmo, falou da necessidade da paz e toda a confederação o ouviu atentamente. Anchieta dizia que realmente os tamoios eram os donos da terra e que os portugueses, aos faltarem com a lei de Deus, as condições do tratado, seriam punidos. Falou ainda que todos teriam que trabalhar como irmãos, os “pêros” fariam escolas e ajudariam com os doentes e os indígenas poderiam plantar e caçar. Almberê, ainda desconfiado continuava a exigir a libertação dos cativos e a entrega dos traidores como Tibiriçá e Caluby. A fala deste chefe recebeu apoio de todos, que deixaram os padres sem saber o que fazer. Para ganhar tempo, Anchieta concorda e diz que teriam de consultar o governador e para que isso se confirmasse, Nóbrega retornaria a São Vicente, levando Cunhambebe, enquanto Anchieta permaneceria em Iperoig como refém.
Um breve período de paz antecede a traição
As condições foram impostas por Almberê, desconfiado das intenções portuguesas. Cunhambebe resolve partir para São Vicente acompanhado de Nóbrega para certificar-se do cumprimento das reivindicações feitas. Anchieta como refém cativa a todos passando a celebrar missas diárias ensinando hinos em tupi às crianças. Os índios se impressionavam, pois os pássaros, pousavam no ombro do sacerdote. Uma conversa foi reproduzida por Antônio Torres, quando cativos e temendo sobre suas vidas entre os tamoio. Nóbrega havia aceitado as condições impostas pelos indígenas como um modo de atrasar a ação de ambas as partes. Nestas negociações Pindabuçu chegou com fome de matar os padres, que fugiram para uma igreja de palha. O líder indígena e Anchieta por alguns minutos se olharam. O beato tocou nos ombros do chefe e lembrou-o das glórias da tribo e que estavam ali para negociar a paz e não promover mais sangue e que ambos deveriam ter gestos nobres ante o que acontecia. Pindabuçu cede ao apelo de Anchieta. Almberê retorna para Uruçumirim, lá sua filha Potira havia dado a luz a seu neto. Ele aproveitou para consultar alguns franceses sobre a proposta dos padres. Na volta a Iperoig, Aimberé está à frente de 40 canoas com alguns franceses a bordo.
Araraí, da tribo dos Guaianases, próximo do colégio dos jesuítas em Piratininga, queria a continuidade da guerra. Ouros chefes também queriam a guerra, mas também queriam viver, mas com a garantia de serem respeitados em suas terras. Almberê se mostrou compreensivo e entendeu a necessidade da viagem e decide partir junto. Ele enfrentou com bravura as negociações em São Vicente e em Piratininga. Suas conclusões fizeram os brancos ceder aos pedidos e em troca, isto é, para selar o acordo de paz, queriam a volta do jesuíta que tinha ficado em Iperoig. Almberê desconfia dos “pêros”, discussões acaloradas transformam as negociações em caos. O jesuíta Luiz de Grã Intervém e sugere que um dos padres fosse a Piratininga e outro continuasse em Iperoig até que todas as partes se entendam.
Desta forma Manuel da Nóbrega foi escolhido para última etapa de negociações. Para Piratininga, Almberê levou seu jovem cunhado Parabuçu e um chefe Aimoré muito respeitado, Araken. A falta de noticias deixaram os confederados agitados em Iperoig, aumentando as hostilidades entre os tamolo e o jesuíta, que não foi morto por Intervenção de Cunhambebe e Coaquira. Nóbrega foi então levado para o centro das negociações. De São Vicente desembarcou em Bertioga (Buriquioca), de lá foi a Piratininga. Nóbrega que estava doente se recuperou e selou o acordo de paz entre Almberê e as autoridades portuguesas. Diante do acordo as autoridades portuguesas mandaram expedições de soldados às fazendas para libertar os cativos, todos acompanhados por Almberê. Na realidade Aimberê estava à procura do amor de sua vida, a jovem Iguaçu, que não foi encontrada na fazenda de Eliodoro Eoban.
Triste e desconsolado Almberê retorna a Iperoig, lá viu obras realizadas por Anchieta como agricultura e pecuária. Com Isto ganhou respeito da tribo de Coaquira. De volta a sua aldeia, Almberê é recebido com festa, mas festa mesmo foi quando descobriu que Potira o aguardava, ela havia sido resgatada por seus amigos, capturando seus raptores, antes que ele tivesse chegado à fazenda de Eliodoro. Anchieta volta a São Vicente com a escolta de nada mais nada menos que Cunhambebe, chefe da confederação mais famosa das Américas. Cunhambebe mandou soltar todos os cativos nas aldeias e retornando a sua aldeia fez um balanço positivo do Tratado da Paz de Iperoig, em 14 de setembro de 1563.
Um breve período de paz aconteceu após a “assinatura” do tratado. Porém, tudo que é bom dura pouco e um ano depois das negociações, os portugueses romperam o acordo, voltando a sujeitar os indígenas capturados a trabalhos escravos, com isso a guerra começou onde tinha acabado um ano antes, em Iperoig. Lá houve a invasão das duas aldeias de Coaquira, que foi morto. Depois destruíram as de Araraí. Os portugueses não só escravizavam para os engenhos, mas também para as expedições de ouro. Anchieta por determinação da Coroa muda seus interesses, e inflama o governador geral do Brasil, Mem de Sá na sua empreitada de retomar seus interesses patrimoniais. O governador cria o Comando das Operações de Extermínio dos Confederados, de forma a liquidar o poder que os indígenas haviam conquistados de forma diplomática.
No dia 8 de janeiro de 1567, com o reforço de três galeões vindos de Portugal e dois navios de guerra bem armados, Mem de Sá deu inicio a chacina. A matança foi encerrada no dia 20 de janeiro do mesmo ano, dando por fim a cruzada contra os indígenas. Ao que se sabe, os tamoio nunca cederam à quebra do tratado, mantiveram-se fiéis ao que tinha sido acordado com os “pêros” e aos “mairs” franceses que mantinham um melhor relacionamento com os indígenas do litoral.
Mem de Sá, que solicitou a intervenção de um tratado, massacrou os indígenas, os mesmos que foram considerados os “Filhos da Terra”, que eram homens destemidos, indomáveis na guerra, mas de palavra, sensíveis às negociações, compreensivos no trato dos acordos. O massacre é pouco divulgado, mas quem procura saber da história descobre a traição dos “pêros”. O Tratado de Paz passou a figurar na história do Brasil como a “Paz de Iperoig”, o primeiro tratado de Paz das Américas e o primeiro trabalho de acordo concluído em terras americanas, que assim pode ser entendida na iniciativa de seu destino histórico: marco Inicial da generosa política brasileira de resolver pendências através de tratados, na mesa, no caso especifico na Oca das conferências.
Fonte das informações:
Ezequiel dos Santos – Jornal “Maranduba News”
terça-feira, 10 de setembro de 2024
UBATUBA , O COMEÇO DE UMA CIDADE
Foto ano 1950
A partir da
segunda metade do século XVIII, Com o aumento da produção de ouro nas Minas
Gerais, Ubatuba articula-se com Minas no comércio de açúcar, aguardente,
farinha de mandioca, anil, fumo e pescado salgado. O açúcar foi o principal
produto que serviu para alterar a forma de vida da vila ubatubense. Com isso
Ubatuba passa ao poder de exigir reivindicações e o comércio entre Ubatuba e
Rio de Janeiro começa a desenvolver. Mas essa ligação entre Rio de Janeiro e
Ubatuba incomoda o governador da capitania de São Paulo e proíbe o comercio de
Ubatuba, assim como todas as vilas, com outro porto, direcionando somente ao
porto de Santos. Essa mudança representou um choque na economia de Ubatuba,
pois os preços santistas pago ao açúcar eram inferiores ao do Rio.
Com a chegada
da Família Real ao Brasil, 1808, com sua política de abertura dos portos, as
vilas retomaram a liberdade de vender suas produções ao porto que melhor
pagasse. Nesse momento era o café que estava em alta, e passa a proporcionar
transformações profundas de fartura e riquezas na vida dos ubatubenses. Em
1855, por função do desenvolvimento gerado através do cultivo do café na Região
do Vale do Paraíba, usando o porto de Ubatuba para seu escoamento. Ubatuba
ganha o título de cidade, pelo seu amplo e variado setor comercial.
Mas com a expansão do café no Oeste Paulista e
a ligação desta, por estrada férrea ao porto de Santos, o porto de Ubatuba
perdem a sua função comercial de mediador da economia vale-paraibana com o Rio
de Janeiro. Isso perdura até o final da década de 1930 do século XX, onde teve
a recuperação da Estrada Taubaté – Ubatuba, a ligação da Estrada de São José
dos Campos – Caraguatatuba e em 1948 a ligação de Caraguatatuba – Ubatuba.
Todas essas ligações com péssima estrutura de rodagem. Mas já foi o início da
retirada de Ubatuba de sua estagnação.
No final da década de 1950 e inicio de 1960,
houve a verdadeira reestruturação das rodovias que ligaram e elevaram Ubatuba a
uma nova atividade econômica, o turismo de massa e a especulação imobiliária.
A primeira região do Município de Ubatuba a
receber essa influência de progresso ou destruição recorrente da interligação
das Rodovias, foram os Bairros de Marandubae Sertão da Quina. E na década de
1970, com a construção da BR 101, interligando Região Norte de Ubatuba com
essas Rodovias, expondo toda a cultura caiçara à globalização.
A partir da
segunda metade do século XX, o litoral, norte paulista, no ponto de vista de
sua economia regional, passou a constituir-se em uma micro-região polarizada
pela região industrial de São Paulo, incluindo o Vale do Paraíba, a Baixada
Santista a e o Rio de Janeiro. Nessa época, o litoral Norte foi favorecido
tanto pela abertura da rodovia federal BR-101, em 1972, a chamada Rodovia
Litorânea, ligando o Rio Janeiro e Santos. (SILVA. 1975, P. 20.)
Este post foi
publicado originalmente em CULTURA CAIÇARA EM UBATUBA
FONTE : https://blogdoubatubense.wordpress.com/2016/04/18/ubatuba-o-inicio-de-uma-cidade/
O CAIÇARA FESTIVO E RELIGIOSO