terça-feira, 30 de novembro de 2021

JORNAL ECHO UBATUBENSE, EDIÇÃO 27 . DE 14 DE ABRIL DE 1897..



Nascia em Ubatuba SP  em 1896  o  primeiro jornal  impresso  e distribuído em nossa  cidade, o ECHO UBATUBENSE, edição  semanal , o qual teve infelizmente curta duração  , durou apenas 01  ano, mas marcou a história jornalística de  nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog  UBATUBENSE  , na verdade são cópias das  edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse  material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue   em 4 paginas  a edição  27,  de  14  de Abril   de  1897.


 








domingo, 28 de novembro de 2021

ANTIGA RUA DO COMÉRCIO, HOJE RUA MARIA ALVES..ANO 1933

 

Rua Maria Alves, antiga rua do Comercio 1933

Festa do Fandango Caiçara acontecerá em Ubatuba

 

Entre os dias 8 e 10 de dezembro, Ubatuba sediará a Festa do Fandango Caiçara, que reunirá mais de 80 membros de grupos culturais caiçaras vindos das cidades de Cananéia e Iguape, em São Paulo, Guaraqueçaba e Paranaguá, no Paraná, e Paraty, no Rio de Janeiro, além de Ubatuba. O evento tem o apoio cultural da Prefeitura de Ubatuba, da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) e da Companhia Municipal de Turismo (Comtur).

A realização é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura e do Grupo Fandango Caiçara de Ubatuba, por meio do projeto “Ô de Casa:  Mobilização, Articulação e Salvaguarda do Fandango Caiçara”. Ela conta também com o apoio do Associação dos Amigos e Remadores da Canoa Caiçara (AARCCA), Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), Instituto Argonauta e Instituto Bacuri, entre outros.

A programação da festa inclui exposições, dança, música, contação de causos, reuniões e debates que acontecerão no Sobradão do Porto de Ubatuba (praça Anchieta, 38 – Centro), além de um ato pela salvaguarda da canoa caiçara, a ser realizado na praia da Barra Seca. Confira a programação completa:





 

08/12 – Sexta-feira – Sobradão do Porto

10h00 – Abertura das exposições

11h00 – Oficinas

15h00 – Roda de conversa

17h00 – Lançamento da Campanha do FCT+10 Fórum de Comunidades Tradicionais – Angra, Paraty e Ubatuba

19h30 – Abertura oficial com a Folia do Divino de Ubatuba e Encontro de contadores de causos

20h00 – Apresentação dos grupos de dança

22h00 – Baile

 

09/12 – Sábado

*Praia da Barra Seca

11h00 – Vivência da canoa caiçara – Ato pela salvaguarda da canoa caiçara

*Sobradão do Porto

15h30 – Reunião do Comitê Provisório de Salvaguarda do Fandango Caiçara (Iphan)

17h00 – Instauração do Comitê Permanente de Salvaguarda do Fandango Caiçara

20h00 – Apresentação de grupos de dança

22h00 – Baile

 

10/12 – Domingo – Sobradão do Porto

10h00 – Oficina de danças

12h00 – Almoço de encerramento com fandango



PREFEITURA   DE  UBATUBA  SP

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

CAPITÃO DEOLINDO DE OLIVEIRA SANTOS QUEIXA SE DOS TRABALHOS DA DELEGACIA FISCAL DO MUNICIPIO .ANO 1927

 


CURTAS DA CIDADE DE UBATUBA .ANO 1946.........

 


COMPANHIA TAUBATÉ INDUSTRIAL ADQUIRE A EMPRESA FORÇA E LUZ DE UBATUBA....ANO 1946



PADRE JOHANNES BEIL , NOSSO PADRE JOÃO RECEBE NO AEROPORTO DE UBATUBA , O GOVERNADOR ADHEMAR DE BARROS .....DÉCADA DE 50

 


SECRETARIO ESTADUAL DE TRANSPORTES FIMINO ROCHA INSPECIONA ESTRADAS .ANO 1970


 

AVENIDA IPEROIG .ANO 1950

 



Inicio da  Avenida Iperoig, no sentido  da ligação da Avenida Liberdade  a  esquerda ....Em foto de 1950, de Odaury Carneiro - Arquivo pessoal do mesmo.

I V CONCURSO DE ESCULTURAS NA AREIA.FALTAM AGORA DUAS PROVAS... ANO 1970

 









FONTE....................JORNAL  "   A  TRIBUBA  DE SANTOS  "   
01 DE FEVEREIRO DE 1970

RUA CONDESSA DE VIMIEIRO ( ANTIGO CAMINHO)............ANO 1909

 


Caminho que originou a Rua Condessa de Vimieiro, ao lado direito lateral da Igreja da Matriz,  Ubatuba  1909.Foto do arquivo pessoal de Odaury Carneiro...

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

PADRE JOHANNES BEIL DE TORRES RS PARA UBATUBA .....1932

 


Padre  Johannes Beil, em  Ubatuba SP  ficou conhecido
apenas como padre João

Livro mostra como o nazismo interferiu na tentativa de implantar um porto em Torres

A obra "Piratas, Corsários, Naufrágios e Canibalismo em Terras e Mares do Sul" traz um capítulo especial sobre o projeto de construção de uma ferrovia e um porto no município



O sonho de um jornalista, historiador e pesquisador é encontrar uma informação inédita, um documento antigo, algo, enfim, que lhe permita descobrir novos fatos e transformá-los em história. Foi o que aconteceu com Nelson Adams Filho ao encontrar um livro, ainda sem tradução para o português, escrito por um padre alemão que relata a interferência do nazismo e a tentativa (quarta e última) de implantação de um porto marítimo e uma ferrovia em Torres. 

A pesquisa sobre o Torres Projekt – Hafen und Eisenbahnbau (Projeto Torres – Porto e Ferrovia) faz parte do livro Piratas, Corsários, Naufrágios e Canibalismo em Terras e Mares do Sul (Editora Edigal, 245 páginas), lançado na quinta-feira última, na Feira do Livro, sendo um capítulo especial intitulado como O Porto de Torres, do Império ao Nazismo. Ao encontrar a obra de Johannes Beil, escrita em 1967, Nelson descobriu o fio da meada. 

A Alemanha queria construir em Torres um porto marítimo e uma ferrovia ligando-a ao Paraguai (que não possui porto). Esse complexo fazia parte dos planos do governo do primeiro-ministro Heinrich Brüning, o último da República de Weimar (1919-1932), com o objetivo de combater a inflação galopante na Alemanha, sanar as finanças e conseguir empregos para jovens alemães no Brasil. 

Brüning tinha nas exportações o remédio para os males da economia alemã. Para os empresários alemães em Porto Alegre (que não eram poucos), o projeto representava recebimento e escoamento mais rápido e barato de matérias-primas e de produtos acabados, eliminando a rota entre a Capital e Rio Grande pela Lagoa dos Patos. 

Em Porto Alegre, o cônsul alemão no RS, Gottfried Walbeck, tinha ligação direta com o gabinete do ministro.

 

 

O padre Beil (ordenado na Alemanha em 1928) chegou ao Brasil em 1931 e teria a missão de coordenar a parte assistencial e espiritual dos trabalhadores que viriam da Alemanha, então com 6,5 milhões de desempregados. 

"Tudo estava pronto para a assinatura do contrato. Então, Brüning foi deposto", escreveu o padre em seu livro, no capítulo intitulado Das Torresprojekt (tradução do historiador catarinense Valberto Dirksen, do IHGSC, especialmente para a pesquisa). 

Torres já tivera outras três tentativas de implantação de um porto marítimo. Era o local apropriado. Mas Rio Grande tinha mais poder político, econômico e histórico, pois possuía porto desde 1737, com a chegada de Cristóvão Pereira de Abreu. 

Na primeira tentativa, em 1875, o engenheiro hidráulico inglês Sir John Clarke Hawkshaw, contratado 14 anos antes pelo Império para dar seu parecer, vaticinou: "...as obras da barra (Rio Grande), além de muito dispendiosas, são muito inseguras quanto aos resultados para justificar sua execução. Projetei um porto em Torres...". A opinião de Hawkshaw, 142 anos depois, continua certa. 

O porto de Rio Grande sofre devido ao assoreamento da barra, permanentemente exigindo milhões de dólares para fazer o desassoreamento. A tentativa de 1930 contava com o apoio de Getúlio Vargas, então chefe do Governo Provisório, e do interventor e depois governador do RS, Flores da Cunha. Ele era apaixonado pelo projeto do porto e da ferrovia de Torres, que fazia parte do primeiro plano viário do Estado desde 1913, no governo de Borges de Medeiros. Por quase 20 anos, Flores da Cunha se interessou e defendeu o porto e a ferrovia de Torres. Em 1932, estava tudo pronto para a assinatura da documentação. Getúlio Vargas, a essa época, "namorava" com a Alemanha. Aqui, na Capital, havia uma comissão especial para as tratativas, segundo relatos do padre Beil.

 

Brüning caiu em 30 de maio de 1932. Em 30 de janeiro de 1933, Hitler chegou ao poder. "Esperou-se... e nada acontecia. Hitler tinha assumido", escreveu Beil, pressentindo, de longe, que algo havia. 

De Porto Alegre, ele seguiu para Blumenau, Santa Catarina, onde instalou o Heimat-Timbó (Lar para Jovens). Posteriormente, deslocou-se para Ubatuba, São Paulo, onde é conhecido como padre João, com vasta obra social. 

Morreu em São Bernardo do Campo, em maio de 1980, aos 76 anos, deixando um legado social e esse livro, aqui inédito. Toda a documentação do Torres Projekt encontra-se na Biblioteca de Koblenz, na Alemanha, guardada junto aos documentos da República de Weimar. Nelson examinou o que lhe permitiu começar a montar o quebra-cabeças. Muitos outros fatos, dados e situações estão sendo pesquisados. Um deles é a forte interferência do nazismo no RS entre 1931 e 1933. 

O cônsul Walbeck (antinazista ferrenho, assim como o padre Beil) sofreu nas mãos dos nazistas no Sul e foi substituído pelo ex-embaixador da Alemanha no Brasil Enrich Ried (nazista e amigo de Flores da Cunha), e, em 1933, foi transferido para Lyon, na França, onde morreu misteriosamente pouco tempo depois. 

Ainda existem muitos pontos obscuros a serem pesquisados, como a possível interferência dos Estados Unidos em não permitir a concretização do complexo porto-ferroviário, que seria uma espécie de cabeça de ponte alemã no Sul. 

Mas existe uma certeza: um porto e uma ferrovia em Torres não estavam nos planos de Hitler. Ao menos nos iniciais. Depois... quem sabe?

Colaborou Nelson Adams Filho

 


UBATUBA É DESTAQUE NA REVISTA " O MALHO " DE 1935

 


quarta-feira, 24 de novembro de 2021

MIGRANTE DE PERTO

 

Árvores na praia - (Arquivo JRS)


    Luiz Monteiro de Oliveira era o seu nome, mas para nós era Seo Lica. Ainda hoje, no bairro da Estufa, os mais velhos saberão lhe dizer onde era o Sertão do Lica.


   O saudoso Seo Lica era avô da amiga Fátima Albado, do Ostinho e de tanta gente boa. Com ele escutei boas histórias. Grande orgulho dele era dizer que se aposentara com funcionário da prefeitura de Ubatuba, sendo seu grande trabalho a preparação do terreno para o Campo de Aviação (aeroporto). Também se orgulhava de ter plantado a maioria das árvores antigas da cidade. "Daquelas que estão nas praças e pelas ruas, muitas fui eu quem plantou. Sabe aquelas magnólias, da Praça Nóbrega? Pois é, coube a mim e ao Modesto cavar e colocar cada uma em seu lugar. Na outra praça [13 de maio], onde era o campinho da rapaziada, outro tanto de mudas deixamos ali onde era só areia e capim".


  Seo Lica não era caiçara. "Eu sou caipira de Catuçaba. Nasci na Cachoeirinha, perto do Morro do Chapéu, onde está até hoje a capela de Nossa Senhora do Alto. Todo ano tinha uma festa muito bonita lá, com padre indo de São Luiz para celebrar a missa com o povo. Havia muita dança e comedoria nessa ocasião Era por onde passava a antiga estrada que descia para Ubatuba. Eu vi muitas tropas de burros levando e trazendo coisas por ali. Havia um entrocamento onde é Catuçaba, lugar que mora ainda bastante gente. Lá a estrada tinha três braços: o que acompanhava o ribeirão do Chapéu, indo para a cidade de São Luiz; outro seguindo na direção da Lagoinha, de Guaratinguetá, o caminho mais antigo, que ligava ao sertão de Minas Gerais. O terceiro descia até Ubatuba. Eu era rapaz novo quando começou a passar carro depois de melhorarem a serra. A tal de jardineira [uma espécie de ônibus] passava sempre, duas vezes por dia, entre Ubatuba e Taubaté. Foi por onde eu vim com a mulher e as crianças ainda pequenas. Aqui tinha trabalho garantido; lá dependia da roça e de quem comprava as nossas coisas. Por isso, assim que soubemos que havia a possibilidade de trabalhar e viver no litoral, eu e a mulher decidimos fazer isso. Embarcamos as poucas coisas nos jacás e descemos a serra. Assim que cheguei, fui contratado pela prefeitura e de lá só saí depois da aposentadoria. Desde aquela época eu moro aqui, neste lugarzinho da Estufa. Eu e o Sérgio Lucindo somos os mais velhos daqui. Pois é. Por isso eu digo a essa gente que veio de mais longe: eu sou migrante de perto, não precisei andar muito, nem usar carro ou ônibus".


JOSE  RONALDO BLOG  COISAS DE CAIÇARAS

www.coisasdecaicara.blogspot.com

ATRÁS DE MELHORES DIAS.....

 

O Divino segue em frente...    (Arquivo JRS)

     Encontrei um texto mais antigo com uns versos mais antigos ainda, desses que os foliões e fandangueiros continuam repassando às novas gerações. Daí pensei em escrevê-los aqui, principalmente porque se apresenta, nas proximidades das datas, mais uma Festa do Fandango Caiçara permitindo melhores dias.

    A cultura caiçara se fez mantendo muito  -  mas muito mesmo!  -  da alma artística do povo Tupinambá, da diversidade de expressões dos negros escravizados e da vontade de sobreviver em terras de Além-Mar por parte dos pobres lusitanos deportados, na finalidade de assegurar a posse da terra que, finalmente, foi sacramentada como Brasil. Hoje, nos muitos aspectos dessa cultura  -  da nossa cultura!  - vemos uma continuidade, ainda que contando com um reduzido grupo de pessoas, desses traços fundantes. A musicalidade é o principal destes. Ela transmite a religiosidade popular, alimenta os bailados e  as animações das prosas, dos encontros que alimentam nossas criatividades. Prova disso são os versos seguintes. Espero que mais gente se anime e faça bom proveito dessas devoções, desses festejos da terra ubatubana. Que venha com intensidade a próxima Festa do Fandango Caiçara de Ubatuba!


1- Periquito tá falando/ De onde ele fala eu escuto/ Ele quer ir com o Divino/ Mas tem medo do Macuco.

2- Tanto peixinho nadando em volta/ Tanta mocinha bonita por perto do lago/ Tanto rapaz bom sem coragem/ Só ficando parado, olhando de lado.

3- Você disse que canta, canta.../ Que cantem quem amores tem/ Eu, como não tenho amores/ Não canto pra mais ninguém.

4- As mocinhas da Enseada/ São bonitas, não são feias/ Tem nariz de meia-légua/ E boca de légua e meia.

5- Essa casa tá bem feita/ Com uma cruz na cumeeira/ Salvando a dona da casa/ Com sua família inteira.

6- Essa casa tá bem feita/ Por dentro, por fora não/ Por dentro cravos e rosas/ Por fora, manjericão.

7- O Divino, assim que viu/ Ele logo cobiçou/ Aquele lindo passarinho/ Que do caminho avoou.



O MERO QUE VIROU PILÃO...............Causo caiçara de Julinho Mendes

 

CAUSOS CAIÇARA de Julinho Mendes

Como de costume, antes de ir trabalhar nas empreitadas que fazia, ainda no escuro, levantava e ia até a praia do Itaguá ajudar na puxada do arrastão. Um dia levou o filho.
–Vamos filho que hoje eu vou te ensinar a pesca de arrastão. O menino todo remelento, barrigudinho e meio amarelado calçou seu tamanquinho de madeira e seguiu o mestre pai.
Na praia já estavam lá os companheiros de pesca com a rede n’água; cinco num lado e mais cinco no outro, puxavam os cabos do arrastão.
–Ta vendo filho, é assim a pesca de arrastão, lança-se a rede ao mar e vem puxando pelos cabos.
–O Sr. não vai ajudar puxar papai? Perguntou o menino.
–Não filho, eu sou o mestre, meu trabalho é de levantar o pano da rede quando chegar no lagamá e isso não é qualquer um que sabe fazer, pois tem que ser conhecedor de peixe e saber a hora de levantar, para os peixes não saltarem por cima da rede!
O menino ia aprendendo com o velho pai.
O clarão do sol já se fazia no horizonte e, parecia aquele dia, ser um dia de sorte, pois a rede vinha lenta e pesada, se não fosse limo mingau seria um grande cardume de peixe.
A rede chegou no lagamá e o grande mestre correu para exercer sua função, e assim falou para o filho barrigudinho:
-Agora João, você vai ver o grande mestre conhecedor de peixes que é seu pai, fique aí observando. E saiu correndo.
Com água pela cintura agarrou a tralha de boias da rede e levantou; observou então algo escuro e grande dentro da rede e caiu de berro:
-Ai, ai,ai! –É um mero! É um mero! Devagar que é um grande mero! Anunciou o grande mestre.
A euforia entre os pescadores foi grande, pois o mero é peixe pra mais de 250 kg, daria um bom dinheiro. Mais cautelosos os pescadores puxaram a rede bem devagarzinho para não espantar o grande peixe. E o mestre Rita gritava:
-O bicho não se mexe, tá com ova! Tá com ova!
O menino lá em terra, orgulhoso falava:
-Papai é largo mesmo, sabe até que o peixe está com ova!
A rede se aproximava do lagamá e, vendo que o bicho era grande, velho Rita gritou:
-Ajudem aqui, vamos agarrar o bicho e enrolar no pano da rede, se não ele vai fugir!
Obedecendo a ordem o grande mestre, oito pescadores atarracaram com o grande peixe e o levaram para a praia. Vendo que o peixe não se mexia, começou o falatório:
– O peixe não se mexe! O bicho tá morto! Ta ovado! Ta dormindo! É um toco!...
Já com o dia mais claro, foram ter certeza da espécie de peixe que o velho Rita tinha anunciado. Aí a farra foi grande na praia do Itaguá. Aquilo que o grande mestre velho Rita tinha anunciado era, na verdade, um pilão de toco de urucurana, com o fundo furado; dentro, ainda tinha um guaiazinho meio desbotado, mais para cor-de-rosa do que para roxo.
Enquanto a caiçarada tirava sarro do “grande mestre” velho Rita, o menino João, orgulhoso de seu pai, saiu correndo e gritando pelas ruas do bairro do Itaguá:
-Mamãe, mamãe, mamãe,... papai pescou um pilão, papai pescou um pilão...
Dona Zefa respondeu ao menino: -Deve ser o nosso pilão que estava nos fundos do quintal, na beira do rio Acaraú e que naquela tempestade, de cinco anos atrás, foi levado pela enchente. Tomara que ainda sirva pra socar um pixé. -----------------------

JORNAL ECHO UBATUBENSE , EDIÇÃO 26, DE 04 DE ABRIL DE 1897

 


Nascia em Ubatuba SP  em 1896  o  primeiro jornal  impresso  e distribuído em nossa  cidade, o ECHO UBATUBENSE, o qual teve infelizmente curta duração  , durou apenas 01  ano, mas marcou a história jornalística de  nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog  UBATUBENSE  , na verdade são cópias das  edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse  material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue   em 4 paginas  a edição  26,  de  04  de Abril   de  1897.










PRAIA DA LAGOINHA NA RICA HISTÓRIA DE UBATUBA.

 




A praia da Lagoinha esconde muitas histórias do desenvolvimento do país em cima do sangue alheio. O lugar abrigou a primeira fabrica de vidros da América Latina
Em 1818, dez anos depois da vinda da família real as terras brasileiras, a Vila de Ubatuba, grandes áreas adquiridas por estes estrangeiros logo se transformaram em grandes cultivos de café, chamados na época de ouro verde ou ouro negro.
Ubatuba foi um dos primeiros a cultivar o café no Estado de São Paulo.
A fazenda foi um exemplo de fazenda colonial próspera, na época a de maior esplendor econômico da cidade que aproveitava o bom porto de escoamento de produção Valeparaibana e Ubatubana de aguardente, açúcar mascavo, milho.
Lagoinha antiga, antiga roda de moinho.
Como havia a demora e um valor muito alto para embarcar e engarrafar aguardente, o barão resolveu buscar um especialista para montar uma fábrica de vidros, a princípio garrafas.
A Fazenda era dividida em duas atividades: produção-beneficiamento e fábrica.
Tudo leva a crer que a referida fazenda era dividida em três subsedes: a frente era chamada de Bom Retiro, os fundos que fazem divisa com a Fazenda Corcovado era chamada de Bom Descanso e o outro lado e ao fundo que fazia divisa com a Fazenda Brejamirinduba era chamada de Fazenda Poço dos Bagres. No Sertão da Quina, no Sitio Santa Cruz, existem marcas da antiga fazenda, como os de uma roda d’água, um terreiro de café e um local onde foi enterrado um “benzedeiro”.
O Barão fez fortuna primeiro com o tráfico negreiro e depois com o cultivo das terras. No local desembarcavam negros e voltavam carregados com café, que eram plantados em toda a encosta.
Uma pequena estrada de terra ligava por entre a mata virgem a Bom Retiro a Fazenda Poço dos Bagres, antigo trecho compreendido hoje os bairros do Ingá e Sertão da Quina. O trecho compreendia na subida íngreme de um morro, tentou-se então cavar um túnel para transpor este obstáculo, como o tinha muito Granito Verde Ubatuba, desistiram. Muitos pés de café podem ser ainda encontrados na mata e em propriedades rurais ao sopé de nossas montanhas.
Fonte: Detectoristas LN









terça-feira, 23 de novembro de 2021

SORVETERIA ROCHA E A SUA HISTÓRIA

 

HISTORIA DA SORVETERIA ROCHA EM UBATUBA
No início, a Sorveteria Rocha produzia apenas cinco sabores de picolés e oito sabores de massa, que eram comercializados no atual endereço da “ AÇAI ROCHA” Rua da Praia, Av. Dr. Altino Arantes nº 212.
Com a crescente fama dos sorvetes Rocha,e a pedido dos fregueses por taças com coberturas, veio a necessidade de ampliar as instalações, e diversificar o atendimento, oferecendo suas especiarias em taças, como: colegial, sundae, banana split, sorvete no abacaxí e milk shakes. Assim, em 1980, mantendo o mesmo tino comercial, o mesmo carinho e cuidados na produção dos sorvetes, João e seus filhos Rodolfo, Roberto e José (Zézinho) transferiram a “Sorveteria Rocha” para a Rua Dr. Altino Arantes, 200, onde hoje está instalada a “Sorveteria Rocha I”, de propriedade do Zézinho, que com muito trabalho e dedicação, ampliou a sua rede, abrindo filiais na praia de Boiçucanga (1995) e Arrastão (2005).
Em 1972, Raul, o filho mais velho de João, torna-se independente e abre sua própria “Sorveteria Rocha” em Caraguatatuba. Em 1978, encerra as atividades em Caraguatatuba e abre em sociedade com seu primo Adhemar, a Sorveteria Rocha na cidade de Ubatuba.
Em 1975, João inaugura a “Sorveteria Rocha” de Ilhabela, a princípio administrada pelo seu filho Rodolfo. Hoje o atual proprietário é seu irmão Rubens.
Em 1980, Raul reabriu com com o sócio e primo Adhemar a sorveteria de Caraguatatuba. Algum tempo depois desfaz a sociedade com o primo e sai de vez de Caraguatatuba, ficando assim com a sorveteria em Ubatuba. Atualmente Raul é proprietário da “Sorveteria Rocha” de Ubatuba.
Em 1981, Rodolfo Rocha abriu a sorveteria Rochinha, para sua esposa. Após 10 anos resolveu morar em Mato Grosso e acabou vendendo-a em 1991, para seu primo Adhemar, que registrou o nome. Após dois anos, vendeu a marca para José Lopes, deixando assim a Sorveteria Rochinha de pertencer a família Rocha.
A marca Rochinha não pertence a Família Rocha desde 1991.
Em 1995 foi inaugurada em BOISSUCANGA a sorveteria Rocha, para atender os fregueses da costa. Hoje é a Rocha I em BOISSUCANGA .
Em 2004, foi inaugurada a “Sorveteria Rocha II”, na mesma avenida, de propriedade de Roberto e Rodrigo, respectivamente, filho e neto de João Rocha.
Em 2007, inaugurou a " Sorveteria Rocha I" no Shopping Maresias Mall em Maresias.
A Sorveteria Rocha espalhou-se através dos irmãos "Rocha Medeiros" por todo litoral norte do Estado de São Paulo, desde Ubatuba até São Sebastião e Ilhabela.
Atualmente, cada um dos filhos de João Rocha tem a sua própria sorveteria, com produção totalmente independente, e preservam a excelência em qualidade e sabor verdadeiramente artesanal em mais de 50 sabores de sorvetes, preferencialmente de frutas selecionadas.
Graças ao trabalho árduo e grande dedicação desta família pela arte de fabricar sorvetes, os sorvetes Rocha são famosos por todo o Brasil, sendo um nome respeitado, sinônimo de honestidade, integridade, boa índole e acima de tudo qualidade.
O amor e o cuidado no preparo dos nossos sorvetes podem ser saboreados e comprovados em todas as sorveterias que levam o nome: “ ROCHA”.
* Legenda Foto: (esq para dir) Raul Rocha Medeiros - o filho mais velho, hoje proprietário da Sorveteria Rocha Ubatuba. E João Rocha Medeiros - proprietário da Sorveteria Rocha desde a década de 60. Hoje sob a direção de seus filhos. (Blog Ubatubense)

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

MARIA THEODORA.... FlLHA MAIS VELHA DE MANOEL BALTHAZAR DA CUNHA FORTES

 

Manoel Balthazar da Cunha Fortes, que construiu Casarão do Porto para sua família, era pai de Maria Theodora, sua filha mais velha.
Maria Theodora casou-se com Antônio Carlos Madeira (filho de Joaquim José Madeira Junior, irmão mais velho do meu bisavô).

Antonio Carlos possuia uma afamada empresa de Contabilidade no Rio de Janeiro, atuando no Rio e em Niterói, sendo ainda o responsavél pela contabilidade do antigo e conhecido Laboratório Silva Araújo, do RJ.
Depois de casada, Maria Theodora vai morar em Niterói onde o marido já estava estabelecido.

Ali tiveram alguns filhos e hoje publico aqui o batizado da filha Maria Luiza, nascida aos 07 de agosto de 1900 e batizada em 10 de janeiro de 1901, na Igreja São João Batista, em Niterói.
Do assento de batismo constam o nome dos pais, Antônio Carlos Madeira e Maria Theodora Fortes Madeira, bem como o nome dos avós paternos, Joaquim José Madeira (Junior) e Carolina Severina Madeira, e dos avós maternos, Manoel Balthazar da Cunha Fortes e Benedita Salgado Almeida Fortes.
Foram padrinhos Alcides Augusto Teixeira Freitas e, como sua protetora, Nossa Senhora de Aparecida.
Maria Theodora faleceu em Iracaí, Niterói, em 1914.

FOnte..................Patricia Madeira via facebook