terça-feira, 30 de novembro de 2021
JORNAL ECHO UBATUBENSE, EDIÇÃO 27 . DE 14 DE ABRIL DE 1897..
domingo, 28 de novembro de 2021
Festa do Fandango Caiçara acontecerá em Ubatuba
Entre os dias 8 e 10 de dezembro, Ubatuba sediará a Festa do Fandango Caiçara, que reunirá mais de 80 membros de grupos culturais caiçaras vindos das cidades de Cananéia e Iguape, em São Paulo, Guaraqueçaba e Paranaguá, no Paraná, e Paraty, no Rio de Janeiro, além de Ubatuba. O evento tem o apoio cultural da Prefeitura de Ubatuba, da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba (Fundart) e da Companhia Municipal de Turismo (Comtur).
A realização é do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Ministério da Cultura e do Grupo Fandango Caiçara de Ubatuba, por meio do projeto “Ô de Casa: Mobilização, Articulação e Salvaguarda do Fandango Caiçara”. Ela conta também com o apoio do Associação dos Amigos e Remadores da Canoa Caiçara (AARCCA), Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT), Observatório dos Territórios Sustentáveis e Saudáveis da Bocaina (OTSS), Instituto Argonauta e Instituto Bacuri, entre outros.
A programação da festa inclui exposições, dança, música, contação de causos, reuniões e debates que acontecerão no Sobradão do Porto de Ubatuba (praça Anchieta, 38 – Centro), além de um ato pela salvaguarda da canoa caiçara, a ser realizado na praia da Barra Seca. Confira a programação completa:
08/12 – Sexta-feira – Sobradão do Porto
10h00 – Abertura das exposições
11h00 – Oficinas
15h00 – Roda de conversa
17h00 – Lançamento da Campanha do FCT+10 Fórum de Comunidades Tradicionais – Angra, Paraty e Ubatuba
19h30 – Abertura oficial com a Folia do Divino de Ubatuba e Encontro de contadores de causos
20h00 – Apresentação dos grupos de dança
22h00 – Baile
09/12 – Sábado
*Praia da Barra Seca
11h00 – Vivência da canoa caiçara – Ato pela salvaguarda da canoa caiçara
*Sobradão do Porto
15h30 – Reunião do Comitê Provisório de Salvaguarda do Fandango Caiçara (Iphan)
17h00 – Instauração do Comitê Permanente de Salvaguarda do Fandango Caiçara
20h00 – Apresentação de grupos de dança
22h00 – Baile
10/12 – Domingo – Sobradão do Porto
10h00 – Oficina de danças
12h00 – Almoço de encerramento com fandango
PREFEITURA DE UBATUBA SP
sexta-feira, 26 de novembro de 2021
AVENIDA IPEROIG .ANO 1950
Inicio da Avenida Iperoig, no sentido da ligação da Avenida Liberdade a esquerda ....Em foto de 1950, de Odaury Carneiro - Arquivo pessoal do mesmo.
RUA CONDESSA DE VIMIEIRO ( ANTIGO CAMINHO)............ANO 1909
quinta-feira, 25 de novembro de 2021
PADRE JOHANNES BEIL DE TORRES RS PARA UBATUBA .....1932
Livro mostra como o nazismo interferiu na tentativa de implantar um porto em Torres
A obra "Piratas, Corsários, Naufrágios e Canibalismo em Terras e Mares do Sul" traz um capítulo especial sobre o projeto de construção de uma ferrovia e um porto no município
O sonho de um jornalista, historiador e pesquisador é encontrar
uma informação inédita, um documento antigo, algo, enfim, que lhe permita
descobrir novos fatos e transformá-los em história. Foi o que aconteceu com
Nelson Adams Filho ao encontrar um livro, ainda sem tradução para o português,
escrito por um padre alemão que relata a interferência do nazismo e a tentativa
(quarta e última) de implantação de um porto marítimo e uma ferrovia em Torres.
A pesquisa sobre o Torres Projekt
– Hafen und Eisenbahnbau (Projeto Torres – Porto e Ferrovia) faz parte do livro Piratas,
Corsários, Naufrágios e Canibalismo em Terras e Mares do Sul (Editora
Edigal, 245 páginas), lançado na quinta-feira última, na Feira do Livro, sendo
um capítulo especial intitulado como O Porto de Torres, do Império ao Nazismo.
Ao encontrar a obra de Johannes Beil, escrita em 1967, Nelson descobriu o fio
da meada.
A Alemanha queria construir em
Torres um porto marítimo e uma ferrovia ligando-a ao Paraguai (que não possui
porto). Esse complexo fazia parte dos planos do governo do primeiro-ministro
Heinrich Brüning, o último da República de Weimar (1919-1932), com o objetivo
de combater a inflação galopante na Alemanha, sanar as finanças e conseguir
empregos para jovens alemães no Brasil.
Brüning tinha nas exportações o
remédio para os males da economia alemã. Para os empresários alemães em Porto
Alegre (que não eram poucos), o projeto representava recebimento e escoamento
mais rápido e barato de matérias-primas e de produtos acabados, eliminando a
rota entre a Capital e Rio Grande pela Lagoa dos Patos.
Em Porto
Alegre, o cônsul alemão no RS, Gottfried Walbeck, tinha ligação direta com o
gabinete do ministro.
O padre
Beil (ordenado na Alemanha em 1928) chegou ao Brasil em 1931 e teria a missão
de coordenar a parte assistencial e espiritual dos trabalhadores que viriam da
Alemanha, então com 6,5 milhões de desempregados.
"Tudo estava pronto para a assinatura do contrato. Então,
Brüning foi deposto", escreveu o padre em seu livro, no capítulo
intitulado Das Torresprojekt (tradução do historiador catarinense
Valberto Dirksen, do IHGSC, especialmente para a pesquisa).
Torres já tivera outras três
tentativas de implantação de um porto marítimo. Era o local apropriado. Mas Rio
Grande tinha mais poder político, econômico e histórico, pois possuía porto desde
1737, com a chegada de Cristóvão Pereira de Abreu.
Na primeira tentativa, em 1875, o
engenheiro hidráulico inglês Sir John Clarke Hawkshaw, contratado 14 anos antes
pelo Império para dar seu parecer, vaticinou: "...as obras da barra (Rio
Grande), além de muito dispendiosas, são muito inseguras quanto aos
resultados para justificar sua execução. Projetei um porto em Torres...".
A opinião de Hawkshaw, 142 anos depois, continua certa.
O porto de Rio Grande sofre devido ao assoreamento da barra, permanentemente exigindo milhões de dólares para fazer o desassoreamento. A tentativa de 1930 contava com o apoio de Getúlio Vargas, então chefe do Governo Provisório, e do interventor e depois governador do RS, Flores da Cunha. Ele era apaixonado pelo projeto do porto e da ferrovia de Torres, que fazia parte do primeiro plano viário do Estado desde 1913, no governo de Borges de Medeiros. Por quase 20 anos, Flores da Cunha se interessou e defendeu o porto e a ferrovia de Torres. Em 1932, estava tudo pronto para a assinatura da documentação. Getúlio Vargas, a essa época, "namorava" com a Alemanha. Aqui, na Capital, havia uma comissão especial para as tratativas, segundo relatos do padre Beil.
Brüning caiu em 30 de maio de
1932. Em 30 de janeiro de 1933, Hitler chegou ao poder. "Esperou-se...
e nada acontecia. Hitler tinha assumido", escreveu Beil, pressentindo, de
longe, que algo havia.
De Porto Alegre, ele seguiu para
Blumenau, Santa Catarina, onde instalou o Heimat-Timbó (Lar para Jovens).
Posteriormente, deslocou-se para Ubatuba, São Paulo, onde é conhecido como
padre João, com vasta obra social.
Morreu em São Bernardo do Campo,
em maio de 1980, aos 76 anos, deixando um legado social e esse livro, aqui
inédito. Toda a
documentação do Torres Projekt encontra-se na Biblioteca de Koblenz, na
Alemanha, guardada junto aos documentos da República de Weimar. Nelson examinou
o que lhe permitiu começar a montar o quebra-cabeças. Muitos outros fatos,
dados e situações estão sendo pesquisados. Um deles é a forte interferência do
nazismo no RS entre 1931 e 1933.
O cônsul Walbeck (antinazista
ferrenho, assim como o padre Beil) sofreu nas mãos dos nazistas no Sul e foi
substituído pelo ex-embaixador da Alemanha no Brasil Enrich Ried (nazista e
amigo de Flores da Cunha), e, em 1933, foi transferido para Lyon, na França,
onde morreu misteriosamente pouco tempo depois.
Ainda existem muitos pontos
obscuros a serem pesquisados, como a possível interferência dos Estados Unidos
em não permitir a concretização do complexo porto-ferroviário, que seria uma
espécie de cabeça de ponte alemã no Sul.
Mas existe uma certeza: um porto e
uma ferrovia em Torres não estavam nos planos de Hitler. Ao menos nos iniciais.
Depois... quem sabe?
Colaborou Nelson Adams Filho
quarta-feira, 24 de novembro de 2021
MIGRANTE DE PERTO
Árvores na praia - (Arquivo JRS) |
Luiz Monteiro de Oliveira era o seu nome, mas para nós era Seo Lica. Ainda hoje, no bairro da Estufa, os mais velhos saberão lhe dizer onde era o Sertão do Lica.
O saudoso Seo Lica era avô da amiga Fátima Albado, do Ostinho e de tanta gente boa. Com ele escutei boas histórias. Grande orgulho dele era dizer que se aposentara com funcionário da prefeitura de Ubatuba, sendo seu grande trabalho a preparação do terreno para o Campo de Aviação (aeroporto). Também se orgulhava de ter plantado a maioria das árvores antigas da cidade. "Daquelas que estão nas praças e pelas ruas, muitas fui eu quem plantou. Sabe aquelas magnólias, da Praça Nóbrega? Pois é, coube a mim e ao Modesto cavar e colocar cada uma em seu lugar. Na outra praça [13 de maio], onde era o campinho da rapaziada, outro tanto de mudas deixamos ali onde era só areia e capim".
Seo Lica não era caiçara. "Eu sou caipira de Catuçaba. Nasci na Cachoeirinha, perto do Morro do Chapéu, onde está até hoje a capela de Nossa Senhora do Alto. Todo ano tinha uma festa muito bonita lá, com padre indo de São Luiz para celebrar a missa com o povo. Havia muita dança e comedoria nessa ocasião Era por onde passava a antiga estrada que descia para Ubatuba. Eu vi muitas tropas de burros levando e trazendo coisas por ali. Havia um entrocamento onde é Catuçaba, lugar que mora ainda bastante gente. Lá a estrada tinha três braços: o que acompanhava o ribeirão do Chapéu, indo para a cidade de São Luiz; outro seguindo na direção da Lagoinha, de Guaratinguetá, o caminho mais antigo, que ligava ao sertão de Minas Gerais. O terceiro descia até Ubatuba. Eu era rapaz novo quando começou a passar carro depois de melhorarem a serra. A tal de jardineira [uma espécie de ônibus] passava sempre, duas vezes por dia, entre Ubatuba e Taubaté. Foi por onde eu vim com a mulher e as crianças ainda pequenas. Aqui tinha trabalho garantido; lá dependia da roça e de quem comprava as nossas coisas. Por isso, assim que soubemos que havia a possibilidade de trabalhar e viver no litoral, eu e a mulher decidimos fazer isso. Embarcamos as poucas coisas nos jacás e descemos a serra. Assim que cheguei, fui contratado pela prefeitura e de lá só saí depois da aposentadoria. Desde aquela época eu moro aqui, neste lugarzinho da Estufa. Eu e o Sérgio Lucindo somos os mais velhos daqui. Pois é. Por isso eu digo a essa gente que veio de mais longe: eu sou migrante de perto, não precisei andar muito, nem usar carro ou ônibus".
JOSE RONALDO BLOG COISAS DE CAIÇARAS
ATRÁS DE MELHORES DIAS.....
O Divino segue em frente... (Arquivo JRS) |
Encontrei um texto mais antigo com uns versos mais antigos ainda, desses que os foliões e fandangueiros continuam repassando às novas gerações. Daí pensei em escrevê-los aqui, principalmente porque se apresenta, nas proximidades das datas, mais uma Festa do Fandango Caiçara permitindo melhores dias.
A cultura caiçara se fez mantendo muito - mas muito mesmo! - da alma artística do povo Tupinambá, da diversidade de expressões dos negros escravizados e da vontade de sobreviver em terras de Além-Mar por parte dos pobres lusitanos deportados, na finalidade de assegurar a posse da terra que, finalmente, foi sacramentada como Brasil. Hoje, nos muitos aspectos dessa cultura - da nossa cultura! - vemos uma continuidade, ainda que contando com um reduzido grupo de pessoas, desses traços fundantes. A musicalidade é o principal destes. Ela transmite a religiosidade popular, alimenta os bailados e as animações das prosas, dos encontros que alimentam nossas criatividades. Prova disso são os versos seguintes. Espero que mais gente se anime e faça bom proveito dessas devoções, desses festejos da terra ubatubana. Que venha com intensidade a próxima Festa do Fandango Caiçara de Ubatuba!
1- Periquito tá falando/ De onde ele fala eu escuto/ Ele quer ir com o Divino/ Mas tem medo do Macuco.
2- Tanto peixinho nadando em volta/ Tanta mocinha bonita por perto do lago/ Tanto rapaz bom sem coragem/ Só ficando parado, olhando de lado.
3- Você disse que canta, canta.../ Que cantem quem amores tem/ Eu, como não tenho amores/ Não canto pra mais ninguém.
4- As mocinhas da Enseada/ São bonitas, não são feias/ Tem nariz de meia-légua/ E boca de légua e meia.
5- Essa casa tá bem feita/ Com uma cruz na cumeeira/ Salvando a dona da casa/ Com sua família inteira.
6- Essa casa tá bem feita/ Por dentro, por fora não/ Por dentro cravos e rosas/ Por fora, manjericão.
7- O Divino, assim que viu/ Ele logo cobiçou/ Aquele lindo passarinho/ Que do caminho avoou.
O MERO QUE VIROU PILÃO...............Causo caiçara de Julinho Mendes
JORNAL ECHO UBATUBENSE , EDIÇÃO 26, DE 04 DE ABRIL DE 1897
Nascia em Ubatuba SP em 1896 o primeiro jornal impresso e distribuído em nossa cidade, o ECHO UBATUBENSE, o qual teve infelizmente curta duração , durou apenas 01 ano, mas marcou a história jornalística de nossa cidade, o material ou os exemplares que compartilho aqui no Blog UBATUBENSE , na verdade são cópias das edições originais, são de propriedade do meu mano Jorge Otavio Fonseca, o qual cedeu gentilmente esse material para que eu pudesse aqui dividir com vocês. Segue em 4 paginas a edição 26, de 04 de Abril de 1897.
PRAIA DA LAGOINHA NA RICA HISTÓRIA DE UBATUBA.
terça-feira, 23 de novembro de 2021
SORVETERIA ROCHA E A SUA HISTÓRIA
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
MARIA THEODORA.... FlLHA MAIS VELHA DE MANOEL BALTHAZAR DA CUNHA FORTES