quarta-feira, 30 de março de 2016

Casa de Farinha luta para não virar um museu morto


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Mestre Quilombola Zé Pedro trabalha para manter as tradições vivas. (Fotos: Bruna Natali)
Em plena Rio-Santos, sentido Rio de Janeiro, encontra-se a Fazenda da Caixa, onde funciona a Casa de Farinha, antigo engenho de álcool e açúcar construído no final do século retrasado.
Para chegar ao local, é necessário sair da rodovia, na altura do Km 10, no Núcleo Picinguaba, seguindo por alguns minutos uma estradinha de terra. Quando avistarem uma estrutura de pau a pique, os visitantes irão também provavelmente encontrar um banco de madeira, no qual diariamente senta José Vieira, conhecido por Mestre Quilombola Zé Pedro, que aos 78 anos não trabalha mais com a fabricação de farinha, mas recepciona os turistas e conta suas histórias e causos aos que visitam a tradicional Casa de Farinha em Ubatuba. Ele diz que a produção já foi maior e agora, com a roda d’água quebrada, teme pelo futuro da comunidade. Por conta disso, se faz cada vez mais necessária a complementação de renda a partir de outros trabalhos para ajudar na manutenção do lugar.

terça-feira, 29 de março de 2016

FANDANGO UBATUBANO





O Fandango chegou ao Brasil através dos portugueses, vindo dos açores no séc. XVIII. É um gênero musical e coreográfico, fortemente associado ao modo de vida da população caiçara.
Sua prática sempre esteve vinculada à organização de trabalhos coletivos – mutirões, puxirões ou pixiruns – nos roçados, nas colheitas, nas puxadas de rede ou na construção de benfeitorias, onde o organizador oferecia, como pagamento aos ajudantes voluntários, um fandango, espécie de baile com comida farta.

sexta-feira, 25 de março de 2016

CLARO QUE ME LEMBRO...........


                
Ubatuba, a cidade na primeira metade do século XX. Detalhe: a casa do Padre João  (Arquivo histórico)



Do barco do padre? Claro que me lembro, Iolanda! Era a década de 1960 que estava no fim, quando eu via o Tio Nelson e o Tio Salvador fazendo daquele barco a casa deles. Eu adorava ficar nele quando estava fundeado nas águas da Fortaleza, a praia onde morávamos. Achava fantástico aquele porão que parecia o interior de uma casinha. Acho que dormi ali algumas vezes. O nome do barco? Maria Silla, em decorrência de uma ação de filantropia. Era assim que o Frei Pio conseguia os recursos para as suas ações sociais junto ao povo caiçara. Jovens italianos e locais (Agostinho, Anita, Serafina, Franca, Aristeu...) vieram prestar seus trabalhos voluntários e marcar nossas comunidades. Ele atendia todas as comunidades das praias do lado norte do município. Também atendia as ilhas, onde os trabalhos da ASEL (Ação Social Estrela do Litoral) eram de muita valia. Havia ainda bases de atendimento na Praia da Ponta Aguda e no Sertão da Quina, na porção sul.

terça-feira, 22 de março de 2016

ADMIRAÇÃO DO TIO ANTÔNIO



Socó-boi. (Fonte: internet)

                Noutros tempos, em Ubatuba, nós caiçaras só usávamos água dos rios, ou seja, não tínhamos água encanada. Algumas pessoas tinham seus poços d’água no terreiro, mas eram poucas. Deste contexto já se passaram cinquenta anos.
                Em cada rio havia um “porto”, uma referência: “Porto da Jorgina”, “Porto da Tia Rita”, “Porto da Tia Santa” etc. Onde a minha mãe se debruçava em vários momentos do dia era o “Porto da Laura”. O “Porto da Vó Martinha” era o último, quase na vargem que se encontra com o Morro do Amorim. Nestes  lugares se areava panela, lavava roupa, consertava peixe, limpava caça etc. Também era onde a gente passava o balaio para pegar camarão, pescava lambaris, muçum, bagre etc. Até cágados eram fisgados por nossos anzóis.

sexta-feira, 11 de março de 2016

LIVRO " DIREITOS DAS COMUNIDADES CAIÇARAS " É LANÇADO NA BIBLIOTE MUNICIPAL ATENEU UBATUBENSE......



A Biblioteca Municipal Ateneu Ubatubense (Praça Treze de Maio) foi sede do lançamento do livro ‘Direito das comunidades tradicionais caiçaras’ , realizado na última quinta-feira, 10 de março. O evento, que teve o apoio da FundArt, contou com a presença de alguns dos autores, como a procuradora Regional da república da 3ª Região/SP, Maria Luiza Grabner, a Procuradora da República lotada na PRM- Caraguatatuba, Maria Rezende Capucci, o Juiz Federal e Mestre em direito previdenciário, Ricardo de Castro Nascimento...............


Zezinho da Bicicletaria Esporte













Seu Zezinho e dna Nely, prop. da Bicicletaria Esporte, localizada à rua Maria Alves. ao lado do Hotel São Charbel. Anos 60. Innformou Ivete Fernandes Via facebook

terça-feira, 8 de março de 2016

CORRIDA DE CANOA CAIÇARA - UMA HISTÓRIA


Essa é uma medalha do Mestre Tião Giraud, um verdadeiro pedacinho da História das Corridas de canoas caiçaras em Ubatuba. História essa que está sendo dia a dia reconstruída pela nova geração de ubatubanos e ubatubenses.


Meu mundo era a Praia da Enseada


O menino do Fabiano, futuro doutor, catando sapinhauá (Arquivo JCG)
Esse texto vem do José Carlos de Góis, originalmente postado no blog Coisas de Caiçara, do meu amigo José Ronaldo. 
Mais uma viagem até o tempo ancestral. Apertem os cintos...

Quando nasci, na década de 50, Ubatuba era paradisíaca. Meu mundo era a Praia da Enseada, o quintal da mamãe cheirando manacá, arruda, alecrim, guiné, as flores das laranjeiras nevando o chão. O jundu, na praia, com sua vegetação nativa, as flores roxas do cipó de corvina, o rabo de bugio, os frutos cheirosos dos abricoeiros, as amêndoas dos chapéus-de-sol, os coquinhos jarobá... Quanta saudade!


O Bentinho do Guatura

Fonte.........Almanarque Urupês
renato13-11
Por Renato Teixeira
Fui criança em Ubatuba, nosanos cinqüenta. A cidade iado Aeroporto Gastão Madeira,um ubatubano que desenvolveu a bússola aérea, e que a meninada conhecia apenas como “Campo de Aviação”, até as duas pontes sobre o Rio Grande (ao lado da famosa “rampa” onde se comercializava o pescado e se comia o magnífico cuscuz do Gaiato) e o cais dos barquinhos de pesca que saíam em revoadas marítimas todas as manhãs, com seus motores a diesel pipocando sobre as ondas, em direção ao alto mar.

1991.............Seminário Vila de Picinguaba, 25 anos de prevaricação do Estado.


Em 20 e 21 de abril de 1991, foi realizado na Praia da Picinguaba em Ubatuba, o Seminário “Vila de Picinguaba: propostas para seu desenvolvimento e preservação”.
Em março de 1992, sob coordenação: Adriana Mattoso e elaboração: Lucila Pinsard Vianna foi publicado pela SMA e IF o Relatório da Vila de Picinguaba, documento pioneiro que buscava alternativas para a problemática da ocupação humana em Unidades de Conservação através de um trabalho conjunto e verdadeiramente participativo com essas populações para a viabilização de soluções através de discussões, propostas e decisões. 

GLOSSÁRIO CAIÇARA DE UBATUBA, agora disponível na rede.


Esta pequena compilação surgiu, em sua maior parte, da convivência diária com a comunidade de pescadores tradicionais da Praia da Enseada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo. Este glossário nem de longe abrange ou pretende alcançar a totalidade do universo de expressões e palavras usadas no falar característico do povo Caiçara. É apenas o resultado de curtos 7 anos de convivência íntima com alguns dos últimos guardiões da antiga tradição Caiçara local, tradição que hoje se detecta tão somente por este falar característico recheado de arcaísmos, palavras e expressões forjadas no linguajar ibérico e tupi, que a nova geração já não usa mais.

AGORA DISPONÍVEL AQUI


Exemplares disponíveis pelo email: bambuluz@yahoo.com.br

FONTE............www.canoadepau.blogspot.com.br

cada canoa tem a sua hitsória


Mais uma vez peço licença ao Zé Ronaldo para reproduzir um trecho de seu Blog.

Tenho um depoimento do Baeco, fazedor de canoas. É um artista. Eis trechos do que ele diz: “A construção de canoa começa pela    escolha da melhor madeira, mas a famosa mesmo é o Cedro. Depois vem a  Timbuíba, o Ingá, o Bracuí... o Loro, o Guapuruvu e o Angelim. O Angelim  tem três tipos: Angelim Amargoso, Angelim Gisara e o Angelim Pedra. Estas   três são boas pra canoa. Esta é a madeira que a gente garante.” (...)   ”Madeira a gente escolhe a lua, sim; agora, não precisa ser uma minguante  de inverno; qualquer minguante é boa.” (...) ”A gente sabe a árvore que  vai dar boa canoa no olho, primeiro o olho... Você bate o olho, vai, erra   centímetros, e o tamanho é a boca da canoa” (...) ”O comprimento a gente  se baseia na boca, na largura da boca, tá? Normalmente é sete vezes um,  sete por uma. Sete vezes a largura da boca é o comprimento da canoa.”

quinta-feira, 3 de março de 2016

Livro “Direito das Comunidades Tradicionais Caiçaras” será lançado em Ubatuba


A FundArt em parceria com a editora Carta Forense irá promover na próxima quinta-feira, dia 10 de março, o lançamento do livro ”Direito das Comunidades Tradicionais Caiçaras”.
O evento acontecerá às 19h na Biblioteca Municipal “O Ateneu Ubatubense”, localizada na Praça Treze de Maio, Centro de Ubatuba. O grupo Fandango Caiçara de Ubatuba se apresentará na ocasião.